quinta-feira, 28 de abril de 2011

AS DIFICULDADES PARA UM RICO ENTRAR NO REINO

Em nosso viver, não tenhamos por objetivo ficar ricos, e sim ter o suficiente para comer e semear. Se tivermos o que comer e vestir, estejamos contentes.

Na vida da igreja, a realidade do reino dos céus, há um assunto que ocupa grande parte do nosso viver, e que é de grande importância: as riquezas. Portanto, em Mateus 19: 16-17, lemos: “E eis que alguém, aproximando-se, Lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom, só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos”.

Bom é só Deus. Se quisermos entrar na vida, isto é, entrar na manifestação do reino, devemos guardar os mandamentos dados por Deus. O versículo 20 diz: “Replicou-lhe o jovem: Tudo isso tenho observado; o que me falta ainda? Esse jovem era muito legal, entretanto faltava-lhe uma coisa: “Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois vem e segue-Me” (v. 21). O jovem não conseguiu praticar isso. Com relação aos mandamentos ele observava todos, amava e honrava pai e mãe e amava o próximo como a si mesmo. Mas quando o Senhor tocou no assunto das riquezas, ele não conseguiu ir adiante. Por melhor que o homem seja, sempre lhe falta algo.

O jovem rico, então, ouvindo essa palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades (v. 22). Logo após o jovem rico se retirar, o Senhor disse aos discípulos: “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda lhes digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (v. 23-24).

Ouvindo isso, os discípulos ficaram atônitos, e disseram: “Sendo assim, quem pode ser salvo?” Jesus, olhando para eles, disse-lhes: “Isso é impossível para os homens, mas para Deus tudo é possível” (v. 26-27). O jovem rico retirou-se triste porque estava na esfera humana natural. Por isso, não conseguiu superar a questão das riquezas. Mas, como cidadãos do reino dos céus, nós somos diferentes. Podemos, no espírito, ouvir as palavras do Senhor para vendermos tudo o que temos e segui-lo. Isso é impossível para os homens, mas para Deus tudo é possível.

Pedro, então, disse a Jesus: “Eis que nós tudo deixamos e Te seguimos; que será, pois, de nós?” (v. 27). O Senhor disse: “Em verdade vos digo que vós, os que me seguistes, quando na regeneração, o Filho do Homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (v. 28). Isso ocorrerá na era vindoura, no reino milenar, após a segunda vinda de Cristo. Será na manifestação do reino dos céus.

No versículo 29 está a resposta do Senhor para Pedro: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou campos, por causa do Meu nome, receberá muitas vezes mais, e herdará a vida eterna”. Essa é uma promessa do Senhor para nós. Em Mateus 5 a 7, no ensinamento sobre o reino dos céus, o Senhor Jesus enfaticamente nos diz que não podemos servir a dois senhores. Não podemos servir a Mamom e ao mesmo tempo servir a Deus. Mamom representa as riquezas. Não podemos servir às riquezas. O Senhor nos diz para não acumularmos tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubam; mas para ajuntarmos tesouros nos céus; porque onde está nosso tesouro, aí está o nosso coração (Mt 6:19-21)

Em nosso viver, não tenhamos por objetivo ficar ricos, e sim ter o suficiente para comer e semear. Se tivermos o que comer e vestir, estejamos contentes (I Tm 6:8). Paulo ainda nos exorta, dizendo que “os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam o homem na ruína e perdição. “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males” (vs. 9-10).

Nesta página do “Diários do Reino” vimos que, por um lado, é difícil o rico entrar no reino de Deus; por outro, aquele que deixar tudo por causa do Senhor receberá galardão. Essa é a atitude que se requer dos cidadãos do reino dos céus com relação às riquezas.

