segunda-feira, 30 de julho de 2012

A SALVAÇÃO É ETERNA


A SALVAÇÃO É ETERNA

No mundo nada sabemos sobre graça e dom. Tudo o que sabemos é barganhar. O dia todo, nossa mente está ocupada com o quanto devemos trabalhar e com o quanto receberemos por nosso trabalho. Achamos que para ganhar algo, temos de trabalhar para isso. Essa é a nossa vida. Durante anos, temos barganhado nossa vida, nosso tempo e nossa energia. Achamos que se alguém deve pagar determinada quantia, ele primeiramente precisa ter recebido essa mesma quantia. Se alguém recebeu determinada quantia, então deve oferecer certas coisas em troca. Nossa vida é uma vida de barganha.

Por vivermos dessa maneira, também pensamos que a graça de Deus e a vida eterna, no que tange a nossa pessoa, estão enquadradas no mesmo princípio de barganha. Quando ouvimos o evangelho e descobrimos que a salvação é gratuita, ficamos perplexos. Muitas pessoas ainda não foram libertadas do conceito de que a graça de Deus é um “empréstimo” para nós. Eles pensam que se não agirem bem, Deus irá pedir de volta a salvação que deu.

O ponto de partida do Cristão é a Palavra de Deus. Como mestres da Bíblia, podemos apenas ser responsáveis por ensinar o que a Bíblia diz. Não podemos ser responsáveis por ensinar o que a Bíblia deveria dizer. Não temos essa autoridade. É verdade que alguns cristãos adotam uma postura diferente em relação à doutrina da salvação. Somente podemos julgá-los pela verdade da Bíblia. Podemos somente provar que estão errados pela verdade da Bíblia. 

Muitos líderes cristãos crêem que o ensinamento de que a salvação é eterna, ou seja, não podemos perdê-la, pode tornar uma pessoa irresponsável, displicente e pouco vigilante. Porém, somente os que não entendem a salvação de Deus podem dizer que um homem será irresponsável e displicente porque sabe que é eternamente salvo.

Tais pessoas ignoram e desconhecem o caminho da salvação de Deus. Eles não sabem como Deus os salvou. Deus não nos ameaçou de irmos para o inferno a fim de crermos em Jesus. Ele não “empurra” as pessoas para o céu. O homem pensa que se não se arrepender dos seus pecados, não mudar um pouco e não fizer obras louváveis, ele não poderá ser salvo. Por pensar assim, pessoas continuam a procurar caminhos para serem salvos. É essa a maneira de Deus salvar-nos? Será que Deus ameaça as pessoas com o tribunal de julgamento e com Sua ira, forçando-nos a fazer várias coisas, e mantendo em suspense quem não sabe como será o seu futuro?

Os que não conhecem Deus irão dizer que essa é uma boa maneira de fazer com que o coração do homem entre em pânico, trema e fique em suspense, sem saber o que virá depois. Mas os que entendem a salvação de Deus sabem que isso é uma ameaça maligna do inferno. Essas não são as boas novas. Deus disse que o julgamento está consumado. O problema do pecado está solucionado. A maneira da salvação de Deus não é deixar-nos em suspense ou amedrontar-nos para que O busquemos. Ele nunca coagiu-nos à santidade, justiça e santificação. Ele disse que tudo está preparado. Os Seus servos disseram: “tudo já está preparado” (Lucas 14.17); Deus preparou tudo, agora Ele está oferecendo essa graça a todos. 

No entanto, muitos pregadores acham que o homem precisa ser amedrontado até tornar-se bom. Por favor, lembre-se de que um homem pode até desmaiar de medo, mas jamais pode tornar-se bom pelo medo. Tais pessoas mencionadas acima desconhecem não somente a maneira da salvação de Deus, como também o conteúdo dessa salvação. 

