segunda-feira, 30 de maio de 2011

A DISCIPLINA É A PROVA DE QUE SOMOS FILHOS DE DEUS

“Mas, se estais sem disciplina, da qual todos somos feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos” (Hb 12:8).

Esse versículo da carta aos Hebreus nos diz que a disciplina é a prova de que alguém é filho. Os filhos de Deus são aqueles disciplinados por Ele, e os que estão sem disciplina não são Seus filhos. Se alguém não é disciplinado por Deus, não tem provas de que é Seu filho. A prova de que alguém é filho é a disciplina que recebe.

Cada filho de Deus necessita ser disciplinado, e você não é exceção. A palavra do apóstolo aqui é categórica. Todos os filhos se tornaram participantes da disciplina. Se você é filho de Deus, não espere ser tratado diferentemente. Os que viveram nos tempos de Paulo ou de Pedro, experimentaram isso. Hoje isso continua ocorrendo com todos, em todas as nações, em todo o mundo; ninguém está isento. Se Deus não nos disciplina, não pertencemos à Sua família.

Estar sujeitos à disciplina do Pai dos espíritos

No versículo 9 diz: “Além do que tivemos nossos pais segundo a carne para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos?” O apóstolo enfatizou que os pais na carne nos disciplinam e nós os respeitamos. Reconhecemos que a disciplina deles é correta e a aceitamos. Não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai dos espíritos para viver? A disciplina existe porque somos filhos. Como há disciplina, então deve haver submissão da nossa parte. Deus ordena todas as coisas no ambiente a fim de nos ensinar. As circunstâncias em nosso ambiente nos pressionam de tal maneira que não temos outra opção a não ser tomar o Seu caminho.

Submeter-se a Deus em Duas Coisas

Devemos obedecer a Deus em duas coisas: uma é obedecer aos Seus mandamentos, a outra é obedecer a Sua disciplina. Muitas vezes, a obediência à Palavra de Deus é suficiente; às vezes precisaremos também obedecer submeter-nos à Sua disciplina. Ele ordenou muitas coisas no ambiente e precisamos tirar proveito e aprender lições por meio delas. Ele quer levar-nos ao caminho reto. Precisamos aprender a obedecer não apenas aos Seus mandamentos, mas também à Sua disciplina. Isso tem um preço, mas nos colocará no caminho reto.

Lembre-se, quando a mão disciplinadora de Deus está sobre nós, esse é o momento exato de obedecer. Deus age assim porque conhece nossa natureza rebelde e por isso Ele agirá de modo a nos conduzir no caminho da obediência, que é a característica dos que nasceram de novo, dos que tem a natureza de Cristo Jesus. O apóstolo nos mostra que o castigo visa humilhar-nos e nos tornar obedientes. Submissão e obediência são virtudes indispensáveis. Precisamos aprender a obedecer a Deus e dizer: “Deus, quero me submeter à Tua disciplina! O que Tu fizeres estará correto!”

Jesus; “embora sendo Filho, aprendeu a obediência por meio daquilo que sofreu e, tendo ele sido aperfeiçoado, veio a ser o autor da eterna salvação para todos os que lhe obedecem, tendo sido chamado por Deus de sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 5: 8-10).

A Disciplina É Para Nosso Aproveitamento

O versículo 10 diz: “Aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade”. Muitas vezes os pais disciplinam os filhos de maneira inadequada, porque agem e disciplinam de acordo com os próprios caprichos. Essa disciplina não traz muito proveito. Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da Sua santidade. Isso é glorioso! Santidade é a natureza de Deus. Também podemos dizer que é o caráter de Deus. Por isso Ele usa muitas maneiras para disciplinar os filhos. Ele nos disciplina a fim de sermos participantes da Sua santidade, natureza e caráter.

Nada mais crucial do que isso! Precisamos perceber que o resultado da disciplina é que o caráter de Deus é constituído em nosso ser. Toda disciplina traz resultados, e devemos colher o fruto de todas elas. Que o Senhor tenha misericórdia de nós para que, sempre que a Sua disciplina estiver sobre nós, possa produzir um pouco mais de santidade, possa resultar em mais santidade, em mais lições aprendidas e mais constituição de Deus em nós. A santidade deve continuamente aumentar em nós!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A DÉCADA DA COLHEITA

“Disse ainda: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra; depois, dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse, não sabendo ele como. A terra por si mesma frutifica: primeiro a erva, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga. E, quando o fruto já está maduro, logo se lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa”. (Marcos 4: 26-29).

