segunda-feira, 29 de agosto de 2011

AS SETENTA SEMANAS NA VISÃO DO PROFETA DANIEL


O livro de Daniel tem por tema central a revelação do destino do governo humano na economia de Deus. Desde Ninrode, em Gênesis, até o anticristo em Apocalipse, a história da humanidade relacionada com o povo de Israel, está relatada em Daniel.

O conteúdo das visões e revelações proféticas, contidas no livro do profeta Daniel, constituem uma fonte inesgotável de conhecimento da parte de Deus para o Seu povo. Não pretendemos enfocá-lo em sua totalidade, mas vamos nos ater ao capítulo 9. Daniel 9 contém o mistério das setenta semanas que revelam as coisas que haveriam de acontecer ao povo de Israel após a ordem da reedificação da cidade de Jerusalém.

A partir da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, Deus determinou “setenta semanas” sobre o povo de Israel:

 “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas” (Dn 9:24-25).  

A ordem para a reconstrução a que se refere a profecia foi dada por Artaxerxes I, e essa história é narrada no livro de Neemias. A partir dessa ordem haveria setenta semanas de sete anos, isto é, quatrocentos e noventa anos, determinados sobre Israel. A duração desde a ordem até o final da edificação de Jerusalém seria de sete semanas, ou seja, quarenta e nove anos. Esse período foi descrito assim: “As praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (v. 25b).

A palavra profética continua: “Depois das sessenta e duas semanas será morto o Ungido, e já não estará” (v. 26ª). A morte do Ungido é a crucificação do Senhor Jesus. Da conclusão da reedificação de Jerusalém até a crucificação de Cristo passaram-se sessenta e duas semanas de sete anos. Nesse ponto se interrompe a profecia sobre a história do povo de Israel. Portanto, das setenta semanas já se cumpriram até aqui sessenta e nove. A interrupção da profecia marca o momento em que a Igreja do Senhor começou a ser edificada. Esse período é a era da igreja, que já dura mais de dois mil anos. Essa “inserção” durará até um pouco antes da segunda vinda do Senhor, quando então se iniciará a contagem de tempo da última semana, que irá concluir a história de Israel.

O Pensamento Central

O pensamento central de Daniel é o Cristo glorioso, revelado no capítulo 10. Esse Cristo é o personagem central da economia de Deus: “Segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef 3:11). Na segunda vinda de Cristo, Ele destruirá a grande imagem e finalizará a história de Israel. Nesse livro Cristo é a centralidade e a universalidade da economia de Deus.

Cristo, como centro da economia de Deus, cumpriu, está cumprindo e cumprirá todas as etapas necessárias para que o propósito eterno de Deus seja concluído. Essas etapas são as principais:

a.                 Por fim à Velha Criação

No final das sessenta semanas o Ungido foi morto. Na Sua morte na cruz Cristo pôs fim à velha criação: “Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6:6).

b.                Gerar a Igreja

Mediante a Sua morte e ressurreição, Cristo gerou a igreja, fazendo germinar a nova criação: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (II Co 5:17). A era da Igreja durará até o começo da última semana, quando então se dará a vinda do Senhor Jesus.

c.                 Destruir o Governo Terreno

Na Sua segunda vinda, Cristo virá como a pedra que esmiuçará a grande imagem humana, a qual representa a totalidade de todo governo humano. Essa pedra, no entanto, não será Cristo somente, mas Cristo e os santos vencedores. Essa pedra se tornará uma grande montanha que encherá toda a terra, introduzindo assim o reino eterno de Deus: “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos... O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho e fiel a interpretação” (Dan 2: 44-45).

d.                Estabelecer o Reino Eterno de Deus

Quando Cristo voltar, estabelecerá o reino eterno de Deus. Apocalipse 11:15 diz: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.”

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

ACORDE, IGREJA ADORMECIDA!

“Já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos” (Rm 13.11).

A mensagem que os cristãos do século XXI precisam ouvir é a mesma que Jesus transmitiu à igreja de Sardes: “Estas coisas diz aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus. Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti” (Ap 3.1-3).

