segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O DEUS DE ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ – II


Qual é a lição que aprendemos com Isaque? Gálatas 4 diz que Isaque é o filho da promessa (v. 23). A história de Abraão, Isaque e Jacó, de Gênesis 11 até 50, mostra-nos que Isaque era um homem comum e nada tinha de especial. Toda a vida de Isaque foi um constante desfrutar da herança de seu pai. 

É verdade que Isaque cavou alguns poços. Mas mesmo os poços foram primeiramente cavados por seu pai. 

“E tornou Isaque a abrir os poços que se cavaram nos dias de Abraão, seu pai (porque os Filisteus os haviam entulhado depois da morte de Abraão), e lhes deu os mesmos nomes que já seu pai lhes havia posto” (Gn 26.18). 

A lição que Isaque nos ensina é que nós nada temos além do que herdamos do Pai. Paulo fez uma pergunta: “E que tens tu que não tenhas recebido?” Em outras palavras, não há nada que tenhamos que não tenha sido recebido. Tudo o que temos vem do Pai. Esse é Isaque.

Nós precisamos ver que Deus é o Pai e que tudo procede Dele. A vida do Filho, a qual nós herdamos, procede do Pai. Aos olhos de Deus, somos apenas aqueles que recebem. A salvação é recebida, a vitória é recebida, a justificação é recebida, a santificação é recebida, o perdão é recebido e a liberdade é recebida. O princípio de receber é o princípio de Isaque. Devemos dizer: “Aleluia! Tudo o que temos vem de Deus.” Esta é a nossa salvação; esta é a nossa libertação.

Agora vejamos Jacó. Muitos cristãos vêem que Deus é a fonte de tudo. Eles também vêem que tudo o que têm veio por recebimento. Mas há um problema: muitos cristãos não recebem. Muitos, além de não receberem, ainda tentam fazer as coisas por si mesmos. Tentam vencer por sua própria vontade e esforço. Por que? Uma das razões é que o princípio de Jacó ainda está em nós. A atividade da carne ainda está presente e a vida natural ainda está lá. 

Sabemos doutrinariamente que Deus é o Iniciador de tudo, contudo, na realidade, tentamos iniciar muitas coisas. Nós nos lembramos de uma doutrina por duas semanas, mas na terceira semana esquecemos dela. Então tentamos, de novo, iniciar algo. Agimos dessa maneira, porque Jacó ainda está presente em nós.

A característica predominante da constituição natural de Jacó era sua esperteza. Ele era uma pessoa excepcionalmente esperta; podia enganar qualquer um. Enganou seu irmão, seu pai e seu tio. Ele conseguia inventar qualquer coisa, ele conseguia fazer tudo e achava que podia conseguir qualquer coisa. Ele foi até seu tio de mãos vazias e voltou com as mãos cheias. Este era Jacó. 

Quando foi morar com seu tio, Jacó queria casar-se com Raquel, mas Labão primeiro lhe deu Lia, não Raquel. Por vinte anos, o calor consumia-o de dia e a geada, de noite (Gn 31.40). Sem dúvida ele viveu uma vida penosa e árdua. Todas estas experiências foram a disciplina do Espírito Santo; elas foram provações pelas quais um homem astuto tem de passar. Todos os que conseguem maquinar e são engenhosos verão a mão de Deus sobre eles. A vida natural precisa sair. A história de Jacó é uma figura da disciplina do espírito Santo.

Na noite em Peniel, Jacó aprendeu a lição mais importante; realmente aquela foi a melhor noite de sua vida! Ele achava que sabia manejar qualquer um e que igualmente poderia persuadir Deus. Mas quando estava face a face com Deus, o Senhor tocou na articulação da coxa de Jacó e ele se tornou manco (Gn 32.25). 

A articulação da coxa é a parte mais forte de todo o corpo. O osso da coxa de Jacó ser tocado significa que Deus tocou na parte mais forte de sua vida natural. Daquele dia em diante, ele estava manco! Antes de ficar manco, ele era Jacó. Depois que ficou manco, Israel veio à existência (v.28). Daquele dia em diante, ele não foi mais um suplantador, mas alguém que fora suplantado. Antes daquele dia, ele enganara seu pai. Após aquele dia, ele foi enganado por seus filhos (Gn 37.28-35).