O povo judeu realizava uma grande festa anual para celebrar o final da colheita, com o propósito de louvar a Deus pelas bênçãos alcançadas. Era a Festa dos Tabernáculos. Os judeus, nesta festa, tinham e tem que expressar o seu regozijo dançando e cantando hinos de louvor, acompanhados de instrumentos musicais.

O objetivo principal da festa era, por habitarem em tabernáculos ou tendas, recordarem-se do tempo em que vagaram pelo deserto no período chamado de êxodo. Além disso, era uma festa de colheita, como se menciona em Êxodo 23: 16. Profeticamente falando, podemos extrair uma grande lição dos judeus em sua festa da Ceifa e da Colheita. Eles celebravam a Deus pelo fruto que o Senhor lhes dava. Eles confiavam em que seriam supridos de chuva, no tempo certo, a fim de garantir uma colheita abundante. O nosso Deus é o mesmo hoje e Ele também fará isso para nós neste terceiro milênio.

Deus deu para a igreja uma visão muito grande, tão grande que é impossível de se alcançar no mundo natural. Ele mostrou o Seu propósito que é realizar uma grande colheita. Deus está nos desafiando a alcançar todo o mundo, as pessoas ainda não alcançadas, as almas perdidas. A mensagem profética dada por Jesus no evangelho de Mateus foi:

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24: 14).

Esta expressão terá o seu máximo cumprimento em nossos dias. Assim nós cremos. Os ministros ungidos e sérios no mundo todo, em sua grande maioria, sabem que o tempo que resta antes do retorno de Jesus Cristo à terra é muito curto. Isto implica em que devemos fazer o nosso maior esforço e dar tudo o que pudermos para alcançar os pecadores perdidos em todo o mundo.

Estamos por ver a explosão do maior movimento missionário e evangelístico da história do Cristianismo. A voz dos evangelistas voltará a ser ouvida por toda a parte. Mas a maior estratégia será tomar as novas gerações com uma nova visão evangelizadora e consolidadora dos frutos. Esse grupo está sendo mobilizado para esta tarefa. Em todos estes anos Deus tem preparado nas nações um grande exército de discípulos do último tempo. O Espírito Santo vem depositando uma unção poderosa nos crentes, dando-lhes o ministério profético, apostólico, de ensino e apascentamento das Suas ovelhas. Evangelistas jovens serão levantados neste tempo, por todo o mundo. Eles serão comissionados, mobilizados e desafiados a conduzir campanhas evangelísticas em várias partes do mundo ainda não alcançadas.

Devemos olhar, pela fé, com uma nova visão de colheita, a extraordinária obra de ceifa de almas que irão se render aos pés de Cristo antes do seu regresso em glória. Nos próximos anos, se o Senhor não tiver voltado ainda, a Igreja estará envolvida com a tarefa de cumprir a Grande Comissão. Nosso trabalho no tempo do fim será alcançar os menos evangelizados e aqueles que nunca ouviram a palavra da verdade.

A Igreja está comissionada, neste tempo do fim, para mobilizar os crentes em uma grande e maravilhosa colheita de frutos amadurecidos, onde cada crente deve ser um sacerdote a serviço do Pai. Alguém que coopera com seus talentos e dons para a expansão do reino de Deus.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O ESTAR EM ADÃO E O ESTAR EM CRISTO

“Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5.12)

O apóstolo Paulo defendeu, em seus ensinos que, por termos nascidos da semente de Adão fomos constituídos pecadores, não pelos pecados que cometemos, mas simplesmente por estarmos “em Adão” quando ele pecou. Se o seu bisavô tivesse morrido aos três anos de idade, onde você estaria? Você teria morrido nele! Sua experiência estava atada à dele. Com esse argumento e também por ter recebido revelação de Deus a respeito da salvação, o apóstolo desenvolveu essa doutrina.