Alguns cristãos têm o ministério de ofertar riquezas materiais. Esses saqueiam o Egito e enriquecem o reino dos céus. Eles sempre se preocupam com a necessidade da obra do Senhor. Assim o Senhor lhes dá a incumbência de servi-lo com suas riquezas. Quando o Senhor nos provê de riquezas materiais, precisamos dar generosamente, ofertar para o Senhor e suprir a todos os necessitados. Nada de acumular bens. Invistam na expansão do reino dos céus.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PROFECIA PARA OS TEMPOS DO FIM

“Profeta é alguém que permite a Deus usá-lo como um canal para falar às pessoas, não falando por si mesmo, mas pelo Senhor”.
Deus sempre tencionou falar com o homem que criara. No Jardim do Éden, Deus falava com Adão e este podia ouvir e compreender Sua voz, e também podia falar com Deus. Nessa época, Deus ainda falava direta e livremente com o homem. No entanto, pelo fato do homem ter caído e terem-se multiplicado os pecados da “raça criada”, o Espírito de Deus deixou de estar com o homem (Gn 6:3).

Teria, então, Deus desistido de Seu plano ao abandonar a raça criada? De modo algum. Logo após o grande pecado de rebelião praticado pelos homens ao edificar a Torre de Babel, Deus estabeleceu um novo começo em Seu plano eterno, em Sua economia. Ele escolheu um homem, Abrão. Esse homem, cujo nome foi mudado por Deus para Abraão, foi o início da “raça chamada” e foi também o primeiro homem a quem Deus chamou de profeta (Gn 20:7).

O próximo profeta mencionado na Bíblia é Moisés. Podemos ver nele, de forma mais clara do que em seus antepassados, alguém que fala por Deus. Moisés não era um homem propriamente capacitado para a função de falar já que se considerava pesado de língua. Porém o Senhor mostrou a Moisés que Ele é quem dá a capacidade de falar, Ele é quem dá eloqüência aos servos que chama para servi-Lo.

Há pessoas que se julgam inúteis para Deus por não serem eloqüentes, mas por entregarem-se a Deus sem reservas, Ele as capacita. Por reconhecerem que são incapazes essas pessoas em todo o tempo estão confiando e dependendo do Senhor. Isso aconteceu com Moisés, aconteceu com todos os homens genuinamente usados por Deus e precisa acontecer com todos os que hoje desejam ser úteis na obra de Deus.

Antes de querer falar por Deus, o profeta precisa ser um homem de Deus e ser governado pela visão do propósito imutável de Deus. Como homem de Deus, ele é Sua propriedade, por isso, não tem opinião própria ou ponto de vista pessoal quando ministra em nome de seu Possuidor; é alguém que não busca seu próprio benefício, mas sempre o do Senhor. Isso é manifestado de muitas maneiras práticas. Por exemplo, por amor ao seu Senhor, os profetas aceitam passar por tribulações, como as que o apóstolo Paulo experimentou, a fim de cumprir o ministério que lhes foi entregue.

Paulo foi fiel a Deus por toda a sua vida e Deus podia expressar-se completamente por meio dele. Isso era resultado de Paulo ser totalmente governado por uma visão (At 26:19). Ele recebeu de Deus a visão da Sua economia, a visão da igreja como o Corpo vivo e orgânico de Cristo, e as registrou em suas cartas. Graças a isso, hoje também podemos ser governados por essa visão. Se desejarmos falar pelo Senhor, precisamos dessa visão como base.   

Paulo foi profeta e mestre em Antioquia, juntamente com Barnabé (At 13:1). Ele fora salvo no caminho para Damasco, quando Jesus lhe apareceu em uma luz muito forte que o cegou por três dias. Até aquele momento Paulo estava perseguindo os cristãos, mas quando Jesus lhe disse que era a Ele que Paulo estava perseguindo, o apóstolo percebeu que havia uma relação de vida entre Cristo e os cristãos. Ele aprendeu que tocar nos cristãos era, na verdade, tocar em Cristo.

Depois dessa experiência, Paulo foi enviado por Deus para o deserto da Arábia (Gl 1:17), onde teve visões sobre a economia de Deus, e Seu propósito eterno (II Co 12:1-4). Paulo foi governado por essa visão por toda a sua vida e falou regido por ela, jamais lhe tendo sido desobediente (At 26:19). A economia de Deus estava no coração de Paulo e tudo o que ele fazia tinha como objetivo promovê-la. Ele sempre lutou fortemente contra tudo e todos os que ousaram contradizer a Deus e Sua economia, e tudo aquilo que trouxesse qualquer prejuízo à edificação da igreja.