Uma igreja adormecida nunca pode alcançar um mundo perdido

A Bíblia declara que toda a humanidade se encontra morta espiritualmente, e que está se afogando em um oceano de pecado e impureza. Se as pessoas não ouvirem o evangelho do Reino nesta vida, estão destinadas a sofrer a punição eterna no inferno. Isso é trágico, porque o Senhor Jesus afirmou que esse castigo foi “preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41), e não para as pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus.

A única maneira de esses indivíduos ficarem sabendo que Jesus tem uma alternativa para escaparem desse destino terrível é se nós contarmos a eles! Muitos cristãos pensam que falar de Jesus aos perdidos é responsabilidade de outras pessoas. Eles apresentam inúmeras desculpas na tentativa de justificar sua inatividade e silenciar sua consciência, mas o Senhor conhece a verdade. A Bíblia claramente nos instrui: “Livra os que estão sendo levados para a morte e salva os que cambaleiam indo para serem mortos. Se disseres: Não o soubemos, não o perceberá aquele que pesa os corações? Não saberá aquele que atenta para a tua alma? E não pagará ele ao homem segundo as suas obras?” (Pv 24.11, 12).

O tempo é curto, e é um absurdo que os cristãos continuem brincando enquanto milhões de pessoas ao nosso redor estão morrendo e indo para a perdição eterna. Os crentes geralmente usam o texto em Apocalipse 3.20 como um convite para a salvação. Está escrito: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo”. Entretanto, se examinarmos mais detidamente essa passagem, perceberemos que Jesus não está batendo à porta do coração dos descrentes quando diz essas palavras. Ele estava batendo à porta da igreja de Laodicéia, que havia se afastado dos caminhos de Deus. Jesus estava do lado de fora, batendo e pedindo para o deixarem entrar! É triste constatar essa realidade, mas Cristo tem sido desprezado em muitas igrejas. Muitos crentes continuam agindo em sua religiosidade caduca, “tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (II Tm 3.5).

Acorde igreja! Arrependam-se! Deixem que o Senhor entre! Ele nos ama a todos, e, enquanto estivermos vivos, ainda há tempo para sermos usados para a glória de Deus. Um crente ou uma igreja espiritualmente apáticos darão um testemunho muito fraco a respeito do Jesus vivo e ressurreto. A igreja deve ser um centro de treinamento para a guerra espiritual, e não um clube social de divertimento e hipocrisia, onde as pessoas seguem a Cristo da boca para fora enquanto se recusam a obedecer suas ordenanças. Deus quer que você acorde, pois tem um trabalho para você realizar. Temos que passar a obedecer à Palavra de Deus. Precisamos começar a pôr em prática as Escrituras, em vez de apenas ouvi-las.

Tiago disse: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1.22). Quando damos ouvidos à Palavra de Deus, ficamos repletos de alimento espiritual. Isso é bom, mas ocorre com um propósito bem definido, para que possamos compartilhar esse alimento com os famintos, e assim eles também conhecerão a Jesus. Quando você passa adiante o que recebeu, o Espírito Santo lhe dá mais para que você possa compartilhar mais ainda. Isso é algo maravilhoso.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

DEUS COMO PAI E DEUS COMO DEUS


No dia da ressurreição, Jesus disse a Maria Madalena: “Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (Jo 20.17). Nesse versículo o Senhor Jesus nos diz que temos não só um Pai, mas também um Deus. A diferença entre Deus como o Pai e Deus como Deus demonstrada nas Escrituras é que Deus, como Pai indica Sua relação com indivíduos, ao passo que, como Deus, indica Sua relação com todo o universo. Deus como o Pai é questão de vida, mostrando que nosso relacionamento com Ele deve ser como o de um filho com o seu pai, ao passo que Deus como Deus é uma questão de posição, mostrando que Ele é o Criador.

Quando conhecemos a Deus como nosso Pai, ousamos lançar-nos em seus braços, e quando O conhecemos como Deus, precisamos inclinar-nos e adorá-lo. Somos Seus filhos, vivendo no Seu amor e alegremente desfrutando tudo o que Ele nos dá. Somos também o Seu povo, posicionados como homens, adorando-O e louvando-O. Visto que Ele é Deus, precisamos adorá-Lo na beleza da Sua santidade (Sl 29.2) e em temor (Sl 5.7). Qualquer pessoa que conheça Deus como Deus em todas as coisas não pode deixar de temê-Lo e de atentar para coisas tais como vestimenta e comportamento.