Estamos envolvidos no pecado de Adão e, por termos nascido “em Adão” recebemos tudo o que é de Adão, ou seja, a natureza de Adão, que é a natureza de um pecador. Então, a questão vital é – como posso escapar de Adão? Descendemos dele pelo nascimento, portanto, só podemos escapar dele pela morte; e é justamente este modo de escapar que Deus providenciou. “Todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte” (Rm 6.3). Estar “em Cristo” é ser identificado com Ele em Sua morte e ressurreição. A cruz é o poder de Deus que nos transfere de Adão para dentro de Cristo.

Em 1 Coríntios 15:45-47, o Senhor Jesus Cristo é chamado por dois nomes – “o último Adão” e “o segundo homem”. A Bíblia não se refere ao Senhor como o segundo Adão, ou como o último homem. Refere-se, no entanto, ao Senhor como o último Adão porque como o último, Ele é a soma total da humanidade, e como o segundo homem, Ele é o Cabeça de uma nova raça de homens. Por meio da cruz, Jesus pôs fim ao primeiro homem, em quem o propósito de Deus fora frustrado, e introduziu outro Homem, em quem este propósito é totalmente cumprido. “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Co 5.17).

Pela cruz, Deus exterminou tudo da velha criação, e procedente da morte na cruz foi produzida uma nova criação, em Cristo, o segundo Homem. Se estamos “em Adão”, tudo que está em Adão, necessariamente, recai sobre nós. Da mesma forma, se estamos “em Cristo”, tudo o que está Nele vem a nós pela graça ilimitada, sem esforço de nossa parte, tendo como base a simples fé.

A Vida De Cristo

A vida cristã não é nada mais, nada menos, que a vida de Cristo. É a própria vida de Cristo reproduzida em nós. “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção” (I Co 1.30). O entendimento comum de santificação é que todos os detalhes de nossa vida devem ser santos; mas isso não é santidade – isso é o fruto da santidade. Santidade é Cristo. Da mesma forma, a solução para o orgulho não é a humildade – é Cristo, e Ele é a solução para cada necessidade. Deus não nos dará humildade, ou paciência, ou amor como dons separados de Sua graça. Ele nos tem dado Cristo, e se nós simplesmente crermos Nele para que viva Sua vida em nós, Ele, em nosso lugar, será humilde, paciente, amoroso e tudo o mais de que nós precisamos.

Deus nos deu Seu filho para ser a nossa vida e só precisamos estar “em Cristo” para que tudo o que é de Cristo se torne nosso. Não precisamos imitar esta Vida, mas somente permitir que Cristo viva Sua vida em nós. “Logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (I Co 1.30). Como então saímos de Adão para dentro de Cristo? Creia que Deus já nos colocou “em Cristo”. Estamos dentro, portanto, não precisamos entrar! Foi um ato divino e é um fato consumado! Deus nos colocou em Cristo, e, ao tratar com Cristo, Deus tratou com a raça inteira. Nosso destino está atado ao Dele. Por tudo o que Ele passou, nós também passamos. Fomos crucificados quando Ele foi crucificado, pois Deus nos colocou Nele. O fato de termos morrido em Cristo não é uma mera posição doutrinária; é um fato, um fato eterno, e Deus exorta-nos a reconhecê-lo como tal.

“Sabendo isto, que foi crucificado com ele o nosso velho homem” (Rm 6.6); “Considerai-vos mortos” (Rm 6.11).

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O EVANGELHO DO REINO – II

Acredito que nossa caminhada cristã depende muito do modo como começamos a andar: “Assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim também andai nele” (Cl 2.6). Se um cristão começar mal o seu relacionamento com Cristo, esse relacionamento tem grandes chances de continuar mal; se começar bem, continuará bom. Se você recebeu a Jesus da forma errada, continuará estabelecendo seu relacionamento com Ele em bases enganosas. Todavia, se recebeu Jesus como Senhor, então seu relacionamento com Ele estará sobre uma base correta.

O Evangelho da Graça, quando mal compreendido, pode resultar em muitas formas diferentes de se receber a Jesus. A forma mais comum é recebê-lo como Salvador. Afinal, quem não precisa de um salvador? Um Deus que está sempre atrás de nós, pronto para salvar-nos sempre que passarmos por situações embaraçosas. Pois, é, se você começou assim com Ele, assim você vai andar nele.