Em II Timóteo 3:16-17, Paulo diz ao seu discípulo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Isso indica que o homem de Deus no N.T. precisa ter revelação e uma visão clara da Palavra de Deus, daquilo que Deus deseja fazer nesta terra e como Ele fará isso.

Todos os que desejam ser realmente usados por Deus como Seus profetas devem buscar primeiramente obter revelação sobre a Bíblia e a visão da economia de Deus. Hoje os profetas precisam, antes de tudo, ter visão. Se permitirmos que a Palavra esteja em nós, seremos legítimos porta-vozes de Deus nessa era.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

CONFORMADOS À IMAGEM DE CRISTO

“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8:29).

Como seremos conformados à imagem do Filho de Deus? Há um conceito sobre isso, correto, porém incompleto. Cristo é a fôrma e nós somos a massa colocada na fôrma que, sob pressão, toma sua forma. Quanto mais somos pressionados, mais conformados seremos à fôrma. A pressão representa o sofrimento. Assim, é preciso que soframos em nossa alma até tomarmos a forma completa da fôrma.

Esse conceito, no entanto, carrega uma forte conotação de ser a conformação algo apenas exterior. De fato, conformação significa ser amoldado a, adquirir a forma de; mas, espiritualmente falando, adquirir a forma de Cristo é algo interior, que ocorre no espírito, quando estamos em comunhão face a face com Deus. Isso pode ser comparado com a gestação de uma criança. Uma gestação completa dura duzentos e oitenta dias ou quarenta semanas. Após esse período de gestação a criança estará totalmente formada, está pronta para nascer.

Em Gálatas 4:19, o apóstolo Paulo se compara a quem está sofrendo as dores de parto pelos gálatas até que Cristo fosse formado neles. Quão crescido é Cristo dentro de nós? Será apenas um bebê frágil ou já é um homem crescido? Tudo isso indica claramente que ser conformado não é algo apenas exterior, mas muito mais interior. Precisamos de tempo para que sejamos totalmente conformados a Cristo, para sermos como Ele.

A Glorificação

“E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8:30).

A consumação de todo o processo da salvação orgânica é a glorificação. Ser glorificado é tornar-se semelhante a Deus: “Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” (I Jo 3:2). Este é o aspecto final da salvação completa de Deus. Deus tornou-se carne, assumindo e vivendo a natureza humana, a fim de levá-la para dentro da natureza divina. Esse é o Seu objetivo final em relação aos seus escolhidos, a glorificação dos filhos de Deus. Esta é a salvação completa de Deus para nós.

Nesta última etapa nada poderá nos separar de Deus, pois estaremos totalmente mesclados com Ele. Os últimos versículos de Romanos 8 nos mostram que nada, seja na esfera física ou espiritual, poderá separar-nos do amor de Deus e de Cristo! Essa é a salvação completa, o evangelho de Deus para nós: fazer-nos iguais a Ele através de Sua vida que está em nós.

Para que isso se torne real para nós, precisamos praticar, precisamos exercitar-nos na experiência com a vida divina. Somente fazendo assim, essas palavras nos servirão de alento e encorajamento, a fim de preparar-nos para a segunda vinda de Cristo. Nosso anelo e busca deve ser que sejamos vencedores, sejamos arrebatados vivos à Sua presença, a fim de entrar triunfantemente na era vindoura como co-reis com Cristo para reinarmos com Ele por mil anos. Por fim, desfrutaremos com todos os santos da Nova Jerusalém pela eternidade.

“Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Pois estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8:37-39).

