quinta-feira, 28 de julho de 2011

REMINDO O TEMPO

Quanto ao assunto de nosso andar em Cristo, temos algo mais a acrescentar. Esse verbo “andar” tem, como pode parecer óbvio, outro sentido adicional. É palavra que significa primordialmente conduta, ou comportamento, mas também contém a idéia de progresso. “Andar” é prosseguir, “continuar seguindo”, pelo que gostaríamos de elaborar um pouco mais essa questão de nossa jornada na direção de um objetivo.

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor” (Ef 5.15-17).

Você vai notar que nos versículos acima existe uma associação entre a idéia de tempo e a diferença entre sabedoria e insensatez. Isto é muito importante. Desejo trazer à sua memória duas outras passagens em que estas coisas são semelhantemente relacionadas entre si: “Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens... Cinco eram insensatas e cinco, prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo... Mas, à meia-noite ouviu-se um grito: Aí vem o noivo, saí ao seu encontro!” (Mt. 25.1-13).  

“Então olhei, e vi o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam escrito na testa o seu nome e o nome de seu Pai... Esses são os que dentre os homens foram comprados para ser as primícias para Deus e para o Cordeiro. Na sua boca não se achou engano; são irrepreensíveis” (Ap. 14.1-5).

Há muitas passagens nas Escrituras que nos garantem que o que Deus iniciou Ele vai terminar. O nosso Salvador é o Salvador máximo. Nenhum crente se salvará “pela metade”. Deus vai aperfeiçoar todo e qualquer ser humano que nele depositou sua fé. É nisso que cremos, e temos que manter em mente. Cremos firmemente, juntamente com Paulo, que “Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Cristo Jesus” (Fp. 1.6). Não há limites para o poder de Deus. Ele é capaz e “poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória” (Jd. 24; II Tm. 1.12; Ef. 3.20).

Entretanto, é quando nos voltamos para o aspecto objetivo desta questão – para a sua realização prática em nossas vidas, aqui e agora, na terra – que nos defrontamos com a faceta do tempo. Em Apocalipse 14 há as primícias (v.4) e há a colheita (v. 15). Qual a diferença entre primícias e colheita? Certamente a diferença não está na qualidade, porque os frutos são da mesma época e mesmo local. A diferença está apenas no momento em que amadurecem no campo. Alguns frutos atingem a maturidade antes dos demais e por isso se tornam as “primícias”.

Cremos que todos os crentes atingirão a maturidade, de certa forma. Mas o Cordeiro de Deus procura as primícias. As moças “prudentes” da parábola não são as que se saíram melhor, mas são as que agiram bem, com antecedência, bem cedo. As demais também eram virgens, mas eram “insensatas”. Também tinham azeite em suas lâmpadas. Contudo, não imaginaram a demora do noivo. E agora suas lâmpadas estavam quase apagadas, não dispunham de reserva de azeite, e tampouco as demais moças podiam emprestar-lhes combustível. Diz a parábola que as cinco néscias chegaram à porta e disseram: “Senhor, senhor, abre-nos a porta!” Que porta? Certamente não é a porta da salvação. Se você estiver perdido, jamais poderá chegar à porta do céu e nela bater. Portanto, quando o Senhor diz: “Não vos conheço”, é certo que deve ser em razão de algo que Ele quer salientar.

Está claro que, no final das contas, todas as dez chegaram a ter azeite suficiente. A diferença, contudo, está em que as cinco prudentes tinham azeite suficiente a tempo, enquanto as insensatas, quando por fim arranjaram azeite bastante, haviam perdido o propósito para o qual o combustível era usado. A questão toda gira em torno do tempo. Esse é o ponto central do ensino do Senhor. A questão era que a luz deveria ser mantida, durante a longa espera, não importa quão longa seria a espera pela chegada do Noivo.

Permita-me repetir o conceito de que a insensatez ou a prudência giram em torno de um ponto: Se você é prudente, vai procurar a plenitude do Espírito bem depressa, o mais cedo possível. Mas se você é insensato, vai adiá-la indefinidamente. Esta parábola não nos responde a todas as nossas perguntas. Onde e como as virgens insensatas compram azeite? Não ficamos sabendo. Não nos é dito que outras providências Deus terá tomado para que todos os seus filhos finalmente fiquem amadurecidos. Esse assunto não é da nossa competência. Compete-nos aqui estudar as primícias. Somos admoestados a prosseguir; não somos admoestados a especular a respeito do que poderá acontecer se não prosseguirmos.