Há alguns cristãos que chegam a tratar o Senhor como Aladim tratava com a sua lâmpada maravilhosa. Sempre que passava por alguma situação aflitiva, ele pegava a sua lâmpada, esfregava, fazia o pedido ao gênio e recolhia a lâmpada até que precisasse dela novamente. É um tipo de “deus” assim que a igreja tem pregado durante séculos. Jesus salva, Jesus cura, Jesus atende nossos pedidos, Jesus dá isso, aquilo e tudo o mais que você quiser.

Temos desenvolvido uma visão tão deformada de Jesus que alguns chegam mesmo a aceitá-lo como se estivessem fazendo um grande favor. Isso acontece porque alguns pregadores apresentam-no como um pobre coitado, sofrendo numa cruz maldita, cheio de pregos pelo corpo, agonizando em meio a zombarias e até mesmo impotente diante dos poderosos inimigos. Alguns pregadores chegam a dizer: Dê uma chance para Jesus! Já ouve casos em que alguém se dispôs a “aceitar Jesus” por sentir misericórdia do pregador. É que, alguns ficam cerca de 20 minutos fazendo “um apelo” enquanto alguém canta um hino com várias estrofes sem que qualquer pessoa venha à frente. A situação se torna tão aflitiva que uma pessoa, finalmente, se levanta para dar uma força para o pregador. Se começarmos a caminhar assim, é assim que iremos andar.

Talvez seja por isso que é tão difícil levar o povo a realizar tarefas como evangelizar, visitar, construir, ofertar, dizimar e coisas do gênero, pois, afinal, nós apresentamos um Jesus que salva e não um Jesus que manda. É preciso restaurar nossa mensagem e começar a pregar o Evangelho do Reino!

Quem escolheu primeiro?

Creio mesmo que essa história de aceitar Jesus está muito mal contada. Para início de conversa, precisamos saber quem precisa aceitar quem? “Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei para que vades e deis frutos” (Jo 15.16). Chegamos à conclusão de que quem carece de misericórdia somos nós e não Deus. Ele é soberano e não podemos nos esquecer disto. É Ele mesmo que tem o direito de escolher quem fará parte de Sua família.

Nossa salvação depende mais de Deus do que de nós. Não podemos esquecer que fomos eleitos antes mesmo da fundação do mundo (Ef 1.4). Nossa salvação está baseada na morte expiatória do Senhor Jesus e não na nossa decisão de aceitá-Lo. A iniciativa foi toda Dele; a nossa parte é receber pela fé. Outro detalhe que precisamos esclarecer é que Jesus torna-se Salvador de todos aqueles que o recebem como Senhor. “Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9). “Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo” (Rm 10.13). Estamos vivendo dias em que esta mensagem, que leva as pessoas a se submeterem ao senhorio de Cristo, está sendo recuperada pela Igreja. É hora de fazermos com que todos saibam que Jesus é Senhor!

Jesus estabeleceu um início de relacionamento com seus seguidores mais chegados com base no fato de que Ele é quem mandaria dali para a frente. Para Levi, diante da coletoria, Ele foi direto ao assunto: Segue-me! (Mc 2). Com Zaqueu, não usou de subterfúgios, mas disse: “Zaqueu, desce depressa” (Lc 19. 1-10). A outros simplesmente disse: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). O Senhor tem decretos estabelecidos para nossa vida, basta que nos submetamos ao Seu senhorio.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

O EVANGELHO DO REINO

“Este Evangelho do Reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.  Mateus 24.14.

Acredito piamente que estamos vivendo um momento de restauração para a Igreja de Jesus Cristo. A hora da festa das bodas está chegando, quando o Senhor virá buscar sua noiva, a Igreja, para com ela estabelecer uma relação eterna. Enquanto aguardamos esse grande acontecimento, temos a tarefa de pregar um Evangelho capaz de produzir transformações significativas na vida das pessoas. Para tanto, é preciso restaurar a natureza da nossa pregação. Ao invés de anunciar um evangelho descaracterizado, anunciar o Evangelho do Reino. Proclamar que o governo de Deus está acontecendo em nossos dias, é tarefa prioritária da Igreja.

