terça-feira, 23 de março de 2010

O QUE MAIS MOTIVA O CORAÇÃO DE DEUS

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm. 8:29).

Deus deseja ter muitos filhos e deseja que todos esses filhos sejam iguais àquele que é Seu Filho. Assim, Seu Filho não será mais o unigênito, mas o primogênito entre muitos irmãos. Deus deseja formar tal grupo de pessoas. O plano de Deus é ganhar o homem. Quando o homem for ganho por Deus, o plano de Deus será cumprido.

É pelo homem que esse plano é cumprido e é pelo homem que Sua necessidade é saciada. Que, então, o homem tem de fazer para colaborar com o plano de Deus? O homem precisa estar preparado para reinar! Quando Deus criou o homem, Ele não o predestinou para a queda. No plano de Deus para criar o homem, foi ordenado ao homem que dominasse. Isso é revelado a nós em Gn. 1:26. Aqui Deus desvenda-nos Seu desejo e nos conta o segredo do Seu plano: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre os répteis que rastejam pela terra”. Este é o propósito de Deus ao criar o homem.

Toda a terra é o domínio do governo humano. A área onde Deus desejou que o homem dominasse é a terra. O homem está especialmente relacionado a terra e nada poderá ser mais importante para nós do que a terra, nem mesmo o céu.

A intenção original de Deus era dar a terra ao homem como lugar de habitação. Não era Sua intenção que a terra se tornasse desolada (Is. 45:18). O problema era que Satanás estava aqui na terra e pretendia fazer um trabalho de destruição sobre ela. Portanto, Deus queria que o homem recuperasse a terra das mãos de Satanás.

Alguém pode perguntar: “Por que o próprio Deus não lança Satanás no abismo profundo ou no lago de fogo?” Nossa resposta é: Deus pode fazê-lo, mas Ele não quer fazer isso por Si mesmo. Não sabemos por que Ele não quer fazê-lo, mas sabemos como Ele o fará. Deus quer usar o homem para tratar com Seu inimigo, e Ele criou o homem para esse propósito. Deus quer que a criatura trate com a criatura. O homem que Ele criou está sendo usado por Ele para isso.

Note que em Gn. 1:26, após afirmar que o homem dominasse sobre toda a terra, Deus concluiu a sentença dizendo: “e sobre os répteis que rastejam sobre a terra”. Aqui vemos que os répteis ocupam uma posição que demonstra sua importância, pois Deus falou sobre eles após ter mencionado “toda a terra”. A implicação aqui é que para que o homem tenha domínio sobre toda a terra, os répteis não devem ser esquecidos, pois o inimigo de Deus está simbolizado nos répteis. A serpente em Gênesis está representando Satanás e por isso o homem deverá tratar com o inimigo e finalmente dominá-lo.

A Bíblia diz: “O grande dragão foi lançado fora. Ele é a antiga serpente chamada Diabo ou Satanás,...” (Ap. 12:9).

O trabalho que Deus planejou para o homem é que ele exerça autoridade e tenha domínio sobre todas as coisas criadas por Ele. Deus precisa de uma autoridade em Sua criação e Ele escolheu o homem para ser essa autoridade. Deus precisa de homens em quem Ele possa confiar e que não falharão para com Ele. Este é o trabalho de Deus, e isso é o que Deus deseja obter.

Se todo o nosso trabalho for somente a pregação do evangelho e a salvação de almas, não levamos Satanás a sofrer perda fatal. Se o homem não recobrar a terra das mãos de Satanás, ele ainda não alcançou o propósito de Deus ao criá-lo. Salvar almas é para benefício do homem, mas tratar com Satanás é para benefício de Deus. Salvar almas é resolver a necessidade humana, mas tratar com Satanás satisfaz a necessidade de Deus.

Se seremos homens que Deus usará para vencer todo o trabalho e autoridade de Satanás, então devemos ser também aqueles que obedecem a Deus completa e absolutamente.

Que Deus abra os nossos olhos para vermos que Seu propósito exige que sejamos total e absolutamente para Ele. Uma pessoa de ânimo dobre nunca poderá tratar com Satanás. Que Deus fale esta palavra ao nosso coração!

segunda-feira, 22 de março de 2010

UMA VIDA COM QUALIDADE TOTAL

Diante de tudo o que temos visto, qualidade de vida começa de dentro para fora. De nada resolve abraçar uma nova filosofia de vida, ou adotar uma nova escala de valores; é preciso ter uma nova vida, a vida de Deus. Ter qualidade de vida interior é receber a vida de Deus em nosso espírito e permitir que essa vida atue em cada área de nosso ser.

As religiões, quaisquer que sejam, operam no princípio “de fora para dentro”, ou seja, tratam de adaptar as pessoas a um sistema, impondo-lhes regras, ordenanças e mandamentos. Normalmente, logo que alguém se torna membro de uma religião ele receberá uma lista das coisas que não pode fazer, invariavelmente maior do que a lista do que pode fazer. Isso não muda o homem na sua essência, apenas na aparência.

Entretanto, o princípio de Deus é totalmente diferente. A Bíblia nos mostra que Deus primeiramente quer entrar em nosso espírito e, a partir daí, expandir-se por todo nosso ser. Quando Ele, como o Espírito que dá vida, vem para dentro de nós, nosso espírito é vivificado. Aquele órgão que estava amortecido e sem uso é enchido pela vida divina, é iluminado para ver o sentido da vida.

