segunda-feira, 31 de maio de 2010

A IGREJA E A VOLTA DO SENHOR JESUS

Cremos que o Senhor vai voltar ao nosso planeta terra. Mas não pense que podemos nos sentar e esperar de forma passiva que Jesus virá automaticamente. Não, há um trabalho que a Igreja deve fazer. Nós como corpo de Cristo devemos aprender a trabalhar junto com Deus.

Nunca pense que é suficiente apenas ser salvo. Não é. Devemos estar interessados na necessidade de Deus. Há duas conseqüências da queda do homem: uma é o problema da responsabilidade moral do homem, e a outra é a autoridade usurpadora de Satanás sobre a terra. Por um lado o homem sofreu perda, mas por outro lado, Deus também sofreu perda.

A redenção resolve o problema da responsabilidade moral e da perda do homem, mas a perda que Deus sofreu não foi resolvida. A perda de Deus não pode ser restaurada pela redenção, mas somente pelo Reino. A responsabilidade moral do homem foi tratada pela cruz, mas o problema da autoridade de Satanás deve ser tratado pelo Reino.

O propósito direto da redenção é para o homem, enquanto o propósito direto do Reino é tratar com Satanás. A redenção recuperou o que o homem tinha perdido; o Reino destruirá o que Satanás usurpou. A situação atual, em relação à autoridade de Satanás, exige o Reino para tratá-la. Se não houver o Reino, então a obra de Satanás não poderá ser destruída.

Hoje estamos no meio do caminho entre a redenção e o Reino. Quando olhamos para o passado, vemos a redenção; quando olhamos para o futuro, vemos o Reino. Nossa responsabilidade é dupla: por um lado, devemos tirar as pessoas do mundo para serem salvas, e por outro lado, devemos permanecer firmes pelo Reino. Que Deus nos ajude a ter esta visão para que possamos ver a responsabilidade confiada pelo Senhor à Igreja.

Por que razão fomos salvos? Foi apenas para que não fôssemos para o inferno? Não, isso não é o centro. A salvação do homem foi algo maravilhoso que Deus realizou por meio de Seu Filho na cruz, mas cremos que não foi somente para nos livrar do inferno, mas sim para que pudéssemos cooperar com Ele na derrota do poder das trevas e na recuperação da autoridade sobre essa terra.

Vamos rever o que é o Reino de Deus. O Reino de Deus é a região onde Deus exerce Sua autoridade. Devemos ter tal reino entre nós. Enquanto permitirmos que Deus exerça Sua autoridade nos céus, devemos também permitir-Lhe que exerça Sua autoridade sobre nós. Deus deve ter Sua autoridade, Seu poder e Sua glória aqui entre nós. Então não seremos apenas uma igreja gloriosa, santa e sem defeito, mas seremos também aqueles que cooperaram com Deus para introduzir Seu Reino e levaram Satanás a sofrer perda nesta terra.

No dia em que Deus considerar que a Igreja cumpriu suficientemente essa tarefa, o Reino virá e o novo céu e a nova terra o seguirão.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

REGENERAÇÃO É SIMPLESMENTE CRER

Na Bíblia há algumas doutrinas básicas, e entre elas está a importante doutrina da regeneração. Vamos analisar hoje o que Jesus disse a respeito do assunto. No Evangelho de João capítulo três há um registro que diz: “Havia, entre os fariseus, um homem, chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus”.

Esse Nicodemos era uma pessoa culta e respeitada em sua comunidade. Ele fazia parte de um grupo de líderes judaicos chamados de fariseus. Ele foi ter com Jesus para discutir problemas. Nessa ocasião, Jesus introduziu o assunto da regeneração: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”.

Imediatamente depois de ter ouvido isso, Nicodemos ficou confuso. Ele pensou: Como poderia um homem velho nascer de novo? Aquilo significava que ele teria de voltar ao ventre de sua mãe e sair de novo? Jesus lhe explicou que esse não é um nascimento da carne, mas do espírito. Se alguém não nascer do espírito, mesmo que pudesse entrar de novo no ventre de sua mãe, a carne ainda iria gerar carne. Somente o espírito gera espírito.

Não é de admirar que Nicodemos tenha perguntado: Como é que isso pode acontecer? Jesus explicou-lhe que esse não é um assunto terreno. Trata-se de algo celestial. É por isso que as pessoas não conseguem crer. Jesus, como um mestre experimentado, continuou a explicação: “Ora, ninguém jamais subiu ao céu, a não ser aquele que veio do céu, a saber, o Filho do homem. Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo aquele que nele crer tenha a vida eterna”. “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio dele.

“Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus.” Você entendeu isso? Isso é regeneração! Tudo o que Jesus estava dizendo é que a regeneração não é uma doutrina. Trata-se simplesmente de crer n’Ele. Nascer de novo é simplesmente crer n’Ele. Se alguém não crer n’Ele, não pode ser regenerado. Tudo está centrado na pessoa bendita de Jesus Cristo.