Qualquer pessoa que seja relaxada, descuidada, insolente, que pratica tudo o que sua carne quer e permite que o pecado permaneça, não conhece Deus como Deus. Sabemos que: “não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4.13). Você acha que Deus está dormindo? Deus é paciente e tolerante, esperando que você se arrependa. Você acha que pode zombar Dele? As Escrituras nos dizem: “de Deus não se zomba” (Gl 6.7). Irmãos, precisamos temê-Lo.

Os vinte e quatro anciãos de Apocalipse 4.4 são os anciãos de todo o universo. Eles são mostrados na visão de João como tendo coroas em sua cabeças e estão sentados em tronos. No entanto, visto que conhecem a Deus como o Deus da criação, eles O adoram e dizem: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4.11). Quando por fim esses anciãos chegarem à festa das bodas do Cordeiro, eles se inclinarão e adorarão a Deus, que se senta no trono (Ap 19.4). Outra cena importante da visão de João em Apocalipse se dá quando um anjo voa nos ares, pregando o evangelho eterno aos povos da terra. O anjo diz: “Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.7). Isso significa que, todos aqueles que reconhecem ao Senhor como Deus e Criador, devem adorá-Lo. Isso é o que O glorifica!

O evangelho segundo João 4.23-24 é muito claro ao dizer que: Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. Isso significa que somente o elemento no homem que é o mesmo de Deus é que pode adorá-Lo. Somente o espírito pode adorar o Espírito. Somente a adoração que é do espírito é verdadeira. Esse tipo de adoração não é algo em que se usa a mente, nem as emoções e vontade. É em espírito e em realidade. O versículo 23 diz: “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”. Isso é muito significativo. Quando lemos isso vemos que se um homem deseja adorar a Deus, precisa primeiro saber adorar o Pai. Se uma pessoa não tem relação de Pai e filho com Deus, ainda não tem vida, e seu espírito ainda está morto; não conseguirá adorar a Deus.

Quando alguém nasce de novo pelo Espírito de Deus, seu espírito é vivificado, ela se torna filho de Deus e pode ter comunhão com Ele. São esses que o Pai procura para adorá-Lo. Por isso, antes de ser o povo de Deus, precisamos primeiro nos tornar Seus filhos. Apocalipse 21.7 diz: “O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho”. Eis aqui uma preciosa revelação: na eternidade, no que diz respeito à relação de vida e à relação individual, seremos filhos para Deus, mas no tocante à posição divina e conhecimento Dele como Criador, Ele será nosso Deus. Isso é glorioso!

Por fim, precisamos reconhecer isso e dizer para nós mesmos as mesmas palavras proferidas ao apóstolo João: “Adora a Deus” (Ap 22.9).

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O CAVALEIRO DO CAVALO BRANCO


“Vi o céu aberto, e apareceu um cavalo branco. O seu cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e julga e peleja com justiça” (Ap 19.11)

Adoro a visão de João, que descreve o “cavaleiro do cavalo branco”. João diz que esse cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e julga e peleja com justiça. As palavras de Mateus 5.6 foram proferidas por Ele: “Bem-aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”. O cavaleiro do cavalo branco disse: “eles serão fartos de justiça”. Sim, eu creio! Quando Ele vier, o Fiel e Verdadeiro, julgará e pelejará com justiça, então quem sente fome – desejo insaciável, sofreguidão, avidez – por justiça, será farto! Terá a satisfação de sua fome. Bem-aventurados aqueles que têm ânsia, aflição, impaciência por justiça; eles serão saciados!

Eu fico maravilhado com essa expectativa: A justiça prevalecerá! Um dia, finalmente, não haverá espaço para a injustiça e para a iniqüidade. Ora vem, cavaleiro Fiel Verdadeiro!

Mas enquanto a Igreja aguarda ansiosa esse dia, o que deve ser feito? Ficamos de braços cruzados, tranqüilos, despreocupados, esperando Jesus voltar? Não! Terminantemente não! Nós temos uma tarefa urgente para fazer hoje, agora, já! Precisamos ter atitude. Cada um que se considera predestinado por Deus para a salvação, deve estar comprometido com o propósito eterno de Deus. Ele espera de nós uma atitude.