Que é a salvação? Não é simplesmente Deus resolver nosso problema de pecado por meio de Seu Filho. A salvação não somente faz com que nossos pecados sejam perdoados, como também nos dá vida eterna. A salvação de Deus justifica-nos e também nos dá o Filho de Deus, colocando-O dentro de nós. A salvação não somente faz com que não sejamos condenados por Deus, mas coloca o Espírito Santo dentro de nós. Não somente nos capacita a, futuramente, viver para sempre, mas transmite-nos, hoje, a natureza de Deus. Esse é o conteúdo da salvação. A salvação de Deus acrescenta-nos algo novo.

Pessoas como as mencionadas acima não conhecem o resultado da salvação de Deus. Para os que foram salvos por Deus, existe certamente uma conseqüência, um resultado e um fim. Depois que um homem é salvo, pode, então, transgredir a lei somente porque agora está justificado em Cristo? Pode agora livremente transgredir os Dez Mandamentos do começo ao fim? Pode agora fazer tudo o que quer? Por favor, leia as palavras de Paulo aos filipenses: 

“Quanto ao zelo, perseguidor da igreja, quanto à justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tenho justiça própria, que procede da lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Fp 3.6-9). 

Paulo tinha justiça pela fé em Cristo. Ele recebeu justiça pela fé em Deus e não pelas obras da lei. Estava ele, então, livre para fazer qualquer coisa, ser irresponsável e negligente simplesmente por causa disso? Por causa de Cristo, ele sofreu a perda de todas as coisas e as considerava como refugo. Portanto, em todo cristão regenerado, maduro ou imaturo, existe um desejo de santidade, um amor de Deus e um coração de agradar a Cristo. Não sei porque é desse modo. Somente sei que esse é o resultado da salvação de Deus.

segunda-feira, 23 de julho de 2012



EXPOSIÇÃO REQUER APLICAÇÃO

Por Aiden Wilson Tozer

Charles G. Finney acreditava que o ensino da Bíblia sem aplicação moral podia ser pior do que não ministrar nenhum ensino e podia resultar em verdadeiro dano aos ouvintes. Podemos achar que esta poderia ser uma posição extremista, mas, após muitos anos de observação, chegamos a ter uma opinião quase idêntica a ela.

Dificilmente haverá alguma coisa mais sem sentido como ensinar doutrina bíblica apenas por amor da doutrina. A verdade divorciada da vida não é verdade no sentido bíblico, mas é coisa diferente e inferior. A teologia é um conjunto de fatos a respeito de Deus, do homem e do mundo. Esses fatos podem ser, e muitas vezes são, expostos como valores em si mesmos; e aí está a armadilha, tanto para o mestre como para o ouvinte.

A Bíblia é, entre outras coisas, o livro da verdade revelada. Isto é, são revelados nele certos fatos que não poderiam ser descobertos pela mente mais brilhante. Estes fatos são de tal natureza que poderiam passar despercebidos. Estavam ocultos atrás de um véu e, enquanto certos homens que falaram quando foram movidos pelo Espírito Santo não tiraram o véu, nenhum mortal pôde conhecê-los. A este levantar do véu de coisas conhecidas partindo de coisas não suscetíveis de serem descobertas, chamamos revelação divina.

Contudo, a Bíblia é mais do que um volume que contém fatos até então ignorados sobre Deus, o homem e o universo. É um livro de exortação baseada naqueles fatos. Em grande proporção, a maior parte do livro é dedicada a um insistente esforço para persuadir as pessoas a mudarem os seus caminhos e a pôr as suas vidas em harmonia com a vontade de Deus como exposta em suas páginas.

Ninguém fica melhor por saber que no princípio Deus criou os céus e a terra. O diabo o sabe, como também o sabiam Acabe e Judas Iscariotes. Ninguém fica melhor por saber que de tal maneira amou Deus ao mundo, que deu o seu Filho unigênito para morrer para a sua redenção. No inferno há milhões que sabiam disso. A verdade teológica é inútil enquanto não é obedecida. O propósito por trás de toda doutrina é assegurar a ação moral.

