quinta-feira, 28 de outubro de 2010

QUALIFICAÇÕES PARA ENTRAR NO REINO

Os seguidores dos “Diários do Reino” já compreenderam que o reino milenar é o tempo em que Deus recompensará os cristãos conforme as suas obras. No reino, os crentes fiéis serão recompensados, e os infiéis serão disciplinados. Muitos pensam que se um cristão for infiel, o máximo que pode acontecer é ele ter uma posição inferior, mas mesmo assim estaria no reino.

Muitos há que não compreendem a Palavra e a obra de Deus e pensam que lhes está garantida uma entrada no reino dos céus. Eles pensam que, quando o Senhor vier para reinar sobre a terra, haverá simplesmente uma distinção entre as mais altas e as mais baixas posições no reino e por pensarem assim consideram que ninguém perderá totalmente o reino dos céus. 

Entretanto, no reino dos céus, haverá não somente distinção entre posições mais altas e mais baixas, como também distinção entre ser permitido entrar e ser deixado de fora. A Bíblia nos revela uma verdade muito séria. Apesar de uma pessoa ter a vida eterna, ela ainda pode ser rejeitada no reino dos céus.

Um versículo que fala a esse respeito é Mateus 7:21: “Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que entrará no Reino do Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu”. Podemos ver claramente que o Senhor fará uma distinção entre os discípulos que podem entrar no reino e os que não podem. O versículo acima nos mostra de forma clara que a condição para entrar no reino do céu é fazer a vontade de Deus.

Embora alguns tenham sido salvos e tenham-No chamado de Senhor, e embora tenham realizado algumas obras, todavia, sem fazer a vontade de Deus não poderão entrar no reino. A recompensa do reino dos céus tem por base a obediência do homem. Portanto, se alguém não for fiel enquanto viver na terra, embora não vá perder a vida eterna, sofrerá a perda do reino. Quando chegar o tempo de os céus reinarem, isto é, quando o Senhor vier pela segunda vez, alguns não estarão aptos para entrar no reino, e por isso acabarão por perdê-lo.

O Senhor Jesus ensinou seus discípulos e advertiu-os que haverá muitos, não somente um ou dois, que não farão a vontade de Deus. Mateus 7:22-23 diz: Quando aquele dia chegar, muitas pessoas vão dizer: “Senhor, Senhor, pelo poder do seu nome anunciamos a mensagem de Deus e pelo seu nome expulsamos demônios e fizemos muitos milagres!” Então eu direi claramente a essas pessoas: “Eu nunca conheci vocês! Afastem-se de mim, vocês que praticam a iniqüidade”. Aqui o Senhor Jesus nos diz o que ocorrerá diante do trono de julgamento. Ele diz: “Naquele dia”. Portanto, isso não se refere aos dias de hoje, mas ao futuro.

O Senhor Jesus disse aos seus discípulos que eles não deveriam chamá-Lo de Senhor apenas com a boca. Se eles O chamavam de Senhor, deveriam fazer a vontade do Pai. Mesmo que tivessem as obras exteriores de profetizar, expelir demônios e fazer milagres, essas obras não deveriam substituir a vontade do Pai. Algumas vezes, podemos profetizar, expelir demônios e fazer milagres sem fazer a vontade do Pai. Devemos ter o cuidado de chamá-lo de Senhor com a nossa boca, mas também de fazer a vontade do Pai em nosso viver.

Em resumo, o que o senhor Jesus está dizendo é: “Muitas pessoas são filhos de Deus e são salvas. Elas chamam-Me de “Senhor” e têm realizado muitas obras. Mas, apesar disso, elas estarão excluídas do reino”. Se você prestar muita atenção ao ensinamento de Jesus, perceberá que no reino a questão não é se uma pessoa é salva ou não nem se é filho de Deus ou não; o que realmente conta é a sua obra depois de tornar-se um crente.

A Bíblia mostra-nos claramente que uma pessoa, após crer no Senhor Jesus, embora nunca vá perder a vida eterna, ela pode perder seu lugar e glória no reino. Se não fizermos a vontade de Deus, mas, em vez disso, fizermos obras de acordo com nossa própria vontade, seremos excluídos do reino. Deus quer que primeiro obedeçamos à Sua vontade e, então aceitará nosso trabalho. Quanto mais alguém conhece sobre a vontade do Senhor, mais aprenderá a não trabalhar descuidadamente.

Assim, existe uma grande diferença entre trabalhar e fazer a vontade de Deus. Se você não estiver fazendo a vontade de Deus, não importa o que faça, o Senhor Jesus dirá: “Apartai-vos de mim vós que praticais a iniqüidade”. Os que fazem as coisas segundo seu próprio ego não terão parte no Reino dos Céus. Nosso propósito ao afirmar essas coisas é mostrar-lhes a importância das obras que um cristão pratica seguindo a ordem de seu Pai celestial.

