quinta-feira, 31 de março de 2011

A BASE E A ATITUDE DOS VENCEDORES

O capítulo 12 de Apocalipse fala sobre uma mulher dando à luz um filho, um filho varão. O versículo 5 diz: “Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações, com cetro de ferro”. Três vezes em Apocalipse, lemos: “reger as nações com cetro de ferro”. A primeira vez está em 2:26, 27: “Ao vencedor, e ao que guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá”. Evidentemente esta passagem se refere aos vencedores na Igreja. A segunda vez nós vimos acima em Apocalipse 12:5.

A última menção desta frase está no capítulo 19, versículo 15: “Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro”. Esta passagem se refere ao Senhor Jesus. A quem se refere a passagem no capítulo 12? Deve referir-se aos vencedores na Igreja. Os vencedores se diferem da Igreja, mas eles estão incluídos na Igreja.

O Arrebatamento do Filho Varão

O versículo 5 do capítulo 12 nos diz também: “E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono”. O significado da palavra “arrebatado” nesse texto é diferente da palavra arrebatado em I Tessalonicenses 4. Lá diz que serão arrebatados entre nuvens, enquanto aqui diz que foi arrebatado para o trono de Deus. Por que o filho varão foi arrebatado ao trono? Porque já havia alguém no trono. O “Cabeça” da Igreja está no trono. O propósito de Deus não é ter apenas um homem no trono, mas muitos homens no trono. Seu desejo original era ter um grupo de homens no trono para exercer Sua autoridade. Deus deseja que Cristo e a Igreja, juntos, cumpram Seu propósito.

Contudo, a maioria das pessoas na Igreja, naquele tempo, não estará capacitada a alcançar o trono. Somente uma minoria, chamada os vencedores, pode ir ao trono de Deus. Porque eles alcançaram o propósito de Deus, serão arrebatados ao trono.

Duas coisas acontecem imediatamente após o filho varão ser arrebatado: “E a mulher fugiu para o deserto, onde já tinha lugar preparado por Deus para que ali fosse alimentada durante mil duzentos e sessenta dias. E houve batalha no céu. Miguel e os seus anjos batalharam contra o dragão e os seus anjos” (vs. 6 e 7). Observe a palavra “e” que é usada duas vezes imediatamente após o filho varão ser arrebatado, no versículo 5. No versículo 6: “E a mulher fugiu para o deserto”. Então no versículo 7: “E houve batalha no céu”. Vemos através disso que tanto a fuga da mulher para o deserto com a peleja no céu são conseqüências do fato de o filho varão ter sido arrebatado.

Olhemos para a batalha no céu. Primeiro, há Miguel, cujo nome significa “Quem é como Deus?” Essa é uma excelente questão. A intenção de Satanás era ser igual a Deus, mas Miguel pergunta: “Quem é igual a Deus?” Satanás não apenas deseja ser igual a Deus, mas ele também tentou o homem para ser igual a Deus. Mas a pergunta de Miguel: “Quem é igual a Deus?” abala o poder de Satanás. Parece que Miguel está dizendo a Satanás: “Você quer ser igual a Deus? Você nunca o será!” Isso é o que o nome Miguel nos revela.

Imediatamente após o filho varão ser arrebatado, há peleja no céu. Em outras palavras, a causa da peleja no céu é devida ao arrebatamento do filho varão. Disso deduzimos que essa não é somente uma questão de alguns indivíduos sendo arrebatados, mas mais que isso, seu arrebatamento é para pôr fim à peleja que já dura por séculos e gerações. A velha serpente, o inimigo de Deus, tem lutado contra Deus por muitos milhares de anos. Quando essa peleja acontece no céu, Miguel e seus anjos primeiro lutam contra o dragão, que é aquela antiga serpente. Outrora, ele era uma serpente, mas agora foi mudado na forma de dragão. Ele tem aumentado continuamente seu poder. Contudo, uma vez que o filho varão foi arrebatado, o dragão não apenas está incapacitado de expandir-se, mas ele é lançado do céu.

Esse é o resultado da luta entre Miguel e seus anjos e o dragão e seus anjos decaídos: “Todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e, com ele, os seus anjos”. O resultado dessa batalha é a derrota do dragão. Não mais houve lugar no céu para ele; todos eles foram lançados na terra.

Na cruz, a morte do senhor Jesus já tratou a posição que Satanás ganhou por causa da queda do homem. Em outras palavras, a redenção destruiu a posição legal de Satanás. Agora, o trabalho da Igreja é executar no Reino de Deus o que o Senhor Jesus cumpriu na redenção e, assim terminar completamente a destituição de Satanás.  A redenção é a solução de Cristo para a queda; o Reino é a solução da Igreja para a queda. O trabalho de julgar foi de Cristo, enquanto a tarefa de executar esse julgamento está na igreja. Satanás já foi julgado pela redenção; agora ele está sendo punido pelo Reino.

Após o dragão e seus anjos serem lançados do céu, é dito no versículo 10: “Então ouvi grande voz do céu proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo”. Isso é o reino. Quando Satanás for lançado e seus anjos lançados com ele e quando não mais houver lugar no céu para eles, esta é a salvação, e o poder, e o Reino de nosso Deus e a autoridade do Seu Cristo. Aqui vemos o cumprimento vitorioso do fato.