Qual deve ser nossa atitude com relação à vinda do Senhor? Muitos aguardam Sua vinda passivamente e nada fazem para apressá-la. Pedro disse para aguardarmos a vinda do Senhor, apressando-a. Portanto, todos devemos dispor-nos a isso, exercitando o espírito a todo tempo e fazendo-o fervoroso. Deixemos a mornidão e a preguiça e sejamos diligentes e fervorosos!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

LINHO FINO BRANCO E RESPLANDECENTE

Apocalipse 19:7-8 descreve a noiva ataviada para as bodas do Cordeiro com vestes de linho finíssimo branco e resplandecente, sendo o linho finíssimo os “atos de justiça dos santos”. Se nós tivermos essa segunda veste, a veste nupcial, pronta à época da volta do Senhor, então seremos arrebatados vivos ao trono de Deus (Ap 12:5; 14:1). A Bíblia nos diz que o Filho do homem virá em Sua glória com os Seus anjos e retribuirá a cada um conforme suas obras (Mt 16:27). Ele virá na glória do Pai para julgar, e o juízo começa hoje pela casa de Deus (I Pe 4:17).

Se tivermos obras justas, receberemos a recompensa e entraremos no reino milenar para desfrutar das bodas do Cordeiro. Os anjos mencionados aqui não são os seres angelicais, mas se referem aos vencedores arrebatados antes da vinda de Cristo, os que já estavam preparados, os que já tinham seus vestidos bordados de linho fino branco e resplandecente. Na manifestação visível de Cristo em Sua segunda vinda, esses vencedores serão os que virão montados em cavalos brancos juntamente com Ele (Ap 19:13-14). O versículo 13 diz que o Senhor tem Sua veste manchada de sangue; note que este não é o sangue da redenção, e, sim, o sangue das uvas pisadas no lagar da ira de Deus, o sangue dos inimigos vencidos por Ele.

Para sermos os tais “vencedores” e os “exércitos de Cristo”, precisamos ter nossa veste pronta. Em que condição ela está hoje? Vamos apressar-nos em bordá-la para que estejamos prontos para a vinda do Senhor.

A Santificação do Cristão

O processo de salvação orgânica inclui a santificação, a qual, em um primeiro momento, está diretamente relacionada à justificação. Por meio da redenção de Cristo fomos santificados, pois nascemos de novo e, pela fé, fomos trazidos a uma posição santa diante de Deus. A partir daí continua o trabalho do Espírito em nosso interior para nos levar à plenitude da santificação, que é o acréscimo do elemento santo de Deus em nós.

Vejamos um exemplo. Uma xícara de água fervida recebe um saquinho de chá. Que vai ocorrer? As folhas do chá vão liberar sua essência que, pouco a pouco, se infundirá na água quente até que esta fique totalmente saturada dela. Assim também é o processo de santificação. A cada dia estamos recebendo mais os elementos santos de Cristo até sermos santos como Ele é. “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (I Pe 1:13-16).

Renovação e Transformação

Romanos 12:2 diz: “Não vos conformeis com esse século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”. Esse versículo está relacionado à nossa alma, que é formada de mente, vontade e emoção. Nossa mente caída se apraz em pensar nas coisas deste mundo o qual nos seduz com suas atrações. Mas Paulo foi imperativo: não podemos conformar-nos com este mundo, mas nossa alma tem de ser transformada.

A transformação se inicia pela renovação da mente, a parte líder da alma. A mente influencia a emoção que, por sua vez, influencia a vontade. Por isso nossa mente precisa ser renovada pelo Espírito. Todo tipo de prática, tradição e conceitos religiosos, que tem impedido nosso avanço espiritual, deve ser derrubado. Muitos se apegam somente às revelações bíblicas do passado e não aceitam a nova luz e revelação que o Espírito tem dado nos últimos dias. Isso faz com que sua mente envelheça, tornando-se uma barreira que os impede e avançar. Não apenas na mente, mas também em nossa emoção e vontade podemos ter barreiras.

Em todas as áreas do serviço a Deus precisamos de uma mente renovada, e isso também diz respeito aos nossos bens materiais. Não devemos conformar-nos a este mundo. Sigamos o exemplo de Abraão, Isaque e Jacó que viviam em tendas mesmo já estando de posse da terra prometida, a terra de Canaã, pois não consideravam aquela terra como sua pátria. Eles aguardavam por uma pátria eterna e permanente, que é a igreja, a Nova Jerusalém. Portanto, não podemos aplicar nosso coração a esta terra. Tudo aqui é passageiro e temporário, incluindo a vida humana.