Qual é o nosso conceito de regeneração? Pensamos que se alguém ontem foi um ladrão e hoje devolve o produto de seu roubo ao proprietário, isso é regeneração. Ou, que se alguém ontem vivia uma vida de imoralidade, mas hoje abandonou essas práticas, isso é regeneração. Pensamos que desde que deixemos de fazer qualquer coisa má que vínhamos fazendo, e esforçando-nos por fazer o bem daqui por diante, então nascemos de novo. Mas esse é um conceito do homem. Não é essa a regeneração que Cristo dá.

A condição de Jesus é que você creia n’Ele. Quem crê n’Ele tem a vida eterna! Deus deu Seu Filho unigênito, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Quem n’Ele crê não é julgado, mas o que não crê já está julgado. Não se trata de uma doutrina. É uma questão da pessoa. É um relacionamento entre Cristo e o homem.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A IMPORTÂNCIA DA IGREJA PARA OS FILHOS DE DEUS

Algumas pessoas pensam que basta sermos cristãos e está bom; não é necessário ser parte da igreja. Colocando de outra maneira, elas querem Cristo, mas não querem a igreja. É bom ter orações individuais e estudos bíblicos, mas para elas é muito incômodo estarem relacionadas com outras pessoas.

Por essa razão, muitos cristãos se recusam a unir-se a qualquer igreja. Trata-se de uma atitude doentia e de um conceito errôneo entre os cristãos. A partir do momento em que alguém crê em Cristo, ele deve rejeitar o mundo e se congregar como parte da igreja.

De acordo com a Palavra de Deus, há um aspecto corporativo na vida cristã. Primeiramente, quando nascemos de novo nós nascemos na família de Deus. Somos filhos nesta família. A família de Deus é muito grande e temos de ser filhos juntamente com muitos outros irmãos. Em segundo lugar, todos os redimidos pelo sangue de Cristo se tornam uma “casa corporativa” para habitação de Deus. É onde Deus faz a Sua casa nesta terra.

Em terceiro lugar, juntos, nós constituímos o Corpo de Cristo. Individualmente somos membros deste Corpo único e estamos relacionados uns com os outros. Portanto, não importando de que ângulo você olhe, nós, os cristãos, individualmente somos parte de um todo e por isso devemos estar relacionados com os demais. É inadequado ser um cristão isolado, individualista, que não quer ter comunhão com os demais irmãos. Um cristão que toma tal posição jamais será capaz de tocar as riquezas de Deus ou de manifestar a glória da luz da vida.

Agora que fomos regenerados e nos tornamos cristãos, temos de perceber que nascemos na maior família da terra. Nessa grande família, temos centenas de milhares de irmãos e irmãs. A vida que passamos a viver em Cristo exige que tenhamos comunhão com eles. Se não há nenhum desejo em seu interior de visitar outros irmãos e irmãs ou de se reunir com seu pequeno grupo periodicamente, duvido que sua regeneração seja genuína.

O desejo de considerar os filhos de Deus como nossos próprios irmãos e irmãs é algo que vem da vida de Deus. É algo doce e cheio de amor. A natureza da vida de Deus nos proíbe de sermos cristãos individualmente. Para sermos beneficiados com as riquezas celestiais temos de ter comunhão com todos os filhos de Deus e de viver nesta família de amor, que é a igreja de Deus.

Nunca podemos estar desligados do corpo. Se alguém se desligar, se tornará inútil e acabará por perecer espiritualmente. Os membros que estão desligados não somente são inúteis, como também são desagradáveis à vista. Se você achasse um braço na rua, como se sentiria? É impossível ficarmos desligados do corpo. Os membros não podem ser independentes. Eles devem estar ligados juntos.

Deus não nos deu uma vida completa. Nossa vida é uma vida que depende de outras vidas. A vida que recebemos de Cristo é uma vida mútua; não é independente. Eu dependo de você e você depende de mim. Não podemos viver um sem o outro. Por essa razão necessitamos da igreja. 

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O SIGNIFICADO DA FÉ

Um cristão é uma pessoa que recebeu Cristo e Sua grande salvação. Como se recebe Cristo e Sua obra consumada? A pergunta pode parecer difícil, mas a resposta é muito simples. Há somente uma maneira para receber Cristo – por meio da fé. Na verdade, receber é simplesmente crer.

Os estudiosos verificaram que a palavra “fé” aparece cento e cinqüenta vezes no Novo Testamento. A razão de essa palavra ser mencionada e enfatizada repetidamente é porque a fé é o caminho único e crucial para receber Cristo. A Bíblia tem de repetir e enfatizar esse ponto porque ele envolve o fato de recebermos Cristo e Sua salvação. Quando alguém crê, ele recebe. Caso contrário, nada acontece.

Vejamos o significado de Fé e tentemos encontrar uma definição dessa palavra. Vejamos Hebreus 11:1 - “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a convicção das coisas que não vemos”.

O mundo que nos envolve é composto de milhões de objetos de várias formas e cores. Também há um grande número de imagens e objetos no interior de nossa mente, os quais formam um mundo próprio deles. Entre esse mundo interior e o mundo exterior, há um constante vai e vem de comunicação.

