segunda-feira, 30 de abril de 2012


O REINO QUE PROVEM DO SENHOR É INABALÁVEL

O evangelho que o Novo Testamento nos revela, e que foi pregado pelo Senhor Jesus, é o evangelho do reino (Mt 3.1-2; 4.17, 23; 10.7; 24.14).

 Nós somos exortados a arrepender-nos para o reino (Mt 3.2). Talvez, quando fomos salvos, não tenhamos ouvido um evangelho tão claro. Naquela ocasião, estávamos com medo de ir para o inferno e desejávamos ir para o céu. Por isso, nos arrependemos para o céu. Essa é uma pregação errada do evangelho, pois o arrependimento não é para o céu, mas para o reino:

“Desde então começou Jesus a pregar: Arrependei-vos, pois está próximo o reino dos céus”. (Mt 4.17).

Nós renascemos, fomos regenerados, para o reino. Em João 3.5, o Senhor Jesus disse: “Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. Muitos cristãos foram ensinados erroneamente que a regeneração é para ir para o céu. Aqui vemos claramente que a regeneração é para entrar no reino de Deus.

Colossenses 1.13 diz: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”. Esse versículo revela que fomos transportados para fora de um reino de trevas de Satanás, para outro reino, o reino do amor do Filho de Deus. Podemos afirmar, sem dúvida, que na igreja, estamos vivendo no reino de Deus hoje. 

Romanos 14.17 é uma forte prova de que a vida da igreja hoje é o reino: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. Contudo, o que somos na igreja hoje é a realidade do reino, enquanto a manifestação do reino virá com a volta de Cristo no futuro.

Se quisermos entender as verdades do Novo Testamento a respeito do reino, precisamos perceber os dois aspectos principais do reino – o da sua realidade e o da sua manifestação. Na vida da igreja, hoje, não temos o reino em sua manifestação; o temos em realidade. Segundo a aparência exterior, os homens não conseguem ver o reino na igreja. Contudo, a realidade do reino está conosco.

A realidade do reino é um exercício e disciplina para nós hoje na igreja. Suponha que você compre algo em uma loja e o caixa lhe devolva troco a mais. Se você é exercitado e governado pelo reino, você devolverá imediatamente o dinheiro excedente. Essa é uma experiência do governo da realidade do reino, que é tanto um exercício como uma disciplina.

A situação do cristianismo hoje é muito lamentável, pois muitos cristãos tem se intoxicado, pensando que tudo é graça e que não há necessidade de treinamento, exercício e disciplina. Nós precisamos elevar o padrão da vida da igreja por meio da disciplina e do exercício da realidade do reino. Como precisamos de disciplina para o reino hoje!
A manifestação do reino será uma recompensa e um desfrute para nós no reino milenar na era vindoura:

“Pois o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um segundo as suas obras” (Mt 16.27).

Hoje, na realidade do reino, temos o exercício e a disciplina. Na era vindoura, na manifestação do reino, teremos um galardão e um desfrute. Se lermos Mateus 16.27 em seu contexto, veremos que a vinda do Senhor para recompensar todos segundo as suas obras está relacionada à manifestação do reino. Em Mateus 25.21 e 23, o Senhor diz aos seus servos fiéis: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Entrar no gozo do Senhor é estar na manifestação do reino durante mil anos.

Se tomarmos o exercício do Espírito e a disciplina de Deus na realidade do reino hoje, receberemos a recompensa do Senhor e entraremos no desfrute do descanso sabático vindouro. Se não aceitarmos o exercício do espírito e a disciplina de Deus hoje, perderemos o reino vindouro em sua manifestação como uma recompensa. Não seremos recompensados com a manifestação do reino na volta do Senhor; não teremos direito a entrar na glória do reino para participar do reinado de Cristo no milênio. Não reinaremos nem seremos sacerdotes reais servindo a Deus e a Cristo em Sua glória manifestada. Perderemos o gozo de sermos co-reis com Cristo, governando as nações com Sua autoridade divina (Ap 20.4, 6).

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O ALVO DE DEUS PARA OS SEUS FILHOS


Vamos iniciar a nossa reflexão considerando o exemplo dos filhos de Israel. A intenção de Deus ao chamá-los, salvá-los e tirá-los do Egito, era fazer deles um reino de sacerdotes (Ex 19.4-6). Todo israelita deveria ser um sacerdote. Mas quando eles chegaram ao Monte Sinai, eles falharam em relação ao alvo de Deus. Ao invés de adorarem a Deus, eles adoraram um bezerro de ouro.

Imediatamente, o alvo do sacerdócio tornou-se uma recompensa para, apenas uma tribo, a tribo de Levi, que permaneceu fiel a Deus. Embora as outras onze tribos não perecessem, elas não alcançaram o alvo da salvação de Deus. O sacerdócio, que era o alvo para todas as tribos, tornou-se uma recompensa para apenas uma tribo.