O que geralmente se passa por alto é que a verdade, como ela é exposta nas Escrituras cristãs, é uma coisa moral; não se dirige somente ao intelecto, mas também à vontade. Ela ocupa a cidadela do coração humano, e não ficará satisfeita enquanto não subjugar tudo que há ali. Cabe à vontade aparecer e entregar a sua espada. Tem de ficar em posição de alerta para receber ordens, e tem de obedecer a essas ordens. Menos do que isso, qualquer conhecimento da verdade é inadequado e inútil.

Expor a Bíblia sem fazer aplicação moral não provoca oposição nenhuma. É só quando o ouvinte é levado a compreender que a verdade está em conflito com o seu coração que a resistência começa. Enquanto as pessoas puderem ouvir a verdade divorciada da vida, freqüentarão e sustentarão as igrejas e as instituições sem objeção. Se a verdade é uma canção amena, e se torna agradável visto que não pede nada, senão alguma soma em dinheiro, e oferece boa música, amizades agradáveis e confortável sensação de bem-estar, por certo não encontrará resistência por parte dos fiéis.

Muita coisa que passa por cristianismo neotestamentário é pouco mais que a verdade objetiva adocicada com canções e tornada saborosa por meio de entretenimentos religiosos. Provavelmente nenhuma porção das Escrituras pode comparar-se com as epístolas paulinas na produção de santos artificiais. Pedro advertiu que os ignorantes e os instáveis torcem, para a própria destruição deles, os escritos de Paulo, e basta que compareçamos a uma conferência sobre a Bíblia, dessas que se fazem comumente, e ouçamos algumas preleções para sabermos o que Pedro quis dizer.

O que é nefasto é que as doutrinas paulinas podem ser ensinadas com completa fidelidade à letra do texto, sem melhorar os ouvintes nem um pouco. O mestre pode, e frequentemente o faz, ensinar a verdade de molde a deixar os ouvintes sem senso de obrigação moral.

Uma razão do divórcio entre a verdade e a vida pode ser a falta de iluminação do Espírito. Outra é decerto a falta de disposição do mestre para meter-se em dificuldades. Qualquer homem dotado de belos dons para o púlpito pode trabalhar em harmonia com a igreja normal, se simplesmente a “alimentar” e a deixar a sós. Dê uma porção de verdades objetivas e nunca insinue que estão errados e precisam corrigir-se, e ficarão contentes.

Por outro lado, o homem que prega a verdade e a aplica às vidas dos seus ouvintes, sentirá os cravos e os espinhos. Levará uma vida dura, mas gloriosa. Queira Deus levantar muitos profetas assim. A igreja tem aguda necessidade deles.    

segunda-feira, 16 de julho de 2012


                                                    O GOVERNO DA IGREJA

Se pretendemos, como cristãos, prosseguir com o Senhor e cooperar com o cumprimento de Sua vontade eterna, precisamos não somente saber, mas ver a autoridade suprema de Deus e reconhecer as autoridades estabelecidas por Ele.

A Bíblia nos fornece exemplos marcantes de obediência e desobediência a Deus. Portanto, firmados nestes exemplos, é que vamos tentar aprofundar o nosso entendimento sobre a questão do governo da Igreja, a fim de recebermos mais visão sobre o estabelecimento do governo divino da terra.
                                                                 A AUTORIDADE
   Deus é a autoridade máxima do universo. Por ser o Criador do universo e de tudo o que nele há, cada item ou criatura deve estar sujeito a Ele. Ao observarmos ou ao considerarmos o universo, percebemos que há uma ordem reinante. Tomemos como exemplo o sistema solar: entre tantos planetas, satélites e estrelas, com diferentes órbitas cruzando o espaço, há um equilíbrio tal que não permite que nenhum deles entre em choque e possa desencadear uma destruição. 

Essa ordem existe porque há uma autoridade que a estabeleceu e que a sustenta. Sabemos disso pela revelação de Deus: “Nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas” (Hb 1.2-3).