Por meio dos cinco sentidos, os impulsos do mundo exterior são transmitidos para o nosso interior a fim de produzir determinadas percepções e, pelas mesmas cinco faculdades, comunicamos ao mundo exterior o que se passa em nosso interior. Se um homem for privado dos seus cinco sentidos, será extremamente difícil que qualquer coisa do mundo exterior penetre nele.

A função dos nossos cinco sentidos é transferir todas as coisas objetivas para dentro de nós, para que se tornem nossa experiência subjetiva. Se não tivermos esses cinco sentidos, todas as coisas exteriores permanecerão fora de nós. Haverá uma barreira para sempre entre os dois lados. O trabalho dos cinco sentidos é um trabalho de substantificação, ou seja: dar uma forma concreta em nossa mente a um objeto ou coisa do mundo exterior; formar uma imagem mental do objeto. Diariamente estamos substantificando milhões de objetos através dos órgãos substantificadores. Dessa maneira, somos colocados em contato com o mundo exterior.

Vejamos então a função da fé. Assim como os olhos são para ver, os ouvidos para ouvir e o nariz para cheirar, a fé é o órgão pelo qual substanciamos em nós todas as coisas espirituais. Sem a fé, as coisas espirituais são inexistentes para nós. É por isso que a Bíblia diz que a fé faz com que as coisas que se esperam tornem-se reais em nosso interior subjetivo mesmo quando não podemos vê-las no mundo exterior.

As questões espirituais são reais ou não? Você não pode afirmar ou saber ao certo através dos seus cinco sentidos. Se você unicamente exercitar os seus sentidos, terá de concluir que Deus não existe, que não há nenhum Cristo e nem a redenção e o perdão dos pecados. Você pode achar que isso é uma brincadeira. Mas há pessoas que criticam dizendo: “Essa conversa sobre assuntos espirituais, sobre ressurreição e receber nova vida é apenas um monte de palavras vazias”.

O fato é que os assuntos espirituais existem, mas essas pessoas carecem de algo. Falta-lhes aquele sentido que substantifica todos os assuntos espirituais. Sem esse sentido, tudo o que é espiritual é trevas para elas. Tal sentido é a fé. A fé torna tudo espiritualmente claro e real. A fé é a substantificação das coisas que se esperam, a convicção de fatos que não podemos ver. Embora sejam invisíveis, são manifestados a nós de maneira palpável.

Como pode uma coisa espiritual aparentemente abstrata ser substantificada em nós? Unicamente pela fé. Você tem essa fé? Se você tem, tudo isso se tornará real.     

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A VIDA PELA FÉ

Hoje veremos como Cristo pode ser nossa vida de maneira prática e verdadeira. Para que possamos conhecer ao Senhor e ter contato com Ele, Deus, em determinado tempo, encarnou-se a fim de se tornar um homem. Por meio deste homem, percebemos como Deus é. Esse homem é ninguém mais que Jesus de Nazaré. Ele é Deus revestido de humanidade.

Fisicamente falando, o corpo de Jesus não era diferente do nosso. Mas a vida em Seu interior era de outra categoria totalmente diferente. Sua vida é puramente a vida de Deus; ela tem as características de Deus. Agora, o que Deus dá aos que estão em Cristo nada mais é que essa mesma vida corporificada em Jesus de Nazaré.

Entretanto, quando Jesus andava nesta terra, essa vida que Ele possuía ainda não podia ser transmitida a nós. Uma das razões para isso é que Sua vida estava limitada pelo tempo e pelo espaço; estava confinada a Ele mesmo. Ela não podia entrar nos crentes para ser a nova fonte da sua existência. Por essa causa, Cristo tinha de morrer na carne. Quando Ele morreu, o jugo da carne foi quebrado e Sua vida foi liberada.

Em João 12:24 o Senhor disse: “Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto”. O Senhor comparou-se a um grão de trigo, em cuja semente há vida corporificada. Quando o grão de trigo cai na terra e morre, a vida em seu interior é liberada e muito fruto é produzido.

O objetivo da morte de Jesus não é somente dar a nós o perdão dos pecados, pois ao recebermos esse perdão somos simplesmente restaurados de volta ao estado antes da queda de Adão. Ele, então, ainda era um homem, e sua vida era meramente uma vida humana em um nível adequado. O que Deus deseja é muito mais do que isso. Deus quer dar-nos Seu Filho unigênito para que possamos receber vida eterna. Esse é o ponto máximo da salvação de Deus.

Deus está nos dando o que Adão nunca recebeu. Mesmo que ele não tivesse pecado, ele ainda seria meramente um ser humano; não teria nenhum relacionamento com a vida de Deus. Mas nós herdamos, em Cristo, algo muito mais excelente. Além da vida humana, temos uma nova vida adicional, uma vida da parte de Deus, que é o próprio Filho de Deus. Isso é a vida eterna.