O Jacó de agora era diferente do Jacó anterior. Ele não mais confiava em sua própria esperteza. Ele derramou muitas lágrimas, e sua força natural foi tratada e despojada por Deus. É esse tipo de experiência que nos faz povo de Deus. Um dia Deus brilhará sobre você e lhe mostrará quão maligno, perverso e conivente você é. 

Quando Deus lhe mostrar quem você é, você não será capaz de levantar a cabeça. A luz de Deus porá um fim em você e o obrigará a admitir que você está acabado. A partir daí você não mais confiará em si mesmo. Esta é a disciplina do Espírito Santo.

Concluindo: Abraão mostra-nos que tudo vem de Deus; nada podemos fazer por nós mesmos. Isaque mostra-nos que tudo vem de Deus, e que nossa posição é receber. Porém, se nós apenas recebemos e não temos a disciplina do Espírito Santo, alguma coisa sairá errada. Isto é o que Jacó nos mostra. 

Um dia o Senhor virá a nós, nos tocará e torcerá a articulação da nossa coxa; Ele tratará com a nossa vida natural. Então, nos tornaremos humildes e seguiremos o Senhor com temor e tremor.   


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O DEUS DE ABRAÃO, ISAQUE E JACÓ


A primeira Epístola aos Coríntios 10.11 diz: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos”. A Bíblia registra a história dos israelitas como um exemplo para nós. O propósito desse registro é nossa edificação. Embora haja uma visível diferença entre a obra de Deus no Antigo Testamento e Sua obra no Novo Testamento, em princípio elas são iguais. O princípio da obra de Deus hoje é o mesmo do passado.

Deus escolheu Israel para ser Seu povo, e também escolheu homens entre os gentios para serem Seu povo (At 15.14). A Bíblia diz que somos concidadãos dos santos e membros da família de Deus (Ef 2.19). Ela também diz que somos os verdadeiros judeus (Rm 2.29). Portanto, a história dos israelitas é um modelo para nós. Precisamos ver com atenção a maneira como Deus edifica Seu povo. 

Examinamos esse assunto considerando a história de Abraão, Isaque e Jacó, porque cada uma dessas três pessoas ocupa um lugar especial na Bíblia. Podemos dizer que Abraão, Isaque e Jacó são o fundamento da nação de Israel. Sem eles, não poderia haver um povo de Deus. O povo de Deus tornou-se Seu povo por intermédio da experiência de Abraão, Isaque e Jacó.

É interessante notar que Deus disse:

“Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o deus de Jacó”  (Êx 3.6).

 Ele disse isso no Antigo Testamento, e o Senhor Jesus citou o mesmo no NT. “Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e Jacó” está citado nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas (Mt 22.32; MC 12.26; Lc 20.37).
                                  
  Um Lugar Especial na Bíblia

 Por que esses três personagens ocupam um lugar especial na Bíblia? Porque Deus quis separar um grupo de pessoas para estar sob o Seu nome e torná-los Seu povo. Começando por Abraão, Deus começou a ganhar um povo. Isso teve um começo espiritual com Abraão. Ele fez algo em Abraão com o objetivo de mostrar-nos a experiência necessária que o povo de Deus deve ter. Isso também ocorreu com Isaque e Jacó. 

Os tratamentos que esses três receberam de Deus e as experiências pelas quais passaram resultaram no povo de Deus. Portanto, todas as experiências de Abraão, Isaque e Jacó são as experiências que todo o povo de Deus deve ter. Para que nos tornemos o povo de Deus não basta, simplesmente, termos as experiências dos três. Precisamos ter as realizações de Abraão, mais as de Isaque e mais as de Jacó.
                                                          
 Abraão

O seu nome original era Abrão. Mais tarde Deus mudou o nome dele para Abraão (Gn 17.5). Em ambos os nomes há a raiz “aba”, que na língua original significa “pai”. Abrão era um pai em si mesmo, e a lição que ele aprendeu foi conhecer a Deus como o Pai. Durante toda a sua vida Abraão aprendeu essa única lição – conhecer a Deus como o Pai.

Que significa conhecer Deus como o Pai? Significa que toda provisão deve vir de Deus. Deus ser o Pai significa que Ele é o Criador, o único Iniciador. O Filho veio do Pai. “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também, semelhantemente, o faz” (Jo 5.19). Essa deve ser a nossa experiência. 