O planeta terra é um entre todos os planetas criados por Deus e essa é a nossa “casa” pela qual temos responsabilidade. Digo isso porque a Bíblia diz que no sexto dia da criação, a Trindade decidiu criar o homem a fim de delegar ao mesmo a Sua autoridade: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”... (Gn 1.26-28). 

Vimos que, após criar o ser humano, Deus delegou-lhe autoridade sobre toda a criação. Dentro do homem há o espírito humano, um órgão criado para receber e conter o próprio Deus, como tão bem nos ensina o Novo Testamento (Jo 3.5-7, 20.22; Rm 8.9-16). Desta forma, habitando dentro do homem, Deus poderia exercer Sua autoridade por intermédio dele. 

Assim que Adão e Eva foram criados, Deus colocou-os no jardim do Éden, e responsabilizou-os a guardar e cultivar esse jardim. Cultivar significa promover o crescimento da vida, ou seja, regar, podar, afofar a terra; enfim, cultivar é incentivar o desenvolvimento da vida. 

Guardar é proteger, preservar a vida. Havia muitos fatores externos que eram negativos e poderiam prejudicar o crescimento e por isso deviam ser impedidos de entrar no jardim. Isso é uma questão de autoridade. 

O princípio da autoridade foi estabelecido desde a criação do homem e a carta aos Romanos 13.1-3 nos revela que devemos estar sujeitos às autoridades: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade, resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação...” Portanto, devemos sujeitar-nos às autoridades. 

Por exemplo: O governante ordena que se pague impostos e devemos fazê-lo quer simpatizemos ou não com o presidente, governo etc.
                                           
A Autoridade de Deus na Igreja

Na Igreja também vemos a autoridade de Deus. A Igreja não é um prédio ou um templo, mas ela é composta pelas pessoas redimidas por Deus e regeneradas pelo Espírito Santo. E dentre os santos desta Igreja, Deus delega a Sua autoridade a algumas pessoas para administrá-la. 

Tais pessoas estabelecidas como autoridade são os bispos e diáconos: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual Ele comprou com seu próprio sangue” (At 20.28). 

Ser bispo significa exercer a função de supervisionar o rebanho de Deus atentando para as necessidades de todos os santos, dispensando-lhes o suprimento necessário para o crescimento de todos.

Como a autoridade maior em cada igreja está com os pastores (bispos), todos nós devemos aprender a nos sujeitar a eles, cientes de que são autoridades delegadas pelo próprio Deus. Em I Tessalonicenses 5.12 diz: “Agora vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós, e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam”. 

Paulo diz em sua primeira carta a Timóteo 5.17: “Devem ser considerados merecedores dobrados honorários os presbíteros (bispos) que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino”. Devemos respeitar as autoridades instituídas por Deus na igreja e isso nos guardará de tropeços.
   
Vemos hoje uma crise de autoridade nas igrejas. Membros rebeldes que se recusam a 
submeter-se à autoridade pastoral e que se levantam contra essas autoridades sem o mínimo temor. Não devemos ignorar as palavras de advertência do apóstolo que diz: “Especialmente aqueles que, segundo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores...” (II Pe 2.10-11). 

Tais pessoas se identificam com Satanás, o rebelde, o que menosprezava a autoridade superior; o qual já teve muita autoridade, conferida a ele por Deus, mas por cobiçar, por ambicionar ser como Deus, ele rebelou-se contra o Senhor, por isso, foi julgado e destituído de sua posição.

Nessas poucas passagens da Bíblia conseguimos ver, resumidamente, a questão da autoridade. No mundo vemos as autoridades designadas por Deus: governo, família, e o quanto é importante a submissão a tais instituições. Na igreja, a casa de Deus, há autoridade delegada aos bispos (pastores) e honrar esta autoridade preserva a unidade do povo de Deus e cumpre Seu propósito eterno.

segunda-feira, 9 de julho de 2012


O SIGNIFICADO DE UMA ALIANÇA

Por que Deus faria aliança com o homem? Para compreender isso, precisamos começar com o primeiro exemplo de aliança entre Deus e o homem. Rigorosamente falando, no Antigo Testamento, o primeiro exemplo foi na época de Noé. Antes disso, Deus nunca fizera qualquer aliança com o homem. Por isso sabemos que a aliança que Deus fez com Noé foi a primeira.