Este é o significado de ser um cristão genuíno: é ser alguém que recebe a vida de Deus. Tudo o que ele faz tem como realidade a vida de Deus sendo dispensada para sua pessoa. Sua preocupação não é adquirir conhecimento a respeito de Deus, mas conhecer o próprio Deus, o coração de Deus, a vontade de Deus; seu contato com a Palavra de Deus é como uma refeição espiritual, que alimenta e supre interiormente.

Dessa maneira Deus tem caminho para se expandir do espírito para a alma. Sua mente, que antes estava constantemente ocupada com dinheiro, sexo e preocupações várias, agora passa a pensar em Deus e em “tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama” (Fp. 4:8).

Sua emoção, que antes era controlada por sentimentos de ódio, de ambição desmedida, de egoísmo, por depressões intermináveis, agora é cheia de gratidão a Deus, de amor ao próximo, de alegria interior. Sua vontade, que antes era governada pelo pecado e o levava a tomar decisões que o prejudicavam tremendamente, agora escolhe a Deus antes de tudo.  

Sendo o homem um ser composto de corpo, alma e espírito, ele necessita ser suprido em cada uma dessas áreas. Todos concordam que precisamos de alimento, líquidos e moradia para garantir nossa vida física, e isso é chamado de necessidades básicas. Além disso, como pessoas que pensam, têm sentimentos e vontades, também procuramos ser supridos na instância da alma; queremos amar e ser amados, queremos conhecer os mistérios do universo e dominá-los para nosso benefício, queremos nos alegrar e ter prazer.

Nesse sentido, e para se alcançar o que se costuma chamar de qualidade de vida, as pessoas gastam seu tempo, dinheiro e energia, na busca de um “suprimento adicional” para o seu físico e psique: uma casa mais confortável, bens materiais de melhor qualidade, academias de ginástica, massagens, dietas especiais, viagens, entretenimento.

Não estamos dizendo que essas coisas sejam ruins ou que estas aspirações sejam ilegítimas, mas nada disso é suficiente se a parte mais interior do homem permanecer negligenciada. Se o espírito do homem continua vazio, o homem como um todo fica desequilibrado. Entre as partes que nos constitui, o espírito é o fator humano essencial.

Somente quando somos libertados da acusação do pecado e resolvemos nosso problema de relacionamento com Deus é que há possibilidade de alcançar harmonia com nós mesmos e equilíbrio em nosso relacionamento com as pessoas e fatos que nos cercam. Afinal, fomos criados exatamente para isso: para receber a vida de Deus em nosso espírito, viver por essa vida e expressar o próprio Deus em nosso viver.

Eis-nos aqui diante de uma porta aberta, uma porta que leva ao equilíbrio de uma vida centrada em Deus. Não se trata de promessas de enriquecimento, de arrumar casamento ou conseguir emprego, mas de ser preenchido interiormente pela vida de Deus. Compete a você a decisão de viver ou não essa vida com qualidade total.  

sexta-feira, 19 de março de 2010

A EXISTÊNCIA DO BEM E DO MAL NA NATUREZA HUMANA

Sempre será difícil para nós entendermos o mistério sobre a existência do bem e do mal na natureza humana. Sabemos que o homem foi criado à imagem de Deus. Isso explica por que todos nós temos uma “natureza benigna” que corresponde à natureza de Deus. Essa natureza benigna é expressa por virtudes como bondade, sinceridade, amor, sabedoria, mansidão e coragem.

Porém, dentro do homem há também uma “natureza maligna” que se opõe à “natureza benigna”. Em todos os tempos e lugares, os conhecedores da natureza humana reconhecem essa realidade, esse conflito interior que, em maior ou menor grau, todos experimentam diariamente. A essa natureza maligna, que se opõe à natureza benigna que existe em nós, a Bíblia chama de pecado.

O pecado entrou no homem em conseqüência da desobediência à palavra de Deus, produzindo a maior tragédia do universo: a corrupção interior do ser humano. Seu efeito pode ser percebido através da história da humanidade, até nos nossos dias: por toda parte há guerras, injustiça, pobreza, crimes, opressão e enfermidades.

O pecado está dentro do homem impedindo-o de levar a cabo suas boas intenções. Ninguém deseja ser controlado pelo dinheiro e, por causa disso, mentir, perder amigos e até matar. Ninguém deseja ser invadido por sentimentos de inveja e de cobiça pelas coisas dos outros. Ninguém gosta de ser soberbo, arrogante e cheio de preconceitos que impedem de amar as pessoas. Ninguém gosta de ser temperamental e, involuntariamente, ofender as pessoas a quem quer bem.

O pecado frutifica no interior do homem levando-o a ser fornicador e adúltero, a blasfemar, insultar e amaldiçoar, a mentir, enganar e viver vida dupla. E, por mais que se esforce, o homem não consegue se livrar dessa natureza maligna. Há uma passagem na Bíblia que descreve de maneira impressionante a situação do homem, impotente diante do pecado:

“Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum: pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, este faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim”

“Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm. 7:18-24).

O pecado entrou no homem, agindo em todo o seu ser e corrompendo todas as suas partes. O homem total – corpo, alma e espírito – foi afetado e prejudicado por essa natureza maligna, privando-o da qualidade de vida para a qual ele foi criado.