Ora, vem Senhor Jesus !

segunda-feira, 28 de março de 2011

AS PROMESSAS E OS FATOS DE DEUS

Na Palavra de Deus há algumas passagens que falam das responsabilidades que Deus exige do homem, e outras que falam da graça que lhe concede. Em outras palavras, há passagens que falam dos requisitos de Deus, e aquelas que falam da Sua graça. Por exemplo, há muitos mandamentos, leis e ensinamentos que são indicações de que Deus quer que o homem assuma responsabilidades. São os requisitos de Deus para o homem.

Por outro lado, há as bênçãos espirituais nos lugares celestiais: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de benção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1:3). E a herança que é incorruptível, incontaminada, que não se desvanece, reservada nos céus para nós (I Pe 1:4). Essas são as coisas que Deus tem prazer em nos dar e que Ele cumpriu para nós; é a graça que Deus nos outorgou.

A Palavra de Deus, no aspecto da graça, pode ser resumida em três categorias: 1) as promessas de Deus para nós; 2) os fatos que Deus realizou por nós; e 3) as alianças que Deus fez com o homem, e que Ele mesmo vai, definitivamente, cumprir.

AS PROMESSAS DE DEUS

Agora vejamos o que se entende por promessas de Deus. Uma promessa é diferente de um fato. Promessa está relacionada com o futuro, ao passo que o fato está relacionado com o passado. Promessa é algo a ser feito, enquanto fato é algo já realizado. Promessa significa que Deus fará algo para o homem, enquanto fato significa que Deus já fez algo por ele. Na promessa pode haver condições. Se acatarmos as condições, receberemos o que foi prometido. Fatos não exigem nossa súplica; somente precisamos ver que são fatos e crer neles como tais.

Alguns exemplos ajudarão a mostrar com maior clareza as diferenças entre promessa e fato. Lembremos do que Jesus disse aos seus discípulos: “Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo 16:7). Essa é uma promessa. Essa promessa tornou-se fato no dia da ressurreição do Senhor, quando Ele soprou nos discípulos e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20:19-22).

Novamente, o Senhor Jesus disse aos seus discípulos: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24:49). Essa é uma promessa! No dia de Pentecostes, o Espírito Santo veio sobre eles (At 2:1-4). Naquela época, a promessa tornou-se fato. Entretanto, era condicional: os discípulos tinham de permanecer na cidade.

Princípios acerca das Promessas de Deus

A Palavra de Deus nos mostra muitos princípios acerca de Suas promessas. Aqui estão alguns exemplos:

1)                  “Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra” (Ef 6:2-3). Essa promessa é condicional. Se uma pessoa não cumprir a condição mencionada aqui, não receberá a benção prometida de bem-estar e vida longa.

2)                 A promessa requer oração para ser cumprida: “Agora, pois, ó Senhor Deus, cumpra-se a tua promessa feita a Davi, meu pai” (II Cr 1:9). Isso significa que precisamos pedir a Deus que cumpra Sua promessa.

3)                 Se um homem é infiel para com a promessa de Deus e não cumpre as condições que a seguem, ela poderá ser revogada. Por exemplo: de todos os filhos de Israel que saíram do Egito, somente Calebe e Josué entraram em Canaã. O restante pereceu no deserto (Nm 26:65).

4)                Se um homem age pela força da carne ou acrescenta algo à promessa de Deus, é possível que ela se torne de nenhum efeito (Rm 4:13-14).

5)                 Precisamos perseverar até um determinado tempo, e então obteremos o que Deus prometeu: “Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis o que Deus prometeu” (Hb 10:36).


Como a Promessa de Deus É Cumprida em Nós

Toda vez que vemos uma promessa na Palavra de Deus, precisamos realmente orar. Precisamos orar até sentirmos profundamente que essa promessa é direcionada por Deus para nós. Se a promessa tiver certas condições, precisamos cumpri-las. Então chegaremos a Deus por meio de oração e Lhe pediremos que aja de acordo com a Sua fidelidade e justiça, e cumpra Sua promessa em nós. Quando tivermos orado a ponto de sentir a fé surgir em nosso coração, não precisamos mais orar. Pode começar a louvar e agradecer a Deus, pois logo veremos a promessa sendo cumprida em nossas vidas.

Por isso, acerca das promessas de Deus, precisamos louvá-Lo porque elas não irão desvanecer-se; cada palavra será cumprida. Embora os céus e a terra possam ser consumidos e as montanhas e montes caiam, aquele que crê no Senhor verá Suas palavras cumpridas.

OS FATOS DE DEUS

Embora não possamos encontrar a palavra “FATOS” nas Escrituras, ainda assim, na obra de Deus encontramos muitos fatos cumpridos. Em outras palavras, “fatos” são a obra de Deus que já foi cumprida. Deus jamais nos pedirá que façamos qualquer coisa a fim de obter Seus fatos. Tudo que Ele exige é que simplesmente creiamos. O que Deus realizou e o que já nos deu, em Cristo, jamais pode ser adiado para alguma época futura. Se houver demora, isso será uma contradição ao fato.

Considere este exemplo: Em Efésios 2:4-6, lemos: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvos, e, juntamente com Cristo, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”. As coisas mencionadas aqui são promessas ou fatos de Deus? A Palavra de Deus nos diz que tudo isso são fatos. Foi Deus quem nos deu vida, nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais com Cristo. Tudo isso são fatos cumpridos. Uma vez que isso é assim, devemos louvar e agradecer a Deus.