Devemos receber graça de Deus para perceber que nós não podemos iniciar coisa alguma. Não somos capazes ou dignos de começar nada. Gênesis 1 começa dizendo: “No princípio criou Deus”. No princípio não éramos nós, mas Deus. Deus é o Pai, e todas as coisas originam-se Dele.

Foi o próprio Deus quem iniciou a aproximação com Abraão. Sua experiência mostra-nos que ele não tinha intenção de tornar-se povo de Deus. Abraão não iniciou nada. Foi Deus quem iniciou. Foi Deus quem o trouxe do outro lado do rio Eufrates (Gn 12.1-5). Deus o quis, e Ele o chamou. Abraão nunca pensou nisso. Deus o quis e Deus fez a obra.

Quando foi chamado, Abraão não sabia para onde estava indo (Hb 11.8). Ele deixou a terra de seu pai sem saber para onde estava indo. Isso não era tudo. Abraão não sabia que iria gerar um filho. Ele até mesmo teve que contar com a ajuda de Deus para conceber um filho. Seu filho Isaque foi-lhe dado por Deus. Este era Abraão.

 A primeira lição que temos de aprender é perceber que nada podemos fazer e que tudo depende de Deus. Ele é o Pai e o Iniciador de tudo.   

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A ORAÇÃO É UM DIREITO BÁSICO DOS CRISTÃOS


Os cristãos têm um direito básico enquanto viverem na terra: o direito de obter respostas de oração.

No momento em que alguém é regenerado, Deus lhe dá o direito básico de Lhe pedir e de ser ouvido por Ele. João 16:23 e 24 diz:

“... Em  verdade, em verdade vos digo que tudo o que pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vos dará”. “...Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja completa”.

Jesus nos afirma que Deus responderá quando pedirmos em Seu nome, de tal forma que a nossa alegria será completa. Se orarmos sem cessar, teremos uma vida cristã cheia de alegria na terra. Todo o cristão deve experimentar a alegria de ter as suas orações respondidas pelo Pai celestial. Essa é uma experiência BÁSICA.

Gostaríamos de perguntar a cada irmão em Cristo: “Você têm recebido respostas de Deus às suas orações? Pergunto isso porque é muito errado permanecer sem resposta às orações, porque orações não são meras palavras ao vento. Existem para ser respondidas. Uma vez que nós cremos em Deus, as nossas orações deverão ser atendidas por Ele, isso porque as orações não visam apenas o cultivo espiritual, mas principalmente a receber resposta de Deus.

Mas, se por acaso alguém não está sendo atendido em suas orações, talvez seja porque está deixando de pedir ou então está pedindo mal. A Bíblia diz 

“Pedis e não recebeis, porque pedis mal” (Tg 4:3).

 Pedir mal é quando alguém pede além da sua real necessidade. Se você tem uma necessidade, pode pedir a Deus, mas nunca peça além da necessidade, pois isso é pedir mal. Certamente tal pessoa não obterá resposta da parte de Deus.

Outro aspecto importante a respeito da oração é que precisamos ter fé para que as nossas orações sejam atendidas. Fé é indispensável. Sem fé a oração é ineficaz. O Senhor Jesus disse: 

“Tudo quanto pedirdes em oração, crede que recebestes, e assim será convosco” (Mc 11:24). 

Se cremos que recebemos aquilo pelo que estamos orando, será assim conosco.

O Senhor disse: Crede que recebestes, e será assim convosco. Ele não disse: “Crede que recebereis”, mas “crede que recebestes”. Devemos crer que já recebemos o que pedimos, e será assim conosco. Que é fé? Fé é crer que já recebemos aquilo que pedimos. Fé é quando nos ajoelhamos para orar e em seguida dizemos: “Graças a Deus! Ele respondeu a minha oração. Graças a Deus! Esse assunto está resolvido”. Isso é crer que já recebemos. 

Fé genuína é agradecer a Deus por já ter respondido às orações. Muitas orações não são respondidas porque não temos clareza sobre esse ponto. Muitos oram e ficam esperançosos de que irão receber algo. Contudo, esperar significa aguardar algo futuro, enquanto crer significa considerar que algo já foi feito.

A fé genuína é assim: “Graças a Deus, Ele me curou! Graças a Deus, eu recebi a benção! Graças a Deus, estou purificado! Graças a Deus, fui restaurado!” Quando a fé é perfeita, não se diz apenas: “Deus pode” e “Deus quer”, mas também “Deus já fez!” Deus ouviu nossas orações! Ele fez tudo! Se cremos que já recebemos, nós recebemos verdadeiramente.  