Qual o significado da vida eterna? Simplesmente significa uma vida de eternidade. A vida do homem é transitória; ela não sobreviverá na eternidade. Somente a vida do Filho de Deus é que pode subsistir ali. Se pusermos nossas próprias vidas na eternidade, iremos murchar imediatamente. Não subsistiremos! A vida humana somente pode conduzir o homem por uma existência temporária nessa terra, mas não pode fazê-lo por toda a eternidade. Somente uma vida eterna pode sobreviver na eternidade.

A primeira Epístola de João 5:11-12 diz: “E o testemunho é este, que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no Seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida”. Aqui nos é dito que essa vida eterna está no Filho. Ela não é encontrada em nenhum outro lugar. Quem não tem essa vida do Filho de Deus é meramente humano; pode existir apenas na terra, mas não pode sobreviver na eternidade, pois não tem aquela vida que o qualifica para a eternidade.

João 5:13 continua: “Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que crêem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna”. Ele se tornou a nossa vida. Somos um novo homem; temos um novo começo e podemos viver uma nova maneira de vida. Tudo isso são obras de Deus realizadas em Cristo.

O homem nada pode fazer a esse respeito a não ser; crer e aceitar. Somente a religião comum é que pede que o homem melhore, trabalhe e mortifique-se. Mas Cristo está aqui para ser nossa vida. Aceitar a obra interior do Filho de Deus é sem dúvida muito melhor que os nossos próprios esforços.

Como obter essa vida? É muito simples. Deus deu e nós a recebemos; isso é tudo. Simplesmente receba e aceite, sem dúvida ou temor, aquilo que Deus deu. Quanto mais simples for, melhor.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O TRABALHO E A RESPONSABILIDADE DA IGREJA DIANTE DE DEUS

O livro de Efésios nos revela a Igreja que Deus propôs na eternidade. O capítulo cinco (5) diz que a Igreja será gloriosa, sem mácula ou ruga ou qualquer outra coisa; santa e sem defeito. Isso está determinado no plano eterno de Deus.

Já o capítulo seis (6) fala do trabalho prático da Igreja, a luta espiritual. Quando lemos Efésios 6:10-12, percebemos que o trabalho e a responsabilidade da Igreja é a luta espiritual. Os inimigos nesta luta não são carne e sangue, mas seres espirituais que habitam no ar. Vamos ver os versículos 13 e 14: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes”. Aqui nos é dito que devemos permanecer, não que devemos atacar. A luta espiritual é defensiva, não ofensiva, pois o Senhor Jesus já lutou a batalha, e obteve vitória.

O trabalho da Igreja na terra é simplesmente manter a vitória do Senhor. O trabalho da Igreja não é vencer o diabo, mas resistir ao que já foi vencido pelo Senhor. Seu trabalho não é amarrar o “homem forte”- o homem forte já foi amarrado. Seu trabalho é não deixá-lo soltar-se. Não é necessário atacar; simplesmente vigiar é suficiente.

O ponto inicial da luta espiritual é posicionar-se sobre a vitória que Cristo já venceu. Não é tratar com Satanás, mas confiar no Senhor. Não é esperar que alcancemos a vitória, pois a vitória já foi alcançada. O diabo nada pode fazer. O trabalho e a responsabilidade da Igreja é a luta espiritual. É uma questão do conflito entre a autoridade de Deus e o poder de Satanás. Vejamos agora a relação entre a Igreja e o Reino de Deus.

Algumas pessoas pensam que o Reino de Deus simplesmente refere-se à questão de recompensas. Essa é uma avaliação muito baixa do Reino de Deus. O Senhor Jesus uma vez nos explicou o que é o Reino de Deus. Ele disse: “Se, porém, eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o Reino de Deus sobre vós” (Mt. 12:28). Que é o Reino de Deus? É a derrota do poder de Satanás pelo poder de Deus. Quando o diabo é incapaz de permanecer em certo lugar, este é o lugar onde o Reino de Deus chegou. De onde quer que o diabo seja expulso, lá está o Reino de Deus.

Apocalipse 12:9 e 10 diz: “E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e, com ele, os seus anjos. Então ouvi uma grande voz do céu, proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia, e de noite, diante do nosso Deus.” Devemos prestar atenção a esta palavra “pois” no versículo 10. O Reino de Deus pode vir, “pois” Satanás foi expulso. Satanás perdeu sua posição e não podia mais permanecer lá. Ao mesmo tempo, houve uma grande voz no céu dizendo: “Agora veio a salvação, o poder e o Reino do nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo”. Sempre que Satanás abandona um lugar, é porque o Reino de Deus está lá. Onde quer que o Reino de Deus esteja, ali Satanás não pode estar. Isso nos mostra que nas Escrituras, o significado primeiro e essencial do Reino de Deus diz respeito ao tratamento com Satanás. A própria presença do Senhor Jesus representa o Reino de Deus, e Ele é o Reino de Deus. Onde Ele está, o Reino de Deus está.

O que isso tem a ver com a Igreja? Apocalipse 1:5-6, diz: “Aquele que nos ama, e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém”. Observem a palavra “reino” no versículo 6. Ela nos mostra que não somente onde o Senhor Jesus está, aí está o Reino de Deus, mas onde a Igreja está, aí também está o Reino de Deus.