O reino de Deus se manifesta de 3 formas: Geográfica, política e espiritualmente. Entendemos por manifestação geográfica, a extensão territorial do governo de Deus por meio de Seu Filho Jesus. “E o Senhor será rei sobre toda a Terra; naquele dia, um será o Senhor, e um será o seu nome” (Zc 14.9). Naquele dia, não haverá um milímetro de terra que não esteja sob o controle absoluto do Senhor. Até mesmo aqueles recantos mais obscuros do planeta e lugares até então inexpugnáveis, experimentarão o governo do Leão da tribo de Judá.

Chamamos de manifestação política, a instalação da teocracia como forma de governo para todas as nações da Terra. “Acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor, será estabelecido como o mais alto dos montes e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a Ele todas as nações” (Is 2.2). Os governantes da terra serão escolhidos pelo próprio Deus e não pelo povo, como tem sido até agora. Essas manifestações futuras do governo de Deus são esperadas já há muito tempo pelos patriarcas e pelos profetas do Velho Testamento. É a chamada esperança messiânica. Esta esperança ainda queima no coração dos judeus ortodoxos. Talvez seja por isso que ainda não tenham percebido que seu Messias já veio, pois esperavam por um governo literal e físico, que não aconteceu quando Jesus apareceu neste planeta. Este é, sem dúvida alguma, o reino futuro do Messias, sobre todos os lugares e sobre todas as pessoas, esperança esta que compartilhamos com o povo israelita.

A Manifestação presente do Reino

Como cristãos neo-testamentários cremos, porém, em uma manifestação presente do reino de Deus. Foi o próprio Senhor que disse: “O tempo está cumprido, e é chegado o Reino de Deus” (Mc 1.15). A manifestação tão esperada do Reino aconteceu na pessoa de Jesus. Pode ser que no seu coração aconteça a mesma pergunta que passava nas mentes dos fariseus que, apesar de estarem face a face com o seu Rei, insistiam em indagar quando seria instalado o Reino, já que não havia qualquer manifestação geográfica ou política do mesmo. A estes Jesus respondeu que o Reino não vem com aparência exterior; nem dirão: “Hei-lo aqui!” A manifestação presente do Reino divino se faz nos corações daqueles que se rendem diante do senhorio de Jesus.

Por conta de uma interpretação equivocada, temos fragmentado a Escritura, repartindo-a em épocas ou dispensações. Esta “teologia” prega dois Evangelhos: “O Evangelho da Graça e o Evangelho do Reino. O Evangelho da graça é para hoje, dizem, enquanto que o Evangelho do Reino, é para um tempo ainda futuro. Sinceramente, desconheço esta dupla definição do Evangelho nas Escrituras. Sei, no entanto, que é bem mais fácil conseguir adeptos quando se prega a Graça. Afinal de contas, quem não quer uma graça, não é mesmo? A Graça tem a ver com o receber enquanto que o Reino estabelece o domínio de Deus sobre nossas vidas e requer compromissos de nossa parte para com o Rei. A maioria dos cristãos quer as bênçãos, mas não estão dispostos a assumir seus deveres de súditos.

Gostamos mesmo é de ler o salmo 23 e sonharmos com um pastor divino que nunca deixará que nos falte nada. Ficamos a imaginar os pastos verdejantes, as águas tranqüilas, a mesa farta e o cálice que transborda. Tudo isso é possível, mas é preciso saber que o bom pastor é realmente o Senhor, o Rei Jesus, e Ele requer submissão à Sua autoridade. Somente os que estiverem dispostos a se submeter é que poderão ter acesso a tudo aquilo que o salmo do pastor nos oferece.   

segunda-feira, 9 de maio de 2011

SEPARAÇÃO E REVELAÇÃO

Deus não apenas quer quebrantar nosso homem exterior, mas também separá-lo do homem interior. Ele quer demoli-lo para que não se torne um impedimento para o homem interior. Ele quer que o nosso espírito e alma, isto é, o homem interior e o exterior, sejam separados um do outro.