O princípio é o mesmo conosco hoje. O alvo de Deus é tornar-nos iguais ao Seu Filho Primogênito. Se cooperarmos com Deus, Ele trabalhará em nós diariamente, e cada dia desfrutaremos Cristo ao máximo. Esse é o desfrutar mais elevado. Se desfrutarmos de Cristo hoje, quando Ele vier para reinar, entraremos em seu reinado como sócios e co-reis. Esse é o alvo de Deus. Mas muitos dos eleitos de Deus não cooperam com Ele. Embora tenham sido salvos, eles não têm o desfrute de Cristo e vivem cada dia da mesma forma que aqueles que não têm Cristo.

Embora pertençam a Cristo, tendo-o como sua vida e salvador, não Lhe dão oportunidade de viver neles. Como resultado, eles estão perdendo o desfrute de Cristo hoje e certamente perderão o desfrute de reinar com Ele no reino milenar. Devido à sua negligência hoje, eles perderão o alvo da salvação de Deus na era vindoura.

Esses eleitos de Deus que se recusam a cooperar com Ele não só perderão o desfrute mais elevado de Cristo hoje, mas perderão também a oportunidade de reinar com Cristo na era vindoura. Porque transgridem a vontade de Deus e não seguem Sua economia, eles também serão disciplinados por Ele. Essa disciplina, essa punição, deve servir de advertência para que todos os salvos busquem o alvo de Deus.

Agora precisamos ver com clareza esse assunto sobre recompensa e punição. A salvação de Deus tem um alvo, e todos nós precisamos alcançá-lo. A maioria dos cristão não vê qual é o alvo de Deus em Sua salvação e, por isso, tendem a decair em sua vida com Deus. No entanto, Deus em Sua misericórdia tem revelado aos seus filhos a visão e o alvo da salvação, que é o galardão de Deus para os Seus fiéis.

Se não formos fiéis a Deus, perderemos Seu alvo na era vindoura e sofreremos a punição a fim de nos disciplinar para que possamos alcançá-lo. Os que alcançarem o alvo dessa maneira, não estarão recebendo um galardão e sim uma consolação. Precisamos agradecer ao Senhor por Sua sabedoria em fazer do alvo de Sua salvação um galardão. 

Isso é um grande incentivo para que sigamos ao Senhor. Que todos nós possamos segui-lo a tal ponto que sejamos introduzidos no alvo de Deus de maneira que o alvo seja nosso galardão.  
                                                                                                       

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O GALARDÃO DO REINO


“A salvação eterna é pela graça, mas o galardão do reino é pela justiça”.

Em 2 Timóteo 4.8, Paulo diz que uma coroa da justiça estava preparada para ele. Note que o apóstolo não se refere a uma coroa de graça. Ele diz no mesmo versículo que o Senhor “justo juiz”, lhe dará esse galardão do reino segundo a Sua justiça, não segundo a Sua graça:

 “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda”.

O galardão do reino será segundo a nossa obra. Em Mateus 16.27 o Senhor Jesus disse que na Sua volta Ele nos recompensará segundo nossas obras. Em Apocalipse 22.12 Ele diz: “Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras”. A salvação eterna nada tem que ver com nossas obras, mas o galardão do reino será totalmente segundo nossas obras as quais temos realizado por meio da vida de Cristo em nós, depois de salvos.

Se alguém irá receber ou não um galardão será decidido no tribunal de Cristo. A Segundo Epístola aos Coríntios 5.10 diz:

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo”.

O tribunal de Cristo será estabelecido em Sua volta. No tribunal de Cristo, o Senhor Jesus julgará todos os que crêem Nele. Nenhum dos descrentes será julgado nessa ocasião, pois todos eles serão julgados diante do grande trono branco, mil anos mais tarde (Ap 20.11-15). No tribunal de Cristo será tomada a decisão sobre a recompensa que receberemos – o desfrute no reino ou alguma punição.

Volto a dizer que tudo isso irá acontecer na volta do Senhor. Em 1 Coríntios 4.5 Paulo diz:

“Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus”.

Na volta de Cristo tudo será julgado e tudo será recompensado. Nada ficará mal explicado ou mal resolvido, tanto as obras da luz quanto as obras das trevas. Os desígnios dos corações serão manifestos. Hoje podemos esconder as coisas das trevas e os desígnios dos nossos corações. Mas tudo isso será trazido à luz e manifestado na volta do Senhor. Então, cada um receberá uma recompensa correspondente.

O galardão do reino vai além da salvação eterna, a qual é baseada na redenção eterna de Cristo (Hb 9.12). A salvação eterna foi-nos dada gratuitamente e eternamente segundo a escolha soberana de Deus. Isso está eternamente garantido. 