O pecado fez com que o espírito do homem morresse. Ao escrever aos efésios, o apóstolo Paulo disse: “Estando mortos nos vossos delitos e pecados”. Por estarem os efésios fisicamente vivos, é evidente que o escritor aqui se referia a uma morte espiritual.

Com seu espírito humano amortecido, o homem não tem como contatar Deus, e sua parte mais interior permanece, por isso, vazia e inútil. Nessa situação, o homem é como um radio estragado que não pode sintonizar nem receber música ou comunicação intelegível; ou seja, o pecado tornou-se um impedimento para o homem contatar Deus.

O pecado afetou também a alma do homem, fazendo com que a mente se rebelasse contra Deus. O pecado também agiu no corpo do homem, fazendo-o pecar. A esse respeito a Bíblia nos adverte com as seguintes palavras: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões” (Rm. 6:12).

A obra-prima da criação de Deus, que fora criada como um vaso para conter Deus, é agora um copo caído na sarjeta, que, apesar de ter uma bela forma exterior, está coberto de lama e não atende mais ao fim para que foi criado.

Essa guerra interior entre as duas naturezas, operando no princípio do bem e do mal, retratam de maneira dramática o conflito do viver humano. Repetindo o autor da Epístola aos Romanos, somos levados a clamar: “Quem me livrará do corpo desta morte?” O homem é impotente para resolver o problema básico de sua existência, o que o impede de alcançar a verdadeira qualidade de vida. Ele é incapaz de libertar-se do pecado. Somente o próprio Deus poderia fazê-lo. E Ele o fez enviando Cristo ao mundo para libertar a humanidade do poder do pecado.

“Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, livrou-me da lei do pecado e da morte” (Rm. 8:2).

segunda-feira, 15 de março de 2010

O HOMEM É UM SER MARAVILHOSO

No livro de Gênesis, primeiro livro da Bíblia, podemos ler o registro da criação de todas as coisas: dos céus, da terra, e de tudo que neles há. Ali vemos que Deus criou a vida vegetal e animal, com milhões de variedades, cada uma segundo sua própria espécie.

Entretanto, quando chegamos à criação do homem, vemos o seguinte registro: “Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn. 1:26). Essa passagem da Bíblia é muito conhecida, todavia, poucas pessoas percebem que a criação do homem foi diferente e peculiar, quando comparada à criação dos demais itens do universo.

Deus criou o homem à sua própria imagem. Esse simples fato é suficiente para nos levar a agradecer a Deus. É maravilhoso saber que, entre toda a criação, somos tão especiais para Ele. A vida do homem é a vida criada mais elevada, muito mais elevada em qualidade que a vida vegetal ou animal.

Os animais foram criados segundo suas espécies; o homem, entretanto, foi criado segundo a imagem de Deus. Para melhor entendimento, podemos tomar uma luva como exemplo. Uma luva é feita conforme a semelhança da mão, pois seu propósito é conter a mão. Igualmente, o homem foi criado à imagem de Deus com o propósito de conter Deus.

Se quisermos, podemos encher a luva com água, terra, papel, drogas, etc., mas ela continuará inerte, sem capacidade de produzir coisa alguma, pois não foi criada para conter essas coisas. A luva foi criada para conter a mão viva e operante do homem, e o homem foi criado para conter o Deus vivo. O homem foi criado com a capacidade de receber e conter a vida de Deus.

A Bíblia também diz que o homem é um vaso, um recipiente. O apóstolo Paulo diz que Deus quis dar “a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia (...) os quais somos nós” (Rm. 9:23-24). Nós somos vasos de Deus e Ele quer ser nosso conteúdo. Note bem, não se trata de conter conhecimento ou conceitos a respeito de Deus, mas de conter o próprio Deus.

Não é maravilhoso saber que você tem capacidade de conter Deus? Você pode dizer: “Muito bem, mas onde eu posso receber e conter Deus? Em minha mente? Em meus pensamentos? Mais uma vez a Bíblia vem nos esclarecer. Ela nos revela as partes do homem e onde podemos receber e conter Deus.

Vejamos mais um trecho da Bíblia: “E vosso espírito, alma e corpo, sejam conservados íntegros” (I Ts. 5:23). Já vimos que o homem é um vaso de Deus. Agora vemos que a Bíblia divide esse vaso em três partes: espírito, alma e corpo. Quanto ao corpo, todos temos consciência dele. Ele é físico, concreto e temporal. O corpo serve para contatarmos as coisas na esfera material.

Desde o começo de sua história, o homem tem procurado libertar-se dos limites de seu corpo. Embora tenha conseguido prolongar um pouco sua vida biológica, todo homem chega ao ponto em que tem de admitir que o fim de seu corpo é a morte. Por isso cremos que o propósito de Deus para o homem não está dirigido ao seu corpo físico.

A alma é a parte psicológica (do grego psique: alma) do ser humano. É a parte do homem que serve para contatar as coisas do mundo psíquico. A alma é composta da mente, um órgão que pensa, conhece, considera, recorda; da emoção, a faculdade de sentir interiormente, de amar, desejar, odiar, estar triste ou alegre; e da vontade, a faculdade de tomar decisões.