Nossa atitude deve indicar que já ressuscitamos, já nos assentamos nas regiões celestiais juntamente com Cristo. Tudo isso são fatos cumpridos. Não precisamos pedir, somente precisamos reivindicar. Esse fato glorioso que Cristo consumou, já nos foi dado por Deus em Cristo! Por isso, o que é necessário não é que peçamos a Deus que faça algo, mas creiamos no que Deus já fez. Esse grande princípio na vida espiritual precisa ser lembrado.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O TRIBUNAL DE CRISTO

A Bíblia nos revela que a segunda vinda de Cristo ocorrerá em duas fases, sendo que, na primeira o Senhor não irá pisar na terra, mas sim irá ao encontro da Sua noiva, a Igreja, a qual será arrebatada e irá imediatamente para um lugar onde será realizado “o Tribunal de Cristo”. (Rm 14:10 ; II Co 5:10 ; Ap 22:12 ; I Pe 4:17).

Alguém poderá perguntar: Mas por que Jesus vem buscar a Sua Noiva e a primeira coisa que faz é levá-la ao tribunal? A resposta a essa pergunta é que temos um Deus justo e maravilhosamente bom. Este tribunal, ou este julgamento, não será para condenar ninguém, mas antes para galardoar aqueles que se envolveram na Obra de Deus.

O crente salvo já foi julgado como pecador em Cristo. Aconteceu no passado, no Calvário, quando Jesus morreu por nós. Quando Deus nos deu a salvação pela graça, Ele o fez baseado na justiça. Jesus foi julgado e condenado por todos nós pecadores e foi por isso que Deus pode dar perdão sem cometer injustiça.

O crente é julgado como filho durante sua vida física. Depois, no Tribunal de Cristo, o crente é julgado como servo, tendo em conta o serviço feito para Deus. Não é um julgamento para dar salvação a quem merece, mas dar galardão a quem trabalhou e fez a vontade de Deus na terra. Nossa salvação foi ganha pelo Senhor Jesus Cristo, mas Deus quer recompensar os Seus servos, pois Ele não ficará devendo coisa alguma àqueles que o serve.

Naturalmente que o nosso Deus é Santo e Justo. Justiça e santidade são componentes da essência e natureza de Deus. Por isso, a justiça será aplicada a todos os homens tanto aos maus como aos bons. A Bíblia nos conta uma parábola sobre talentos em Mateus 25:14-19, por isso temos que fazer os talentos renderem para não sermos considerados como sevos maus e negligentes.

Jesus irá recompensar aqueles que se esforçaram na Sua obra, colocando os talentos para funcionar, contribuindo desta maneira para que outros possam conhecer a graça de Deus. A justiça começará pelos escolhidos de Deus, pelos salvos. Os galardões serão distribuídos antes dos cristãos entrarem nas Bodas do Cordeiro.

Fiquemos firmes, confiantes e envolvidos com a vontade de Deus no trabalho do Senhor, pois: “todos nós devemos comparecer ante o tribunal de Cristo” (II Co 5:10) e “cada um dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14:12).

segunda-feira, 21 de março de 2011

O SIGNIFICADO DE UMA ALIANÇA

Por que Deus faria aliança com o homem? Para compreender isso, precisamos começar com o primeiro exemplo de aliança entre Deus e o homem. Rigorosamente falando, no Antigo Testamento, o primeiro exemplo foi na época de Noé. Antes disso, Deus nunca fizera qualquer aliança com o homem. Por isso sabemos que a aliança que Deus fez com Noé foi a primeira.

Pela aliança com Noé, podemos verificar que o propósito de Deus é fazer o homem entender a Sua intenção. Na época de Noé, a raça humana cometia pecados ao extremo e, por isso, Deus tencionava destruir o homem pelo dilúvio; mas com essa intenção, Ele lembrou-se da família de Noé e também das muitas criaturas que Ele havia criado. Ele queria preservar a vida delas.

Por isso, fez aliança com Noé dizendo: “Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos. De tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo” (Gn 6: 18-19). Deus queria preservar a vida das suas criaturas e até pensou no sustento delas. Essa aliança mostra o amor de Deus para com o homem. Mas por que, amando o homem, Deus teria que tomar uma atitude tão radical? A resposta está em Gênesis 6:5-6: “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração”. Vemos aqui como era realmente o coração de Deus.

Sem dúvida, o dilúvio deve ter causado uma impressão terrificante no homem. Hoje diríamos que o homem ficou traumatizado. Por isso, o desejo de Deus era mudar essa má impressão e mostrar ao homem a Sua verdadeira intenção. Ele não desejava destruir toda a raça humana que criara; Ele queria consolá-los. Ele queria que eles conhecessem a intenção do Seu coração. A forma encontrada pelo Senhor foi fazer com eles uma aliança.

Disse Deus a Noé e a seus filhos: Eis que estabeleço a minha aliança convosco, e com a vossa descendência, e com todos os seres viventes que estão convosco: as aves, os animais domésticos e os animais selváticos que saíram da arca, assim como todos os animais da terra. Estabeleço a minha aliança convosco: não será mais destruída toda carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a terra.

Disse Deus: Este é o sinal da minha aliança que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações: “Porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra. Sucederá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e nelas aparecer o arco, então, me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não mais se tornarão em dilúvio ... Disse Deus a Noé: Este é o sinal da aliança, estabelecida entre mim e toda carne sobre a terra” (Gn 9:8-17).

Nessa aliança, Deus disse repetidamente que jamais haveria outro dilúvio. A fim de assegurar à família de Noé que não havia mais necessidade de temor, essa aliança foi dada para que pudessem se apegar às palavras d’Ele e nelas descansar. Após analisar essa aliança de Deus com Noé, vamos procurar entender qual é o sentido de uma aliança.