Contudo, depois de haver recebido essa salvação eterna, a maneira como nos comportamos é um problema. Portanto, segundo a sabedoria de Deus, além dessa salvação eterna, é prometido um galardão, como recompensa aos fiéis que viverem pelo Senhor, os quais têm serviços prestados a Ele. Isso está condicionado à nossa perseverança em fazermos a vontade de Deus:

“Necessitais de perseverança, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa”. (Hb 10.36)

A promessa encontrada no versículo acima é o galardão para os vencedores, enquanto a herança eterna é para todos os crentes, os que receberam a salvação eterna. Então vamos entender mais profundamente o que é o galardão. O galardão é o alvo da salvação de Deus. A salvação tem um objetivo. Esse objetivo não é que vamos para o céu. O alvo da salvação de Deus é tornar-nos iguais a Seu Filho Primogênito.

Romanos 8.29 diz que fomos predestinados para ser conformes à imagem do Seu Filho, para que Ele se tornasse o Primogênito entre muitos irmãos. Aqui vemos o alvo de Deus – que Seus muitos filhos, que são os muitos irmãos de Cristo, possam ser conformados à imagem do Sei Filho primogênito. Deus está trabalhando hoje para conduzir todos os salvos à glorificação do Filho Primogênito de Deus.

Deus não nos salvou com o objetivo de irmos para o céu, mas para que possamos ser transformados e conformados à imagem de Seu Filho, de maneira que Deus possa ter uma expressão coletiva de Si mesmo por toda a eternidade. Esse é o alvo da salvação de Deus.

Ele decidiu fazer do alvo de Sua salvação um galardão para os escolhidos e salvos. Se não houvesse fraquezas, carências ou fracassos da parte dos salvos, Deus não precisaria fazer do alvo de Sua salvação um galardão, pois todo aquele que fosse salvo chegaria a esse alvo. Mas somente os que cooperam com Ele é que alcançarão o alvo, e esse alvo se tornará uma recompensa para eles:

“prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. (Filipenses 3.14)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O RECOMPENSAR E O PUNIR DE DEUS


Na epístola aos Hebreus encontramos valiosas revelações a respeito da salvação eterna e das recompensas no reino milenar. O escritor dessa epístola não estava preocupado com a nossa salvação, pois segundo o que ele escreveu, a mesma é garantida eternamente. 

O autor deixou bem claro que Cristo ofereceu-se para aniquilar o pecado de uma vez por todas (Hb 7.27; 9.26, 28) e que Ele obteve por nós uma salvação eterna (Hb 5.9). Afirma reiteradamente que Cristo, tendo entrado de uma vez por todas no Santo dos Santos, obteve para nós redenção eterna: 

“e não por meio de sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, havendo obtido uma eterna redenção”.

O escritor sabia que nossa salvação estava totalmente e completamente garantida e que fomos salvos para sempre. Contudo, ele estava muito preocupado se seus leitores receberiam um prêmio ou se sofreriam punição.

Através dos séculos, a maioria dos cristãos não compreendeu a questão da punição e recompensa. Muitos livros tratam da questão da recompensa, dizendo que se seguirmos fielmente o Senhor e fizermos a Sua vontade, receberemos uma coroa como recompensa. Contudo, é difícil encontrar um livro que trate do outro aspecto – o da punição. 

A maioria dos escritores cristãos prefere não tocar nesse assunto, porque isso lhes traria dificuldades. Entretanto, encontramos na epístola aos Hebreus esse versículo:

“De quanto maior castigo cuidais vós será julgado aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajar o Espírito da graça?” (Hb 10.29).

Aqui é mencionado um “severo castigo”, e não podemos ignorá-lo. Ou sofreremos um severo castigo ou receberemos um galardão. Nosso Deus é correto, justo e sábio. Ele sabe como manejar todas as coisas e como tratar com Seus filhos. Como um sábio Pai, Ele tem uma maneira justa de tratar a nós que somos Seus filhos: Ele recompensará os fiéis e obedientes e punirá os infiéis e desobedientes.

Segundo a maioria dos ensinamentos, parece que Deus apenas recompensa os fiéis, mas não pune os infiéis. Isso não é lógico. Nosso Pai é muito mais sábio que isso. Dizer que Ele recompensará os fiéis e disciplinará os infiéis é evidente. Nosso Deus é coerente e tem um propósito. Ele nunca faz algo sem sentido. A palavra é clara em Seu oráculo quando diz que Ele nos recompensará se formos fiéis, mas se não o formos, Ele nos punirá.

Precisamos ficar profundamente impressionados com esse assunto do “severo castigo” e do “grande galardão”. Talvez ainda precisemos sublinhar essas palavras em nossa Bíblia como lembrete de seu significado. Essas palavras representam nosso futuro. Qual será ele – um severo castigo ou um grande galardão?

Todos nós devemos ter clareza a respeito de quatro palavras: salvação, perdição, galardão e punição. O galardão não é o mesmo que salvação; é algo mais que isso. A salvação é pela graça, por meio da fé, enquanto o galardão é segundo a vida e obra que temos feito depois de sermos salvos. Assim como galardão é diferente de salvação, punição também é diferente de perdição.