Não apenas o próprio Senhor Jesus representa o Reino, mas a Igreja também representa o Reino de Deus. O ponto importante aqui não é uma questão de recompensa futura ou posição no Reino, se ela é grande ou pequena, elevada ou baixa. A questão vital é que Deus quer que a Igreja represente o Reino.

Cremos que o Senhor vai voltar. Mas não pense que devemos sentar e esperar passivamente por Sua volta. Não! Há um trabalho que a Igreja deve fazer. Nós, o corpo de Cristo, devemos aprender a trabalhar junto com Deus. Nunca pense que é suficiente apenas ser salvo. Não é. Devemos estar interessados na necessidade de Deus. Sim, a Igreja deve pregar o evangelho, mas muito mais, a Igreja deve orar para introduzir o Reino de Deus. Pela oração, a Igreja deve liberar o poder do Reino sobre a terra. Assim, quando o Senhor voltar, o reino do mundo se tornará o Reino de nosso Senhor e do Seu Cristo (Ap. 11:15). 

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A ATITUDE DA IGREJA FRENTE AOS PROBLEMAS SOCIAIS E POLÍTICOS

O cristão que acompanha o desenrolar dos problemas que afetam a humanidade atualmente, sente-se aflito e pensa em qual deva ser a sua atitude para com o seu país, para com a sociedade e com relação aos problemas internacionais. Eu deveria ter uma atitude passiva e fechar os ouvidos para tudo ou deveria participar ativamente na solução de todos os problemas?

Temos de admitir que essa não é uma questão fácil de responder. Isso é algo muito complexo. Entretanto, essa questão tem um relacionamento íntimo com a nossa fé. Vamos então analisar o problema do ponto de vista da fé.

Primeiramente, a Bíblia nos mostra de maneira bem clara que Cristo tem de vir duas vezes. A primeira já ocorreu no passado e a segunda ainda não ocorreu. Em Sua primeira vinda, Ele realizou determinadas coisas. Na segunda vinda, Ele realizará mais algumas. Esperamos que Ele venha em breve e que não tenhamos de esperar muito. Mas Ele tem Seu tempo. Cristo não é insensível para com os problemas sociais e políticos. Mas Ele tem Seu tempo.

Podemos ver, a partir da Bíblia, que em Sua primeira vinda, Ele tratou principalmente com o pecado, libertou os pecadores e dispensou a eles uma nova vida. Em Sua segunda vinda, Ele cuidará dos problemas sociais e renovará o sistema político. Nossa salvação pessoal é claramente definida em Sua primeira vinda. Nosso país, sociedade e os sistemas existentes serão eficazmente cuidados em Sua segunda vinda.

Como cristãos, temos determinadas posições e atitudes referentes a essas questões. Entretanto, não estamos tentando resolver todos os problemas. Somente quando Cristo vier pela segunda vez é que estas questões serão totalmente resolvidas.

Admito que há problemas por toda parte. Por um lado, o homem está ocupado promulgando leis para prevenir catástrofes. Por outro lado, quanto mais leis o homem institui, mais se alastra a ilegalidade. Qual deve ser nossa atitude, como cristãos, diante de todos esses problemas? Em meio a todos esses debates e argumentos, onde nós cristãos devemos posicionar-nos?

Primeiramente, devemos ver que Deus já preparou a solução. Ele também já estabeleceu o momento para sua realização; Deus está mais que claro a respeito deles. Por essa razão você não precisa temer ou atormentar-se nem fazer suas propostas precipitadamente.

Quando Cristo veio pela primeira vez, Ele salvou individualmente. Ele não tratou com o mundo ou com seus sistemas. Ele não tocou em nenhum problema social. Sua primeira vinda foi para resolver as questões espirituais, não as materiais. Mas isso não significa que Ele as ignora. Cristo cuidará de todos esses problemas; Ele tratará de cada um de maneira sábia e eficaz.

Nossa obra e responsabilidade hoje, como igreja, é somente concentrar-nos naquilo em que Deus se concentra. Somente fazermos o que Cristo está fazendo. Esse é o nosso princípio básico. Hoje, Cristo está dispensando a vida de Deus para o homem. Nós também temos de fazer o mesmo. Essa é Sua obra e também a nossa obra. Quer sejamos reis ou escravos, nossa comissão é a mesma: dispensar a vida de Deus para os outros.  

quarta-feira, 12 de maio de 2010

DEUS NOS TORNA CAPAZES

É importante que o homem reconheça que é incapaz de realizar algo para Deus usando sua própria natureza, mas também é importante que ele perceba que Deus é capaz! Não pense que quando você não consegue está tudo acabado. A incapacidade do homem é o início da capacidade de Deus. É o momento para Deus mostrar Seu poder. É nessa hora que Ele estará trabalhando por nós para capacitar-nos.