Uma aliança tem de ser executada rigorosamente de acordo com a fidelidade, justiça e lei. Se fizermos aliança com alguém, registrando claramente, por escrito, como vamos agir e, contudo não a cumprimos, isso quer dizer que nós invalidamos nossas palavras, tornamo-nos infiéis, injustos e desonestos. O nosso nível moral é imediatamente rebaixado. Além disso, a quebra de uma aliança normalmente é punida por lei.

Vemos com isso que Deus, ao fazer aliança com o homem, pôs a Si mesmo numa posição restrita, ou seja, a partir desse momento, Ele terá de cumprir o que foi claramente escrito. Se Deus não cumprir a aliança que fez com o homem, Ele se torna infiel e injusto. Ele precisa agir de acordo com a justiça. Nós podemos ficar tranqüilos. Deus jamais irá descumprir os seus acordos.

Veja o que Deus disse ao rei Davi: “Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança nem modificarei o que os meus lábios proferiram. Uma vez que jurei por minha santidade (e serei eu falso a Davi?): A sua posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol perante mim” (Sl 89:30-36). Que maravilha! Eis uma aliança que garante o que nós estamos aguardando com muita esperança: um dia, em breve, o Senhor irá restaurar o trono de Davi. A raiz de Davi, o Senhor Jesus Cristo, irá reinar sobre a terra. Tudo porque o Senhor não poderia desistir da aliança que fizera com Davi.

quinta-feira, 17 de março de 2011

APRENDER A SERVIR A DEUS NO ESPÍRITO

Vimos, anteriormente, a diferença entre o sacerdócio santo e o sacerdócio real. O sacerdócio santo é um grupo de pessoas que servem, que foram separadas do sistema satânico do mundo para o serviço de Deus. O sacerdócio real é um grupo de pessoas que gastam tempo na presença do Senhor, que foram ungidas e comissionadas com autoridade celestial, e assim ministram às pessoas como sacerdotes reais.

Agora chegamos a um ponto crucial, isto é, precisamos aprender a servir no espírito. Romanos 7:6 diz: “Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra”. Precisamos aprender a servir no espírito – não na lei, não em doutrina, mas no espírito.

A Segunda Epístola aos Coríntios 3:6 mostra que o serviço do Novo Testamento é uma questão relacionada ao espírito, não à letra: “o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica”. Tememos que muitos cristãos simplesmente não saibam o que significa servir no espírito. Antes de sermos salvos, estávamos mortos em nosso espírito. Por um lado, estávamos muito ativos na mente e na emoção; todavia estávamos mortos no espírito. Mas, graças ao Senhor, quando fomos salvos, Ele regenerou nosso espírito e o fez vivo. Desde aquela hora, precisamos aprender a viver, a caminhar e a agir no espírito, não na mente nem na alma.

Precisamos aprender não apenas a andar e a viver no espírito, mas também, a servir no espírito e a servir em novidade de espírito. Trata-se de algo prático, não doutrinário ou teórico. Não estamos falando do Espírito Santo, mas do nosso espírito renovado no qual o Espírito Santo habita. Nosso espírito foi renovado e o Espírito de Deus está agora habitando nesse espírito vivificado e renovado. Por isso, nosso espírito agora é um forte componente de nosso ser. Muitas vezes, por não termos o ensinamento adequado, simplesmente não percebemos a utilidade desse espírito renovado. No entanto, devemos ter alguma percepção por causa de todas as palavras no ministério a respeito desse assunto.

Porque o Espírito Santo está agora habitando em nosso espírito, precisamos viver no espírito e também aprender a servir no espírito.

ESCOLHER UM HINO NO ESPÍRITO

Suponha que você seja encarregado do louvor e por isso tenha de escolher um hino para uma reunião. Há duas maneiras de se escolher um hino – a da letra e a do espírito. Suponha que no domingo tenhamos um culto à maneira da letra, e que você esteja preocupado em saber sobre qual assunto o pregador irá falar para que possa escolher os hinos que devem ser cantados, talvez dois ou três, e então você os prepara e espera os irmãos chegarem. Essa é a maneira da letra. Você estará agindo apenas segundo a letra. Mas a maneira da letra é uma maneira de morte.

Então, qual é a outra maneira para se escolher um hino? Há uma maneira que não é segundo a sua mente, seu raciocínio, mas segundo o sentimento interior de seu espírito. Você precisará exercitar-se para perceber o sentimento interior do espírito. Se não houver uma confirmação em seu espírito, por determinado cântico, você não deve escolhê-lo. Quando tiver um hino adequado, você sentirá mediante o sentimento íntimo de seu espírito.

MINISTRAR UMA PALAVRA NO ESPÍRITO

Precisamos aprender a não agir ou servir segundo o conhecimento, mas devemos agir e servir segundo o sentimento mais interior. Suponha que você vá dar uma mensagem numa reunião. Você precisa aprender a lição de não falar apenas de acordo com o seu conhecimento. Não é muito fácil depender inteiramente do espírito para pregar. Nossa inclinação é falar ou pregar sobre assuntos conhecidos ou mesmo uma mensagem que está anotada em nosso caderno de mensagens.

Muitos pregadores gostam de preparar o sermão com bastante antecedência o que possibilita que eles pratiquem e releiam várias vezes até estarem bastante seguros. Essa maneira de pregar é totalmente da letra. É algo morto, segundo a Palavra de Deus, porque a letra mata, mas o espírito vivifica. O verdadeiro modo de pregar segundo o espírito é quando desenvolvermos uma total confiança em Deus de tal forma que, mesmo que você não saiba o que falar no culto, você tem fé e sabe que o Senhor te dará a mensagem.