Entenda que a perdição é para os não salvos, ao passo que a punição é para os crentes. Os não crentes enfrentam duas escolhas – salvação ou perdição. Nós, os salvos, também devemos considerar duas possibilidades – receber um galardão ou sofrer punição. Todos os crentes devem ter clareza a esse respeito, pois é uma questão da economia de Deus, a maneira de Deus tratar com Seus filhos.

A salvação eterna, como revela claramente Efésios 2.8, é pela graça, mediante a fé, nada tendo a ver com nossas obras. Tudo que tivermos feito, tudo que estivermos fazendo e tudo o que faremos não afeta nossa salvação. Ele é absolutamente uma questão da graça de Deus pela nossa fé no Senhor Jesus. A salvação não é por nossas obras (Ef 2.9; Rm 11.6). Ela não depende do que fazemos, do que somos, nem de como nos comportamos. Como ela é pela graça mediante a nossa fé, já não é por nossas obras; caso contrário, não é graça.

João 10.28-29 é uma palavra forte e nos dá a certeza de que os salvos jamais perecerão. O Senhor Jesus disse: 

“Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar”. 

A vida que recebemos é a vida eterna, com a qual nada pode acabar. E, além disso, temos duas mãos nos segurando, a mão poderosa do Senhor Jesus e a mão amorosa do Pai, das quais ninguém pode nos arrebatar. Nossa salvação é garantida eternamente pela vida eterna e pelas mãos divinas.

Por outro lado, a primeira Epístola aos Coríntios 3.15 revela que o salvo pode não receber um galardão, mas sofrer dano, “mas esse mesmo será salvo, todavia como que através do fogo”. O versículo 8 diz: “Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho”. Esse versículo indica que aqui não é uma questão de salvação, mas de recompensa.

Os versículos 14 e 15 nos falam que: se a obra que alguém edificou sobre o fundamento permanecer, esse receberá galardão. Porém, se a obra de alguém se queimar, sofrerá perda; o tal será salvo, todavia como pelo fogo. Não é necessário que eu interprete esses versículos. 

Tome-os, simplesmente, como eles são. Com certeza não é algo bom ser salvo “como que através do fogo”. Não sei que tipo de fogo será esse, mas não quero passar por ele.
O que temos aqui é a pura Palavra de Deus! 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O NOVO TESTAMENTO E A NOVA ALIANÇA


Uma aliança é um acordo contendo algumas promessas que serão realizadas em favor das pessoas aliançadas, ao passo que um testamento é uma declaração de vontade que contém certas coisas realizadas e legadas ao herdeiro. Por isso, a nova aliança, consumada com o sangue de Cristo, não é meramente uma aliança, mas é um testamento contendo todas as coisas que foram consumadas pela morte de Cristo e legadas a nós.

Sabemos que um testamento só se torna efetivo após a morte do testador. Em poucas palavras, uma aliança e um testamento são iguais, porém, quando o autor da aliança está vivo ela é uma aliança, mas quando ele morre, ela se torna um testamento. A Bíblia é composta de dois testamentos – o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Daí se pode dizer que a Bíblia não é principalmente um livro de ensinamentos; ela é um testamento.

A nova aliança, que o Senhor promulgou, é superior à velha aliança feita por meio de Moisés. Na velha aliança, todas as coisas são meras sombras, enquanto na nova aliança tudo é realidade. Tudo o que foi proposto na velha aliança foi realizado na nova aliança. Portanto, a nova aliança é uma aliança superior como diz a Bíblia: 

“Agora, porém, o ministério que Jesus recebeu é superior ao deles, assim como também a aliança da qual ele é mediador é superior à antiga, sendo baseada em promessas superiores” (Hb 8.6).

A nova aliança foi instituída com base em superiores promessas, as quais foram dadas em Jeremias 31.33-34. Nessas superiores promessas quatro coisas principais são tratada
1-    
 le   A lei  interior da vida;
2-     A benção de Deus ser nosso Deus e de nós sermos Seu povo;
3-     A capacidade interior de conhecer o Senhor;
4-     E o perdão dos pecados. 

E    Entre essas quatro coisas principais, a lei interior da vida é o foco. A velha aliança foi feita com a lei exterior de letras, enquanto a nova aliança foi instituída com essa lei interior da vida, daí dizer-se que a velha aliança era de letras; a nova aliança é de vida:

“Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei a minha lei no seu interior, e as escreverei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”

A Nova Aliança foi consumada com sacrifícios superiores e com o sangue que fala coisas superiores. Cristo ofereceu a Si mesmo como sacrifício. Esse sacrifício único foi considerado superior ao sacrifício de animais, os quais não possuíam efeito capaz de aniquilar o pecado, mas o sacrifício de Cristo, como de um Cordeiro de Deus, aniquilou o pecado de uma vez por todas (Hb 9.26), provendo, assim, uma redenção eterna por nós (Hb 9.12). Esse sangue precioso, derramado na cruz, permitiu que a nova aliança pudesse ser instituída. Portanto, ele é chamado de sangue da eterna aliança:

“Ora, o Deus de paz, que pelo sangue da aliança eterna tornou a trazer dentre os mortos a nosso Senhor Jesus, o grande pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que perante ele é agradável por meio de Jesus Cristo, ao qual seja a glória pata todo o sempre. Amém!” (Hebreus 13.20-21).