Esse é o significado de Cristo ser nossa vida: que anteriormente o homem vivia por sua própria vida, mas pelo poder da vida de ressurreição de Cristo, a vida natural é despojada. O “eu” que antes vivia, foi-se, e a vida de Cristo entra para substituí-lo. Já não sou eu quem vive.

Quando o homem alcança esse nível de comunhão espiritual com o Senhor, a vida de Cristo começa a operar interiormente capacitando-o a guardar Suas leis e ordenanças.

Na velha aliança o homem tinha de esforçar-se para obedecer aos mandamentos de Deus. Agora, o Espírito de Deus está em nós. Ele nos faz obedecer. Isso é o evangelho: a suficiência de Cristo tornou-se nossa capacidade. Porque é Cristo vivendo por nós, todos os problemas são resolvidos.

Agora eu te pergunto: você já perdeu a esperança em si mesmo? Você ainda está tentando aperfeiçoar-se e reformar-se para alcançar o padrão de Deus? Eu abandonei qualquer esperança em mim! Estou crucificado na cruz. Toda a minha bondade e iniqüidade foram igualmente exterminadas. Tudo agora é Cristo. Esse é o único caminho.

Paulo disse: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”. Você crê que Deus o crucificou? Crê que seu velho homem foi anulado e que Cristo está em você? Se assim for, você será capaz de dizer que daqui por diante que Cristo está vivendo em você.

Creia e viva a vida de Deus pela fé na capacidade de Deus em Cristo Jesus e você estará apto para desempenhar as funções que Deus lhe exigir.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

COMO SER PARTE DA IGREJA CORPO DE CRISTO?

Devemos ter nosso entendimento bem esclarecido de que o que Deus quer não são indivíduos. Deus criou o homem e a mulher. O homem é singular; a mulher também é singular. Do mesmo modo, Cristo é singular e a Igreja também é singular. Na visão de Deus, há somente um Cristo e também uma só Igreja. O corpo de Cristo, assim como Eva, é um – não muitos!

Portanto, mesmo que tenhamos a vida de Deus, ainda precisamos de Deus trabalhando em nós para quebrar nosso individualismo. Deus deve destruir o pensamento de que eu me basto. Precisamos ser um com todo o restante dos filhos de Deus. Há apenas uma Eva; da mesma forma, há apenas um Corpo de Cristo. Todos os filhos de Deus, todos os que partilham a vida de Cristo, não são muitos homens e mulheres individuais; todos eles são um só homem.

Há muitos que pensam que podem ser cristãos por si mesmos! Mas Deus não permitirá. Hoje, principalmente, há uma distorção grave que está contaminando o povo de Deus. É a igreja pela TV. Muitos ficam em suas casas assistindo programas religiosos pela televisão; recebem orações, tomam ceia e ofertam de forma virtual, sentados confortavelmente em suas salas de estar. Isso não é a Igreja, isso é individualismo.

Muitos cristãos conhecem a vida que temos em Cristo, mas, sentimos dizer, não conhecem a vida no Corpo de Cristo. O apóstolo Paulo disse que embora sejamos muitos, somos um só pão e um só Corpo. Se você viver de acordo com Cristo, será um com todos os cristãos. Mas se você viver de acordo consigo mesmo, você se separa de todos os filhos de Deus.

Se nós queremos nos tornar uma Igreja verdadeira, dois passos são necessários: a expansão ou o aumento de Cristo e o desaparecimento do nosso ego. A expansão de Cristo começou quando fomos regenerados, e desde que fomos salvos o Senhor tem trabalhado em nós, dia após dia, para consumir nosso ego. Ele continuará a trabalhar até o dia em que pudermos dizer sinceramente: “Não há uma única coisa que eu possa fazer por mim mesmo. Tudo o que faço é feito de acordo com o princípio da cooperação com outros membros e com a ajuda de outros membros. Tudo o que faço é conforme o princípio da comunhão, que é o princípio do Corpo”.

A Igreja é o Corpo de Cristo. Somente aquilo que é de Cristo é a Igreja; tudo o que provém do homem não é. Devemos perceber que o que Deus leva em conta é a fonte das coisas, não se somos bons ou maus. Os homens sempre questionam: “Isto é bom ou ruim?” Mas Deus pergunta: “De onde isso vem?” O que veio de Adão foi chamado Eva; da mesma forma, o que vem de Cristo é chamado Igreja. Qualquer coisa que não venha de Cristo não é a Igreja. Os homens perguntam: “Você tem amor?” Mas Deus pergunta: “De onde vem esse amor?” Os homens sempre questionam: “Você é zeloso?” Mas Deus questiona: “Qual é a fonte do seu zelo?” O que precisamos resolver é o problema da origem, não se é bom ou mau.

No Evangelho de João, uma vez o Senhor Jesus disse: “O Filho nada pode fazer de si mesmo” (Jo. 5:19). De acordo com o texto grego, a palavra “de" também pode ser traduzida por “proveniente de”. Isso significa que o Filho nada pode fazer proveniente de si mesmo. Se é assim com o Senhor, quanto mais seria conosco! Precisamos ver diante de Deus que nada podemos fazer de nós mesmos. Tudo deve ser por Ele e proveniente d’Ele.