Foi dessa forma que o Senhor Jesus conquistou o seu lugar ao lado direito de Deus em Seu trono de glória. Ele disse: “Minha comida e minha bebida é fazer a vontade de meu Pai”. Logo, nós também iremos conquistar um lugar ao lado de Jesus quando Ele vier para assentar-se em Seu trono e reinar sobre as nações da terra, se estivermos dispostos a dar a Deus a primazia em nossas vidas e procurarmos fazer a Sua vontade assim na terra como é feita nos céus.          

“Pois eu desci do céu para fazer a vontade daquele que me enviou e não para fazer a minha vontade”. (Jo 6:38).

E Jesus continuou a falar a eles. Ele disse: “Eu não posso fazer nada por minha própria conta, mas eu julgo de acordo com o que meu Pai me diz. O meu julgamento é justo porque não procuro fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 5:30).

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ESMURRAR O CORPO PARA AGRADAR O SENHOR

Há uma passagem que se refere também à perda do reino e à perda da recompensa. A Primeira Epístola aos Coríntios 9:23-27 diz: “Tudo faço por causa do evangelho, a fim de tomar parte nas suas bênçãos. Vocês sabem que numa corrida, embora todos os corredores tomem parte, somente um ganha o prêmio. Portanto, corram de tal maneira que ganhem o prêmio. Todo atleta que está treinando agüenta exercícios duros porque quer receber uma coroa de folhas de louro, uma coroa que, aliás, não dura muito”.

“Por isso corro direto para a linha final. Também sou como um lutador de boxe que não perde nenhum golpe. Eu trato o meu corpo duramente e o obrigo a ser completamente controlado para que, depois de ter chamado outros para entrarem na luta, eu mesmo não venha a ser desqualificado”.

No versículo 24, Paulo se compara a alguém que está participando de uma corrida, na qual somente um levará o prêmio. Portanto, o problema aqui não é uma questão de salvação, mas de receber um prêmio. Paulo está falando sobre como essa pessoa salva pode receber o prêmio; ele não está falando de como alguém que não é salvo pode ser salvo. Somente os que são salvos, que creram no Senhor Jesus, que nasceram de novo, e tornaram-se filhos de Deus, estão qualificados para entrar na corrida.

Somente os filhos de Deus podem participar da corrida e perseguir o prêmio que Ele deseja que ganhemos. Se alguém não é filho de Deus, não está sequer qualificado para entrar na corrida. Em nenhum lugar na Bíblia é dito que a salvação é ganha por corrermos a carreira. A Bíblia nunca diz que se alguém for capaz de correr, então será salvo. Se assim fosse, poucos seriam salvos, e a salvação dependeria de obras.

Qual é o prêmio? O versículo 25 diz: “Todo atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível”. Aqui é dito que o prêmio é uma coroa. Já mencionamos que a coroa representa a glória e o reino. Portanto, a palavra “desqualificado”, no versículo 27, significa fracassar em receber a coroa e o prêmio. Se Paulo podia ser desqualificado, então todos nós temos possibilidade de também sermos desqualificados. Se Paulo podia perder seu prêmio e sua coroa, então cada um de nós também tem a possibilidade de perder o prêmio e a coroa.

Paulo tinha um propósito e uma direção. Ele não desferia golpes no ar. O seu alvo e direção era aquilo que ele disse em II Coríntios 5:9. “Porém, acima de tudo, o que nós queremos é agradar o Senhor, seja vivendo no nosso corpo aqui, seja vivendo lá com o Senhor”.

Se quisermos receber o prêmio, que devemos fazer? “Mas esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão” (V. 27). Muitos estimam seu próprio corpo acima do prêmio. Muitos consideram seu próprio corpo acima da vontade de Deus. Entretanto, Paulo disse que dominava seu corpo; ele era capaz de controlá-lo. Paulo podia controlar a concupiscência de seu corpo, as exigências excessivas de seu corpo, e os desejos de seu corpo. Ele não permitia que seu corpo prevalecesse.

Se um cristão pode ou não agradar a Deus, depende se ele pode ou não controlar seu corpo. Muitos não conseguem, pois sempre que um pequeno estímulo chega ao corpo, toda sorte de pecados acontece. Podemos saber que todos os que não podem controlar seu próprio corpo perderão seu prêmio e sua coroa. Embora possam pregar o evangelho a outros, eles mesmos serão desqualificados.

Quando o Senhor Jesus voltar na Sua glória para governar a terra, Ele não dará coroas para todos, alguns perderão seu prêmio, sua autoridade e sua glória. Alguns não estarão aptos para entrar no reino e não estarão aptos para receber uma coroa.