Há ainda uma faculdade oculta bem no interior do homem que tem permanecido como um mistério através dos séculos: O espírito humano. A função do espírito é contatar o mundo espiritual. Somente o espírito do homem pode fazê-lo. A Bíblia diz que Deus “estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele” (Zc. 12:1). Essa passagem revela o valor que o nosso espírito tem para Deus.

É com nosso espírito que podemos contatar, receber e conter Deus. A Bíblia diz: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo. 4:24). Isso prova que o espírito humano é o lugar adequado para contê-lo e desfrutá-lo.

Deus quer entrar no espírito do homem para tornar-se seu conteúdo e sua satisfação. O homem foi criado não apenas para conter alimentos em seu ventre e conhecimentos em seu intelecto, mas primordialmente para conter Deus em seu espírito e participar de sua vida e natureza.

“Não sabeis vós que sois o templo e que o Espírito Santo habita em vós?” (I Co. 3:16).  

segunda-feira, 8 de março de 2010

A CONSCIÊNCIA, OUTRA FUNÇÃO DO ESPÍRITO

Além das funções da intuição e comunhão, nosso espírito ainda realiza outra importante tarefa: a de corrigir e repreender quando o crente age de forma a comprometer o propósito de Deus. A esta capacidade damos o nome de consciência.

Da mesma forma que a santidade de Deus condena o mal e justifica o bem, assim também a consciência do crente reprova o pecado e aprova a justiça. A consciência é onde Deus expressa Sua santidade. Mesmo antes de dar qualquer passo, mesmo enquanto ainda estamos examinando nosso caminho, nossa consciência junto com a nossa intuição protestarão imediatamente e nos tornarão inquietos com qualquer pensamento ou inclinação que desagrade ao Espírito Santo. Se estivermos dispostos a dar ouvidos à voz da consciência, evitaremos muitos transtornos e derrotas.

Ao iniciar a obra de salvação, o primeiro passo do Espírito Santo é despertar a consciência obscurecida, com o fim de convencer o pecador da sua violação da lei de Deus e da sua incapacidade de responder à exigência justa de Deus. Em seguida vem à convicção de que ele é um condenado que nada merece senão a condenação.

Se a consciência de alguém está disposta a confessar os pecados cometidos, incluindo o pecado da incredulidade, então este homem estará desejando ardentemente a misericórdia de Deus. Foi o que Jesus quis dizer quando declarou: “Quando ele vier (o Espírito Santo), convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo. 16:8).

O Espírito Santo não pode realizar a obra de regeneração através do sangue precioso de Jesus, se a consciência do pecador não foi convencida do pecado. Estes dois devem ser igualmente considerados. Devemos apresentar juntamente, a consciência e o sangue de Jesus. Ambos são necessários na obra de salvação e regeneração do pecador.

A consciência do crente é vivificada quando seu espírito é regenerado. O sangue precioso do Senhor Jesus purifica sua consciência e consequentemente lhe dá um sentido agudo para que obedeça a vontade do Espírito Santo. Se um filho de Deus deseja ser cheio do Espírito, santificado e viver uma vida totalmente segundo a vontade de Deus, ele deve ouvir e obedecer à voz da consciência.

Se a ela não for concedido seu lugar correto, o crente voltará a viver e a andar segundo a carne. Ser fiel à consciência é o primeiro passo em direção à santificação. Seguir sua voz é um sinal de verdadeira espiritualidade. Isto porque a consciência estando plenamente sob o controle do Espírito Santo torna-se a cada dia mais sensível, até ficar plenamente afinada à voz do Espírito. É dessa forma que Ele fala aos crentes: através de suas consciências.

“Em Cristo digo a verdade, não minto (dando-me testemunho a minha consciência no Espírito Santo)” (Rm. 9:1).

Se o nosso monitor interior nos julga errados, realmente devemos estar errados. Quando ele nos condenar, arrependamo-nos imediatamente. Nunca devemos tentar cobrir nosso pecado ou subornar nossa consciência. Tudo o que a consciência condena é condenado por Deus. (I Jo. 3:20).

O que devemos fazer quando estivermos errados? Deixar de fazer a coisa errada, arrepender-se, confessar e pedir purificação do sangue precioso. É lamentável que tantos cristãos hoje não sigam estas normas.

Portanto, não nos enganemos. O andar segundo o espírito implica em ouvir as direções da consciência. Não tente escapar de qualquer censura interior; esteja antes, atento à sua voz. Permita que o Espírito Santo, por meio da sua consciência, aponte seus pecados um por um.

De forma humilde tranqüila e obediente, permita que sua consciência o reprove e condene sempre que estiver errado ou em pecado. Os cristãos devem aceitar a sua repreensão e estar dispostos, segundo a mente do Espírito, a eliminar tudo aquilo que seja contrário a Deus. Se assim você fizer, você poderá declarar diante de Deus: “Não existe nada entre Ti e eu”.  

sexta-feira, 5 de março de 2010

O ESPÍRITO DE SABEDORIA E REVELAÇÃO

“O Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e revelação no pleno conhecimento d’Ele” (Ef. 1:17).