A primeira mulher representa a mulher que é segundo o coração de Deus. Não foi apenas um homem que expressou o coração de Deus, havia também uma mulher. Assim também sabemos que não é apenas Cristo que satisfaz o coração de Deus, a Igreja também o satisfaz. Cristo alegra o coração de Deus porque Ele permite que Deus seja Seu cabeça. É o mesmo com a igreja; ela também deve permitir que Deus seja Sua cabeça.

Quando a Igreja atingir tal posição, a vontade de Deus será feita. Deus pretende ter tal tipo de povo na terra, e quando Ele o tiver, o desejo do Seu coração será satisfeito.  Lembremo-nos de que qualquer coisa que venha do próprio homem não passa de pó e não é digno de ser material para a auxiliadora. Somente aquilo que é proveniente de Cristo deve ser considerado como a Igreja.    

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A LEI É PARA SER GUARDADA?

Se você conferir com todas as nações do mundo por que elas instituíram suas leis, cada uma certamente responderia que as leis são para serem guardadas pelos cidadãos. Será, então, essa a razão de Deus haver instituído Suas leis?

Se fizermos essa pergunta a qualquer pessoa, a resposta certamente será sim. Elas nos diriam que a razão de Deus nos ter dado as leis, mandamentos e ordenanças, é para que os guardemos e vivamos por eles, da mesma maneira que qualquer nação exige que seus cidadãos se sujeitem às suas leis.

Mas nós, cristãos, jamais deveríamos responder a essa pergunta dessa maneira. Se pensar que Deus introduziu essas leis para que as guardemos você precisa saber mais sobre a fé cristã.

Naturalmente, você argumentará: “Se o propósito de Deus ao nos dar as leis não é para que as guardemos, qual, então, é o objetivo de Deus ao dá-las a nós? Nossa resposta é: para que possamos transgredi-las! Todas as ordenanças escritas nas leis são para que as quebremos. Essa é a verdade de acordo com a bíblia. Isso é o que os livros aos Romanos e aos Gálatas nos dizem definitivamente.

É necessário que você tenha uma palavra de explicação. Por que Deus nos deu a lei? O Espírito de Deus deu a resposta por meio das palavras de Paulo: “A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada” (Rm. 5:20). Paulo também nos disse que a lei é para expor os pecados do homem.

Em outras palavras, o propósito da lei não é remover o pecado, mas, em vez disso, revelá-lo. Se a lei existisse visando a remoção de pecados, então teríamos de guardá-la. Mas a lei não tem esse propósito. Ela existe para nos expor. “Sobreveio a lei”, com o propósito de nos mostrar nossos pecados. Deus somente quer mostrar ao homem que ele é incapaz. A vida do homem natural é uma vida impotente para os propósitos de Deus. Não há possibilidade de o homem nascido de Adão tornar-se capaz.

Somente o próprio Deus é capaz. Os mandamentos de Cristo somente podem ser cumpridos pelo próprio Cristo. Somente o Filho de Deus pode satisfazer as exigências de Deus. Todos nós somos incapazes.

Por essa razão, sempre que alguém reconhece a sua incapacidade e percebe que quanto mais tenta acertar mais fracassa, nós devemos nos alegrar, pois é nesse ponto que o homem descobre que a vontade de Deus somente pode ser feita por Ele próprio, e os mandamentos de Cristo, somente Cristo consegue cumprir.

Não fique desanimado! Nosso Senhor nos deixou um Evangelho que também pode ser chamado de boas novas. Qual é a boa notícia que Deus nos deu? A boa nova é a entrega de Seu Filho a nós. Pela Sua ressurreição nós estamos ressuscitados. Ele agora está vivendo dentro de nosso espírito para ser a nossa vida, a fim de que possamos expressá-lo e cumprir Suas exigências. Essa é a boa nova.

O evangelho não é um monte de faça isso e não faça aquilo. Você não precisa rastejar pela terra dia e noite, dizendo a si mesmo repetidamente que não deve pecar. Não é essa a boa nova. Isso é uma triste nova. O evangelho é que Deus vem para dentro de nós para viver e obedecer por nós.

“Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim” (Jo. 15:4).  

“Se alguém me ama, obedecerá a minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele.” (Jo. 14:23).

segunda-feira, 3 de maio de 2010

REDESCOBRINDO O PAPEL DA IGREJA NA CRIAÇÃO

Na criação, dois foram criados: um foi Adão e o outro foi Eva. Ambos foram criados seres humanos, mas cada um representa um modelo exemplar (tipo) diferente. Em I Coríntios 15 diz que Adão era um tipo do Senhor Jesus e Romanos 5 diz que Adão prefigurava o homem que haveria de vir. Adão, então, prefigurava Cristo; ele retratava Cristo em figura. Em outras palavras, tudo o que Deus propôs em Adão foi achado em Cristo.