A Palavra do Senhor é muito clara acerca da salvação e da vida eterna: ambas são totalmente provenientes da graça de Deus. No entanto, se alguém irá ou não entrar no reino dos céus, depende de suas obras. Acabamos de ver que temos de fazer a vontade de Deus. Aqui vemos que é necessário esmurrar nosso próprio corpo e dominá-lo. Podemos realizar muitas obras exteriormente, mas enquanto não restringirmos nosso corpo, não nos será permitido entrar no reino.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

COMO CONHECER A VONTADE DE DEUS?

Antes de crermos no Senhor e recebermos a Ele como nossa vida, fazíamos sempre nossa própria vontade ou a de nossos amigos. Após nossa conversão, porém, passamos espontaneamente a desejar fazer a vontade de Deus.

Quando o apóstolo Paulo teve um encontro com o Senhor no caminho de Damasco, ele perguntou: “Que farei Senhor?” (At 22:10). Essa é uma pergunta que constantemente devemos fazer. A vida que recebemos ao crer em Jesus, a qual hoje está em nós, anseia por fazer a vontade de Deus, pois é a vida divina.

Quanto mais obedecemos à vontade de Deus e a cumprimos, mais felizes e esperançosos nos sentimos. Essa felicidade não depende das circunstâncias externas, pois provém da alegria do próprio Deus ao ver Sua vontade feita na terra. Mas como conhecer a vontade de Deus? É certo que Deus deseja revelar Sua vontade a nós, pois, do contrário, como poderíamos cumpri-la? Deus revela Sua vontade de três maneiras principais: Por meio da Bíblia, por meio da unção que em nós habita e por meio das circunstâncias.

A Bíblia revela de maneira bastante clara a vontade de Deus. Por exemplo, ela nos diz em I João 2:15: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo”. Esse trecho nos revela de maneira bastante clara a vontade de Deus sobre nosso relacionamento com o mundo. Não precisamos perguntar a Deus se devemos ou não amar o mundo. Está tudo muito claro na Palavra de Deus. Quando buscamos conhecer Sua vontade, nossa intenção não pode ser a de ter apenas uma sugestão, mas a de ter a palavra definitiva sobre o assunto.

O Salmo 119:105 diz: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para os meus caminhos”. Esse versículo nos mostra que, por meio da Palavra de Deus, nosso caminho é iluminado e nós sabemos por onde andamos e para onde vamos. Nesse mesmo Salmo, no versículo 11, lemos: “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti”. Se vamos contra a Palavra de Deus, é certo que estamos indo contra a Sua vontade.

Algumas vezes queremos conhecer a vontade de Deus em detalhes que a Bíblia não mostra claramente. Aí precisamos da unção que em nós habita: “Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ele vos ensinou” (I Jo 2:27). O Espírito que está em nós nos ensina: “O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14:26).

Precisamos aprender a orar ao Senhor e sentir a direção que o Espírito nos dá. Que Deus nos ajude a discernir essa voz interior, em “nosso espírito”, pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus (Rm 8:14). Se praticarmos isso, teremos a rica experiência de conhecer a vontade de Deus.

Outras vezes, porém, o Senhor revela Sua vontade por meio das circunstâncias: O Senhor me disse: “Eu lhe ensinarei o caminho por onde você deve ir; eu vou guiá-lo e orientá-lo. Não seja uma pessoa sem juízo como o cavalo ou a mula, que precisam ser guiados com cabresto e rédeas para que obedeçam” (Salmo 32: 8-9). Esses versículos nos mostram que, algumas vezes, por não termos entendimento da Palavra e discernimento no espírito, necessitamos de “freios” e “cabrestos” para que não nos desviemos do que Deus estabeleceu.

Precisamos nesses casos pedir ao Senhor que se manifeste por meio das circunstâncias e nos conduza retamente pelo caminho da Sua vontade. Os três instrumentos mencionados não se chocam, mas se complementam. Vamos exercitar nosso espírito para que possamos estar sintonizados com a vontade soberana de nosso Pai celestial. Dessa forma estaremos perdendo nossa vida da alma para que possamos ganhá-la no reino vindouro.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A SALVAÇÃO DA ALMA – IV

“É por meio da perseverança que vocês salvarão suas almas” (Lc 21:19).

Lendo os versículos do Evangelho de Lucas, vemos que essa porção da palavra também se refere à salvação da alma. A Bíblia sempre menciona a fé quando fala da nossa salvação. Contudo, o Senhor Jesus diz aqui que é na perseverança que ganharemos nossa alma. Isso fortalece a compreensão de que há uma diferença entre a salvação da alma e a salvação do espírito.