Você não pode, ao evitar esse assunto, impedir a chegada da maturidade, e tampouco deixar de pagar o preço. Todavia, a sabedoria está ligada ao passar do tempo. Os “prudentes” compram a tempo. A questão é sempre de tempo. Deus precisa dar um jeito em nós, depressa! O tempo passa rapidamente. Que o nosso coração possa ser iluminado de modo que saibamos “qual seja a esperança da sua vocação”, e a seguir, que possamos caminhar – na verdade, correr – como crentes que sabem “qual seja a vontade do Senhor”. O Senhor sempre se agradou de almas desesperadas.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Operação Da Vida De Cristo Em Nós

A operação da vida de Cristo em nós, num sentido verdadeiro, é espontânea, quero dizer, não exige esforço de nossa parte. A regra importantíssima é não “tentar”, mas “confiar”; não depender de nossas próprias forças, mas do poder do Senhor, porque é o fluxo de vida que revela o que somos verdadeiramente “em Cristo”. A água doce emana da Fonte da Vida.

Muitos crentes – muitos mesmo – são apanhados agindo como crentes. A vida de muitos crentes de hoje, em grande parte, é um jogo de faz-de-conta. Vivem uma vida “espiritual”, falam uma linguagem “espiritual”, adotam atitudes “espirituais”, mas estão fazendo tudo isso por si mesmos. O tremendo esforço que despendem deveria revelar-lhes que algo está errado. Eles se obrigam a não fazer tal coisa, a não dizer aquilo, a não comer isto, não vestir aquilo, e como acham difícil viver dessa forma!

É a mesma coisa quando nós tentamos falar uma língua que não é a nossa. Não importa quão duramente nos esforcemos, nossa conversa em língua estrangeira não sai com espontaneidade. Temos de forçar-nos a falar daquela maneira artificial e truncada. Todavia, quando se trata de falarmos a nossa própria língua, nada é mais fácil! Ainda quando nos esquecemos de que é que estamos tratando, conseguimos falar. Nossa linguagem flui. As palavras nos ocorrem com naturalidade, e revela de modo espontâneo o que somos.

Nossa vida é a vida de Cristo. Ela nos foi implantada pelo Espírito Santo que em nós habita, cuja vida é espontânea. No momento em que temos consciência disso paramos de lutar e atiramos fora nossa pretensa vida espiritual, nosso faz-de-conta. Nada prejudica mais a vida espiritual de um crente do que o fingimento; nada nos beneficia tanto como quando nossos esforços externos cessam e nossas atitudes se tornam naturais, quando nossas palavras, nossas orações, quando nossa vida, enfim, se torna uma expressão espontânea, não forçada, de vida dentro de nós.

Você já descobriu como o Senhor é bom? Pois bem, o Senhor Deus é boníssimo quando, e se, e porque está dentro de nós! O poder de Deus é grande? Pois tal poder divino de modo algum é menor em nós! Louvado seja Deus! Sua vida é onipotente sempre, e na vida dos crentes que ousam crer e confiar na Palavra de Deus a vida divina se manifestará com um poder que nada perdeu de sua onipotência manifestada no passado.

A grandiosidade das exigências de Deus impostas a nós apenas demonstra quão confiante o Senhor está de que os recursos que Ele colocou dentro de nós são mais do que suficientes para que possamos atendê-las. Deus não exige de nós o que Ele não realiza em nós; todavia, precisamos atirar-nos em Seus braços para que Ele faça a obra em nós. 

Porventura há uma situação difícil ameaçando-o? Seria um problema sobre o que é certo e o que é errado, sobre o bem ou o mal? Não precisas buscar sabedoria. Não precisas apelar para a árvore do conhecimento. Nós temos Cristo, o qual foi feito em nós sabedoria de Deus. A lei do espírito de vida em Cristo Jesus comunica a nós, continuamente, os padrões do Senhor quanto ao que é certo e o que é errado e, com eles, a atitude espiritual com que a situação difícil deva ser enfrentada.

Inúmeras coisas surgirão para ferir nosso senso cristão de justiça, e para testar nossas reações: De que modo reagiremos? Precisamos aprender o princípio da cruz, pois nosso padrão deixou de ser o velho homem e tornou-se o novo homem: “quanto ao trato do passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito do vosso entendimento; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:22-24). “Senhor, não tenho direito nenhum a defender. Tudo quanto tenho me veio pela Tua graça, e tudo está em Ti!

Volte-se para Deus, atire-se a Ele, e busque nele os meios de fazer o que Ele exige de você. Que o Senhor nos ensine que o princípio integral da vida cristã é que nos projetemos para além do que é simplesmente certo, e façamos aquilo que realmente Lhe agrada.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

LEVANTA-TE E ANDA

Procuramos deixar bem claro que a vida cristã não se inicia com o andar, mas com o assentar. Todas as vezes que invertemos a ordem, os resultados são desastrosos. O Senhor Jesus fez tudo por nós, e nossa necessidade agora é de descanso confiante Nele. O Senhor está assentado em seu trono, e somos conduzidos pelo seu poder. Toda experiência espiritual verdadeira, santificadora, começa nesse descanso.