Ao consagrarmo-nos a Deus também estamos consagrando tudo o que temos. Nossas riquezas provêm de Deus, portanto, ofertar a Ele é um privilégio, um direito que temos. Muitas necessidades surgem na igreja e na obra do Senhor, mas muitas vezes não temos recursos para ofertar. Exercitemos a nossa fé e peçamos ao Senhor. Ele certamente atenderá a nossa oração. Se formos por Ele, Ele certamente será por nós. Portanto, ao usarmos nossos recursos financeiros, coloquemos em primeiro lugar as necessidades da obra do Senhor. Não nos conformemos com este mundo, antes despojemo-lo para aplicar no Reino de Deus!  

A mente renovada gera transformação. Como ocorre o processo de transformação? Em II Coríntios 3:18 lemos que ao contemplarmos o Senhor estaremos sendo transformados de glória em glória na Sua própria imagem. Isso significa que deixamos de ser pessoas naturais, que vivem de acordo com os impulsos da alma, e passamos a ser pessoas espirituais. Para isso precisamos negar a vida da alma, e é nesse momento que ocorre a transformação.  

Esse processo não é imediato, mas é um lento processo de transformação. Todos nós, os filhos de Deus, somos inicialmente desprezíveis diante de Deus porque trazemos as características do velho homem. Mas, pouco a pouco o Senhor nos dá mais de Sua vida e nos põe em um lugar apropriado para facilitar esse processo, que é a vida da igreja, o Seu Corpo. O período para que a transformação se complete variará de pessoa a pessoa, dependendo da disposição pessoal e da busca ao Senhor. Mas, sem dúvida, depois de algum tempo estaremos plenamente transformados à imagem de Cristo. Esse é o resultado do operar do Espírito em nós.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

PARA ENTENDER A JUSTIFICAÇÃO

Enquanto na redenção judicial foi Cristo quem nos justificou tornando-se Ele mesmo nossa justiça, na ‘salvação orgânica’ a justificação é resultado de recebermos mais da vida justa de Cristo, a qual se manifestará em nós por meio dos atos de justiça por nós praticados. Justiça se contrapõe a pecado. Ter uma conduta injusta é ter uma conduta em pecado.

Efésios 1:13 diz: “Tendo nele também crido, fostes selados pelo Espírito da promessa”. Isso ocorreu no momento de nossa regeneração e estabelece um princípio espiritual: quando agimos no espírito, nossas ações estão de acordo com a justiça de Deus. Por isso somos selados pelo Espírito, isto é, recebemos Sua aprovação. Se vivermos e agirmos pela carne, poderá o Espírito nos selar e aprovar? De modo nenhum. Se agirmos na esfera natural da alma, poderá o Espírito aprovar nossa atitude? Certamente não. Mas quando fizermos algo no espírito, o Espírito confirmará, aprovará e selará nossa ação. Portanto, devemos manter-nos sempre no espírito, o que, espontaneamente, resultará em sermos aprovados pelo Espírito.

Vestes de Justiça

A justiça na Bíblia é representada pelas vestes. Quando Adão pecou, coseu para si uma veste de folhas de figueira para cobrir sua nudez. Fez isso como uma tentativa de justificar-se. Mas sua justiça própria fracassou e não durou muito tempo, pois as folhas murcharam e sua nudez foi novamente exposta. Deus, então, para redimi-lo providenciou uma veste de pele de animais, provavelmente de um cordeiro, e o cobriu. Esta veste preparada por Deus representa Cristo como a justiça do homem.

Nós, que antes éramos pecadores, fomos escolhidos, salvos e redimidos por Deus, e pela regeneração fomos feitos Seus filhos. Fomos, então, transferidos de ambiente; saímos do império das trevas e viemos para o reino de Deus. Por um lado, somos Seus filhos qualificados para ser Seus herdeiros (Rm 8:17) e, por outro, estamos sendo preparados como virgens puras para sermos desposados por Cristo (II Co 11:2).