Em todo o Novo Testamento, a justificação pela fé, receber a vida eterna pela fé, e a salvação pela fé são mencionados cento e cinqüenta vezes. No texto que estamos estudando, entretanto, é mencionada a perseverança. Perseverar não é crer, perseverar é uma obra. Essa questão é de responsabilidade de cada um dos discípulos. Quando os sofrimentos e as perseguições viessem, eles deveriam perseverar; assim ganhariam a sua alma.

Ganhar a alma tem a ver com “reinar com o Senhor” e compartilhar de Sua glória quando Ele vier. Se ganhar a alma for a mesma coisa que receber a vida eterna, então as palavras “ganhareis a vossa alma” no versículo 19 não teriam sentido. Ele diz que, se em meio a tremendos sofrimentos formos capazes de perseverar, ganharemos nossa alma. Pela fé temos a vida eterna e somos salvos. Mas aqui Jesus nos diz que para ganhar nossa alma precisamos permanecer firmes em todos esses sofrimentos.

No Evangelho de João 12:25 diz: “Quem ama a sua própria vida vai perdê-la. Mas quem odeia a sua vida neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna”. Aqui o Senhor Jesus diz que é possível perder a vida da alma. Perde-se a vida da alma por amá-la. Que significa amar a vida da alma? É satisfazer nossos desejos e agradar nossas emoções. Por exemplo, o Senhor nos diz, pelo Espírito, para nos afastarmos de determinada coisa; se quisermos obedecê-Lo, temos de derrotar nosso ego.

Se alguém busca fazer a vontade de Deus, amando ainda a sua vida da alma, certamente essa pessoa irá fracassar. Talvez o Senhor queira que deixemos algo que gostamos de fazer ou mesmo que desistamos de uma pessoa ou de algum objeto que gostamos. Se amarmos nossa vida da alma, não conseguiremos. Muitas vezes somos enredados por uma pessoa, uma coisa ou um assunto. Muitos são envolvidos por amigos; eles preferem manter os amigos a perder o desfrute almático desta era.

Não são apenas as coisas más que nos embaraçam. Podemos ser enredados pelas coisas que normalmente desfrutamos. Estamos cientes de que o dinheiro é algo vil e desprezível, mas muitos cristãos deixam-se dominar por ele. Por que é tão difícil para o homem não amar sua vida da alma? Porque não amar a vida da alma significa fazê-la sofrer, ao passo que amá-la é não deixá-la sofrer.

Quando se perderá a vida da alma? Quando o Senhor estabelecer Seu reino. Todo aquele que ama sua vida da alma nesta era não desfrutará da glória nem reinará com o Senhor naquela ocasião. Ter a vida eterna pela fé é algo garantido; ir para o novo céu e nova terra é garantido. Mas governar como rei e garantir que a vida da alma achará gozo no milênio, exige que não amemos nossa vida da alma hoje. Hoje, Deus permite ao cristão que escolha entre o reino e o mundo. Nós escolhemos o reino ou escolhemos o mundo?

O Senhor disse que todo aquele que amar a si mesmo perderá sua vida da alma; todo aquele que odeia sua vida da alma neste mundo irá preservá-la para a vida eterna. 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A SALVAÇÃO DA ALMA – III

Já vimos anteriormente que a salvação do espírito é um fato experimentado hoje, pois uma vez que o homem crê, ele tem a vida eterna. A salvação do espírito do homem é o dom da graça de Deus, pois a Bíblia diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

A salvação da alma é um galardão. É uma recompensa ganha por ocasião da segunda vinda do Senhor, por aqueles que O seguem fielmente por toda a sua vida. Para que a alma de uma pessoa seja salva, esta deve ser alguém cujo espírito já foi salvo. Se o espírito não for salvo, não é possível que a alma seja salva.

O registro em Marcos 8:31-38 é em sua maior parte igual ao de Mateus, mas há uma pequena diferença que mostraremos agora. “Quem perder a vida por causa de mim e do evangelho, salvá-la-á” (v. 35). Aqui foram acrescentadas três palavras: “e do evangelho”. A maioria das pessoas pensa que isso se refere aos que pregam o evangelho. Mas se esse fosse o caso, isso poderia significar que somente a alma dos pregadores do evangelho seria salva. O versículo não diz: “e da pregação do evangelho”, mas diz: “e do evangelho”.

Que evangelho é esse? É o evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. É o evangelho do reino. Esse evangelho é a grande salvação mencionada em Hebreus 2:3-4, que consiste em conduzir “muitos filhos à glória” (Hb 2:10). Não é um evangelho de deixar o Egito e ser libertado da escravidão do pecado; é o evangelho de entrar em Canaã para receber glória.