Um Espírito Misturado

Um problema entre os filhos de Deus é a mistura da alma com o espírito. Sempre que o seu espírito é liberado, a sua alma também o é. É difícil achar alguém cujo espírito seja puro. É essa mistura que os desqualifica de ser usados por Deus. A primeira qualificação na obra é a pureza de espírito, e não a quantidade de poder. Muitos esperam ter muito poder, entretanto, não se preocupam em ter um espírito puro. Embora tenham o poder para edificar, têm carência de pureza. O resultado é que a sua obra estará fadada à destruição.

O nosso maior problema é a mistura. Assim, Deus precisa trabalhar em nós. Ele nos está quebrantando passo a passo a fim de que a dura capa do nosso homem exterior, diante de Deus, tenha sumido.

A Necessidade Do Quebrantamento E Da Separação

O homem exterior precisa ser quebrantado para que o homem interior seja liberado. Mas quando o espírito é liberado, ele não deve estar misturado com os sentimentos e características do homem exterior. Não deve trazer consigo nenhum elemento que venha do homem. Muitas vezes quando um irmão se levanta para falar, por um lado sentimos o espírito e a presença de Deus. Entretanto, por outro, tocamos o ego em suas palavras. Tocamos o seu ponto saliente. O seu espírito não é puro. A questão não é se o seu espírito é liberado, e, sim, se é puro.

Se Deus deseja que O sirvamos no ministério da palavra, e se temos de falar por Deus, precisamos pedir graça. Precisamos dizer: “Deus, trabalha em mim. Quebra o meu homem exterior; vem demoli-lo e separá-lo do homem interior”. Se não tivermos experimentado essa libertação, expressaremos o homem exterior inconscientemente sempre que abrimos a boca. Não há como escondê-lo.

Resumindo, a alma e o espírito têm de ser separados. O homem exterior precisa ser quebrantado, moído e completamente separado do homem interior. Só então o nosso espírito estará livre e puro.

Como Conseguir Essa Separação
           
Hebreus 4: 12-13 diz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. A primeira coisa que precisamos perceber é que a Bíblia nos diz que a palavra de Deus é viva. Se realmente a tocarmos, ela será viva para nós. Se não sentirmos que ela é viva, isso significa que não a tocamos. A palavra de Deus é viva; se a pessoa a ouvir e não for vivificada, não ouviu a palavra. Deus usa a Sua própria palavra, e essa palavra é viva.

A palavra de Deus é viva e eficaz. Ela penetra e divide. Penetra a ponto de dividir a alma do espírito. Ela consegue separar a alma do espírito. Dividir alma de espírito não ocorre no conhecimento, e, sim, quando a palavra de Deus vem a nós e nos revela os pensamentos e propósitos do coração. Isso ocorre quando, sob o iluminar de Deus, vemos que os nossos pensamentos, mente e ações são todos da carne e os propósitos visam ao ego.

Quando a luz vem, os pensamentos e propósitos do coração são expostos, descobrimos que muitas coisas que pensávamos vir do Senhor eram de nós mesmos. Assim que a luz brilha, a alma é dividida do espírito e ocorre o discernimento dos pensamentos e propósitos do coração. Veremos a verdadeira condição dos pensamentos e propósitos e então nos curvaremos e diremos: “Senhor, agora sei que essas coisas pertencem ao homem exterior”. 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O JUÍZO DO TRONO DA GLÓRIA DE CRISTO

Todos os cristãos querem apressar a vinda do Senhor. Apesar de termos o desfrute do Senhor, nós ainda sofremos e queremos que Ele volte logo. Então, todas essas dificuldades e problemas passarão. Para isso, é fundamental que os líderes das igrejas considerem esse encargo de que precisamos pregar o evangelho do reino para que todos cresçam em vida e amadureçam, por meio da salvação orgânica, com vistas à volta do Senhor. Então virá o fim.

Em Mateus 24:20-22, vemos que os dias da grande tribulação serão abreviados por causa dos eleitos. A grande tribulação será terrível. Hoje, já vemos tantas tribulações, mas tudo isso é somente o início. Um dia virá a grande tribulação profetizada por Cristo: “Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (v. 21). Se pregarmos hoje o evangelho do reino, cresceremos em vida no espírito. Então, quando chegar a grande tribulação, estaremos livres desses sofrimentos.