Pela aliança com Noé, podemos verificar que o propósito de Deus é fazer o homem entender a Sua intenção. Na época de Noé, a raça humana cometia pecados ao extremo e, por isso, Deus tencionava destruir o homem pelo dilúvio; mas com essa intenção, Ele lembrou-se da família de Noé e também das muitas criaturas que Ele havia criado. Ele queria preservar a vida delas.

Por isso, fez aliança com Noé dizendo: “Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos. De tudo o que vive, de toda carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo” (Gn 6: 18-19)

Deus queria preservar a vida das suas criaturas e até pensou no sustento delas. Essa aliança mostra o amor de Deus para com o homem. Mas por que, amando o homem, Deus teria que tomar uma atitude tão radical? 

A resposta está em Gênesis 6:5-6: “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era mau todo desígnio do seu coração; então, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração”. Vemos aqui como era realmente o coração de Deus.

Sem dúvida, o dilúvio deve ter causado uma impressão terrificante no homem. Hoje diríamos que o homem ficou traumatizado. Por isso, o desejo de Deus era mudar essa má impressão e mostrar ao homem a Sua verdadeira intenção. Ele não desejava destruir toda a raça humana que criara; Ele queria consolá-los. Ele queria que eles conhecessem a intenção do 
Seu coração. A forma encontrada pelo Senhor foi fazer com eles uma aliança.

Disse Deus a Noé e a seus filhos: Eis que estabeleço a minha aliança convosco, e com a vossa descendência, e com todos os seres viventes que estão convosco: as aves, os animais domésticos e os animais selváticos que saíram da arca, assim como todos os animais da terra. Estabeleço a minha aliança convosco: não será mais destruída toda carne por águas de dilúvio, nem mais haverá dilúvio para destruir a terra.

Disse Deus: Este é o sinal da minha aliança que faço entre mim e vós e entre todos os seres viventes que estão convosco, para perpétuas gerações: “Porei nas nuvens o meu arco; será por sinal da aliança entre mim e a terra. Sucederá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e nelas aparecer o arco, então, me lembrarei da minha aliança, firmada entre mim e vós e todos os seres viventes de toda carne ; e as águas não mais se tornarão em dilúvio ... Disse Deus a Noé: Este é o sinal da aliança, estabelecida entre mim e toda carne sobre a terra” (Gn 9:8-17).

Nessa aliança, Deus disse repetidamente que jamais haveria outro dilúvio. A fim de assegurar à família de Noé que não havia mais necessidade de temor, essa aliança foi dada para que pudessem se apegar às palavras d’Ele e nelas descansar. Após analisar essa aliança de Deus com Noé, vamos procurar entender qual é o sentido de uma aliança.

Uma aliança tem de ser executada rigorosamente de acordo com a fidelidade, justiça e lei. Se fizermos aliança com alguém, registrando claramente, por escrito, como vamos agir, e contudo, não a cumprimos, isso quer dizer que nós invalidamos nossas palavras, tornamo-nos infiéis, injustos e desonestos. O nosso nível moral é imediatamente rebaixado. Além disso, a quebra de uma aliança normalmente é punida por lei.

Vemos com isso que Deus, ao fazer aliança com o homem, pôs a Si mesmo numa posição restrita, ou seja, a partir desse momento, Ele terá de cumprir o que foi claramente escrito. Se Deus não cumprir a aliança que fez com o homem, Ele se torna infiel e injusto. Ele precisa agir de acordo com a justiça. 

Nós podemos ficar tranqüilos. Deus jamais irá descumprir os seus acordos.
Veja o que Deus disse ao rei Davi: “Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança nem modificarei o que os meus lábios proferiram. Uma vez que jurei por minha santidade (e serei eu falso a Davi?): A sua posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol perante mim” (sl 89:30-36). 