Em uma geração adúltera e pecadora, dar testemunho das palavras do Senhor, sem dúvida exige que se perca a alma. Muitos dos filhos de Deus nunca estão dispostos e tampouco ousam testemunhar diante dos homens, do Senhor que os comprou. A razão é que eles querem salvar sua cara e temem ser ridicularizados pelos outros. Isso é salvar a própria alma nesta vida. Tal pessoa definitivamente sofrerá perda na época do reino.

Todo aquele que não estiver disposto a perder sua alma nesta era, não verá a glória do Senhor. Todo aquele que quiser reinar juntamente com Jesus terá de perder sua alma. Todo aquele que perde sua alma nesta era achá-la-á na era vindoura.

Esse é um assunto solene! Se queremos ser arrebatados, ver o Senhor e entrar no Seu reino, devemos primeiro perder a alma nesta era. Devemos esquecer o mundo por causa do Senhor e reprovar tudo que não estiver de acordo com a vontade de Deus; devemos abandonar tudo que nos enreda e impede nosso coração de ser leal a Jesus.

QUAL O SIGNIFICADO DE PERDER A ALMA?

Podemos encontrar explicações a respeito no Evangelho de Lucas 12:15-21: “Então Jesus lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui”. Nessa ocasião Jesus proferiu ainda uma parábola a respeito de um homem que produziu grande colheita. Este homem, segundo a Palavra, decidiu destruir seus celeiros antigos e construir outros muito maiores e aí recolher o produto da colheita abundante que tivera. O homem da parábola sentiu-se extremamente satisfeito e disse: “Direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te”.

Aparentemente esse homem estava realizado na vida, tinha muitos bens e, com a colheita farta ele podia gozar dos prazeres que sua alma desejava, mas foi nesse momento que ele ouviu a voz de Deus dizendo-lhe: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será? Assim, é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus”. Podemos dizer, então, que “ganhar a alma” é deixar a alma satisfeita, feliz, e focada no prazer e no desfrute. Por outro lado, “perder a alma” é permitir que ela sofra perdas e até mesmo deixá-la sofrer. A alma abre mão de tudo porque está focada em fazer a vontade de Deus.

Por causa da abundância de seus alimentos e de seus bens, a alma desse homem rico já estava feliz e satisfeita nesta era. Ele já havia dado desfrute para sua alma; ele já havia ganhado sua alma nesta era. Portanto, ganhar a alma é deixá-la satisfeita nesta era, e perder a alma é não satisfazer as vontades da alma nesta era.

A alma é o trono de nossos desejos naturais. Ela faz com que tenhamos sentimentos e desfrute. Os desejos da alma têm um forte apelo por satisfação. Música agradável pode acalmar as emoções; literatura e filosofia podem elevar os pensamentos. Mas se ganhamos satisfação dessas coisas nesta era, perderemos a satisfação na era vindoura. Se já ganhamos o consolo dado por essas coisas nesta era, perderemos a glória do reino na era vindoura. Lembrando que, uma pessoa salva não irá para o inferno, mas irá perder todas as maravilhas e as bênçãos da era do Reino Milenar.

O que você está buscando agora? É muito difícil para os jovens deixar os prazeres, principalmente em nossos dias onde o prazer é visto como algo bom e positivo. Muitos querem ter satisfação com casa, comida, sexo, roupas e diversão. Isso é salvar a sua alma hoje; portanto, eles certamente perderão sua alma no futuro. Essas coisas são todas legítimas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam (I Co 10:23).

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A SALVAÇÃO DA ALMA – II

“Pois que proveito terá o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?”

O Senhor Jesus continuou a falar da inutilidade de um homem tentar salvar sua alma poupando-a de qualquer contrariedade, sofrimento ou privações. Ele quer dizer que se um homem não negar a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo de perto, mas agir segundo os prazeres de sua alma a fim de dar satisfação a ela, mesmo que ganhe todo o mundo, virá o momento em que ele perderá sua alma.

Um ganho momentâneo da alma com o resultado de perdê-la no fim é inútil aos olhos do Senhor. Embora um homem possa obter muita satisfação indo após os seus desejos, o Senhor diz que no fim ele perderá sua alma e toda a satisfação. Segundo o Senhor Jesus, ganhar a alma no fim é muito melhor do que ganhá-la no início. Ele diz que não há nada que o homem possa trocar pela satisfação final da alma. Isso significa que é preferível que o homem perca sua alma antes do que depois.

O Senhor nos diz que todo aquele que quiser salvar sua alma perdê-la-á. Quando a perderá? Por outro lado Ele diz que todo aquele que perder sua alma por causa Dele, achá-la-á. Quando isso ocorrerá? Para responder essa pergunta Ele prossegue dizendo: “Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras”.