O Senhor nos encoraja a sermos transformados e crescermos em vida hoje, para que no reino milenar não fiquemos nas trevas exteriores onde haverá pranto e ranger de dentes (Mt 25:30); pelo contrário, que naquele período nos regozijemos com Ele e ainda assentemos sobre tronos para reinar com Ele (Ap 20:6).

No reino milenar, a Bíblia diz que os crentes vencedores estarão juntos com o Senhor e reinarão com Ele: “Ao vencedor, que guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações, e com cetro de ferro as regerá e as reduzirá a pedaços como se fossem objetos de barro, assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda a estrela da manhã” (Ap 2:26-28). Essas nações serão os povos que sobreviveram à grande tribulação e foram julgados perante o trono da glória de Cristo; que será o juízo de Cristo sobre os vivos antes do milênio.  

Em Mateus 25:31-32 lemos: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas”. Esse será o juízo do Senhor sobre os gentios que ficarem vivos quando Cristo voltar, depois que o anticristo juntamente com seus exércitos e seguidores forem derrotados por Cristo na batalha de Armagedom (Ap 16:14-16; 19:11-16 e 19-21). Esse trono da Sua glória será estabelecido em Jerusalém (Mt 19:28; Jr 3:17) e será diferente do Seu tribunal nos ares; neste, Ele julgará os crentes para verificar quais deles serão os vencedores (II Co 5:10; I Co 4:5).

Para prosseguir no estudo devemos atentar para o que está escrito no livro de Mateus, e crer que as palavras de Jesus são fiéis e verdadeiras. No trono de Sua glória, ao julgar as nações que ainda permanecerem depois de ter destruído o anticristo juntamente com seus exércitos e seguidores (Mt 25:32-46), o Senhor separará uns dos outros como o pastor separa as ovelhas dos cabritos: à direita ficarão as ovelhas, que irão entrar na posse do reino, preparado desde a fundação do mundo (v. 34). Essas pessoas serão as nações na parte terrena do reino milenar. Eles serão recompensados porque terão ajudado os crentes e os judeus a obter alimento, durante a perseguição do anticristo, na grande tribulação (vs. 35-40). Os cabritos ficarão à esquerda do Senhor e irão para o lago de fogo, preparado para o diabo e seus anjos (v. 41). Serão assim punidos porque se recusaram a ajudar os crentes e os judeus na grande tribulação (vs. 42-45).   

Não pense que o Senhor Jesus está sendo cruel com os infiéis. Saiba que a era do reino milenar será um tempo de justiça aplicada. Assim como Ele será justo com aqueles que o seguiram e renunciaram ao mundo para dedicar-se a obedecê-lo, dando-lhes o desfrute do reino como recompensa, assim Ele aplicará a justiça punindo todos aqueles que, mesmo tendo todas as oportunidades de crer e seguir a Jesus, se recusaram a crer e preferiram salvar a sua vida da alma. Eles irão receber a justa recompensa da incredulidade que é o lago de fogo e enxofre.  

Os remidos do Senhor reconhecem a justiça de Seus atos e cantam, em pé no mar de vidro (Ap 15:2-4), o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo:

“Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos”.

Essa é a canção que desejo cantar, junto com meus irmãos em Cristo, naquele glorioso dia!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

PREGAR O EVANGELHO DO REINO

“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim.” (Mt 24:14).

No evangelho de Mateus 24:14 temos a revelação de que precisamos pregar o evangelho do reino em toda a terra habitada para que venha o fim. O evangelho da graça é aquele pelo qual fomos salvos. Ele visa introduzir-nos na graça e seu enfoque é que: basta crermos para receber tudo o que o Senhor fez por nós; nada precisamos fazer. Nós que estávamos nas trevas e não sabíamos da nossa condição, fomos iluminados. O Senhor, como uma grande luz, nos iluminou e vimos a luz (cf. Mt 4:16). Vimos que estávamos imersos em nossos pecados e, ao nos arrependermos, nossos pecados foram perdoados, e o sangue derramado pelo Senhor Jesus nos lavou.