A palavra em Marcos 11:24 é preciosa demais. Em todo o NT, não podemos encontrar outra passagem que explique tão claramente o que é fé. “Tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco”. Se cada um dos filhos de Deus puder praticar isso, saberá realmente o que é a oração, a qual se tornará um instrumento poderoso em suas mãos.  

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

COMO PODEMOS OBTER DESCANSO INTERIOR?


Nas seguintes passagens da Bíblia encontramos instruções a esse respeito; a primeira delas é encontrada na carta aos Filipenses 4.6-7: 

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e vossas mentes em Cristo Jesus”.

 A primeira coisa que nos capacita a ter paz é levar todos os nossos problemas e petições a Deus. Nosso trabalho, nossa necessidade e as dificuldades que encontramos devem ser todos entregues ao Senhor.

Diga ao Pai celestial: “Senhor, entrego todas estas coisas nas Tuas mãos”. Podemos entregar ao Senhor tudo com que nos defrontamos, pela oração, súplica e ações de graça, e a Sua paz guardará nosso coração e mente. Sempre que entregarmos a dificuldade a Deus, a paz virá. Desse modo, podemos estar constantemente livres da influência externa. Independente de quão grande seja a dificuldade ou quantas sejam, haverá paz de Deus em nós guardando nosso coração.

A segunda instrução está em Mateus 11.29:

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas”. 

Enquanto a primeira instrução é fé, a segunda é obediência. Deus permite que muitas coisas nos sobrevenham e podemos não ter paz em nosso interior se rejeitarmos o que Ele quer para nós – especialmente se não aceitarmos a Sua vontade ou se tivermos outros desejos.

Devemos entender que o descanso e a paz procedem da obediência. Portanto, quando qualquer dificuldade aparece, precisamos aprender do Senhor e tomar o Seu jugo. Então teremos paz, mesmo que não sigamos nossa própria vontade e estejamos em sofrimento. 

Teremos descanso se dissermos ao Pai: “Senhor, estou disposto a fazer tudo o que quiserdes que eu faça”. Não teremos paz se estivermos relutantes, escolhendo nosso próprio caminho ou nosso próprio viver, ou se acalentarmos nosso próprio desejo. Todos os  desejos da carne e nossas relutâncias acabarão por privar-nos de nossa paz interior.

Uma vez que digamos ao Senhor: “Pai, o que Tu nos deres é bom, estamos dispostos a seguir o Teu caminho, escolher a Tua vontade e deixar de lado o nosso próprio desejo”, então a paz encherá nosso coração. Que o Senhor nos conceda graça para capacitar-nos a crer que Ele pode levar todos os nossos fardos e dificuldades, e que pode tornar-nos dispostos a submeter-nos à Sua vontade para nós; então, a todas as exigências de Deus para nós, poderemos dizer: “Amém”.

Meu desejo é que o Senhor possa fazer-nos ver que o descanso vem apenas por crer Nele e submeter-nos a Sua vontade. O descanso não pode vir enquanto houver incredulidade e vontade própria.

Portanto, se você puder crer em Deus e obedecer-Lhe, os acontecimentos exteriores não poderão perturbá-lo. Sua constante comunhão com o Senhor irá torná-lo capaz de suportar todas as circunstâncias. Que todos nós possamos ver que no descanso a nossa força será encontrada.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

NO DESCANSO ESTARÁ A VOSSA FORÇA


“Assim diz o Senhor Deus, o Santo de Israel: Em vos converterdes e em repousardes está a vossa salvação, no sossego e na confiança está a vossa força”... (Is 30.15).

Certo dia, quando nosso Senhor entrou numa aldeia, uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa. Essa mulher amava o nosso Senhor Jesus e queria fazer muitas coisas para Ele a fim de agradá-lo; por isso, ela fazia e preparava diversas coisas. As inúmeras tarefas a deixavam ansiosa em seu coração e, por isso, conseqüentemente sua mente ficou agitada. Marta, como todos que ficam inquietos, tentou culpar aos outros indo dizer a Jesus:

“Senhor, não te importas de que minha irmã tivesse deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me”.