“Suas obras” significam seus feitos nesta vida. Suas obras podem ser divididas em dois aspectos: Salvar sua alma nesta vida ou perder sua alma nesta vida por amor ao Senhor Jesus. “Retribuir a cada um conforme as suas obras” é fazer com que aqueles que pouparam sua alma venham a perdê-la, mas, por outro lado, fazer com que aqueles que perderam sua alma por causa do Senhor venham a achá-la.

Segundo a palavra de Jesus, quando é que isso vai acontecer? Ele diz que será por ocasião de Sua vinda. Portanto, precisamos ver claramente que se um homem se importa apenas consigo mesmo agora, vive apenas para satisfazer seus desejos e não está disposto a sofrer perdas por causa do Senhor, quando Jesus vier, esse tal será repreendido por Ele, não irá obter a glória do Senhor e poderá até mesmo chorar e ranger seus dentes.

Porém, se um homem está disposto a abandonar seus direitos agora, ser totalmente separado para Jesus, e fielmente submeter-se à vontade de Deus, por ocasião da vinda do Senhor ele receberá louvor, desfrutará o gozo do Senhor, e será plenamente satisfeito em seu coração e mente. É isso que Jesus disse!

A vinda do Senhor e Sua recompensa se referem especificamente à Sua realeza no Reino. É isso que Ele diz: “Garanto-lhes que alguns do que aqui se acham não experimentarão a morte antes de verem o Filho do Homem vindo em seu reino” (Mt 16:28). Portanto, o Senhor quer dizer que quando Ele vier a terra para ser rei por mil anos, alguns reinarão com Ele, mas outros não.

O ponto principal dessa porção da Palavra é que há dois tipos de discípulos que creram no Senhor e têm a vida eterna. Um nega a si mesmo e toma a cruz; outro não está disposto a negar-se e não quer tomar a cruz. Esses últimos, buscando os prazeres do mundo para satisfazer o ego, não estão dispostos a perder sua alma; os primeiros estão dispostos a abandonar tudo e perder sua alma por causa do Senhor.

O Senhor Jesus conhece muito bem a disposição de cada um dos Seus discípulos e fará distinção entre os que negam a si mesmos e os que não o fazem. Devemos saber que nossa posição futura no Reino será determinada pelos nossos atos hoje. O Senhor disse que todo aquele que recebe plena satisfação do mundo hoje, perderá sua posição reinante com o Senhor no futuro.

A partir disso vemos que a salvação da alma é muito diferente daquilo a que normalmente nos referimos como tal, ou seja, salvação do espírito que significa a salvação para ganhar a vida eterna. No Evangelho de João, no capitulo 3 versículo 36 diz: “Quem crê no Filho tem a vida eterna”. Uma vez que alguém crê, seu espírito está salvo. Portanto, salvação do espírito significa ganhar a vida eterna. Então, como a alma é salva?

Essa porção da Palavra nos diz que somente quando alguém perde sua alma por causa do Senhor, é que ela pode ser salva. A salvação da alma é, portanto, ganhar o Reino.
“Meu espírito é salvo por Jesus ter carregado a cruz por mim, ao passo que minha alma é salva pelo fato de eu ter negado a mim mesmo, tomado a minha cruz e seguido ao Senhor Jesus”.

A salvação do espírito está baseada no crer. Uma vez que alguém crê, a questão fica resolvida para sempre e não pode ser mudada. A salvação da alma, entretanto, depende de algo que se processa durante toda a vida, ou seja, por toda a jornada percorrida pelo Cristão. 

A salvação do espírito é baseada na fé, pois quem crê tem a vida eterna. A salvação da alma é baseada em, nossas ações, porque “Ele retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mt 16:27). A vida eterna está garantida, mas a salvação da alma não pode ser resolvida nessa era; ela só será ganha quando da segunda vinda do Senhor Jesus para reinar sobre as nações da terra. A salvação da alma será experimentada por ocasião da vinda do Filho do homem. 

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A SALVAÇÃO DA ALMA

“O ponto principal dessa série de estudos que estamos iniciando é esclarecer a respeito da salvação. A Palavra de Deus nos mostra que há dois tipos de pessoas que crêem no Senhor Jesus: Os que negam a si mesmos e tomam a cruz e os que não estão dispostos a negar-se e a tomar a cruz”.

O assunto que abordaremos nas próximas páginas de Diários do reino se relaciona a uma questão à qual não se dá a devida atenção. Trata-se da “salvação da alma”. Primeiramente devemos enfatizar que há uma grande diferença entre o espírito e a alma.