Se sabemos o que Deus quer, e sempre quis – pois esse é um propósito que Ele tem muito antes da existência da terra – nossa atitude pessoal é a prova da importância que o plano de Deus tem para nós. Seremos avaliados por nossas atitudes! O filho de Deus que crê e confia na Palavra da Verdade, vai estar preocupado em fazer um julgamento íntimo, pessoal e sincero: como está minha situação diante de Deus? Em que eu não estou agindo conforme Deus quer? Sou um filho irrepreensível? Não posso continuar nessa situação, agora que eu conheço a verdade sobre o plano de Deus para mim!

Lembre-se que Jesus é chamado de Fiel e Verdadeiro; quem, portanto, é fiel? Fiel é quem cumpre aquilo que assumiu, quem não dá margem para dúvidas sobre sua verdadeira intenção. Quem é sempre pontual, constante, firme nas suas atitudes, perseverante. Quem não desanima diante das dificuldades e não desiste de fazer o que deve ser feito. Assim é Cristo Jesus; assim Deus quer que você seja! Deus espera isso da igreja toda, sem dúvida. O Espírito Santo está falando isso à Igreja. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz à Igreja!

Se você tomar uma atitude hoje, sua vida será transformada! Não tenha medo de fazer a vontade de Deus, pois sua atitude terá um valor eterno diante do Senhor. Não devemos viver diante de Deus como descendentes de Adão, Deus quer descendentes de Cristo com atitudes firmes! Fidelidade ao Pai mesmo diante das ameaças dos seus inimigos. Esse é o propósito eterno do Pai: Ter filhos assim, semelhantes a Jesus Cristo, para Si mesmo, para Sua alegria, para Sua glória (Jo 5.16-21). Cristo é nosso modelo, é o nosso padrão de qualidade.

Vamos para João, capítulo 4:31-34: “Nesse ínterim, os discípulos lhe rogavam: Mestre, come. Mas ele lhes disse: Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis... A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra”. O Pai se agrada dos filhos que tem atitudes corretas de lealdade a Ele. Jesus tem fome, avidez, sofreguidão, desejo insaciável por fazer a vontade do Pai. Ele nem pensa em satisfazer seu apetite natural, do velho Adão. A comida e a bebida do Novo Adão é realizar o propósito eterno do Pai. O Novo Adão têm fome e sede de justiça! Bem-aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.

Enquanto o cavaleiro Fiel e Verdadeiro não vem, mude sua atitude. Seja fiel, honesto, pontual, verdadeiro, perseverante! Deus quer assim! O Senhor Jesus quer assim! O Espírito Santo quer assim! Você quer assim! A Igreja toda quer assim! Levante suas mãos para Deus e clame a Ele. Peça ajuda, peça forças; faça a vontade de Deus sempre!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A VIDA CONTÍNUA DO HOMEM EM CRISTO

A santificação é um ato de Deus que toma lugar na conversão. É também uma prática contínua, envolvendo o crescimento do cristão. O crescimento resulta de um apropriar-se do poder de Deus através da fé e submeter a vida à vontade de Deus. O sucesso no crescimento e no serviço cristão depende da disponibilidade do homem e do poder de Deus. Às vezes se comete o erro de pensar que o progresso espiritual depende da habilidade e realização humanas. Os cristãos precisam tornar-se disponíveis como ministros (servos), mas as realizações no ministério espiritual dependem do poder do Espírito, que habita interiormente em cada crente.

O ministério espiritual é a obra de Cristo através da vida do cristão; não é um cristão fazendo a obra para Deus com seus próprios esforços. Cristo opera em nós quando tornamos nossas vidas disponíveis a Ele. O problema de relacionar apropriadamente o esforço humano com o poder divino é evidente nas doutrinas da perfeição moral, segurança do crente e serviço cristão. Algumas denominações enfatizam o perfeccionismo, enquanto outras ressaltam que a graça nos libertou da necessidade de observar não só a lei de Moisés, mas também todo o legalismo e padrões morais de qualquer cultura. Algumas sustentam uma doutrina de segurança dos crentes, enquanto outras crêem que é possível cair da graça.