Todavia, a vida cristã não termina aqui. Embora a vida cristã comesse no processo de assentar, esse assentar sempre é seguido do andar. Só depois de havermos assentado de verdade, e havermos descoberto nossa força no ato de descansar no Senhor, é que de fato podemos começar a andar. O assentar representa nossa posição em Cristo, nas regiões celestiais. O andar em Cristo representa nosso desempenho dessa posição divina aqui na terra. Sendo nós um povo celestial, Deus exige de nós que exibamos o selo dessa habitação celestial em nossa conduta terrena, e isso levanta novos aspectos.

Devemos, portanto, perguntar-nos: Que é que Efésios tem a dizer a respeito de nosso andar? Descobriremos que essa carta nos exorta a fazer muitas coisas. Trataremos agora da primeira delas.

Portanto, como prisioneiro do Senhor, rogo-vos que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor... (4:1 e 2).  

Portanto digo isto... que não andeis mais como andam os gentios, na vaidade do seu pensamento... e vos renoveis no espírito do vosso entendimento (4:17 e 23).

Andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós (5:2).

Andai como filhos da luz... descobrindo o que é agradável ao Senhor (5:8 e 10).

A palavra “andar” é usada oito vezes em Efésios, sendo empregada de modo figurado por Paulo para significar “transportar-se a si próprio”. Tal sentido traz imediatamente diante de nós o assunto da conduta cristã, de que a segunda parte da carta trata com profundidade. O apóstolo nos desafia no campo de nossos relacionamentos, a cuidar do modo como vivemos nossos relacionamentos domésticos e públicos, quando os crentes se relacionam com vizinhos, os maridos com suas esposas, quando nos relacionamos com pais e filhos, com patrões e empregados – tudo isso da forma mais real possível.

É verdade que somos um povo celestial, mas de nada adianta falar muito do céu distante. Se não trouxermos o céu ao nosso lar e ao nosso local de trabalho, à nossa loja e à nossa cozinha, e ali o praticarmos, o céu não terá o menor sentido. Sugerimos que quem é pai ou mãe, e quem é filho, que procure no Novo Testamento e verifique como os pais devem ser, e como os filhos devem agir. Talvez nos surpreendamos, pois receio que muitos de nós, que dizemos estar assentados no céu, em Cristo, demonstramos um comportamento bastante questionável em nosso ambiente. O certo é termos uma vida espiritual diante de Deus, e não apenas na teoria, mas na prática também. Não devemos tentar transformar em mera teoria algo que é tão prático.

Veja, no campo dos relacionamentos cristãos, como os mandamentos de Deus são diretos e objetivos. “Rogo-vos que andeis... com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor.” “Deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo.” “Irai-vos e não pequeis.” “Aquele que furtava, não furte mais.” “Toda amargura... e toda malícia sejam tiradas de entre vós.” “Sede uns para com os outros benignos... perdoando-vos uns aos outros.” “Não provoqueis à ira.” Nada poderia ser mais objetivo do que esta lista de imperativos.

Fomos chamados para sermos “perfeitos” em amor, demonstrando a graça do Pai. Por isso é que Paulo escreve: “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados e andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós” (Ef 5:1-2). O problema é que nós não conseguimos encontrar em nós mesmos, por natureza, os meios de atender esse padrão – o andar “como convém a santos”. Onde, está a resposta para o nosso problema, o das exigências de Deus?

Nas palavras de Paulo descobrimos o segredo: “[Deus] é poderoso para fazer muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef 3:20). Numa passagem paralela (Cl 1:29), Paulo diz: “Para isso também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia que opera em mim poderosamente”. Qual o segredo que move a vida cristã? De onde vem esse poder? Deixe-me dar-lhe a resposta em uma sentença: o segredo do cristão está em ele descansar em Cristo. O poder do cristão vem da posição que Deus lhe deu. Todos quantos se assentarem poderão andar.

Nós nos assentamos para sempre com Cristo para que possamos andar continuamente diante dos homens. Se abandonarmos por um instante nosso lugar de descanso em Cristo, caímos imediatamente e prejudicamos nosso testemunho perante o mundo. Mas enquanto habitarmos em Cristo, nossa posição no Senhor nos assegura o poder andar dignamente aqui. Lembre-se de que nossa conduta e comportamento dependem fundamentalmente de nosso descanso íntimo em Cristo.