A mensagem pode vir a você até mesmo no momento em que os últimos acordes do cântico estejam ecoando. Pode ser que você tenha um sentimento a respeito de um versículo, um capítulo ou mesmo um livro da Bíblia. Se você estiver sintonizado e confiante, palavra por palavra, frase por frase, a mensagem fluirá, não segundo a mente, mas segundo a unção. Isso é maravilhoso e isso é poderoso!

‘’ORAR NO ESPÍRITO

Da mesma forma há duas maneiras de orar na reunião. Uma é orar segundo o conhecimento, segundo uma rotina, muito semelhante a ir ao escritório fazer um trabalho rotineiro. Mas precisamos esquecer todos as coisas da rotina, todas as coisas do conhecimento e todas as coisas da letra. Quando nos reunimos para orar, precisamos exercitar nosso espírito para sentir a unção interior.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O SERVIÇO DO SACERDÓCIO SANTO

Na vida cristã há sempre dois aspectos: o aspecto da vida e o aspecto do serviço. Como filhos de Deus, precisamos de uma vida espiritual adequada e precisamos do serviço espiritual adequado. Tal serviço espiritual é apresentado como o sacerdócio em 1ª Pedro 2:5: “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”.

O sacerdócio santo nesse versículo é a casa espiritual edificada com os santos. O versículo 9 da mesma carta continua a falar sobre o tema e diz: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Essas três questões são cruciais: a casa espiritual, o sacerdócio santo e o sacerdócio real.

Em Mateus 25, o Senhor Jesus apresentou duas parábolas, a parábola das dez virgens, que trata da vida cristã, e a parábola dos talentos, que está relacionada ao nosso serviço. No que se refere à nossa vida, devemos ser como as virgens com o testemunho da luz nas mãos para irmos ao encontro do Noivo. Isso é nossa vida, o aspecto da vida. Precisamos do óleo e precisamos do testemunho da luz. Precisamos sair desse mundo, esperar pela volta do Senhor e prosseguir para encontrá-lo em Sua volta. Essa é, em resumo, a vida cristã.

Imediatamente após essa parábola, o Senhor falou a parábola dos talentos, que está relacionada com o nosso serviço. Precisamos usar o talento, o dom que o Senhor nos deu, para fazer algum negócio e para fazer algo proveitoso para o Senhor. Precisamos crescer em nossa vida no Corpo com o óleo, com a luz e com o desejo de sair do mundo e ir ao encontro do Senhor em Sua volta. Também precisamos exercitar de maneira adequada o que o Senhor nos deu como um dom, como um talento.

SACERDOTES SANTOS E SACERDOTES REAIS

Nos Tipos do Antigo Testamento há duas ordens diferentes de sacerdotes: a ordem de Arão e a ordem de Melquisedeque. A ordem de Arão é a ordem santa. Ser santo é ser separado das coisas comuns, das coisas mundanas, para o Senhor. A ordem santa é uma ordem separada do mundo para o uso do Senhor. Ser separado para Deus é ser santo para Deus. Essa é a característica da ordem santa, o sacerdócio santo.

A ordem de Melquisedeque é a ordem real. Melquisedeque foi um rei e foi um sacerdote real. Por isso é que, por um lado, somos filhos de Arão, os sacerdotes santos separados do mundo para o Senhor; por outro, somos Melquisedeques, os sacerdotes reais.

Deixe-nos ilustrar da seguinte maneira. Suponha que a igreja onde congregamos vá realizar uma campanha evangelística para a pregação do evangelho. Antes de mais nada, precisamos ser edificados juntos como um corpo; devemos estar formados como um exército. Assim todos devemos ser separados do mundo para o Senhor. Todos precisamos ir ao Senhor e orar por algum tempo, como aqueles cento e vinte cristãos em Atos que oraram por dez dias. Eles se separaram das coisas mundanas e ficaram com o Senhor por dez dias. Como resultado, todos eles foram enchidos com o Senhor. Naquele momento, eles eram os sacerdotes santos. Após aquela experiência maravilhosa com o derramamento do Espírito Santo, eles saíram e foram às pessoas para dizer-lhes que Jesus é o Senhor, o Salvador. Isso eles o fizeram com realeza. Quando foram ao Senhor, eles eram santos. Quando vieram da presença do Senhor com a autoridade celestial, eles eram reis.

Quando nós, como um Corpo, formos ao Senhor e orarmos diante Dele, seremos sacerdotes santos. Após muita oração, nós seremos cheios da Sua presença e da Sua autoridade. Então sairemos como sacerdotes reais com a autoridade celestial para dizer às pessoas algo sobre o nosso Senhor. O que sai de nós não é meramente pregação da Palavra, do evangelho, mas pregação do evangelho do reino, com autoridade real, celestial. Vamos às pessoas, servindo-as, até mesmo ministrando o Senhor Jesus a elas.

Os sacerdotes segundo a ordem de Arão sempre trazem o necessário ao povo de Deus. Eles são santos. Mas um sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque traz algo de Deus para suprir os outros, para satisfazer a necessidade dos outros. Isso é sacerdócio real.

Resumindo o que vimos anteriormente, queremos lembrar a todos que, primeiramente há a necessidade de coordenação, de separação e de autoridade celestial. Necessitamos da coordenação do Corpo, precisamos que os sacerdotes santos separem-se do mundo para o Senhor e precisamos de autoridade celestial. Para termos o verdadeiro serviço da igreja, essas três coisas são vitais.