Alguns defendem que Deus não é ativo no mundo; portanto, as mudanças no mundo precisam ser efetuadas por esforços humanos. Os calvinistas extremos sustentam o ponto de vista de que, se Deus quer salvar o mundo, ele o fará sem nossa ajuda. Aqueles que enfatizam o evangelho social tomam a posição de que a melhora da política e da sociedade depende de a Igreja organizar seus membros para forçar questões sociais e políticas. Que posição deveríamos tomar, ao vivermos a vida cristã?

A ética do cristão deve ser guiada pela vida no espírito, que não é contraditória à Lei, mas capacita o homem a guardá-la. Se um cristão é controlado por seus desejos carnais, ao invés de o ser pelo Espírito de Deus, ele encontra maneiras de torcer a Lei para justificar suas ações pecaminosas. Se, porém, o cristão não é controlado por suas inclinações carnais, mas pelo Espírito, ele é guiado a ações corretas e, fortalecido pela habitação de Cristo em seu homem interior, será capaz de realizar a vontade de Deus. O cristão é responsável por mortificar suas inclinações terrenas de desejos imorais e apaixonados. Ele deve revestir-se do “novo homem” que está no processo de ser feito novo na semelhança do seu Criador.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A SUBMISSÃO NO PROPÓSITO DE DEUS

Quando lemos a carta aos Romanos, capítulo 9, a partir do versículo 10, nossa mente fica um tanto incomodada com esta porção da Palavra de Deus. O nosso conceito natural de certo e errado, de bem e mal, é posto à prova. Isso acontece porque desde que Adão e Eva comeram do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, foi transmitida à humanidade, a habilidade de julgar por nós mesmos o que é bom e o que é mau.

De forma independente e atrevida, analisamos a história de Esaú e Jacó, e não podemos compreender a soberania de Deus. Afinal, por que Deus permitiu que o mais velho fosse servo do mais novo? Por que Deus amou a Jacó e se aborreceu de Esaú, estando eles ainda no ventre da mãe, sem nem sequer terem praticado o bem ou o mal? Quando lemos essa história em Gênesis simpatizamo-nos com Esaú; ele era bom, amava o pai, era corajoso e bem disposto. Que havia de errado nele?

Jacó não era tão virtuoso assim, tinha atitudes estranhas e era suplantador. Quando Esaú estava faminto, por que Jacó não lhe deu logo a comida? Por que se aproveitou da ocasião para tomar a primogenitura de Esaú? Como alguém pode amar Jacó? Todos nós temos muitos argumentos e discernimos de acordo com o nosso padrão de certo e errado. Mas o padrão de Deus é muito mais elevado que o nosso, e Ele considera e age conforme o Seu padrão. Somos tentados a argumentar com Deus, discutir Suas preferências e atitudes, mas Ele nunca argumentará: Deus decidiu amar a Jacó, e que podemos fazer? Isso não está de acordo com o nosso ponto de vista nem com nossa preferência, mas está totalmente de acordo com o Deus que concede misericórdia. Por isso não há razões a serem discutidas, pois se Deus assim quis, a nós cabe dizer amém. A mais sábia atitude é o nosso coração reconhecer que o Senhor estará sempre com a razão.

Quando lemos Romanos 9.17 também ficamos embaraçados: parece-nos injusto sacrificar Faraó dessa maneira. O Faraó obedecia e Deus em seguida endurecia-lhe a cerviz. O Senhor fazia tudo isso e o culpado era Faraó? Cuidado! Tudo isso são os nossos argumentos. Deus diz que tem misericórdia de quem quer e endurece a quem quer. Como isso é possível? Não conseguimos aceitar tal situação porque, segundo a nossa maneira de julgar as coisas, isso não é justo. Todavia Deus nunca argumenta conosco, porque tem motivos muito superiores aos que podemos imaginar.

Às vezes certas situações nos sobrevêm e não conseguimos sujeitar-nos por não aceitá-las: “Por que Deus permite isso? Eu amo o Senhor, participo das reuniões, ajudo as pessoas e é assim que Deus me retribui?!” É difícil aprender a lição, porque estamos acostumados a discutir razões e a premiar o argumento mais forte. Enquanto não nos depararmos com a autoridade de Deus, não cessaremos de perguntar, de discutir, de arrazoar. O que nos falta é aprender tocar a autoridade de Deus para percebermos que Deus é soberano e que o melhor é não falarmos nada. O que nos resta é pedir perdão e entregar-nos totalmente à vontade de Deus.