Mas o Senhor respondeu-lhe: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário, ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte e esta não lhe será tirada”

 Notem que Marta fez muitas coisas, mas o Senhor disse que uma só coisa é necessária, não muitas. Você planeja e faz tantas coisas, todavia, uma só coisa é necessária.

Amados, qual seria a única coisa necessária? Nada mais do que CRISTO – isso foi o que Maria escolheu. Como podemos obter aquilo que é necessário? Apenas nos assentando sossegadamente diante do Senhor, como fez Maria. Todo cristão deve trabalhar. A Bíblia diz-nos que o homem que não trabalhar, não deve comer (II Ts 3.10). 

Portanto devemos trabalhar diligentemente. Contudo, freqüentemente, quando trabalhamos, podemos não ter descanso em nosso interior, podemos sentir que nos esquecemos do nosso Senhor. Algumas vezes, estamos tão ocupados de manhã até a noite que não achamos tempo para orar ou ler a Bíblia diante do Senhor.

 O problema é que muitas dessas coisas fazem-nos esquecer e deixar de lado o Cristo de Deus. Prestem atenção, pois o Senhor disse que uma só coisa é necessária. Tal coisa é justamente ter descanso no Senhor e estar satisfeito Nele.

Será possível vivermos uma vida pacífica e serena? Vejamos o que o Senhor diz. Ele não diz que não se deve trabalhar, tampouco diz que se deve gastar metade do tempo trabalhando e a outra metade tratando das coisas espirituais. Ele não disse a Marta que era errado fazer muitas coisas, mas lembrou-lhe que não permitisse que tais coisas entrassem nela e a levassem a afligir-se nem inquietar-se. O Senhor Jesus não diz que ela faz coisas demais, mas que tem preocupações em demasia.

Você pode trabalhar de manhã até a noite, mas não deve afligir-se nem inquietar-se. Irmãos, a vida de um cristão é assim: devemos trabalhar e não ser preguiçosos. É necessário trabalhar e estar ocupados, mas devemos estar sossegados em nosso interior, tendo ali apenas Cristo. Isso é o que o Senhor nos recomenda. Embora estejamos ocupados exteriormente, devemos manter nossa comunhão com Deus. Devemos ser como Maria, em completa união com Cristo interiormente e, assim, teremos descanso em nosso interior.

Esse é o modo de vida mais precioso que cada cristão deve ter. Tal viver não é no corpo nem no nosso sentimento, mas na profundeza do nosso ser. Lá estamos em constante comunhão com o Senhor, vivendo em Sua presença uma vida pacífica e serena. Embora estejamos ocupados desde a manhã até a noite, nada nem ninguém pode privar-nos de nossa paz e descanso interiores.

Dentro de nós deve haver apenas uma pessoa – Cristo. Interiormente, nossa única ocupação é ter comunhão com Cristo; se permitirmos que outras coisas entrem, nossa paz interior irá embora. Mesmo ocupados exteriormente, podemos estar imperturbáveis no espírito; e interiormente, podemos ter comunhão ininterrupta com o Senhor. Isso é o que significa ter paz e descanso em nosso espírito humano.  

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sossego e confiança – o segredo da vossa força


Temos um problema real em nossa vida, isto é, sempre que estamos ocupados exteriormente, interiormente ficamos perturbados. Freqüentemente, mesmo antes de estarmos muito envolvidos exteriormente, já estamos perturbados, e tal perturbação priva-nos da força para lidar com os acontecimentos exteriores. Devemos saber que no descanso, bem como no sossego e na confiança, está a força do nosso viver.

Quem se irrita facilmente não pode ter força diante de Deus, tampouco quem se aflige e se inquieta. Devemos lembrar-nos de que a nossa força depende do sossego e confiança interiores. Os acontecimentos exteriores podem estar soprando como ventos furiosos e, no entanto, estarmos em paz. “No sossego e na confiança estará a vossa força”. A paz que buscamos é a paz interior; portanto, quando a possuirmos, não fracassaremos. Não importa o que aconteça, devemos viver diante de Deus como se nada tivesse acontecido. Devemos perceber que o Senhor quer que interiormente nossa vida seja caracterizada pelo descanso.