Depois de Sua morte e ressurreição, o Senhor ascendeu aos céus, deixando-nos a aliança que Ele consumou por Sua morte. Quando deixou essa aliança conosco, imediatamente ela se tornou um testamento, um novo testamento legado a nós. Nesse testamento os fatos consumados não são mais meramente fatos; todos eles se tornaram legados. Primeiramente, tínhamos as promessas; segundo, as promessas se tornaram fatos; e terceiro, os fatos se tornaram legados.

Depois que o Senhor nos deixou essa Nova Aliança, ela imediatamente se tornou um testamento, contendo todos os fatos consumados como nossos legados. Hoje, sabemos, o Senhor Jesus está assentado à destra do Pai. Como nosso Sumo Sacerdote nos céus, o Senhor é a garantia dessa superior aliança (Hb 7.21-22).

Agora, não temos mais somente a Palavra de Deus, a promessa de Deus e a nova aliança; temos também o testamento, o Novo Testamento. Enquanto o Senhor está descansando em Seu trono nos céus, Ele está preocupado com todos os herdeiros deste novo testamento, se tais herdeiros são suficientemente sábios e diligentes para tomar posse da herança. 

Ele está intercedendo para que tenhamos a percepção plena de toda a herança contida em Seu testamento legado. Se os nossos olhos forem abertos para ver esse assunto do testamento do Senhor, ficaremos exultantes e diremos: 

“Não quero permanecer nessa condição miserável, tendo tal herança legada a mim pelo Senhor Jesus!” Essa é a visão celestial que todos precisamos ver! 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O TEMPO DE CRER É HOJE!


“Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração, como em Meribá, como no dia de Massá, no deserto” (Salmo 95. 7-8).

Em Hebreus 4.7 diz: “determina outra vez certo dia, Hoje, dizendo por meio de Davi, muito tempo depois, segundo antes fora dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações”. Isso foi escrito aos crentes hebreus, descendentes daqueles que provocaram Deus no deserto por terem endurecido seu coração. O escritor parece estar dizendo a eles: “Irmãos, não endureçais o vosso coração como fizeram os vossos pais. Estamos vivendo um outro dia, um dia que no Salmo 95 é chamado ‘Hoje’.

Depois de falar muito sobre o Salmo 95, o escritor de Hebreus de repente diz: 

“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12). 

Sempre que lemos ou ouvimos a Palavra de Deus, ela deve ser viva, energizante e suficientemente afiada para dividir e discernir tudo que está em nós. Se não o for, não tocamos a palavra de Deus, mas somente as letras pretas e o papel em que estão inscritas, ou então meras palavras humanas.

A palavra viva de Deus precisa penetrar nosso ser e separar toda a mistura de alma e espírito. A vida da igreja é algo absolutamente no espírito. É muito fácil estar na religiosidade. Entretanto, para entrar na vida da igreja precisamos ser penetrados e divididos pela palavra viva de Deus. Para vivermos a vida da igreja com integridade é necessário separar muito bem aquilo que é espírito e aquilo que é alma em nós.

A alma é a nossa própria pessoa, a qual é composta pela mente, vontade e emoção. Somos um ser, uma alma, com dois órgãos – 0 corpo exteriormente e o espírito interiormente. Nosso espírito é a parte mais profunda do nosso ser, é o órgão espiritual pelo qual contatamos Deus. 

É no nosso espírito que somos regenerados (Jo 3.6). É no nosso espírito que o Espírito Santo habita e trabalha (Rm 8.16). É no nosso espírito que desfrutamos Cristo em Sua graça (2 Tim 4.22; Gl 6.18). Portanto, o escritor de Hebreus aconselhou os crentes hebreus a não vacilarem, perambulando em sua alma, mas a avançarem em seu espírito para participarem e desfrutarem o Cristo celestial.

Para tocar as coisas celestiais, precisamos estar em nosso espírito, mas se estivermos em nossa mente, jamais poderemos experimentar os lugares celestiais em Cristo. Em nossa mente podemos visitar mentalmente diversos lugares na terra, mas não podemos tocar os lugares celestiais. Para isso precisamos estar em nosso espírito. Assim, nosso espírito está muito unido com a porta dos céus. Vamos estar em nosso espírito, onde temos a casa de Deus, o Cristo celestial e a porta dos céus.

