segunda-feira, 26 de julho de 2010

O GRANDE DESAFIO DESTE SÉCULO

Vista da perspectiva da eternidade, a maior necessidade da época atual pode ser perfeitamente a de que a Igreja seja tirada do seu longo cativeiro babilônico e que o nome de Deus seja nela glorificado, como no passado. Não devemos, porém, pensar na Igreja como um corpo anônimo ou uma abstração mística. Nós cristãos somos a Igreja, e aquilo que fazemos é o que a Igreja está fazendo. A questão é, portanto, pessoal, para cada um de nós. Qualquer avanço na Igreja terá de partir do indivíduo.

O que nós, crentes comuns, poderemos fazer para trazer de volta a glória que se foi? Há algum segredo que possamos aprender? Há alguma fórmula para um avivamento pessoal que possa ser aplicada à presente situação, à nossa situação? A resposta é SIM.

O segredo já está desvendado, o crente pode sabê-lo facilmente. É simplesmente o antigo e sempre novo conselho: Conheça a Deus. Para recuperar o tempo perdido, a Igreja precisa ver o céu aberto e ter uma visão transformadora de Deus.

Mas o Deus que devemos ver não é o deus utilitário tão popular hoje, cujo principal atrativo é sua capacidade de fazer com que os homens sejam bem-sucedidos em suas diversas ocupações, e por essa razão está sendo adulado e lisonjeado por todo aquele que deseja um favor.

Temos de aprender a conhecer o Deus que é Majestade nos céus, Pai onipotente, Criador do céu e da terra, o único Deus sábio, nosso Salvador. É Ele que se assenta sobre o círculo da terra, que estende os céus como uma cortina e os desdobra como uma tenda para Sua habitação; que chama as hostes de estrelas pelos seus nomes, pela grandeza de Seu poder; que vê as obras do homem como vaidade; que não se fia nos príncipes e não busca nos reis o conselho.

Não se pode ter conhecimento de tal Ser apenas pelo estudo. Este conhecimento vem por uma sabedoria desconhecida do homem natural, pois é espiritualmente que se discerne. Conhecer a Deus é, a um tempo, a coisa mais fácil e a mais difícil sobre a terra. É fácil porque o conhecimento do Deus santo é um dom gratuito dado aos homens prontos para recebê-lo. Mas, tal conhecimento é difícil porque existem condições a serem satisfeitas e a natureza obstinada do homem não as aceita com facilidade.

A primeira condição é que abandonemos o pecado. A crença num Deus santo que não pode ser conhecido pelos homens perversos não é novidade para a religião cristã. As palavras de Jesus confirmam este critério: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus”.

Em segundo lugar, devemos reconhecer que morremos para o pecado e estamos vivos para Deus em Cristo Jesus; Seguindo-se a isso uma completa abertura da nossa personalidade, tornando-nos receptivos à entrada do Espírito Santo. Teremos então de praticar a autodisciplina que o andar no espírito requer, e mortificar a concupiscência da carne.

Talvez tenhamos também de nos separar do textualismo sem vida que prevalece entre as igrejas evangélicas, e protestar contra o caráter frívolo de muitas coisas que passam por cristianismo entre nós. Com isso talvez percamos amigos e ganhemos uma reputação de sermos “santinhos”; mas, homem algum que estivesse preocupado com as opiniões dos outros seria digno do Reino de Deus.

Devemos manter a majestade de Deus em pleno destaque em todos os nossos cultos públicos. Não só as nossas orações particulares devem louvar a Deus, mas o nosso testemunho, o nosso cântico, a nossa pregação e aquilo que escrevemos deverá centralizar-se na Pessoa do nosso santo, santo Senhor; exaltando continuamente a grandeza da Sua dignidade e poder. Há um homem glorificado à destra da Majestade nos céus, representando-nos fielmente ali. E nós, que permanecemos por um tempo entre os homens, devemos ter o cuidado de representá-lo fielmente aqui.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A PREPARAÇÃO DA VESTE NUPCIAL

Era costume dos povos antigos, principalmente no oriente, que os pais prometessem uma jovem ao futuro marido quando a mesma era ainda uma criança, porém, o casamento se realizava quando ambos já eram crescidos. Enquanto cresciam, a noiva preparava o enxoval e o vestido de noiva.

A confecção da veste nupcial é um trabalho artesanal que demanda muito trabalho e sacrifícios. São muitas agulhadas, pouco a pouco, ponto a ponto. Isso causa dor constante. Em nosso viver diário, o Senhor permite que passemos por sofrimento e dor. Não é um grande sofrimento, uma vez por todas, mas pequenos sofrimentos, pouco a pouco. Todos os cristãos, em maior ou menor grau, passam por algum sofrimento e tribulações cotidianas. Isso é inevitável. Temos de estar dispostos a sofrer a fim de sermos aperfeiçoados e possamos adquirir o caráter de Cristo. Assim teremos uma veste para sermos levados à presença do rei. Poderemos participar do banquete das bodas do Filho do Rei.