O Senhor Jesus Cristo nunca foi afetado pelas circunstâncias exteriores. Certa ocasião, o povo na sinagoga O perseguia e queria lançá-lo de cima de um precipício. Se fosse conosco, certamente ficaríamos apavorados. Mas a Bíblia diz que o Senhor Jesus, passando no meio deles, seguiu Seu caminho. Aquelas pessoas queriam matá-lo, mas Ele não se preocupou e retirou-se (Lc 4.28-30).

Em meio a uma tempestade, o Senhor dormia um sono profundo, mas os discípulos clamaram: “Perecemos!” Ora, por que eles clamaram? Porque não tinham paz. Mas o Senhor permanecia sem ser afetado (Mt 8.23-27). O Senhor merece o nosso contínuo louvor. Ele nunca era perturbado pelos acontecimentos exteriores, mas vivia de acordo com a vida interior.

Como podemos obter descanso interiormente? As seguintes passagens da Bíblia falam-nos de duas condições. A primeira é encontrada em Filipenses 4.6-7: 

“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e vossas mentes em Cristo Jesus”

A primeira coisa que nos capacita a ter paz é levar todos os nossos problemas e petições a Deus. Nosso trabalho, nossa necessidade e as dificuldades que encontramos devem ser todos entregues ao Senhor.

Diga ao Senhor: “Senhor, entrego todas estas coisas nas tuas mãos”. Podemos entregar ao Senhor tudo com que nos defrontamos, pela oração, súplica e ações de graça, e a paz de Deus guardará nosso coração e mente. É Deus quem nos guardará. Tudo o que precisamos fazer é deixar que as nossas petições sejam conhecidas. Tão logo encontre qualquer dificuldade, você deve entregá-la imediatamente a Deus, e assim que a nossa entrega é efetuada, a paz de Deus, a Sua paz virá. Independente de quão grande seja a dificuldade ou quantas sejam, haverá paz da parte de Deus em nós, guardando nosso coração.    

A segunda condição está em Mateus 11.29: 

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas”

Enquanto a primeira condição é a fé, a segunda condição é obediência. Deus permite que muitas coisas nos sobrevenham e podemos não ter paz em nosso interior se rejeitarmos o que Ele quer para nós – especialmente se não aceitarmos a Sua vontade ou se tivermos outros desejos. Portanto, quando qualquer dificuldade aparece, precisamos aprender do Senhor e tomar o Seu jugo. Então teremos paz, mesmo que não sigamos nossa própria vontade e estejamos em sofrimento.

Teremos descanso se dissermos ao Senhor: “Senhor, estou disposto a fazer tudo o que quiseres que eu faça”. Com toda certeza teremos descanso. Não teremos paz se estivermos relutantes, escolhendo nosso próprio caminho ou o nosso próprio viver, ou se acalentamos nosso próprio desejo. Todos os nossos desejos pessoais e relutâncias privar-nos-ão de nossa paz interior. Uma vez que digamos ao Senhor: “Senhor, o que Tu nos deres é bom, estamos dispostos a seguir o Teu caminho, escolher a Tua vontade e deixar de lado nosso próprio desejo”, então a paz encherá nosso coração.

Que o Senhor nos conceda graça para capacitar-nos a crer que Ele pode levar todos os nossos fardos e dificuldades, e que pode tornar-nos dispostos a submeter-nos à Sua vontade para nós; então, a todas as exigências de Deus para nós, poderemos dizer: “Amém”. Que o Senhor possa fazer-nos ver que o descanso vem apenas por crer Nele e submeter-se a Ele. O descanso não pode vir enquanto houver incredulidade e vontade própria.

Portanto, se você crer em Deus e obedecer-Lhe, os acontecimentos exteriores não poderão perturbá-lo. Sua constante comunhão com o Senhor irá torná-lo capaz de suportar todas as coisas exteriores. Que todos nós possamos ver que no descanso a nossa força será encontrada.  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A HISTÓRIA DO SACERDÓCIO


Há na Bíblia um ofício chamado o ofício sacerdotal. Este ofício denota um grupo de pessoas que foram separadas do mundo e são devotadas unicamente para ministrar a Deus. Elas não têm outra profissão ou vocação além de servir a Deus. Tais pessoas são conhecidas na Bíblia como sacerdotes.

Deus tem tido Seus sacerdotes desde a época de Gênesis. O primeiro sacerdote foi Melquisedeque, sacerdote do Altíssimo, que dispensou pão e vinho a Abraão. Ele foi um sacerdote que separou a si mesmo para o serviço de Deus.