Isto explica a linguagem de Paulo aos Efésios. Ele aprendeu a assentar-se. Encontrou um lugar de descanso em Cristo. O resultado é que Paulo andava, não baseado em seus próprios esforços, mas na operação poderosa de Deus dentro dele. Ali estava o segredo de seu poder. Paulo viu-se a si mesmo assentado em Cristo. Por isso, seu comportamento (seu andar) diante dos homens assumiu o caráter do Cristo que nele habitava. Não é de admirar, pois, que ele ore assim pelos Efésios: “Cristo habite pela fé nos vossos corações” (3:17). Deus nos deu Cristo. Agora nada mais há para nós recebermos; basta-nos Cristo. O Espírito Santo foi enviado a fim de produzir em nós o que Cristo é; o Espírito não produzirá uma coisa alheia a Cristo, nem algo fora de Cristo. Se crermos nisto, poderemos ter qualquer coisa de que precisarmos, e poderemos ter certeza de que Deus é quem o promete, pois, mediante o Espírito Santo dentro de nós, o próprio Senhor Jesus está também em nosso espírito (nosso homem interior) a fim de dar-nos qualquer coisa de que necessitamos. Diante dessa realidade verdadeira, fale a Deus desta forma: “Senhor, ficou claro para mim, finalmente, que por mim mesmo eu não conseguirei amar aqueles que me ofendem e perseguem; mas agora que eu sei que existe uma vida dentro de mim, a vida de Teu Filho, e sei que a lei dessa vida é o amor, por isso eu creio que conseguirei”.    

segunda-feira, 18 de julho de 2011

DEUS É QUEM NOS DÁ TUDO

“Era justo alegrarmo-nos e folgarmos” (Lucas 15: 32).

De todas as parábolas dos evangelhos, a do filho pródigo constitui, creio eu, a suprema ilustração da maneira de agradarmos a Deus. Nesta parábola Jesus nos revela o que é que, de modo supremo, alegra o coração de seu Pai. Não é o irmão mais velho que trabalha sem cessar para o pai, mas o irmão mais novo que permite que o pai faça tudo por ele. Não é o irmão mais velho que sempre quer ser aquele que dá, mas o irmão mais novo que está sempre disposto a receber.

Quando o pródigo voltou para casa, depois de desperdiçar suas forças e seus bens, numa vida de dissolução, o pai não proferiu uma palavra de recriminação contra a atitude luxuriosa do filho, nem uma única palavra a respeito da perda dos bens. O pai não se entristeceu por causa das perdas; apenas alegrou-se pela oportunidade que o retorno do filho lhe concedia de gastar mais ainda com ele.

Deus é tão rico que sua principal alegria consiste em dar. Suas câmaras de tesouros estão tão repletas que lhe dói o fato de nós nos recusarmos a dar-lhe a oportunidade de despejar sobre nossas vidas as riquezas que Ele armazenou para os seus. A alegria do pai foi ver no filho pródigo alguém que poderia usar a melhor túnica, o anel, as sandálias e ser homenageado com um banquete. A tristeza do pai foi que o filho mais velho não se posicionou para receber tantas bênçãos.

Deus quer ser eternamente aquele que nos dá. Há tristeza para o Pai celestial quando seus filhos tentam fazer coisas para Ele. Ele é riquíssimo! A Sua verdadeira alegria é o fato de permitirmos que Ele nos dê, e continue a dar-nos sem parar. Ele almeja que nós apenas deixemos que Ele faça, e vá fazendo e continue a fazer coisas por nós. Se apenas pudéssemos ver como Ele é rico, como é grandioso, deixaríamos em Suas mãos a tarefa de dar e de fazer. Quando nós procuramos fazer as coisas por nós mesmos, colocamo-nos novamente debaixo da lei. Todavia as obras da lei, ainda que sejam as melhores obras, nossos melhores esforços, não passam de “obras mortas”, abomináveis diante de Deus, porque não são eficazes.

Nessa parábola, ambos os filhos estavam igualmente longe das alegrias do lar provido pelo pai. É verdade que o filho mais velho não estava longe, num país estrangeiro; mas estava em casa apenas teoricamente. “Olha, sirvo-te há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste...” O coração desse filho nunca encontrou descanso. Sua posição e atitudes jamais poderiam constituir motivo de gozo, como era o caso do irmão mais novo, visto que o mais velho estava preso às suas boas obras. Ele não sabia viver e desfrutar a graça. Diante dessa revelação a respeito do desejo do nosso Pai celestial, nossa atitude deve ser essa: Pare de “dar” e você comprovará que Deus gosta de dar. Pare de “trabalhar” e você descobrirá que Deus trabalha por você. O filho mais novo estava bastante errado, mas voltou para casa e encontrou descanso, e é aí que a vida cristã se inicia.

“Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou... nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus” (Efésios 2. 4,6). “Era justo alegrarmo-nos e folgarmos”!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A POSIÇÃO DO CRENTE EM CRISTO

Para que a vida de um crente seja agradável a Deus, é preciso que esteja adequadamente ajustada ao Senhor, em todos os sentidos. As Escrituras afirmam com clareza que a alegria do Senhor está em “fazer convergir em Cristo todas as coisas... em quem também fomos feitos herança” (Efésios 1:9-11).

Peço a Deus que, nas páginas que se seguem, nossos olhos possam ser abertos de modo especial para que consigamos ver que só podemos perceber o propósito divino para nós quando colocarmos toda a ênfase Nele. Isto também está resumido em Efésios (1:12): “a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão, esperamos em Cristo”.

Dentre todas as cartas do Apóstolo Paulo, Efésios é aquela em que encontramos as mais elevadas verdades espirituais a respeito da vida cristã. A carta é rica em preciosas verdades e, ao mesmo tempo, é intensamente prática. A primeira revelação prática a respeito da vida em Cristo é que ela deve ser vivida em união com Ele nos mais elevados reinos celestiais. Hoje, abordaremos alguns princípios que estão fundamentados no coração da carta.

A revelação maravilhosa começa em Efésios 1:17-21: “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação. Oro também para que sejam iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos... que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só nesse século, mas também no vindouro”.

É importante, para ajudar a compreensão desta verdade revelada, que leiamos também o que está em Efésios 2:6-9: “E nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez ASSENTAR nas regiões celestiais, em Cristo Jesus... pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé – e isso não vem de vós, é dom de Deus – não das obras, para que ninguém se glorie”. Como dissemos, estas passagens nos revelam o segredo de uma vida celestial. A vida cristã não começa com o andar; começa com o assentar.

A era cristã iniciou-se com Cristo. Sobre isso, ficamos sabendo que depois de Ele ter “feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade nas alturas” (Hb 1:3). Com a mesma dose de verdade podemos dizer que o crente inicia sua vida cristã “em Cristo”, isto é, quando pela fé ele se vê assentado ao lado de Cristo no céu.

A maioria dos crentes comete o erro de tentar agir e andar para, só então, sentir-se capaz de se assentar, o que contraria a verdadeira ordem. Nosso raciocínio natural nos leva a perguntar: se não andamos, de que modo vamos atingir o alvo? Que é que vamos conseguir sem esforço? Como chegaremos a qualquer destino se não nos movermos? Todavia, a vida cristã é engraçada! Se logo de início tentamos fazer alguma coisa, nada obtemos; se procuramos atingir algo, perdemos tudo. É que o cristianismo não começa com um grande FAÇA, mas com um grandioso JÁ FOI FEITO.

Assim é que Efésios se inicia; com a declaração de que Deus “nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (1:3), e somos convidados, logo de início, a assentar-nos e usufruir de tudo quanto Deus já fez por nós. Não devemos ser afoitos e tentar conseguir as coisas por nós mesmos. Andar implica esforço, mas Deus diz que somos salvos não pelos nossos esforços e obras, mas “PELA GRAÇA”... por meio da fé (2:8). Estamos constantemente declarando que a salvação é pela “fé”, mas que queremos dizer com isso? Queremos dizer o seguinte: Que somos salvos quando repousamos em Jesus Cristo. Nada fizemos, absolutamente, para salvar-nos a nós mesmos; apenas depositamos no Senhor o fardo de nossas almas sobrecarregadas de pecados. Iniciamos nossa vida cristã, não dependendo de nós mesmos, de algo que fazemos, mas na dependência do que Cristo já fez. Enquanto a pessoa não puder proceder assim, não é um cristão.

Se alguém disser: “Nada posso fazer a fim de salvar-me; mas pela Sua graça Deus já fez tudo para mim, em Cristo, terá dado o primeiro passo na vida de fé. A vida cristã, do início até o fim, baseia-se no princípio da nossa total dependência do Senhor Jesus. Não há limite para a graça que Deus deseja derramar sobre nós. Ele quer dar-nos tudo, mas nada poderemos receber, a não ser que descansemos Nele. Assentar é uma atitude de descanso. Algo foi terminado; o trabalho é paralisado, e nós nos assentamos. É paradoxal, mas verdadeiro: nós só avançamos na vida cristã se aprendermos, em primeiro lugar, a assentar-nos.