Vejamos, como exemplo, a experiência do rei Saul. Ele era um jovem humilde de uma humilde tribo de Israel quando foi escolhido para reinar sobre o povo de Deus (I Sm 9.21). No princípio ele era muito obediente à Palavra de Deus, todavia, com o passar do tempo, ensoberbeceu-se, e a soberba fez com que se tornasse independente, até que no capítulo 15, Saul manifesta a sua desobediência. Deus, por intermédio do profeta Samuel, ordenou que Saul destruísse a cidade de Amaleque e nada poupasse. Deus tem as Suas razões, mas nem sempre as conhecemos no momento. A ordem de Deus foi eliminar tudo; no entanto Saul poupou o rei Agague, e o melhor das ovelhas e bois, destruindo somente o que, aos seus olhos, não prestava (I Sm 15.9), e ainda expôs o motivo de sua desobediência: os animais deveriam ser sacrificados a Deus (v. 15). Quando Deus ordena algo Ele simplesmente quer que os Seus obedeçam.

Então Samuel, enviado pelo Senhor, respondeu às justificativas de Saul: “Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender melhor do que a gordura de carneiros” (v. 22). A partir daí Deus rejeitou Saul como rei. Deus quer que você Lhe obedeça!  Levar gado para oferecer ao Senhor foi um ato bom de Saul, mas na verdade ele infringiu a autoridade, rejeitou a Deus. Rejeitar a Deus é não ouvir as Suas palavras e não agir de acordo com a Sua vontade.

Esse exemplo nos ensina uma coisa: devemos reconhecer e nos submeter à autoridade de Deus sem arrazoar. Na prática da vida da igreja é a mesma coisa: se o Senhor estabeleceu autoridades que O representam, só nos resta ser submissos. Não vamos perder tempo com argumentos que vão contra Deus: “Ah! Por que Deus estabeleceu este irmão como pastor, se eu tenho nível cultural melhor que o dele, além de ter sido salvo muito antes dele?” As nossas razões não contam, porque Deus faz o que lhe apraz, escolhe conforme Sua própria preferência e tem misericórdia de quem quer. Deus não escolheu os sábios deste mundo, mas escolheu os considerados néscios.

Se Deus parece estar errado ou correto não importa. O importante é se vejo a autoridade de Deus ou não. Quando vejo a autoridade, só cabe a mim render-me diante Dele. Às vezes um pastor erra, e ele é responsável diante do Senhor por seu erro; quanto a nós devemos submeter-nos e estar sob a autoridade representativa de Deus sem qualquer julgamento. Jamais devemos resistir à autoridade; pelo contrário, aprendamos a submissão, pois quem nunca se submete, nunca poderá ser estabelecido por Ele como autoridade.

Permanecer na posição que o Senhor nos colocou e reconhecer a ordem estabelecida por Ele, são as lições que todos nós precisamos aprender para podermos crescer na vida da igreja. Na vida da igreja quando alguém tem autoridade significa autoridade em vida, isto é, a que vem pelo crescimento de vida. Não deve ser a posição que concede autoridade, mas a vida de Deus. Assim para sermos autoridade é necessário que a vida de Deus cresça, e para a vida crescer, precisamos negar a vida da alma. A medida que negamos a vida da alma é o quanto a vida de Deus cresce em nós.

Deduzimos, então, que a autoridade vem do Espírito, e que a verdadeira submissão também vem do Espírito. Quando a autoridade e a submissão estão em harmonia vemos o verdadeiro amor. Na igreja quem tem autoridade precisa estar imerso no amor de Deus, e quem se submete deve também fazê-lo em amor. É dessa maneira, da perfeita harmonia entre a autoridade e submissão, que a vontade de Deus pode ser cumprida nesta terra.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O POTENCIAL DA IGREJA

Não há nada como a igreja local, quando ela funciona corretamente. Sua beleza é indescritível. Seu poder é assombroso. Seu potencial é ilimitado. Ela conforta o pesar e cura o que é rompido no contexto da comunidade. Ela constrói pontes para os que buscam e oferece a verdade aos que estão confusos. Ela traz recursos aos que têm necessidades e abre seus braços para os esquecidos, humilhados e desiludidos. Ela quebra as cadeias do vício, liberta os oprimidos e oferece integração aos marginalizados deste mundo. Por maior que seja o sofrimento humano, a igreja terá capacidade ainda maior de curar e de unir. Ainda hoje, o potencial da igreja é maior do que posso compreender. Nenhuma outra instituição sobre a terra é como a igreja. Nada se compara a ela.