Para o casamento, há a necessidade de a noiva preparar-se. Somente após essa preparação estará qualificada para entrar na presença do rei. O Salmo 45: 13, 14 apresenta, em figura, alguns detalhes desse fato. Esses versículos registram a história da filha do rei no interior do palácio real com duas vestiduras: uma é recamada de ouro e outra bordada. A primeira veste, recamada de ouro, representa Cristo que se fez nossa justiça. Essa veste nós recebemos assim que O aceitamos como nosso Senhor e Salvador. Receber essa veste não exigiu de nós nenhum esforço, pois foi Cristo que a “teceu” por nós pela redenção.

Mas existe outra veste, a qual nos dá direito de entrar na presença do Rei. Essa veste é bordada, e esse trabalho, feito ponto a ponto, é de nossa responsabilidade. Cada atitude nossa, aprovada pelo Espírito Santo, é como um bordado. Assim, ponto a ponto, nossa veste de justiça estará sendo confeccionada.

Bordar as Vestes Requer Sofrimento

Ser bordado implica sofrimento. Sem dúvida, todos os homens preferem uma vida livre de sofrimentos. Todos fogem dos sofrimentos. Somos como uma criança que foge da vacina pelo simples medo da picada da agulha; porém, mais tarde, quando entende que aquela é a maneira de impedir que ela contraia uma doença, aceita a picada sem medo. Para estarmos na presença do Rei Jesus no dia da Sua vinda, temos de viver no espírito e permitir que Ele nos limpe da vida da alma por meio das provações pelas quais nos permite passar hoje: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (I Pe 1:6-7). Isso nos poupará de sofrer os mil anos de disciplina nas trevas exteriores. Para isso, temos de bordar nossas vestes, isto é, ser aprovados e selados pelo espírito em tudo o que fazemos.

Negar a Vida da Alma

O caminho para isso é único: negar a vida da alma (Mt 16:24-25). Não nos basta falar ou saber a respeito, mas é necessário praticar. Negar a vida da alma é não agir conforme nossa própria vontade nem de acordo com a nossa própria emoção ou decisão. Isso, sem dúvida, nos faz sofrer. Mas ao olharmos para o que nos espera, o reino como a recompensa que Cristo nos preparou, veremos que vale a pena negar-nos agora. Se estivermos no espírito, não sentiremos os sofrimentos que nos sobrevêm; aceitaremos as agulhadas.

Finalmente, quando esse vestido estiver totalmente bordado, entraremos com alegria na presença do Senhor Jesus, nosso Rei, em suas recâmaras, juntamente com os demais vencedores, a noiva corporativa. Portanto, hoje precisamos conduzir-nos com atos de justiça. Se não tivermos a veste bordada até aquele dia, não poderemos entrar em Sua presença. Mateus 22 menciona um lugar chamado trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes. Esse lugar está preparado para os que se apresentarem ao Senhor Jesus sem as vestes nupciais. Isso é muito sério.

Cada filho de Deus tem de bordar sua veste nupcial com responsabilidade. Estamos muito próximos do final desta era, e o milênio chegará em breve, no qual Cristo reinará com Seus vencedores. Estaremos qualificados para participar dele? A pergunta, na verdade é: queremos realmente participar? Se queremos ou não, será demonstrado pelo quanto temos permitido que nossa veste seja bordada. O Senhor ainda não voltou porque Ele é longânimo conosco, e está esperando que concluamos a confecção dessa veste. Portanto, aproveitemos o tempo que ainda nos resta e nos esforcemos para bordar nossas vestes com muita atenção e responsabilidade, para não sermos envergonhados na era vindoura e sermos atirados às trevas exteriores.

“Em roupagens bordadas conduzem-na perante o Rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença. Serão dirigidas com alegria e regozijo; entrarão no palácio do Rei” (Salmo 45:14-15). 

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A REDENÇÃO JUDICIAL

O evangelho de Deus não é uma doutrina, mas uma pessoa, Jesus Cristo nosso Senhor. Portanto, pregar o evangelho não consiste em convencer as pessoas com uma série de doutrinas e mensagens sobre Cristo, mas é apresentar-lhes o próprio Cristo para que sejam salvas. Que é a salvação? É a entrada de Cristo, o Filho de Deus, no espírito do homem.