Desde o tempo de Gênesis até a nação de Israel, houve sacerdotes. Desde a época em que o Senhor Jesus veio à terra até a Sua partida do mundo, o ofício sacerdotal perdurou. A Bíblia também nos diz que após Sua ascensão, o Senhor Jesus ministra como um sacerdote diante de Deus. Em outras palavras, o Senhor Jesus devotou-se inteiramente para servir a Deus.

Na era da igreja, o ministério sacerdotal continua. No começo do milênio, aqueles que participarem da primeira ressurreição serão “sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele os mil anos” (Ap 20.6). 

Em outras palavras, durante esses mil anos, os filhos de Deus continuam a servir como “sacerdotes de Deus e de Cristo”. Para o mundo eles são reis, enquanto para Deus são sacerdotes. O ministério sacerdotal não é alterado; eles servem a Deus.

O termo “sacerdote” deixa de existir quando o novo céu e a nova terra são introduzidos. Nesta época, todos os filhos de Deus e Seus servos nada mais fazem além de servir a Deus. Na Nova Jerusalém, todos os Seus servos O servem, e os filhos de Deus também O servem.

Podemos perceber aqui uma coisa maravilhosa, isto é, o ofício sacerdotal começou com Melquisedeque que não tinha genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de existência, mas feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote perpetuamente (Hb 7.3). Desde o primeiro livro da Bíblia, parece que apenas Melquisedeque é um sacerdote. Mas o propósito de Deus não é ter somente uma ou duas pessoas como sacerdotes. Seu alvo é que todo o Seu povo se torne sacerdotes.

Quando os israelitas saíram do Egito e chegaram ao monte Sinai, Deus falou a Moisés que dissesse ao povo: “Vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel”. Deus disse aos israelitas que eles eram um reino de sacerdotes. Esta é uma afirmação que parece difícil de entender. Por que Deus disse isso? O significado disso é que toda a nação deveria ser sacerdote. Em outras palavras, não havia pessoas comuns naquela nação, mas todos eram sacerdotes. Podemos dizer que este é o propósito de Deus.

A intenção original de Deus era que todo o povo de Deus fosse sacerdote de Deus. Ninguém poderia fazer parte do povo de Deus sem ser, ao mesmo tempo, sacerdote de Deus. Contudo, porque muitos amaram o mundo e o parentesco humano, sendo infiéis e idólatras, o ofício sacerdotal foi separado do povo comum e dado aos levitas

Se uma pessoa não ama ao Senhor mais do que seu próprio pai, mãe, esposa, filhos, irmãos e irmãs, ela não é digna de ser discípulo do Senhor. Muitos não conseguiram pagar o preço. Daquele dia em diante, em Israel, os sacerdotes foram separados do povo.

Desde o incidente do bezerro de ouro, somente a casa de Arão, da tribo de Levi, tinha o ofício sacerdotal; e os israelitas como um todo não puderam ser uma nação de sacerdotes. Daquela época em diante, havia duas classes distintas de homens em Israel: o povo de Deus e os sacerdotes de Deus. A nação de sacerdotes tornou-se a tribo de sacerdotes, e então, a família de sacerdotes.

 Dentro da tribo de Levi, o povo de Deus também era os sacerdotes de Deus, porém, dentro das outras onze tribos, o povo de Deus não podia ser os sacerdotes de Deus. Essa é uma questão séria. É uma questão muito séria se uma pessoa pertence ao povo de Deus, contudo não está em Seu ministério sacerdotal.     

Apocalipse 1.6 diz: “E nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e pai”. O que os israelitas perderam por causa do bezerro de ouro, a igreja recuperou por intermédio do Senhor Jesus Cristo. Agora a igreja toda é de sacerdotes. O reino de sacerdotes ordenado por Deus foi restaurado. 

Deus obtém na igreja o que Ele não pôde obter do povo de Israel. Qual o significado de a igreja ter-se tornado o reino de sacerdotes? Significa que todos os que foram salvos pela graça de Deus têm uma única vocação, isto é, servir a Deus. Antes de uma pessoa crer em Deus, ela pode ser um médico, uma enfermeira, um professor ou um negociante. Após ser salva, tal pessoa tem apenas uma vocação principal, a de servir a Deus, embora ela possa continuar exercendo sua profissão.