Se você tem o chamado de Deus para ministrar a Palavra à igreja, precisa primeiro verificar se tem sido edificado na realidade do Corpo e se estás em coordenação. Se não estiver, é como se você fosse um membro desconectado. Como, então, poderia funcionar. Por isso, você precisa verificar se estás separado para o Senhor e também se tem gasto tempo suficiente na presença do Senhor para orar. Sem isso, não estará qualificado para servir, porque você não é um sacerdote santo.   

Então, verifique o terceiro item: você tem a autoridade, a autoridade celestial? Tem, de fato, algo comissionado a você pelo Senhor? Se tem, você ministrará ao povo de Deus não somente pela palavra, mas pela autoridade. Todas as vezes que ministrar ou tudo o que você ministrar terá peso. A mensagem, a palavra e o ministrar, serão fortalecidos porque há a autoridade celestial do sacerdote real.

“A coordenação, a separação e a autoridade – essas três são as qualificações, o equipamento de que precisamos para ministrar!  

quinta-feira, 10 de março de 2011

PERDER A VIDA DO EGO POR CAUSA DA UNIDADE

Podemos falar sobre a unidade, mas temos de perceber que a genuína unidade é nada menos que o próprio Cristo como nossa vida de um modo prático. Cristo é a unidade, a união. Quando estou vivendo em Cristo, e não em mim mesmo, tenho a unidade e estou na unidade. Quando todos os crentes estão vivendo em Cristo, e o Senhor é expresso por todos, Ele se torna a unidade. Se essa é a nossa situação, então temos a realidade do Corpo e somos também equipados para o serviço.

Os cristãos estão divididos porque vivem em si mesmos. Se alguém quer viver a vida do Corpo de Cristo será necessário que desista de si, que perca a vida do ego. O ego é um problema, é a verdadeira divisão, a verdadeira facção. O ego divide, mas o espírito une. Se alguém puder se libertar do ego e viver em espírito, imediatamente estará na realidade do Corpo. Não é suficiente meramente conhecer a doutrina sobre libertar-se do ego; é necessário libertar-se de um modo prático, insistir até que a vida do ego se vá.

Nesse ponto, precisamos de mais oração. Devemos orar: “Senhor, sê misericordioso para comigo para que eu possa libertar-me do ego, para que eu possa deixar a vida da alma”.

Pedro diz em sua 1ª carta 2:5 que o Corpo é o edifício, a casa, e que nós, os salvos, somos pedras vivas: “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo”. Sem serem edificadas, as pedras vivas nada podem fazer e são inúteis. Pedras que não são edificadas para nada servem. As pedras precisam ser edificadas numa casa que seja útil a Deus. Essa utilidade é o serviço e essa casa é o sacerdócio.

A palavra grega traduzida para o português como sacerdócio no texto acima significa um corpo sacerdotal, um corpo de sacerdotes, portanto devemos entender que Pedro estava dizendo um corpo sacerdotal e não ofício sacerdotal. De acordo com a concordância de Strong, o significado dessa palavra grega é: uma classe sacerdotal. É necessário que um corpo sacerdotal, um grupo sacerdotal, ofereça sacrifícios espirituais. Se não somos edificados, não somos qualificados para servir a Deus. Para o serviço, precisamos do Corpo.

SER COORDENADOS JUNTOS

Vamos observar com mais atenção e ver com maiores detalhes essa questão. Esse aspecto que estamos analisando não é muito simples. Não é suficiente dizer que sabemos o que é o Corpo e que vivemos por meio de Cristo e que, por isso, temos a unidade e estamos em união com o Corpo. Devemos prestar atenção ao que Paulo diz em I Coríntios 12:24-25: “Mas os nossos membros nobres não têm necessidade disso. Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo mais honra àquilo que menos tinha, para que não haja divisão no Corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros”. Como aprecio a palavra “coordenou”! Deus coordenou o Corpo. Precisamos considerar a nós mesmos para ver se realmente temos sido coordenados juntos.

Ser coordenado significa mais do que ser ajuntado ou misturado. O Amplified New Testament usa diversas palavras para a tradução de coordenado nesse versículo – ajustado, mesclado, harmonizado, temperado, e as partes do todo engenhosamente dosadas. Na aplicação prática, ser coordenado significa, por exemplo, que uma pessoa rápida precisa ser colocada a trabalhar junto com uma lenta para que a rapidez de um seja temperada com a lentidão da outra. Assim no corpo não haverá nada mais rápido nem muito lento.

Na igreja, tanto o orgulho como a humildade precisam ser dosados até que reste apenas Cristo. Nestes dias em que estamos vivendo, temos a profunda impressão de que precisamos estar mais temperados com todos os santos. Todos nós precisamos ser temperados juntos. Deus não apenas estabeleceu os membros do Corpo; Ele coordenou o Corpo conjuntamente. Nossa necessidade hoje não é meramente sermos introduzidos e colocados na igreja, mas sermos coordenados juntamente com os outros, da escolha do Senhor, que possam ser diferentes de nós em sua disposição. Vez após vez, o Senhor nos coloca juntos exatamente com a pessoa certa para que sejamos coordenados no Corpo.

Hoje, o que temos visto nas igrejas denominacionais é uma grande mobilidade. Crentes à procura de uma igreja que seja como ele quer ou que se adapte à sua necessidade. Qualquer contrariedade é motivo para pedir transferência para outra ou mesmo para abandonar sumariamente o seu local de congregar. O pior acontece quando um grupo se rebela contra a coordenação e sai para “fundar” um “ministério próprio” ou uma nova denominação onde eles não terão de se submeter à coordenação de ninguém.