Assentarmo-nos equivale a depositar nosso peso total – a nossa pessoa, nosso futuro, nossas aflições, tudo – sobre o Senhor. Deixamos que Ele assuma a responsabilidade e descansamos; deixamos de carregar o fardo. Essa foi a norma de Deus, desde o início. Na criação, Deus trabalhou desde o primeiro dia até o sexto, e descansou no sétimo. O Senhor esteve muito ocupado durante aqueles primeiros seis dias. A seguir, tendo terminado a obra da criação, Ele parou de trabalhar. O sétimo dia tornou-se o dia de descanso do Senhor; foi o repouso do Senhor.

Mas que diremos de Adão? Qual teria sido sua posição em relação ao descanso de Deus? A Bíblia diz que Adão foi criado no sexto dia. Fica bem claro, então, que Adão nada teve que ver com o trabalho realizado por Deus, visto que ele só veio a existir no fim da obra. O sétimo dia de Deus foi, na verdade, o primeiro dia de Adão. Ele começou a sua vida com o descanso. Somente porque a obra de Deus na criação estava terminada é que a vida de Adão poderia iniciar-se com o repouso. E aqui temos o evangelho da graça: Deus caminhou um pouco mais e completou também a obra de redenção, e nós nada podemos (nem precisamos) fazer para merecê-la, mas podemos pela fé receber as bênçãos de Sua obra terminada.

A analogia que estamos traçando só é verdadeira, entretanto, por causa desse clamor de triunfo: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”, explicou o Senhor, durante o seu ministério. Só depois de ter pagado o preço da expiação, poderia Jesus dizer: “Está consumado”! O cristianismo na verdade significa que Deus fez tudo em Cristo, e que nós apenas penetramos nessa realidade para usufruí-la mediante a fé. A primeira lição que devemos aprender, portanto, é essa: Que o trabalho não é inicialmente nosso, mas do Senhor. Não se trata de nós trabalharmos para Deus, mas de Deus ter trabalhado por nós. Deus nos dá uma posição de repouso. Ele nos traz a obra terminada de Seu Filho e no-la apresenta, dizendo: “Por favor, sente-se”. Penso que a oferta de Deus a nós não pode ser expressa de melhor forma do que nas palavras do convite para o grandioso banquete: “Vinde, pois tudo já está pronto” (Lucas 14: 17). Nossa vida cristã inicia-se com a descoberta das coisas que Deus já havia providenciado para nós.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

RIOS DE ÁGUA VIVA

“No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado” (Jo 7:37-39).

Que privilégio maravilhoso sermos filhos de Deus! Jesus prometeu que “rios de água viva” iriam fluir de nosso interior. Você tem experimentado isso em sua vida? Precisamos mais da presença do Senhor em nós. Eu sei que, quando esses rios de água viva começam a fluir em nosso homem interior, não apenas nosso deserto árido é transformado em local repleto de vida, mas também as forças das trevas são derrotadas e varridas para sempre.

Você sabia que o diabo tem um rio falso para oferecer? O rio falso do diabo leva morte e destruição onde quer que flua. Ele despeja impurezas, terror e tudo que seja oposto ao maravilhoso evangelho de Jesus Cristo. Todavia nosso Senhor não nos abandona para que sejamos varridos para longe. A Palavra de Deus declara que: “vindo o inimigo como uma torrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele sua bandeira” (Is 59:19).

Satanás tentará destruir a igreja com um rio de morte imundo: “Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão... Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio. A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca. Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar” (Ap 12: 13, 15-17).

Nosso inimigo está continuamente lançando rios de morte e engano pelo mundo. Todavia, podemos vencê-lo, fazendo com que o rio da vida de Deus flua de nosso interior! Jesus ensinou que uma vida construída firmemente sobre a Rocha pode resistir às enchentes de Satanás: “Vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída” (Lc 6:48).

Deus exige que seus filhos vivam no mundo, mas não que sejam parte do sistema que o governa. João escreveu: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (I Jo 2:15). Deus é capaz de nos proteger totalmente e nos manter seguros, longe das águas sujas deste mundo. Deus protege os seus filhos com a justiça. Assim, podemos ter contato com o rio deste mundo e ainda assim não sermos afetados por ele.

Quando vivemos no mundo, mas nos recusamos a nos submeter às suas regras e às suas tentações, seremos diferentes das pessoas ao nosso redor. Dessa maneira muitos serão atraídos a nós e a nossa mensagem. Não teremos apenas um testemunho poderoso; seremos um testemunho poderoso. O Senhor quer que sejamos “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente” (Fp 2: 15-16).

Você já nasceu de novo no reino de Deus? Caso tenha, deve saber que “todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (I Jo 5: 4-5). Que Deus maravilhoso nós servimos!