Em certo sentido, nosso espírito é nosso refúgio hoje; ele é uma torre elevada. Como estamos no mar tempestuoso, muitos pensamentos podem vir. Como escapar da tempestade e chegar ao refúgio? Somente voltando-nos para o espírito. Como podemos suportar as fofocas e palavras negativas? Somente entrando em nosso espírito, onde estão o espírito de vida da parte de Deus (zoe), e o Espírito Santo. Quando entramos no espírito, estamos na casa de Deus e desfrutamos todas as riquezas da porta dos céus.

Assim, precisamos que a palavra viva penetre nas profundezas do nosso ser, dividindo nossa alma do espírito. Então não ficaremos mais com a alma carnal, mas com o espírito celestial. Se ficarmos assim, imediatamente nos encontraremos na vida da igreja.   

segunda-feira, 9 de abril de 2012

ADVERTÊNCIA QUANTO À INCREDULIDADE


“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo” (Hebreus 3: 12).

Nenhum coração é mais perverso que um coração de incredulidade. Nada ofende tanto a Deus quanto nossa incredulidade. Incredulidade insulta e ofende o próprio Deus. Todo pecado viola a lei justa de Deus, mas alguns pecados insultam o próprio Deus, como é o caso da incredulidade.

Nosso Deus é o Deus vivo. A incredulidade é tão maligna porque ela insulta o Deus vivo, fiel e Todo-poderoso. Se não crermos em Deus, em Sua obra e em Seus caminhos, nós o insultamos. É por isso que precisamos acautelar-nos contra a incredulidade. Vejamos o versículo que diz: 

“Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos” (Hb 3.10). 

Os caminhos de Deus são diferentes dos Seus atos. Seus atos são atividades; Seus caminhos são os princípios pelos quais Ele age.

No deserto, os filhos de Israel viam um milagre todas as manhãs – o maná. Se tal milagre ocorresse hoje, seria publicado, via internet, em rede mundial. Embora os filhos de Israel testemunhassem tal milagre, eles, viam apenas os atos de Deus. Não devemos ser como eles; precisamos aprender os caminhos, os princípios, do nosso Deus. 

Quando os israelitas tinham falta de comida e de água, eles reclamavam e murmuravam. Quando Deus agia a favor deles, eles ficavam temporariamente felizes, mas, não muito tempo depois, eles ofendiam a Deus novamente. Se olharmos para nós mesmos, não os criticaremos, porque vemos que somos semelhantes a eles. Podemos gritar: “Louvado seja o Senhor!” à noite em uma reunião e, na manhã seguinte, murmurar contra o Senhor. Precisamos urgentemente conhecer os caminhos do Senhor!

Nosso Deus é vivo e tem Seus princípios para fazer as coisas. Ele jamais negará a Si mesmo. Ele é capaz, Todo-poderoso e fiel, sempre mantendo Suas promessas e cumprindo Sua palavra. Muito embora Deus seja vivo e fiel, o coração perverso sempre está endurecido contra Ele (Hb 3.8). Um coração maligno é sempre razoável, ele raciocina muito bem. 

Entretanto, por outro lado, ele é teimoso e está endurecido. Daí, o homem de coração perverso, sair do caminho correto e se afastar, desconhecendo os caminhos ou princípios de Deus. Ele tenta a Deus, colocando-O à prova (Hb 3.9). Por fim, com tal  coração, o homem engana a si mesmo e será enganado(Hb 3.13). Essa é a situação de alguém com um coração perverso.

Tal coração perverso sempre é proveniente do endurecimento. É muito perigoso ter o coração endurecido. Precisamos orar mais e mais para que o Senhor amoleça o nosso coração; que Ele nunca permita que sejamos endurecidos de coração! Um coração perverso produz incredulidade.

O Senhor falou a Moisés dizendo: 

“Far-vos-ei subir da aflição do Egito para a terra do cananeu, (...) para uma terra que mana leite e mel” (Ex 3.16-17). 

Essa palavra era mais fiel que um cheque assinado por um bilionário. Os filhos de Israel deveriam ter crido nessa palavra e confiado, mesmo que a realidade fosse difícil e a terra estivesse nas mãos de gigantes. Mas, ao invés disso, eles disseram: “Há gigantes na terra, e somos como gafanhotos aos seus olhos. Eles nos comerão”. Essa é a lógica da incredulidade, a lógica do raciocínio segundo o conceito natural, não segundo os caminhos de Deus ou a confiança na fidelidade de Deus.

Josué e Calebe levantaram-se contra esse tipo de raciocínio, declarando que o povo era bastante capaz para tomar a terra. Josué e Calebe honraram a Deus, e Deus, por Sua vez, honrou-os. Nada honra mais a Deus que a nossa fé. E nada O desonra e insulta mais que a nossa incredulidade. A incredulidade resulta em desobediência, obstinação e rebelião. Por sua incredulidade, os israelitas se afastaram do Deus vivo. A palavra grega traduzida por “afaste”, em Hebreus 3.12, pode também ser traduzida por desvie, aparte, faça desertar, distancie.