Que maravilha! Eis uma aliança que garante o que nós estamos aguardando com muita esperança: um dia, em breve, o Senhor irá restaurar o trono de Davi. A raiz de Davi, o Senhor Jesus Cristo, irá reinar sobre a terra. Tudo porque o Senhor não poderia desistir da aliança que fizera com Davi.



    
   

segunda-feira, 2 de julho de 2012


VENHA O TEU REINO

“Desde o início da criação Deus busca um grupo de cooperadores para que, juntamente com Ele, possa trazer Seu reino à terra”.

Por meio de invocarmos o Seu nome, santificando-O, o reino de Deus é trazido à terra, e a vontade de Deus é conhecida. Nesse modelo de oração que é o Pai nosso, há uma frase que diz: “Venha o Teu reino” (Mt 6:9-13). Por essa frase, podemos ver a importância que Deus dá a questão do reino. A expressão “vir o reino” diz respeito ao reino dos céus, que é o reino de Deus vindo à terra.

A segunda parte do versículo 10 diz: “Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu”, mostrando que, quando o reino dos céus chega, a vontade de Deus é feita na terra. Essa oração, portanto, satisfaz a Deus, e é a maneira como Ele nos ensinou a orar.

O reino de Deus existe de eternidade a eternidade, e nele Deus é a autoridade. Nesse reino está o universo, que é administrado por Ele. A terra, no entanto, está sob o controle do inimigo de Deus e Ele quer reavê-la (I Jo 5:19). Há, desse modo, a necessidade de um grupo de pessoas que coopere com Ele. Com esses cooperadores, Deus pode vir para a terra, e uma vez que o Rei esteja na terra, o Seu reino também estará.

Deus tem um reino, e deseja que esse reino alcance também a terra e a governe segundo Sua perfeita vontade. Para isso, Ele precisa de um grupo de pessoas constituídas com Sua própria vida, a fim de que cooperem com Ele. Desse modo, a Sua vontade pode ser feita tanto no céu, como na terra.

Deus começou por Adão, e continuou buscando cooperadores até obter a igreja, que é composta dos Seus redimidos, dos gerados mediante Sua própria vida. Com respeito a Adão, Deus o colocou no Éden e lhe ordenou que cuidasse do jardim. Esse jardim era, portanto, a esfera do reino de Deus que foi entregue para o homem cuidar e governar. Assim, Adão teria autoridade para impedir que entrasse ali qualquer coisa que pudesse danificá-lo (Gn 2:15).

Infelizmente ocorreu um fato que é por demais conhecido; o homem transgrediu a ordem de Deus. A queda do homem foi um processo que iniciou-se no momento em que Satanás conseguiu atrair a atenção do homem. Uma vez que Adão e Eva foram seduzidos e transgrediram a ordem divina, eles caíram, e a vontade de Deus não mais poderia ser cumprida por meio deles.

O desejo de que Seu reino viesse à terra, para que nela Sua vontade fosse feita continua a ser alvo principal de Deus. Ele chamou homens que santificassem Seu nome, para que Seu reino fosse estabelecido aqui. Deus quer que esses homens se aproximem d’Ele, invoquem Seu nome e estejam para sempre em Sua presença, pois onde a presença de Deus está, ali está também o Seu reino, que é a esfera onde Ele exerce Sua autoridade e guarda Seu povo, para que este esteja em paz.  

 A Igreja é o lugar onde essa realidade se torna viva. É na igreja que podemos invocar Seu nome e fazer a Sua vontade. Em nós, Deus está promovendo a implantação de Seu domínio eterno e ao mesmo tempo derrotando o usurpador.

É este princípio de autoridade que torna a igreja uma embaixada do reino dos céus, onde Deus é respeitado e Sua vontade é obedecida. Se houver, por parte da igreja, o cuidado e a submissão à autoridade divina, teremos o reino de Deus na terra.