Agora permita que eu faça uma pergunta pessoal. O rio de água viva flui de sua vida? Você experimenta o gozo do Senhor, ou será que sua vida cristã está árida e insatisfatória, baseada no intelecto humano e em rituais vãos? Antes que possa ver outras pessoas tendo experiências com a água viva de Deus, primeiro precisas mergulhar nela.

Se você nunca experimentou os rios de água viva fluindo de seu interior, então eu o estimulo a se colocar de joelhos, clamar a Deus e se arrepender de seus pecados. Peça ao Senhor para mudar sua vida, e dedique o restante de seus dias a servir a Deus e não a si mesmo. Se você já se converteu, mas há muito tempo não sente a presença revigorante do Senhor Jesus Cristo em sua vida, então também precisas se colocar de joelhos e buscar o Senhor.

“Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à pratica das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas... Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (Ap 2: 5,7).

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

“E tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro vem para fora! Saiu, aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço...” (Jo 11:43-44).

O amor do Senhor Jesus Cristo é diferente de qualquer outro amor humano. Até mesmo o amor de uma mãe por seus filhos fica obscurecido em comparação com o amor imutável de Deus.

Pessoas podem nos amar, mas um dia nossa vida chegará ao fim e seremos sepultados. Entretanto, Deus nos ama demais, e a morte pode ser apenas o início de uma eternidade na presença do Senhor. É isso que nós acreditamos firmemente. O apóstolo João relata: “Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21:3-4).

O poder de Deus é imutável. O amor e a salvação de Jesus são imutáveis. Nós é que temos de ser transformados para ficarmos de acordo com o caráter de Deus. A transformação em nossa vida é um processo contínuo. Ela começa no momento em que passamos a viver por Jesus Cristo, mas o processo de nos tornarmos semelhantes a Ele continua até o dia de nossa morte. “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia” (II Co 4:16).

Prego o evangelho por muitos anos e percebo haver três tipos de crentes. Primeiro, existem aqueles que possuem um coração como o de Marta. Esta adorava servir os outros. Estava sempre bastante ocupada, cozinhando ou fazendo algo que serviria para abençoar o Senhor e os discípulos. E, no entanto, Jesus teve de repreendê-la, porque havia retirado a atenção de seu relacionamento com o Senhor e estava dando muito crédito ao serviço. Esse é um perigo para todos aqueles que participam na obra de Deus.

O segundo tipo de pessoa são aquelas semelhantes à irmã de Marta, Maria. Esta gostava de assentar-se aos pés de Jesus e ouvir tudo o que Ele tinha a dizer. Marta começou a achar que Maria não estava se esforçando o suficiente e perguntou a Cristo: “Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me”. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. (Lc 10:40-42).

O terceiro tipo de pessoa que percebemos nas igrejas são aquelas como Lázaro. Ele era irmão de Maria e de Marta e amigo de Jesus. Quando Lázaro morreu, suas irmãs mandaram dizer a Jesus: “Senhor, está enfermo aquele a quem amas”. Ao receber a notícia, disse Jesus: “Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado” (Jo 11:3-4). Assim que Jesus ouviu que seu amigo Lázaro havia morrido, disse aos discípulos que iriam retornar à Judéia, onde Lázaro morava. Os discípulos tentaram dissuadir Jesus de fazer a viagem, mas quando Jesus decide fazer algo que Ele sabe ser a vontade de Seu Pai, não há poder no Universo que possa atrapalhar seus planos! Quando Ele e os seus discípulos chegaram à Judéia, Marta veio correndo para se encontrar com o Mestre e disse-lhe: “Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão” (Jo 11:21).

Vemos que a igreja atual geralmente age como Marta. As pessoas conhecem a verdade da Palavra de Deus, mas ainda assim querem controlar a própria vida. Como Marta, muitos cristãos clamam: “Senhor, se houvesses feito tudo de acordo com nossa vontade, não estaríamos nesta confusão”. Nós precisamos nos dar conta de que Deus não está interessado em nossos planos. Ele, soberanamente, quer saber apenas dos planos Dele! Muitas igrejas, e também cristãos individualmente, acham que devem realizar os próprios planos e estratégias, e então pedir (ou em alguns casos mandar) que Deus os abençoe. O Deus todo-poderoso não é nosso servo! Ele não quer que digamos a Ele o que fazer. Muitos cristãos precisam descer do trono que criaram para si mesmos, colocar o rosto no pó perante Deus e fazer tudo aquilo que o Mestre ordenar.