Embora Deus seja vivo e fiel, a incredulidade nos afasta Dele. Uma vez que nos afastamos, que pode Ele fazer por nós? Por causa de sua incredulidade, os israelitas perderam o descanso e caíram no deserto: 

“E a quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da incredulidade” (Hb 3. 18-19). 

O Senhor jurou que eles não entrariam no Seu descanso, e seus cadáveres caíram no deserto (3.17). Quão sério é um perverso coração de incredulidade! Deus foi forçado a desistir daqueles israelitas, porque Ele não podia fazer algo contra os Seus princípios.

Nunca ofenda a Deus a ponto de Ele não poder fazer nada por você. Isso é terrível!    


quinta-feira, 5 de abril de 2012

A NECESSIDADE DE PAGAR O PREÇO


Para entender melhor a questão da recompensa ou punição, vamos analisar com cuidado a parábola das dez virgens que se encontra no capítulo 24 de Mateus. Depois que as virgens néscias descobriram que lhes faltava azeite, foi-lhes dito que pagassem o preço e o comprassem por si próprias (Mt 25.8-9).

 A salvação é gratuita, mas a transformação não o é. Precisamos pagar um preço por ela. Se não pagarmos o preço hoje, teremos de pagá-lo no futuro. Ninguém pode pagá-lo por nós.

Segundo a parábola das dez virgens, mesmo depois da volta do Senhor e mesmo depois da nossa ressurreição, os néscios ainda terão de pagar o preço para adquirir a porção extra de azeite em sua vasilha. Não é como dizem os calvinistas, que as cinco virgens prudentes eram salvas e as cinco néscias eram falsos cristãos. Isso é uma escapatória. Precisamos tomar Mateus 25 de maneira muito séria. Se não pagarmos o preço para adquirir o azeite na era da igreja hoje, teremos de pagá-lo depois que o Senhor voltar, pois foi assim que aconteceu com as virgens néscias. Esse é o princípio.

Não se trata de conceito ou ensinamento meu; trata-se da revelação da pura palavra na Bíblia Sagrada. Muitos cristãos escolhem versículos que estão de acordo com seu conceito natural, não ousando tocar nesses versículos de Mateus 25. Isso é algo muito nocivo! Eles estão enganando a si mesmos e aos outros.

 As virgens prudentes e os servos fiéis entrarão em um descanso que é melhor que o descanso que conhecemos hoje. Embora estejamos desfrutando um bom “sábado” na era da igreja, ele não é tão bom quanto o sábado vindouro na era do reino milenar.

Entrar no gozo do Senhor é entrar no Seu descanso sabático em Seu reino milenar. Quando o Senhor olhar para os seus vencedores, Ele ficará satisfeito e entrará no Seu descanso sabático. Se estivermos entre os vencedores, nós entraremos nesse descanso com Ele.

Depois de termos sido salvos e regenerados, precisamos apegar-nos à graça de Deus desfrutando tudo o que Ele preparou para nós. Se fracassarmos nisso, não nos apegando à graça de Deus nem desfrutando Suas riquezas, sofreremos perda e punição. O Novo Testamento nos dá advertência clara e definitiva, mas também nos encoraja a ganhar o prêmio. Para ganhar esse prêmio, precisamos pagar o preço. 

Portanto, uma punição ou um prêmio estão diante de nós. Se receberemos o prêmio ou sofreremos punição, não  tem nada a ver com a nossa salvação; depende totalmente de como vivemos e trabalhamos depois de sermos salvos. Se vivermos e trabalharmos na maneira adequada, ordenada por Deus por meio de Seu espírito e Sua palavra, receberemos um prêmio. Mas se negligenciarmos a graça de Deus, sofreremos perda, e certamente seremos punidos.

Como vimos nas passagens em foco, o Evangelho de Mateus nos diz que quando o Senhor Jesus voltar, Ele nos recompensará segundo nossas obras (16.27). As parábolas em Mateus 25 também deixam claro esse assunto. Devemos levar a sério essa questão e rogar ao Senhor que nos capacite a vencer na era da igreja para que possamos entrar no gozo do nosso Senhor na era vindoura!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A VIDA E A OBRA NECESSÁRIAS PARA ENTRAR NO REINO MILENAR


O Evangelho segundo Mateus contém duas parábolas, no capítulo 25, que dizem respeito aos cristãos: a parábola das dez virgens e a dos talentos. A parábola das dez virgens retrata a vida que deveríamos ter, e a parábola dos talentos retrata a obra que deveríamos fazer. São parábolas que nos alertam que a nossa vida deve ser a de uma virgem prudente, e nossa obra deve ser a de um servo fiel.