A primeira Epístola aos Tessalonicensses 5:23 diz “vosso espírito, alma e corpo”. Essa palavra divide claramente o homem em três partes. Falando de maneira simples, o espírito é a parte que possibilita termos comunhão com Deus. Os animais inferiores não têm espírito, portanto eles não podem contatar Deus. A alma é o órgão do pensamento, da vontade e da emoção do homem. Os animais inferiores também têm essa parte.

A alma é a vida que temos como a de um animal. O corpo é a parte do homem que se comunica com o mundo material. O homem é formado por três partes: espírito, alma e corpo; portanto, o significado da salvação é que as três partes necessitam dela.

A Primeira Epístola aos Coríntios 5:5 diz: “A fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor”. Esse trecho fala da salvação do espírito. Romanos 8:23 diz: “A redenção de nosso corpo”. Esse, fala da salvação do corpo. No entanto queremos analisar a salvação da alma. Veremos cuidadosamente as passagens do Novo Testamento em que é mencionada, de maneira que possamos entender o que é a salvação da alma e qual o seu significado.

Primeiramente vemos em Mateus 16:24-28, Jesus dizendo aos seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á. Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?”

“Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras”.  

Notem que estas palavras foram ditas aos discípulos e não a estranhos. Uma vez que eles eram discípulos, eles eram pessoas salvas. Portanto, as palavras de Jesus foram faladas aos santos que já haviam sido salvos pela fé, não a pecadores que ainda não tinham a salvação.

“Se alguém quer me seguir”. Jesus considerava que os seus seguidores eram seus alunos e por isso ele estabelecia condições. Uma das mais importantes era: “A si mesmo se negue”. Negar a si mesmo não significa conquistar o ego. Não significa ignorar a si mesmo ou renunciar a seus direitos. Negar o ego significa não seguir a própria mente em todas as coisas e não se considerar o centro. Significa colocar-se à parte e buscar a mente de Deus. O Senhor diz que somente esse tipo de pessoa pode ir após Ele. Isso é evidente pelo fato de que uma pessoa não pode servir a dois senhores, Quem segue a Jesus não pode seguir a si mesmo.

“Tome sua cruz e siga-me”. Isso é ainda mais profundo que negar a si mesmo. Negar a si mesmo é esquecer de si, mas tomar a cruz é submeter-se a Deus. Tomar a cruz é aceitar tudo que Deus preparou e estar disposto a sofrer segundo a vontade de Deus. Se negarmos o ego e tomarmos a cruz, seremos capazes de seguir o Senhor.

“Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa, achá-la-á”. A palavra “vida” no grego é Psique, palavra essa que significa “alma”. Esse versículo fala de se salvar e perder a própria alma. Isso torna mais clara a questão que vamos examinar. Podemos então dizer: “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida da alma” quer dizer que, mesmo que uma pessoa queira seguir o Senhor e ao mesmo tempo estiver preocupada em resguardar-se ou priorizar seus interesses, essa pessoa não está apta a seguir o Senhor e acabará perdendo a sua alma.

O Senhor nos diz que se um homem cuida demasiadamente de si mesmo e não está disposto a negar a si mesmo, tomar a cruz, sofrer, ou submeter-se a Deus, o resultado final dessa tentativa de salvar a sua alma será perdê-la. Perder a alma significa sofrer no final, perder o que lhe dá prazer e não receber o que lhe agrada.

O Senhor reconhece que se um homem estiver disposto a abandonar todos os prazeres da alma por amor a Ele e a sofrer segundo a vontade de Deus, ele “achará” sua alma. Isso significa que todo aquele que estiver disposto, por amor ao Senhor, a renunciar à sua própria mente e àquilo que lhe dá prazer, a proibir seu coração de achar satisfação nas coisas do mundo, e a suportar muita dor e sofrimento, o Senhor o fará ganhar o que agrada ao seu coração, obter satisfação, desfrutar bênçãos e tornar-se feliz eternamente.

Depois de ler os versículos em foco, sabemos qual é o significado de salvação da alma. Esses versículos nos mostram que salvar a alma significa alegrar a alma, seguir os desejos do coração e ganhar satisfação. Perder a alma significa privar-se de alegria, não seguir os desejos do coração e não ter satisfação.

Por ser esse um tema importante, continuaremos nos próximos “Diários do Reino”.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O MISTÉRIO DA GRANDE PEDRA

Nosso desejo com “Diários do Reino” é cooperar com o nosso Senhor, para que Ele desperte em Seu povo a percepção da proximidade de Sua volta e a busca por maturidade espiritual, a fim de sermos vencedores.

Certamente todos os cristãos almejam participar do milênio com o Senhor e ser livrados da grande tribulação; para isso, precisamos crescer na vida de Deus, vencendo tudo o que é contrário a Deus e permitindo que a cruz trabalhe em nós. Assim, certamente receberemos o reino, o qual é como um galardão exclusivo dos vencedores por Cristo.   