No Corpo, precisamos ter compaixão. No corpo precisamos ter bondade, humildade, mansidão, tolerância, obediência e perseverança. Embora possamos sentir que ficar junto a determinado grupo de irmãos é como morrer, não devemos tentar fugir dessa situação. O que o Senhor exige é que nossa vida natural seja exterminada. Precisamos permanecer onde estamos para que possamos suportar e até mesmo tolerar, para que possamos beber o cálice que nosso Pai nos deu. Pode parecer um cálice amargo, mas ele se tornará doce. Pode parecer um cálice de maldição, mas se transformará num cálice de benção. Dessa maneira é que viveremos a verdadeira vida do Corpo.

Não devemos pensar que é fácil para os seres humanos ficarem juntos. Não importa o quanto amamos uns aos outros; quanto mais ficamos juntos, tanto mais perceberemos que necessitamos não apenas de tolerância, mas também de perseverança e de perdão para a vida do Corpo. Vejamos o que nos diz o apóstolo Paulo: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3:12-13). E ele continua a nos dizer nos versos 14 e 15: “Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos”. 

Essa é a verdadeira vida do Corpo de Cristo!

segunda-feira, 7 de março de 2011

SEM O ESPÍRITO SANTO NÃO TEMOS COMO SERVIR A DEUS

A Bíblia revela que a igreja “Corpo de Cristo” deve ser a base de todo serviço cristão verdadeiro. O único objetivo de Deus ao formar a igreja é ganhar um Corpo para Cristo. Ele não nos regenerou para sermos unidades individuais independentes, mas para sermos membros desse único Corpo – a unidade orgânica da Igreja – a qual é uma entidade corporativa, uma casa espiritual, um sacerdócio santo e real: “também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (I Pedro 2:5).

Nosso serviço nunca deve ser realizado de maneira independente ou de modo individual, mas em cooperação coordenada com os outros membros no Corpo. Em resumo, nosso serviço deve ser algo do Corpo, no Corpo, com o Corpo e para o Corpo. Para entrar na realidade e na prática desse serviço necessitamos de um crescimento. Sem esse crescimento, o qual equivale ao amadurecimento, a igreja não pode ser edificada. A Bíblia nos diz: Assim já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito” (Efésios 2: 19-21).

Sem a edificação da igreja não pode haver serviço genuíno, assim como, sem o Espírito Santo não temos como servir. Quando fomos regenerados, nascemos do Espírito Santo, o qual trouxe a vida de Deus ao nosso espírito humano. Essa benção fez de nós um espírito com o Senhor: “O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito” (João 3:6). “Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele” (I Co 6:17). A partir daí, precisamos viver, andar, agir e servir no espírito. Ao servir ao Senhor no Corpo, devemos usar nosso espírito para entrar em contato com o Deus Triúno.

No livro de Efésios, um livro sobre o Corpo de Cristo, Paulo fala do espírito humano regenerado em todos os seus capítulos (1:17; 2:22; 3:16; 4:23; 5:18; 6:18). Quer você esteja servindo ao Senhor pregando o evangelho do reino, orando, ministrando a Palavra, visitando os irmãos ou mesmo preparando um hino para o culto noturno, você deve exercitar o seu espírito para entrar em comunhão com Deus. Além disso, devemos servir com oração.

Que todos nos tornemos aqueles cujo serviço está no Corpo, em nosso espírito, e que é realizado pela oração. Devemos orar para que nos dias atuais o Senhor possa contar com um serviço único e genuíno em muitas cidades do mundo.  

O apóstolo Paulo, escrevendo aos romanos, exorta-nos a apresentar o nosso corpo como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso mais racional serviço. Se vamos servir ao Senhor, nosso serviço deve ser no Corpo porque, como cristãos, todos fomos regenerados para sermos membros do Corpo. Nenhum de nós é uma unidade completa, uma pessoa completa, um ser completo – nenhum de nós sozinho é o Corpo de Cristo. Todos fomos recriados, regenerados, para sermos membros do Corpo. Hoje, infelizmente, há muitos cristãos que vivem desligados do corpo, acomodados em seus lares e vendo pela TV os cultos apresentados pelos pregadores televisivos; eles têm a falsa impressão de que tudo vai bem com eles. Mas, na verdade, estão sendo enganados e separados da realidade do Corpo pelos astutos estratagemas utilizados por tais “pastores”.  Essa tem sido a obra sutil do inimigo.

Que nestes dias nossos olhos sejam abertos para que todos sejam introduzidos numa plena compreensão da necessidade de estarmos na realidade do Corpo. Que os cristãos percebam que não podemos servir sem o Corpo e que nem mesmo podemos ter uma vida espiritual fora do Corpo. Todos precisamos orar para que tenhamos essa visão. A única coisa de que precisamos hoje é a visão celestial que nos levará a perceber que já estamos no Corpo. Não podemos ganhar tal compreensão do Corpo por meio do ensinamento. Não confiamos que nosso ensinamento influirá nesse caso.

Contudo, esperamos no Senhor, a Cabeça do Corpo, que Ele permita a você ainda que um pequeno vislumbre, para que seus olhos sejam abertos a fim de ver que você precisa estar em comunhão com o Corpo porque você está no corpo.

quinta-feira, 3 de março de 2011

A VERDADEIRA RELIGIÃO NÃO SE BASEIA EM SENTIMENTOS MAS NA VONTADE

Uma das questões desconcertantes que mais cedo ou mais tarde surge para confundir o cristão é saber como poderá cumprir o mandamento bíblico de amar a Deus de todo o coração e o próximo como a si mesmo.