Já não somos pecadores, mas justos. Nossa posição foi mudada: já não estamos nas trevas, mas numa posição santa, para recebermos a vida divina. Fomos regenerados e reconciliados com Deus. Louvado seja o Senhor! Tudo isso foi algo feito pelo Senhor; bastou-nos crer e tudo isso chegou a nós. Esse é o evangelho da graça.

Mas precisamos ainda pregar o evangelho do reino. O reino, por um lado, é uma questão de vida. Entramos nele nascendo de novo (Jo 3:3-5). O povo do reino precisa ser um povo regenerado com a vida divina e estar na realidade do reino dos céus, para crescer e amadurecer em vida. Por outro lado, o reino é questão de autoridade. É a esfera de governo na qual Deus nos rege e nos governa.

Muitos cristãos consideram que, uma vez obtida a redenção judicial e obtida a vida divina para não perecerem eternamente, já podem ficar satisfeitos. Isso, porém, não é suficiente; ainda há o reino. A realidade do reino dos céus hoje está na igreja, porque ela tem as chaves do reino (Mt 16:19). Somente quando a igreja é gerada surge a realidade do reino. Viver a realidade do reino é viver a vida da igreja. Por isso, na vida da igreja podemos obter a salvação completa: já fomos salvos no espírito, estamos sendo salvos na alma e seremos salvos no corpo (I Ts 5:23; I Co 15:53).

A salvação da nossa alma é de nossa responsabilidade hoje. A alma, o velho homem e o mundo devem ser todos crucificados para nós (Mt 16:24; Rm 6:6; Gl 6:14), assim como o pecado já foi crucificado (Rm 8:3). O que o Senhor fez por nós é para que vivamos na igreja, a realidade do reino dos céus, buscando crescimento e amadurecimento de vida.

A plena salvação de Deus é a salvação orgânica. Para obtermos a redenção judicial, isto é, a obra realizada pelo Senhor na cruz, nada foi necessário fazer, exceto crer. Mas a salvação orgânica precisa ser experimentada pessoalmente pelo esforço de cada um de nós, cristãos. Essa salvação completa pode ser representada pela parábola das dez virgens: todas elas tinham azeite nas lâmpadas, porém, apenas cinco tinham azeite também nas vasilhas.

Entendemos que as lâmpadas representam nosso espírito humano e as vasilhas, a nossa alma; o azeite representa o Espírito Santo. As cinco virgens sábias estavam cheias do Espírito também na alma. As cinco virgens néscias não estavam cheias do Espírito. Quando o noivo voltou, somente as prudentes entraram para as bodas. Isso quer dizer que, quando o Senhor voltar, aqueles de nós que ainda não tiverem o Espírito saturando todo o seu ser não poderão entrar nas bodas do Cordeiro; antes, serão lançados nas trevas exteriores onde, segundo disse Jesus, haverá pranto e ranger de dentes. Isto, porque, quando o Senhor voltar já não haverá tempo para eles crescerem em vida e serem saturados do Espírito. (Leia toda a parábola das dez virgens).

As cinco virgens prudentes representam todos aqueles que negaram a si mesmos e perderam a sua vida da alma nesta era; Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á (Mt 16:24-25). Esses são os que lidaram continuamente com a sua própria pessoa, permitindo que o Espírito saturasse a sua alma.

Isso mostra a salvação da alma, que é a salvação orgânica. Por meio desse metabolismo espiritual, as “células novas” entram e as “antigas” são eliminadas. Assim, somos renovados continuamente em nossa mente (Rm 12:2); I Co 2:16). A renovação da mente é algo difícil porque estamos acostumados a usar a mentalidade caída do velho homem. Colocar a mente no espírito não é fácil (Rm 8:6). Mas, louvado seja o Senhor, pois Ele é realmente longânimo e paciente e sempre está nos corrigindo. Se aceitarmos a Sua correção, certamente teremos a renovação da mente e a nossa pessoa será transformada, conformada à imagem do Senhor (Rm 8:29). Esse é o evangelho do reino dos céus que nós precisamos pregar em toda a terra habitada. Há muitos filhos de Deus que já receberam o evangelho da graça e foram regenerados e salvos. Agora, eles precisam ouvir e receber também o evangelho do reino. É nossa responsabilidade introduzi-los na realidade do reino dos céus, de modo que vivam a vida adequada da igreja.