O SONHO DO REI NABUCODONOSOR

O livro do profeta Daniel está principalmente relacionado ao tempo do fim, pois as visões nele registradas narram toda a história da humanidade. Isso é especialmente verdadeiro no que diz respeito ao sonho do rei Nabucodonosor (Dn 2). O reino de Judá foi levado para o cativeiro babilônico sob o reinado de Nabucodonosor (Dn 1:1-2), onde permaneceu setenta anos (Dn 9: 1-2).

Daniel, Hananias, Misael e Azarias, quatro jovens judeus da linhagem real, foram escolhidos dentre os cativos para servir ao rei de Babilônia, em seu palácio, como criados. Eles acabaram se destacando entre os demais servos por sua sabedoria e inteligência dadas por Deus (Vs. 17, 19, 20). A Daniel foi concedida também a capacidade de interpretar sonhos e visões (v. 17).

Certa noite, Nabucodonosor teve um sonho que muito o perturbou. Ele convocou todos os sábios do seu reino para que lhe dissessem qual era o sonho que tivera e também a sua interpretação (2:1-9). Isso era humanamente impossível e os sábios não puderam atendê-lo. Por essa razão o rei decretou que fossem mortos todos os sábios de Babilônia.

Daniel e seus companheiros não haviam estado com o rei nem sabiam do acontecido (VS. 15-17). Daniel, ao tomar conhecimento da decisão do rei, foi imediatamente procurar seus companheiros para juntos orarem ao Senhor (Dn 2:17-18) e, como resultado das orações, Daniel teve a revelação do mistério (v. 19).

O sonho que Deus dera a Nabucodonosor foi o de uma grande estátua de terrível aparência. A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e os quadris de bronze; as pernas de ferro, os pés em parte de ferro, em parte de barro (Vs. 31-33). Além da estátua, havia outro importante elemento no sonho: “Uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou em grande montanha que encheu toda a terra” (Vs. 34 e 35).

De acordo com a revelação que Deus lhe dera, Daniel disse que a cabeça de ouro representava o próprio Nabucodonosor e o reino de babilônia (v. 38). Os dois braços e o peito de prata era a representação do império Medo-Persa sob o governo de Ciro o Persa e Dario, o medo, que invadiu Babilônia durante um banquete promovido pelo rei Belsazar (Dn 5).

O ventre e os quadris de bronze simbolizavam o império Greco-Macedônio, o qual se tornou poderoso sob o reinado de Alexandre, o Grande (Dn 2). As duas pernas de ferro representavam o Império Romano, que dividiu-se em Império Romano do Oriente e do Ocidente. Foi sob o império romano que o Senhor Jesus nasceu e foi morto por crucificação, a pena capital dos romanos.

Por fim, os pés e dedos, em parte de ferro, e em parte de barro, como uma continuação das pernas de ferro, prefiguram os governos de hoje: o ferro são os governos autoritários, e o barro os governos democráticos. Os dez dedos dos pés representam os dez reinos sob o domínio do anticristo que surgirão no final desta era.

Cada um destes reinos grandes e poderosos são, na verdade, a continuação do anterior. Todos eles serão destruídos pela “grande pedra”. Ao longo da Bíblia, muitas e muitas vezes Cristo é citado ou tipificado por uma pedra ou rocha. O próprio Senhor disse ser a rocha sobre a qual o edifício de Deus, a igreja, é edificado (Mt 16:18; 21:42, 44; 7: 24 e 25), tendo os cristãos como pedras vivas (I Pe 2:4-8). Portanto, podemos afirmar que “a grande pedra” não é apenas Cristo, mas é Cristo com Seus vencedores.

Cremos que está muito próximo o dia em que todos estes fatos começarão a acontecer. Ao longo da última década, ocorreram muitas mudanças políticas repentinas e inesperadas, especialmente na União Soviética e na Europa, além do aumento das catástrofes naturais. Tudo isso indica que a vinda do Senhor está muito próxima. No entanto, estas coisas não são o principal indicador. São apenas elementos coadjuvantes.

O que realmente decidirá o fim de todas as coisas é a igreja. Se olharmos para nós mesmos, veremos que ainda não estamos suficientemente maduros para reinar com o Senhor. Necessitamos crescer na vida divina e buscar viver a unidade do Corpo de Cristo conforme o ensino da Bíblia. A experiência de Daniel é um exemplo: mesmo jovem, ele não se deixou seduzir pela glória passageira do reino babilônico, antes tinha o coração totalmente tomado pelos interesses de Deus. Isso fez dele um vencedor, como é afirmado explicitamente em Daniel 12:13, onde é dito que ele se levantará para receber a herança, que é o reino milenar.

Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos faça Seus vencedores!