Mas além de Adão na criação, havia também a mulher Eva. Deus registrou cuidadosamente a criação dessa mulher em Gênesis 2, e quando lemos Efésios 5, claramente nos é dito que Eva tipifica a Igreja. Vemos, assim, que a vontade eterna de Deus é, em parte, cumprida por intermédio de Cristo e também, em parte, pela igreja. Portanto, para que possamos entender como a igreja pode cumprir a vontade de Deus na terra, devemos aprender de Eva. Não estaremos enfocando aqui nosso entendimento sobre a obra de Cristo, mas sobre a posição que a Igreja ocupa em relação a esta obra.

Em Gênesis 2:18 Deus diz: “Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora”. Sendo assim, entendemos que o propósito de Deus ao criar a Igreja é que ela possa ser auxiliadora de Cristo. Cristo sozinho é apenas a metade; deve haver a outra metade, que é a igreja.

Em outras palavras, Deus desejou ter tanto Adão como Eva. Seu propósito é ter um Cristo vitorioso e também uma Igreja vitoriosa, um Cristo que tenha vencido o trabalho do diabo juntamente com uma Igreja que tenha vencido o trabalho do diabo. Seu propósito é ter um Cristo reinante e uma Igreja reinante. Isso é o que Deus planejou para Seu próprio prazer e Ele o executou para Sua própria satisfação.

Porque Deus desejou fazer isto, isto está feito. Deus desejou ter Cristo e desejou também ter a Igreja que é exatamente igual a Cristo. Deus não desejou apenas que Cristo pudesse reinar, mas que a Igreja pudesse reinar juntamente com Cristo. Mesmo na glória, Cristo ainda precisará da Sua auxiliadora. Na guerra contra Satanás, Cristo precisa de uma auxiliadora. O que Deus exige da Igreja é que ela seja igual a Cristo em todos os aspectos. É desejo de Deus que Cristo tenha uma auxiliadora idônea.

Então podemos perguntar: “Que é a Igreja? O fato de Eva ter sido feita de Adão significa que a Igreja é feita de Cristo. Eva foi feita da costela de Adão e por isso ele afirmou: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne” (Gn 2:25). Seguindo a mesma linha de raciocínio entendemos que a Igreja é somente aquela porção que foi tirada de Cristo. O material da Igreja é Cristo. Sem Ele a Igreja não tem posição, nem vida, nem viver e nem existência.

Muitos pensam, erradamente, que a Igreja é a reunião das “pessoas” que crêem no Senhor e são salvas. Não, isso não é verdade. A Igreja não é um “eu” individual, mas um “você” individual. Não é o Sr. Silva mais o Sr. Pereira, nem mesmo todos os cristãos em todo o mundo reunidos. A Igreja é Cristo em você, Cristo em mim e Cristo em todos os cristãos por todo o mundo, através de todos os séculos, reunidos.

A igreja é composta apenas daquilo que provém de Cristo. Todo talento, habilidade, pensamento e ego humanos e tudo o que o homem tem está fora da igreja. Somente o que provém de Cristo está na Igreja. Eva não foi feita de barro, mas de Adão, aquele que tipifica Cristo. A preciosidade é que Deus tomou uma costela de Adão e fez Eva. Somente aquilo que saiu de Adão, não do barro, pode ser chamado “Eva” e somente aquilo que saiu de Cristo pode ser chamado Igreja. Tudo o que não vem de Cristo nada tem a ver com a Igreja.

Deus deve tratar-nos a tal ponto que tudo da nossa natureza seja colocado sob controle. Nossa força natural deve ser tratada pela cruz e sujeitada ao governo do Espírito Santo. Somente assim seremos benção à Igreja. Tudo o que resulta da vida natural em nós é feito de terra e não desejado por Deus, aquilo que é formado da vida de Cristo é a Igreja.

Não é o arrependimento que nos faz uma parte da Igreja, nem a nossa confissão de pecados, nem mesmo nossa fé. É somente a vida que Cristo dispensou a nós que nos torna uma parte da Igreja. A base de sermos uma parte da Igreja é nosso novo nascimento, uma vez que é assim que Cristo se dá a nós – daí a necessidade de que vivamos, comportemo-nos e atuemos conforme esta vida, a vida de Cristo. Deus não pode fazer por nós nada mais que isso. Ele dispensou Seu Filho para dentro de nós para que pudéssemos participar da vida de Cristo.

Embora sejamos apenas vasos de barro, há um grande tesouro em nós. Mas se agirmos de conformidade com nós mesmos, estamos fora da Igreja. Qualquer outra coisa a não ser esta porção de Cristo em nós, não é a Igreja, é simplesmente nosso próprio ego.

O propósito eterno de Deus é ganhar um homem. Este homem é um homem corporativo proveniente de Cristo. É a Igreja. A Igreja não é uma questão de diversos cristãos estarem juntos com diversos outros cristãos. A Igreja é a igreja somente porque há muitas pessoas que participam da mesma vida, do mesmo Cristo. Você tem uma porção de Cristo, outro tem uma porção de Cristo e cada um de nós tem uma porção de Cristo. Quando todas estas porções são colocadas juntas, então temos a Igreja.