O Apóstolo Paulo orou pelos crentes regenerados em Éfeso, desejando que eles recebessem o espírito de sabedoria e revelação a fim de que pudessem conhecer a Deus intuitivamente. Não sabemos se esta habilidade é uma função oculta do espírito do crente, ativada através da oração, ou se é algo acrescentado pelo Espírito Santo ao espírito do crente como resultado da oração. Todavia uma coisa é certa: este espírito de sabedoria e revelação é essencial à comunhão de alguém com Deus.

Embora nossa intuição seja capaz de ter comunhão com Deus, ela requer sabedoria e revelação. Precisamos dela para saber o que é de Deus e o que é de nós mesmos. Precisamos ter sabedoria para discernir as imitações do inimigo e também seus ataques. Precisamos dela também para saber como nos conduzir entre os homens.

Em mais de mil situações precisaremos da sabedoria de Deus, pois somos tolos e propensos a cometer erros. Para nós é muito difícil executar a vontade de Deus em todas as questões, mas Ele nos concederá o equipamento necessário. Ele repartirá o espírito de sabedoria conosco para que possamos ter sabedoria em nosso espírito. Deus o concede à nossa intuição, porque Ele nos conduzirá por meio da intuição no caminho da sabedoria.

Sabedoria e revelação estão intimamente ligadas, porque todas as revelações são oriundas da sabedoria. Existe a sabedoria da alma e a sabedoria espiritual. A primeira vem da mente do homem, enquanto que a segunda é suprida ao espírito por Deus.

A educação pode remediar qualquer falta de entendimento e sabedoria num homem natural, mas ela não pode alterar sua condição de homem natural e, portanto, carnal. A inteligência natural do homem não o ajuda a conhecer Deus e a verdade de Deus. Sem dúvida é mais fácil argumentar com o mais sábio, por ser mais rápido no entendimento, mas ele está totalmente limitado à esfera da mente e completamente oposto ao conhecimento intuitivo.

Não pense que depois da regeneração o sábio tem vantagem sobre o ignorante, em se tratando de progresso espiritual. A menos que o homem seja fiel e submisso, o melhor de sua compreensão mental não acrescenta nada ao seu conhecimento intuitivo. A velha criação do homem nunca serve como fonte da nova criação. O progresso espiritual é medido pela obediência fiel.

Na experiência espiritual, todos partem do mesmo ponto, passam pelos mesmos processos e obtêm os mesmos resultados. Todos os crentes regenerados, incluindo os naturalmente sábios, devem consequentemente buscar o entendimento espiritual, sem o qual ninguém pode manter uma comunhão normal com Deus. Nada pode tirar o lugar do entendimento espiritual.

“Que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus” (Col. 1:9-10).

Foi isso que Paulo pediu para os santos em Colossos. Nesta oração vemos que aquele conhecimento verdadeiro da vontade de Deus é precedido pelo entendimento espiritual e seguido de: 1) levar uma vida digna do Senhor, plenamente agradável a Ele; 2) dando fruto em toda boa obra; e, 3) crescendo no conhecimento de Deus.

Não importa quão boa seja a capacitação natural do homem; por esse meio ele não pode conhecer Sua vontade e ter comunhão com Ele. Somente o entendimento espiritual pode penetrar a esfera espiritual. O entendimento espiritual vem do espírito. Podemos perceber agora por que todo o verdadeiro conhecimento emerge do espírito?

O espírito de revelação anda lado a lado com o entendimento espiritual. A sabedoria e revelação que obtemos no espírito precisam ser entendidas espiritualmente. A comunhão com Deus inclui a recepção de Sua revelação no espírito, isto é, na intuição do espírito, e em seguida a percepção do significado desta revelação pelo entendimento espiritual.

O relacionamento do nosso espírito com Deus é o fundamento para agradá-lo e dar fruto e devemos entender que Ele é satisfeito com nada menos que Sua própria vontade. Nada mais pode satisfazer Seu coração. Devemos lembrar, portanto que o caminho para conhecermos a mente de Deus está não tanto na pesquisa e no julgamento, mas no entendimento espiritual.

Nada a não ser o espírito do homem pode conhecer a vontade de Deus!

quinta-feira, 4 de março de 2010

COMUNHÃO - UMA FUNÇÃO DO ESPÍRITO

Comunicamo-nos com o mundo material através do corpo e com o mundo espiritual através do espírito. Esta comunicação com o espiritual não é realizada por intermédio da mente ou emoção, mas através do espírito ou sua faculdade intuitiva.

A fim de cultuar e ter comunhão com Deus, o homem deve possuir uma natureza semelhante a d’Ele. “Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade” (Jo. 4:24). Não pode haver comunicação entre duas naturezas diferentes; por isso, tanto o irregenerado cujo espírito obviamente não foi vivificado e o regenerado que não usa seu espírito para adorar, estão igualmente desqualificados para terem comunhão genuína com Deus.

Pensamentos elevados e sentimentos nobres não introduzem ninguém na realidade espiritual, nem tampouco forjam comunhão pessoal com Deus. Nossa comunhão com Ele é experimentada no lugar mais profundo do nosso ser o qual é mais profundo do que nosso pensamento, sentimento e vontade, a saber, na intuição do nosso espírito.

Um exame minucioso de I Coríntios 2:9 e 3:2 pode fornecer uma visão clara de como o homem comunga com Deus e de como ele pode conhecer as realidades de Deus através da intuição do espírito.