Na parábola das dez virgens, vemos que precisamos ter uma vida vigilante, uma vida que continuamente dá testemunho e sai do mundo para encontrar-se com o Senhor. Essa parábola revela também que não somente precisamos ter o nosso espírito iluminado pelo Espírito de Deus, mas que nossa vasilha, isto é, nossa alma, deve ser transformada com uma porção extra do Espírito que dá vida.

A parábola dos talentos revela que nossa obra deve ser a de um servo fiel, usando os talentos dados pelo Senhor para negociar em benefício Dele e lucrar para Sua economia. De acordo com o que é revelado na referidas parábolas em Mateus, essa vida maravilhosa e essa obra fiel são ambas crucialmente necessárias para que sejamos recompensados com o descanso sabático no reino milenar. Esse descanso no reino milenar é diferente do descanso na salvação eterna, a qual é recebida simplesmente pela fé no Senhor Jesus.  

Os Talentos Dados Segundo a Capacidade

Não fomos regenerados apenas para termos a vida divina e sermos filhos de Deus, mas também para obter talentos e para servir o Senhor como Seus servos. Na parábola dos talentos, vemos que os talentos foram dados aos servos de acordo com a capacidade de cada um: 

“A um deu cinco talentos, a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade” (Mt 25.15). 

Todos nós temos alguma capacidade, e os talentos dados a nós são segundo nossa capacidade. O apóstolo Paulo tinha muita capacidade, e muitos talentos foram dados a ele. Contudo, toda nossa capacidade natural tem de ser tratada, tem de ser mortificada com Cristo em Sua morte, para ser útil a Deus em ressurreição. Isso porque, nossa capacidade natural será sempre um impedimento à nossa utilidade nas mãos do Senhor. Na obra do Senhor, somente a capacidade ressurreta, e não natural, pode satisfazer ao Senhor da obra.

Cuidado Com a Negligência

Nenhum salvo deve desculpar-se dizendo: “Eu não tenho muita capacidade e não me foram dados muitos talentos, portanto não tenho muito que fazer”. Quer tenhamos recebido cinco talentos, dois talentos ou um, o princípio é o mesmo: temos de ganhar outros cinco, dois ou um para o Senhor. Se você ganhou um talento, não use isso como desculpa para ser negligente. 

Segundo a parábola, o perigo não está com os de mais talentos, mas com os de um talento. O servo de um talento tentou desculpar-se, mas recebeu uma repreensão e uma punição.
Muitos mestres fundamentalistas da Bíblia, dizem que o servo de um talento era um falso cristão. Esses mestres fundamentalistas, por serem calvinistas, foram forçados a dizer isso porque não conseguiram conciliar tais porções da Palavra com o ensinamento de que “uma vez salvos, salvos para sempre”. 

Uma vez que não podiam entender como um cristão poderia ser lançado nas trevas exteriores, eles tinham de afirmar que o servo negligente, o de um talento, era um falso crente. O calvinismo não considera a recompensa, que inclui tanto o prêmio como a punição.
Contudo, a revelação completa da Palavra de Deus nos mostra não só a salvação eterna pela fé, como também nos revela a recompensa dispensacional (seja prêmio ou punição) pelas obras. 

O prêmio da recompensa dispensacional será o descanso do sábado vindouro no reino milenar. Para que entremos nesse descanso, precisamos, depois de ter sido salvos para sempre pela fé, ter uma vida vigilante como virgens prudentes, e fazer uma obra fiel como servos fiéis. De outra maneira, perderemos o descanso no reino milenar e sofreremos dura disciplina.  

 O servo negligente, de um talento, não apenas perderá o desfrute de ser um co-rei juntamente com Cristo durante o reino milenar, mas também terá algum sofrimento. Se não houvesse sofrimento, não haveria menção de “choro e ranger de dentes” (Mt 25.30), que são sinais do sofrimento por causa de uma punição. Aqui não se trata de perdição eterna; é a disciplina do nosso Pai e criador. Tanto a era da igreja como a era do reino são partes do período da realização de Deus para o cumprimento do Seu propósito. Esse período não terminará até o fim do milênio. Portanto, o tratamento de Deus para conosco, Sua disciplina sobre nós, pode não ser somente na era da igreja, mas pode ser também na era vindoura do reino.

No fim do milênio, o propósito eterno de Deus terá sido consumado, o novo céu e nova terra com a Nova Jerusalém terão sido introduzidos e não haverá mais tratamentos nem disciplina de Deus, isso já não será mais necessário. Precisamos repetir isso, porque muitos cristãos têm o conceito errado de que, uma vez que o Senhor volte, tudo estará bem e que todos os cristãos participarão do reinado no reino milenar.  

Se reinaremos ou não com Cristo durante o milênio, depende de como estamos nos conduzindo agora. Nosso Senhor é soberano, tendo a maneira de nos amadurecer: se não amadurecermos nesta era, Ele providenciará que amadureçamos na era vindoura.