Todo cristão deve ter duas vestes: uma, ele recebeu do próprio Senhor Jesus; a outra, ele mesmo é responsável em prepará-la. Veste, na Bíblia, está sempre relacionada com a justiça. A primeira veste indica que Deus nos justificou quando Cristo morreu em nosso lugar, pelos nossos pecados. Essa justiça não foi algo feito por nós. Alguém – o Senhor Jesus – a fez por nós, portanto é uma justiça objetiva. Basta que creiamos, e, pela fé, já vestimos a veste da justificação pelo sangue de Jesus.

Depois disso, já incorporados na vida da igreja, nós mesmos precisamos preparar outra veste, a veste de núpcias. Em Apocalipse 19:7 lemos: “Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou”. Ataviar-se, por um lado, significa que a noiva já cresceu e já não é uma criança; por outro, quer dizer que já bordou sua veste nupcial.

Esta veste é de “linho finíssimo, resplandecente e puro”, que são os atos de justiça dos santos. Os atos de justiça são o resultado da obra transformadora do Espírito Santo em nós, por meio dos sofrimentos e privações. Portanto, essa justiça não é a justiça objetiva que o Senhor cumpriu por nós na cruz, mas é a justiça subjetiva. Que nós possamos permitir que o Espírito Santo nos transforme, agulhada após agulhada, e tenhamos nossa veste pronta para as bodas do Cordeiro.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

AS BODAS DO CORDEIRO

O Senhor Jesus disse: “O Reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho” (Mt 22:2). Essas são as bodas do reino, isto é, a manifestação do reino dos céus, ou do reino milenar que durará mil anos após a volta do Senhor, a qual somente os vencedores terão direito.

O Senhor disse que um rei havia preparado tudo para as bodas do filho, e enviou seus servos para chamar os convidados. Na sequência da parábola vemos que os primeiros convidados não aceitaram o convite alegando outros compromissos. Vemos também que alguns deles cometeram atos de violência contra os servos do rei, chegando até a matar alguns deles.

O rei ficou indignado com aquilo e enviou seus exércitos destruindo aqueles assassinos e incendiando-lhes a cidade (Mt 22:2-7). Em seguida o rei ordena aos seus servos dizendo: “Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes, tanto maus como bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados” (Mt 22:9-10).

O rei representa Deus e o filho representa o Senhor Jesus. Os servos enviados para convidar as pessoas são os primeiros apóstolos. Os que rejeitaram o convite são os judeus, que não aceitaram o evangelho. Os que estavam pelos caminhos, tanto maus como bons, somos nós, os gentios, que cremos no Senhor mediante o evangelho.

Não éramos dignos de nos assentar à mesa para a grande ceia das bodas do Cordeiro, mas pela misericórdia do Senhor, pelo Seu grande amor, Sua graça chegou até nós para que possamos participar desse evento maravilhoso. O fato de crermos Nele, sendo alcançados pela misericórdia de Deus para participar do banquete, refere-se à nossa salvação inicial. Entretanto, para permanecer nas bodas precisamos da veste nupcial (v. 11).

A veste na Bíblia está sempre relacionada com a justiça (Ap 19:8). Antes de sermos salvos e justificados pelo Senhor Jesus, todos éramos pecadores, e nossas justiças eram como trapo de imundícia (Is 64:6). Mas por causa do grande amor e por ser rico em misericórdia, Deus nos salvou, e já temos uma veste que é a justiça com a qual o Senhor nos justificou. Ser justificado é ganhar uma veste. 

Portanto, já não estamos nus; antes, passamos a ter uma “veste”, que nos faz aptos a participar, nesta era, da esperança de estarmos no banquete. Essa é a veste inicial que o próprio Jesus preparou para nós. É a nossa justificação inicial. Porém, para participar do banquete das bodas em plenitude na era vindoura, ainda precisamos ter outra veste.

Nos versículos 12 e 13 lemos: “Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, disse o rei aos seus servos: Amarrai-lhe os pés e as mãos, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”. Ser lançado nas trevas exteriores significa que essa pessoa, embora salva, não preparou a veste nupcial, isto é, não é vencedora, e por isso, não poderá entrar no desfrute do reino milenar.

Quando o Rei Jesus vier na Sua segunda vinda, todos os vencedores poderão entrar no reino milenar. Contudo, para entrar, eles precisarão de uma veste nupcial, além da veste de justificação. Quem não a tiver não poderá participar das bodas do Rei. A este só restará ser lançado nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.

O Senhor usa esta parábola para nos alertar. O Reino milenar virá. Para entrar nas bodas do Cordeiro, precisamos preparar para nós mesmos uma veste nupcial. Essa veste é de nossa inteira responsabilidade!

“Também ouvi uma voz como a de uma grande multidão, como a voz de muitas águas, e como a voz de fortes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já reina o Senhor nosso Deus, o Todo-poderoso. Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe glória! Pois são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se aprontou”.

“Foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, resplandecente e puro. O linho fino são os atos de justiça dos santos”.
“E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro!” (Ap 19:6-9).