“As coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem penetraram no coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”. O contexto mais amplo deste versículo fala de Deus e das coisas de Deus. O que Ele preparou não pode ser visto ou ouvido pelo corpo exterior do homem, nem concebido por seu coração.

O “coração do homem” inclui, entre outras facetas, o entendimento, mente e intelecto do homem. O pensamento do homem não pode conceber a obra de Deus, pois os pensamentos de Deus são muito mais elevados do que os nossos pensamentos. É evidente, portanto, que aquele que deseja conhecer a Deus e ter comunhão com Ele, não pode depender apenas de seu pensamento.

 “Porque Deus no-las revelou pelo Seu Espírito; pois o Espírito Santo esquadrinha todas as coisas, mesmo as profundezas de Deus” (I Co. 2:10). Este versículo estabelece o fato de que o Espírito Santo esquadrinha tudo e não que nossa mente concebe tudo. Somente o Espírito conhece as profundezas de Deus. Ele conhece aquilo que o homem não conhece.

É dessa forma que Deus pode revelar através do Espírito Santo aquilo que nosso coração nunca concebeu. É uma revelação que não requer ajuda do nosso pensamento.

“Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus” (v. 11, 12).

O espírito do mundo está cortado da comunicação com Deus. É um espírito morto e não pode efetuar comunhão com Ele. O Espírito Santo, por outro lado, compreende as coisas de Deus; portanto, recebendo em nossa intuição aquilo que o Espírito Santo conhece, compreenderemos também as realidades de Deus.

Quando o Espírito Santo revela os assuntos pertencentes a Deus, Ele não o faz em nossa mente ou em qualquer outro órgão, mas no nosso espírito. A mente não é o lugar para se conhecer tais coisas. O cérebro mais inteligente falha no conhecimento da mente de Deus.

Tanto a comunhão de Deus com o homem e a adoração do homem a Deus dependem do seu espírito regenerado. Sem esse componente revitalizado, Deus e o homem estão irremediavelmente separados; nenhum deles pode vir ou ir ao outro. O primeiro passo em direção à comunhão entre Deus e o homem deve ser a vivificação do espírito do homem, que é uma obra do Espírito Santo em nós.  

A seguir o homem deve exercitar continuamente a capacidade de “ouvir” o espírito para que possa captar e entender a mente de Deus por meio do falar espiritual que ocorre por meio da intuição em nosso espírito. O Espírito de Deus comunica-se com o nosso espírito revivido e transmite-nos as ordens e os desejos de nosso Pai celestial.

Logo que temos a revelação do Espírito em nosso espírito estamos aptos a discernir e entender qual seja a nossa participação na obra que Deus quer realizar juntamente conosco. Então, nossa mente esclarecida das intenções do Pai, promove a mobilização de nosso ser através da “vontade” e assim podemos fazer o que Deus ordena.

Esse é o passo a passo do viver em espírito. Deve ser praticado exaustivamente a cada dia e a cada hora em nosso existir. Só então estaremos treinados a andar em espírito e a adorar em espírito e em verdade.

quarta-feira, 3 de março de 2010

CONHECENDO MELHOR O ESPÍRITO

Para se entender melhor o que é a vida espiritual, precisamos analisar claramente o espírito e assimilar todas as suas leis. Só depois de estarmos realmente inteirados das suas diferentes funções é que poderemos conhecer as leis que as governam.

Depois de nos familiarizarmos com estas leis é que poderemos andar segundo o espírito, isto é, segundo as leis do espírito. Isto é indispensável para se experimentar a vida espiritual.

As boas novas de Deus aos homens é que o caído pode ser regenerado e que o carnal pode receber um espírito novo.  Este novo espírito serve como base para a nova vida. O que nós chamamos comumente de viver espiritual é simplesmente o andar neste espírito que obtivemos na regeneração.

É lamentável que os crentes sejam tão ignorantes com respeito às funções do espírito como também de outras questões pertencentes a ele. Embora possam conhecer de nome o relacionamento do espírito para com o homem, são incapazes de identificar seu espírito na experiência. Não sabem onde está seu espírito, ou então interpretam seus próprios sentimentos e pensamentos como sendo funções do espírito. Uma análise das suas funções torna-se, portanto, absolutamente essencial, pois sem elas nenhum crente pode se mover segundo o espírito.

Primeiramente é preciso mencionar que as funções do espírito podem ser classificadas como intuição, comunhão e consciência. Elas não são as únicas e sim as principais funções do espírito. O conhecimento dessas faculdades ou funções é suficiente para o nosso objetivo de seguir o espírito, pois o que desejamos aprender não é a substância, mas sim as funções do espírito.

Começaremos com a intuição. O sentido espiritual é chamado de intuição, pois influencia diretamente sem razão ou causa. Sem passar por qualquer procedimento, ele sai de uma maneira direta. O sentimento comum do homem é causado ou produzido por pessoas, coisas ou acontecimentos. Regozijamos quando há motivo para se regozijar, entristecemos se existe justificativa para o entristecimento e assim por diante.

Cada um desses sentidos tem seu respectivo antecedente, por isso não podemos concluir que eles sejam expressões da intuição ou sentido direto. O sentido espiritual, por outro lado, não requer qualquer causa exterior, mas emerge diretamente de dentro do homem.