Cristo, como o Filho Unigênito de Deus, veio à terra e tornou-se o Filho do homem para salvar a humanidade. Aqui viveu por aproximadamente trinta e três anos e meio e tudo o que Ele fez visava a nossa salvação. Primeiramente levou-nos a Deus, que é luz, tirando-nos das trevas, levando-nos a reconhecer nossos pecados e confessá-los. Levando-nos também ao arrependimento por meio de Sua Palavra para dar-nos entrada no reino dos céus. Isso se realizou em nós quando cremos Nele.

Pela fé, fomos redimidos e perdoados de nossos pecados pelo Seu precioso sangue derramado por nós na cruz e os registros dos nossos pecados foram apagados pelo Espírito Santo. Agora já não somos inimigos de Deus, mas fomos com Ele reconciliados. Cristo se fez nossa justiça e mudou-nos de posição, tirando-nos de uma condição vil e mundana para uma posição santa.

Estes são os passos da redenção judicial, cumpridos pelo Senhor Jesus. E como tudo isso se aplica a nós? Por meio da nossa fé. Crer é nossa única responsabilidade em relação a tão maravilhosa e graciosa redenção!

O Propósito da Redenção Judicial

Por que o Filho do homem teve de cumprir toda essa redenção tão complexa? Tudo isso teve de ser cumprido visando um propósito maravilhoso: regenerar o homem ao entrar em seu espírito como vida, crescer no interior do homem até levá-lo à plena maturidade, a fim de que o homem redimido possa expressá-Lo e representá-Lo no universo. Essa foi a intenção original de Deus ao criar o homem, como está revelado em Gênesis 1 e 2, e é o Seu propósito eterno, Sua economia.

Infelizmente muitos cristãos perderam essa meta ao longo dos séculos de história da fé cristã, satisfazendo-se apenas com o fato de terem sido salvos da perdição eterna. O evangelho de Deus, porém, não é tão limitado. Os passos vistos na redenção judicial são apenas o início de um processo maravilhoso que está se desenvolvendo em nós, ao qual vamos chamar de salvação orgânica. Ela inclui a regeneração, a reconciliação, a justificação, a santificação, a renovação da mente, a transformação, a conformação e, por fim, a glorificação. Todas essas fases da salvação orgânica estão ocorrendo em cada filho de Deus desde o dia em que foram alcançados pela graça da redenção. Em alguns essa salvação orgânica está ocorrendo mais rapidamente, e em outros mais lentamente, dependendo do empenho e da disposição de cada um.

Muitas pessoas estão satisfeitas com a redenção, mas não sabem claramente porque Deus as salvou. Por meio da salvação recebemos Deus, mas por que O recebemos? Seria somente para sermos salvos do lago de fogo? Seria isso suficiente para Deus e para nós? Certamente, não, pois esse não é o propósito eterno de Deus. Precisamos pensar seriamente: no momento de nossa regeneração, ganhamos a Deus, mas quantos de nós Ele tem ganho? Temos de perguntar-nos sempre: “Senhor, quanto de mim o Senhor já ganhou? Quanto tenho permitido que Tu ganhes de mim?”

Vale salientar que o processo da salvação orgânica exige nossa participação ativa e, por isso, somos co-responsáveis em seu desenvolvimento. Por ser orgânica, ela ocorre gradativamente, passo a passo. Podemos compará-la ao metabolismo que ocorre em nosso corpo. Metabolismo é um conjunto de reações internas necessárias ao organismo vivo, para a formação, desenvolvimento e renovação de suas células. Diariamente, novas células se formam, se desenvolvem e substituem as antigas. Para isso o organismo necessita da fonte de energia proveniente dos alimentos ingeridos.

Na salvação orgânica ocorre processo similar. A Palavra de Deus, como nosso alimento espiritual cheio de luz e vida, traz-nos novos elementos para a formação das “células” do novo homem e leva embora tudo o que pertence ao velho homem. É necessário que nos despojemos gradativamente das características do velho homem para que sejamos mantidos em novidade de vida, e é necessário que nos revistamos do novo homem criado segundo Deus, na justiça e santidade da verdade.

“Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça, e retidão procedentes da verdade” (Ef 4: 22-24).