Muitos crentes estão espiritualmente mortos, porque mantêm Jesus a uma “distância segura”, enquanto controlam a própria vida e elaboram seus próprios planos. Se não nos dermos conta de que o Jesus Cristo vivo deseja ser a parte principal de tudo o que fazemos, não iremos experimentar o avivamento. Enquanto ele não for entronizado como Rei dos reis e Senhor dos senhores, nossos planos continuarão sendo frustrados e veremos muito pouco das verdadeiras bênçãos celestiais em nossas atividades. Se a sua igreja ou sua vida espiritual tem estado morta por algum tempo, não perca a esperança! Jesus pode ressuscitar até mesmo um corpo que já esteja em decomposição. Estou convencido de que Jesus pode trazer você de volta à vida. 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

ARREPENDIMENTO

Quase não se ouve mais dizer que o reino de Deus está aberto a todos aqueles que se dispõem a desistir do mundo e se entregar de todo o coração a Cristo. Todos os domingos, milhares de sermões são pregados mostrando Jesus como Salvador, mas não como Senhor e Mestre. Os pregadores declaram: “Jesus irá ajudá-lo, abençoá-lo, perdoar-lhe e capacitá-lo”. Entretanto raramente falam a respeito de arrependimento, humildade e sacrifício.

Somos chamados para tomar parte de uma “corrida” em favor de Jesus, e o arrependimento é a linha de partida dessa prova. É fútil tentarmos entrar nessa corrida se nunca sequer nos aproximarmos do ponto inicial! Esse é o problema com muitos crentes atualmente. Estão tentando seguir o Senhor, mas não se arrependeram genuinamente nem entregaram a vida a Jesus Cristo. O resultado desse falso evangelho tão comum nos dias de hoje pode ser visto em igrejas repletas de cristãos pouco compromissados, cuja vida ainda está centrada no egoísmo e nos princípios mundanos.

Jesus veio para trazer o reino de Deus a este mundo. Veio para transformar totalmente indivíduos, famílias e nações de dentro para fora – operar uma revolução radical que muda o mundo através de servos obedientes, comprados pelo sangue de Cristo, dispostos a dobrar os joelhos e dizer: “Senhor, depois de tudo que fizeste por mim, o que desejas que eu faça para ti?”

Jesus disse para a igreja de Laodicéia: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca” (Ap 3. 15, 16). Essa mensagem do Senhor ressurreto deve ter causado um grande choque nos cristãos daquela cidade! Eles tinham uma vida tranqüila, estavam confortáveis e eram auto-suficientes. Provavelmente pensavam que Jesus estava orgulhoso de suas realizações e apreciava seus atos de piedade. Em vez de lhes dar uns tapinhas nas costas, Cristo expôs a realidade de sua condição espiritual deficiente: “Pois dizes: estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas” (Ap 3. 17, 18).

Por que Jesus proferiu essas palavras tão duras? Será que ele odiava os cristãos de Laodicéia? É claro que não! Na verdade, sua motivação, como sempre, partiu do amor que o move a revelar nossos erros. Ele amava tanto aqueles cristãos que não conseguiu ficar inativo e deixar que eles perecessem em seus pecados e em seu egoísmo. “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te”(Ap 3. 19).

O arrependimento é o primeiro passo para a caminhada no reino de Deus e também o segredo para continuarmos vivendo em obediência e submissão ao Senhor. A primeira mensagem que Jesus declarou em seu ministério foi: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4. 17). Sem uma experiência profunda de arrependimento, permaneceremos lutando contra os pecados mais básicos e nunca amadureceremos como cristãos.

O diabo não se importa se servimos ao Senhor anteriormente. O que o assusta é se estamos vivendo para Jesus hoje, confiando nele agora mesmo, e dispostos a obedecer à liderança do Espírito Santo.

Talvez você tenha uma aparência de súdito do reino de Deus. Talvez consiga convencer outras pessoas disso, mas o Deus onisciente não pode ser ludibriado. Se desejamos viver em seu Reino, temos de nos submeter a Jesus como Senhor e Rei. Não podemos enganar o Senhor, pois o “firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor” (2 Tm 2. 19).

Jesus deseja que todos nós estejamos em seu banquete de casamento, mas não podemos entrar se continuamos vivendo de acordo com os princípios do mundo. Lemos o seguinte na parábola sobre as bodas: “Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos serventes: amarrai-o de pés e mãos  e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes. Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”(Mt 22. 11-14).

Deus sabe quem é súdito de seu reino e quem é impostor. Se recebemos o convite para as bodas no reino de Deus, temos de vestir as roupas que ele nos manda usar e não as nossas próprias. Temos de aceitar sua Palavra e viver com base nela, corrigir nosso estilo de vida e adequar nossas escolhas às ordenanças do Rei. Isso é arrependimento.