Grandes semelhanças existem entre a alma e o espírito. Nós, porém, não devemos andar segundo a alma, isto é, não devemos seguir nossos pensamentos, sentimentos e desejos. O caminho que Deus ordena aos Seus filhos é um andar segundo o espírito; todos os outros caminhos pertencem à velha criação; daí não possuírem qualquer valor espiritual. Mas como andar segundo o espírito? Vivendo por sua intuição, porque ela expressa o pensamento do espírito que por sua vez expressa a mente de Deus.

Frequentemente nos sentimos inclinados a executar certa ação, mas esta intuição interior e não articulada, adverte asperamente contra ela. É totalmente contrária à nossa mente, a qual está localizada em nosso cérebro e é de natureza racional, enquanto que a intuição está alojada em outro lugar e é, na maioria das vezes, oposta ao que é racional.

O Espírito Santo expressa Seu pensamento através dessa intuição. O que comumente chamamos de ser movidos pelo Espírito, nada mais é que o Espírito Santo nos fazendo conhecer Sua vontade, por meio da Sua operação em nosso espírito. Exatamente aqui podemos diferenciar entre o que vem do Espírito de Deus e o que vem de nós ou de Satanás.

Porque o Espírito Santo habita em nosso espírito que é o centro do nosso ser, Seu pensamento, manifestado através da nossa intuição, deve surgir daquela região mais interior. Quão contrário é isso do pensamento que tem sua origem na periferia do nosso ser. Se uma noção vem do nosso homem exterior, isto é, da mente ou emoção, então podemos saber que ela é de nós e não do Espírito Santo.

A mesma distinção se aplica àquilo que vem de Satanás. Ele habita não em nosso espírito, mas no mundo: “Aquele que está em vós (o espírito Santo) é maior do que aquele que está no mundo” (Satanás). (I Jo. 4:4). Satanás só pode nos atacar de fora para dentro. Ele pode atuar através da lascívia e das sensações do corpo, ou através da mente e emoção da alma, porque estes dois pertencem ao homem exterior. Por isso nos convém aprender a identificar nossos sentimentos, se eles têm origem no interior ou se procedem do homem exterior.

A fim de fazer a vontade de Deus, o cristão só precisa dar atenção à direção da sua intuição. Não existe necessidade de perguntar aos outros ou a si mesmo. Todos os que almejam andar segundo o espírito devem reconhecer isso. O Senhor dá o Espírito Santo aos seus filhos, a fim de que Ele possa habitar neles e guiá-los a toda a verdade. Como Ele guia? Através da intuição. Assim como a mente nos instrui nos assuntos mundanos, assim a intuição nos ensinará nas questões espirituais! 

terça-feira, 2 de março de 2010

A ORAÇÃO QUE PRODUZ RESULTADOS

Toda oração deve ser espiritual. Orações não espirituais não são genuínas e não podem produzir nenhum resultado positivo. Se cada oração oferecida pelos crentes na terra fosse espiritual haveria abundante sucesso. Mas o triste fato é que as orações carnais são por demais numerosas.

A oração cheia de vontade própria acaba impedindo a frutificação espiritual. Hoje em dia os cristãos parecem tratar a oração como um meio para alcançar seus alvos e propósitos. Se olharmos com atenção o conteúdo de muitas orações veremos que elas nada mais são do que o homem declarando a Deus aquilo que Ele deve fazer.

A carne, não importa onde ela se manifeste, deve ser crucificada; não há permissão para ela nem mesmo na oração. A mistura da vontade do homem com a vontade de Deus não é possível, pois Ele rejeita o melhor das intenções humanas e as mais úteis das perspectivas do homem. Não é a vontade de Deus seguir aquilo que o homem iniciou.

Além de seguir a direção de Deus, não temos direito algum de dirigí-Lo. Não temos capacidade para oferecer, mas temos para obedecer à direção de Deus. Deus não fará obra alguma cuja origem esteja no homem, não importa o quanto o homem possa orar. Ele condena tal oração como sendo carnal.

Quando os crentes entram na verdadeira esfera do espírito, imediatamente eles vêem quão vazios são em si mesmos, pois absolutamente nada neles pode comunicar vida aos outros ou trazer ruína ao inimigo. A menos que a carne tenha sido reduzida a “nada” pela cruz, qual a utilidade da sua oração e o que pode ela significar?  

A oração espiritual não procede da carne, nem do pensamento, desejo ou decisão do crente, pelo contrário, ela resulta puramente daquilo que é oferecido segundo a vontade de Deus. Ela é feita depois que alguém discerne a vontade de Deus em sua intuição. A Bíblia insiste numa ordem: “orar o tempo todo no espírito” (Ef. 6:18). Se não estivermos orando desse modo, devemos estar orando na carne.

Não devemos abrir nossas bocas apressadamente ao nos aproximarmos de Deus. Pelo contrário, devemos primeiro pedir a Deus para nos mostrar pelo que orar e como orar, antes de fazermos conhecidos nossos pedidos a Ele. Não temos consumido muito tempo no passado pedindo aquilo que queríamos? Por que não pedir aquilo que Deus quer? Não o que queremos, mas o que Ele quer. É necessário um homem espiritual para oferecer verdadeira oração.