 Antigamente, alguém desejava ser reconhecido em sua carreira, ser uma pessoa ilustre na sua profissão. Agora, tais ambições desvaneceram-se e a única vocação admitida é servir ao Senhor. Todas as demais atividades devem sujeitar-se a esse fim.  


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

VIVENDO NO CORPO DE CRISTO


Há muitos membros no Corpo de Cristo e estes membros estão unidos, cada um com suas diversas funções. Deus não ordenou a todos os membros que tivessem a mesma função. 

“Porque, assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função” (Rm 12.4). 

Como então podem estes membros com diferentes funções ser ligados e encaixados juntos, harmoniosamente, num só corpo? Há princípios básicos essenciais para o funcionamento harmonioso do Corpo de Cristo. O primeiro define o relacionamento entre mim e a Cabeça, o segundo, o relacionamento entre mim e o Corpo, e o terceiro minha posição como um membro. Todos os três são indispensáveis.

O Relacionamento Entre Mim e o Cabeça (Cristo) – Obediência

O significado da entrega absoluta de um cristão está nas palavras: “Eu serei obediente ao Senhor; renunciarei à minha liberdade e não desobedecerei à autoridade”. O primeiro princípio de viver no Corpo de Cristo é obedecer à autoridade do Cabeça. Tanto a existência do Corpo quanto sua função e atividade dependem da autoridade. Quando não damos lugar à autoridade em nós, o Corpo fica paralisado. 

Qualquer parte que seja desobediente fica paralisada. Um corpo paralisado não segue as direções da cabeça, pois onde há vida, há autoridade. Se quisermos ter vida, é impossível não aceitar autoridade. Se minha mão tem vida, ela não pode resistir à direção da cabeça. Estar vivo implica que estamos sendo dirigidos pelo Cabeça.

Se você ainda não tem sido tratado de tal maneira que se renda à obediência, o que você conhece do Corpo é apenas uma questão de teoria, não de realidade. Devemos almejar a obediência. Desejamos progredir bem, tornarmo-nos santos e justos, todavia devemos ainda procurar ser obedientes.

O Relacionamento Entre Mim e o Corpo (A Igreja) – Comunhão

Nosso relacionamento com o Cabeça é de obediência, enquanto nosso relacionamento com o Corpo é de comunhão. A vida do Corpo de Cristo precisa de comunhão, sem a qual nada há senão estagnação. Comunhão implica receber assistência dos outros membros do Corpo. Portanto, comunhão significa que eu recebo as características especiais dos outros membros. Beneficio-me daquilo que os outros podem fazer por mim.

Alguns cristãos não entendem o princípio da comunhão. Eles querem crescer espiritualmente como indivíduos, orar sozinhos, fazer as coisas sozinhos, ser a boca, o ouvido, a mão e o pé ao mesmo tempo. Mas aqueles que conhecem o Senhor não são assim; eles precisam de comunhão. Comunhão implica o fato de ser limitado e estar pronto a aceitar o que vem dos outros membros do Corpo. Quando a vida de outro membro do Corpo flui para dentro de você, você é sustentado. Por isso, devemos perceber que não vivemos meramente por nossa própria vida, mas por meio da vida que vem do Corpo.

Minha Posição Como Um Membro no Corpo – Serviço

Se no Corpo de Cristo mais membros necessitarem do suprimento de vida e poucos puderem proporcionar tal suprimento, a força do Corpo definhará. Eis porque devemos orar pelos outros. Deus quer que você, por meio de tal oração, supra vida a outros membros. Assim, quando eles precisarem do poder de vida, tal suprimento estará prontamente disponível. 

Alguns membros podem suprir o Corpo com poder de vida, enquanto outros precisam receber vida do corpo. Devemos ter ambos os aspectos. Precisamos verdadeiramente do suprimento de vida do Corpo e também devemos suprir vida ao Corpo. Por meio da comunhão recebemos vida do Corpo e também suprimos vida a outros membros.

Quando falamos da igreja como o Corpo, não é uma mera doutrina ou ensinamento, mas uma realidade absoluta. Assim devemos, alegremente, receber ajuda dos outros e também devemos esforçar-nos para ajudar outros irmãos e irmãs.

Resumindo, devemos render obediência à autoridade do Senhor, desfrutar a vida do Corpo e ao mesmo tempo suprir vida a outros membros. Estes são os três princípios básicos do nosso viver no Corpo de Cristo.