O cristão sincero, enquanto medita nesta obrigação sagrada de amar a Deus e à humanidade, pode experimentar uma certa frustração gerada pelo conhecimento de que ele não pode criar deliberadamente qualquer entusiasmo emocional com relação a seu Senhor ou seus irmãos. Ele deseja isso, mas não consegue fazê-lo. As deliciosas fontes do sentimento não correm.

Muitas pessoas sinceras desanimaram por causa da ausência de emoção religiosa e concluíram que não eram cristãs afinal de contas, achando que perderam o caminho certo em algum ponto e sua religião tornou-se praticamente vazia de sentido. Durante algum tempo, então, censuraram-se pela sua frieza e finalmente entraram num estado de desânimo completo, mal sabendo o que pensar. Elas acreditam em Deus; confiam verdadeiramente em Cristo como seu salvador, mas o amor que esperavam sentir lhes escapa sempre. Qual será o problema?

Ele não é de fácil solução. Existe uma dificuldade real, a qual pode ser estabelecida em forma de pergunta: Como posso amar obrigado? De todas as emoções de que a alma é passível, o amor é a mais livre, e a menos racional, a que tem menor probabilidade de atender ao chamado do dever ou da obrigação, e certamente aquela que não atende ao mandado de outrem. Nenhuma lei jamais foi passada que pudesse compelir um ser moral a amar outro, pois pela sua própria natureza o amor deve necessariamente ser voluntário. Ninguém pode ser coagido ou ameaçado a fim de amar alguém. O amor não surge assim. O que fazer então com o mandamento do Senhor, para amar a Deus e a nosso próximo?

A fim de descobrir o caminho que leva da escuridão para a luz, precisamos apenas saber que existem duas espécies de amor: o amor do sentimento e o amor da vontade. Um deles está preso às emoções, o outro à vontade. Sobre o primeiro é mínimo o nosso controle. Ele vem e vai, sobe e desce, se inflama e desaparece segundo lhe apraz e muda de quente para morno, para frio, e depois se aquece de novo como faz o tempo.

Não foi a esse amor que Cristo se referiu quando disse aos discípulos que amassem a Deus e uns aos outros. Tentar fazer com que esse tipo de afeição caprichosa entrasse obrigatoriamente em nosso coração seria o mesmo que ordenar a uma borboleta que pousasse em nosso ombro.

O amor recomendado na Bíblia não é o amor-sentimento; mas o amor-vontade, uma decisão tomada deliberadamente. Deus jamais pretendeu que um ser como o homem fosse um cativo de suas emoções. A vida emocional é uma parte nobre e adequada da personalidade total, mas, pela sua própria natureza tem uma importância secundária. A religião tem como base a vontade e o mesmo acontece com a retidão. O único bem que Deus reconhece é o bem deliberado; a única santidade válida é a deliberada.

O pensamento de que diante de Deus todo homem é aquilo que quer ser deve animar-nos. O primeiro requisito da conversão é a transformação da vontade. “Quem quiser”, diz o Senhor e interrompe-se nesse ponto. A fim de satisfazer as exigências do amor para com Deus, a alma precisa apenas querer amar e o milagre começa a florescer como a vara de Arão.

A vontade é o piloto automático que mantém a alma no rumo certo. “Voar é fácil” disse um amigo que pilota seu próprio avião. “Basta colocá-lo no ar, apontá-lo para a direção que deseja seguir e ligar o piloto automático. Depois disso ele voa sozinho”. Embora não devamos demorar-nos nessa idéia é, todavia, abençoadamente verdadeiro que é a vontade, e não os sentimentos, quem determina a direção moral.

A raiz de todos os males na natureza humana é a corrupção da vontade. Os pensamentos e as intenções do coração são errados e, como conseqüência, toda a vida se torna errada. O arrependimento é em primeiro lugar uma mudança de propósito moral, uma inversão súbita e violenta da direção seguida pela alma. O filho pródigo deu o primeiro passo para sair do chiqueiro quando disse: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai”. Da mesma forma que um dia desejou sair da casa do pai, queria agora voltar. Sua atitude subsequente provou sua sinceridade. Ele realmente voltou.

Para amar a Deus de todo o coração devemos primeiramente querer isso. É preciso arrepender-nos de nossa falta de amor e decidir, desse momento em diante, fazer de Deus o objeto de nossa devoção. Devemos fixar nossa afeição nas coisas do alto e dirigir nossos corações para Cristo e as coisas celestiais. Devemos ler as Escrituras todos os dias e obedecer-lhes com o espírito de oração, sempre desejando firmemente amar a Deus de todo coração e a nosso próximo como a nós mesmos.

Se fizermos essas coisas podemos estar certos de que experimentaremos uma transformação maravilhosa em toda a nossa vida interior. Logo descobriremos, para nossa grande alegria, que nossos sentimentos estão se tornando menos erráticos e estão começando a mover-se no sentido da decisão tomada deliberadamente. Nossas emoções se tornarão disciplinadas e dirigidas. Começaremos a gozar da “doçura penetrante” do amor de Cristo.

Nossos sentimentos religiosos se elevarão uniformemente sobre asas firmes em lugar de esvoaçar por toda parte, ociosos, sem propósito ou direção inteligente. A vida, como um delicado instrumento, será sintonizada para dar louvores Àquele que nos amou e que nos lavou de nossos pecados em seu próprio sangue.

Mas, em primeiro lugar devemos querer, pois a vontade é a senhora do coração.