Nada se compara... se a igreja funciona corretamente. Qual a chave da vitalidade das igrejas prósperas? Eu sei que em última análise a beleza e o poder da igreja vêm diretamente da mente de Deus e depende das bênçãos de Deus. Mas, em um nível mais humano, o que as igrejas vencedoras possuem em comum? Eu não pretendo minimizar a importância da pregação e do ensino eficientes; a igreja fica debilitada sem eles. Mas um bom ensino e uma boa pregação não asseguram o vigor do ministério.

O que as igrejas que frutificam possuem em comum é que são lideradas por pessoas que possuem e desenvolvem o dom espiritual da liderança. Por favor, compreenda, não é que eu acredite que o dom da liderança seja mais importante que os outros dons. É que, simplesmente, aquelas pessoas com o dom da liderança são excepcionalmente equipadas para criar estratégias e estruturas, que propiciarão oportunidades para que outras pessoas usem seus dons com a máxima eficiência. Líderes possuem uma visão global e compreendem como ajudar os outros a encontrar sua utilidade nesse contexto.

O ponto comum é que esses líderes reconheceram e desenvolveram seus dons de liderança, sujeitando-os a Deus e os utilizaram da melhor forma que puderam. O resultado? Igrejas vencedoras.

“A igreja local é a esperança do mundo, e seu futuro está principalmente nas mãos de seus líderes”.

Muitas igrejas são cheias de pessoas sinceras, talentosas e devotas, que adorariam aproveitar seus dons espirituais para ganhar o mundo para Cristo. A questão é esta: os homens e as mulheres aos quais foi confiado o dom de liderança tomarão seu dom a sério, desenvolvendo-o completamente e aplicando-o corajosamente, de modo que os talentosos e dispostos fiéis de suas igrejas trabalhem em conjunto para mudar o mundo?

Romanos 12.8 avisa aos que possuem o dom da liderança que liderem “com zelo”. Por quê? Porque a igreja, a noiva de Cristo, de quem depende o destino eterno do mundo, progredirá ou falhará, em grande medida, dependendo de como a lideramos. Se você é um líder, por favor, releia essa frase e deixe-a penetrar na sua consciência. Também entenda, por favor, que não escrevo isso para destacar esse dom em particular. Minha preocupação fundamental não é a liderança. Para mim, o primordial é a igreja representada em Atos 2. Mas estou absolutamente convencido de que a igreja jamais alcançará seu pleno potencial para a redenção até que homens e mulheres com o dom da liderança se adiantem para liderar.

Pessoas admiravelmente dotadas para liderar devem se render totalmente a Deus e idealizar objetivos poderosos, bíblicos e que honrem a Ele. Devem formar equipes eficientes, amorosas e orientadas de forma clara, além de animar os fiéis para dar o melhor de si para Deus. E devem insistir, com forte determinação, para que:

·                    O evangelho do Reino seja pregado,

·                    Os perdidos sejam alcançados,

·                    Os fiéis sejam equipados,

·                    Os pobres sejam servidos,

·                    Os solitários sejam envolvidos pela comunidade dos santos,

·                    E para que Deus leve o crédito por tudo isso.

As Escrituras dizem exatamente o que acontecerá se os líderes atenderem ao chamado que Deus lhes fez, dotando-os para tal. As forças das trevas serão obrigadas a recuar. O Diabo, que fez o que quis neste mundo por bastante tempo, será obrigado a ceder terreno. E a igreja cumprirá a finalidade redentora, para a qual Cristo a chamou.

Eu não sei sobre você, mas quando penso a respeito do mundo em que vivemos – um mundo onde o mal se manifesta de variadas formas que desafiam a imaginação, não posso evitar de me comprometer, com fervor ainda maior, com a bela, poderosa e vital Igreja de Jesus Cristo. Onde mais poderia querer empregar os dons de liderança, que Deus graciosamente me concedeu? A Igreja é a esperança do mundo!