Todas as orações espirituais têm sua fonte em Deus. Ele nos torna conhecedores daquilo que devemos pedir em oração, revelando a nós a necessidade e fazendo com que aquela necessidade seja um encargo em nosso espírito intuitivo. Somente um encargo intuitivo constitui-se numa chamada para orarmos.

Orações que não são iniciadas no espírito têm sua origem no próprio crente. São, portanto, da carne. A fim de que sua oração não seja carnal e sim eficaz no território espiritual, o filho de Deus deve confessar sua fraqueza com respeito a não saber orar: “Da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas. Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm. 8:26). Devemos pedir ao Espírito Santo que nos ensine.

Reconhecendo nossa total fraqueza, somos capacitados a depender do mover do Espírito Santo em nosso espírito, para expressarmos Sua oração. É tempo de você reconhecer quão vazia é a obra feita pela carne; quão infrutífera é igualmente a oração que é oferecida pela carne.

A verdadeira oração deve ter origem no trono de Deus. Inicialmente ela é sentida no espírito da pessoa, depois é entendida por sua mente e finalmente proferida através do poder do Espírito. O espírito do homem e a oração são inseparáveis! 

segunda-feira, 1 de março de 2010

O SENTIMENTO DELICADO DA INTUIÇÃO

“Para que possamos viver pelo espírito precisamos nos mover de acordo com o sentimento delicado da intuição e depender da sua capacitação para realizarmos as tarefas reveladas”.

Quando nos referimos à “intuição” estamos utilizando uma palavra da língua portuguesa que significa: “Conhecimento imediato e claro, sem recorrer ao raciocínio”; conhecimento claro, direto, imediato e espontâneo da verdade.

O homem espiritual continua tendo sua alma e corpo; de outro modo ele seria reduzido de homem a espírito. Não, o significado de ser um homem espiritual é que ele está sob o controle do seu espírito, o qual se tornou o órgão mais elevado de todo o seu ser. Não nos enganemos neste ponto. Um homem espiritual retém sua alma e corpo; o ser espiritual não aniquila estes órgãos nem suas respectivas funções, porque estes fazem do homem o que ele é.

De modo que, embora o homem espiritual não viva por eles, certamente ele também não os aniquila. Ao invés disso, eles foram renovados por meio da morte e ressurreição e estão perfeitamente unidos ao espírito e se tornaram instrumentos da sua expressão. Por isso a emoção, mente e vontade permanecem num homem espiritual, mas estão sujeitas inteiramente à direção da intuição.

A emoção de um homem espiritual está completamente sob o controle do seu espírito, não reivindicando mais um curso independente como antes fazia. Ela não bloqueia o espírito nem resiste seu mover, porque não insiste em sua própria atenção e sentimento. A emoção agora se regozija apenas naquilo que o espírito tem prazer, ama somente aquilo que o espírito guia, e sente apenas o que o espírito permite. Ela tornou-se sua vida: quando o espírito se move a emoção responde.

A mente do homem espiritual, da mesma forma, coopera com o espírito, não divagando mais como fazia antes. Ela não se opõe à revelação do espírito levantando seu raciocínio e argumento, nem tampouco perturba a paz do espírito com muitos pensamentos confusos e não se rebela contra o espírito se vangloriando na sua própria sabedoria.

Pelo contrário, a mente coopera plenamente com a intuição no progresso da jornada espiritual. Se o espírito expõe qualquer revelação, a mente discerne seu significado. Ela dá assistência ao espírito nos conflitos, caso ele tenha que lutar. Se o Espírito Santo deseja ensinar alguma verdade, a mente ajuda o espírito a entender. Todavia o espírito tem autoridade para interromper um pensamento da mente e também para iniciá-lo.

O homem espiritual também retém sua vontade, mas ela não é mais independente de Deus; sua decisão agora é segundo os ditames do espírito, pois abandonou o ego como seu centro. A vontade não insiste em seu desejo como antes. Consequentemente ela está preparada para obedecer a Deus. Não é mais inflexível e obstinada, mas está totalmente submissa; daí não querer mais resistir a Deus ou lutar contra Ele.

Ela foi domada no tocante à sua natureza selvagem. Hoje quando o espírito recebe revelação e apreende o desejo de Deus, a vontade decide segui-lo. Ela permanece na porta do espírito como um mensageiro, aguardando sua ordem.

O corpo de um homem espiritual também está sujeito ao espírito. Ele foi purificado pelo sangue precioso e suas lascívias e paixões foram tratadas pela cruz. Agora ele pode servir como um servo obediente à ordem do espírito, quando tal ordem é comunicada ao corpo pelo espírito através da alma. O corpo deixou de atrair a alma para as paixões, pecados e lascívias como fazia anteriormente. Agora o corpo responde prontamente a todos os direcionamentos do espírito. O espírito de um homem espiritual se tornou forte e o corpo está sob seu domínio.

Conclusão: um homem espiritual é aquele que pertence ao espírito; o homem em seu todo é governado pelo homem interior; todos os órgãos do seu ser estão completamente sujeitos a ele.

Seu espírito é que caracteriza sua vida como singular; tudo procede do seu espírito, e ele mesmo presta obediência absoluta a ele. Nenhuma palavra é pronunciada, nem ato algum é realizado segundo ele mesmo; pelo contrário, ele recusa sempre seu poder natural a fim de extrair poder do espírito. Numa palavra, um homem espiritual é aquele que vive pelo espírito.