segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


PROFECIA PARA OS TEMPOS DO FIM

A melhor definição do ministério do profeta é: “O profeta é alguém que fala por Deus”. No entanto, é preciso saber que, antes de querer falar por Deus, o profeta precisa ser um homem de Deus e ser governado pela visão do propósito imutável de Deus.

Como homem de Deus ele é propriedade de Deus, e, por isso, não tem opinião própria ou ponto de vista pessoal quando ministra em nome de seu Possuidor; é alguém que não busca seu próprio benefício, mas sempre o do Senhor. Isto é manifestado de muitas maneiras práticas. Por exemplo, por amor ao seu Senhor, os profetas aceitam passar por tribulações, como as que Paulo experimentou, a fim de cumprir o ministério que lhes foi entregue.

Paulo foi fiel a Deus por toda a sua vida e Deus podia expressar-se completamente por meio dele. Isto era resultado de Paulo ser totalmente governado por sua visão (At 26.19). Ele recebeu de Deus a visão de Sua economia, a visão sobre a igreja como o Corpo vivo e orgânico de Cristo, e a registrou em suas cartas. Graças a isso, hoje também podemos ser governados por essa visão. Se desejarmos falar pelo Senhor, precisamos dessa visão como base.

A Bíblia revela-nos que o grande interesse de Deus é edificar a Sua igreja, e o principal instrumento que Ele usa para isso é o profetizar. Por outro lado, em cada época, Deus estabelece uma maneira, um caminho prático para alcançar esse objetivo. Podemos chamar esse caminho de “o mover de Deus”.

Encontramos uma excelente ilustração do mover de Deus em Ezequiel 1, na figura da roda. Aquela roda anda apenas para a frente, sempre avançando e nunca retrocedendo. Isso significa que se não acompanharmos o mover de Deus ficaremos para trás, pois Deus está constantemente prosseguindo. Se amamos ao Senhor, não podemos ficar passivos, indiferentes, como se não tivéssemos responsabilidade na edificação da igreja.

Precisamos, sim, dispor-nos totalmente, permitindo a Deus aperfeiçoar-nos e capacitar-nos a servi-Lo. Ainda estamos na era da graça e Deus continua esperando que nos arrependamos e decidamos prosseguir com Ele. Deus nos quer como participantes de seu propósito eterno. O que Deus nos tem falado a respeito dos profetas visa encorajar-nos a participar do Seu mover.

Não há neste universo privilégio maior do que cooperar com Deus na Sua obra única e definitiva: Sua igreja.

No livro de Apocalipse encontramos menção a cristãos vencedores, aqueles que serão guardados da hora da provação (a grande tribulação) que virá sobre o mundo todo (Ap 3.10). Sem dúvida, todos os cristãos querem ser vencedores, mas quantos têm buscado efetivamente ser um vencedor? O verdadeiro vencedor é aquele que dia-a-dia é vencido por Cristo, é subjugado por Ele; vencedor é quem permite ao Senhor transformá-lo passo a passo.

Para isso, precisamos negar a nós mesmos e tomar a cruz; precisamos também de um contato vivo e constante com a Palavra de Deus. Quantos, no entanto, têm realmente se enchido abundantemente da Palavra do Senhor? A Bíblia diz que a Palavra de Cristo tem de habitar ricamente em nós (Cl 3.16). Mas temos permitido isso?

Se almejamos ser úteis para Deus, devemos “mergulhar” na Palavra e estudá-la cuidadosamente, não para aumentar nosso conhecimento, mas para conhecer o Deus vivo que ela revela, para conhecer Seu coração, para conhecer Sua economia. Por meio da leitura da Bíblia e de bons livros espirituais, espontaneamente nosso coração será tomado de encargo pelo propósito de Deus.

Dessa maneira, o Senhor poderá nos encher de fervor por Sua obra.   

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


CRESCER. CEDO OU TARDE TEREMOS DE FAZÊ-LO.

Como determinar o momento em que podemos considerar que já crescemos? Quando aparecerem os primeiros cabelos brancos? Não, isto significa que estamos envelhecendo, não ficando mais sábios. Tenho conhecido pessoas com seus cabelos grisalhos e ainda imaturas. Os sinais da idade não significam necessariamente que estamos demonstrando sinais de maturidade.

Crescer é um objetivo estabelecido para cada membro da família de Deus. Deus diz isto em sua Palavra. O autor de Hebreus fala sobre esse assunto quando escreve sobre a falta de maturidade dos hebreus. Eles haviam envelhecido na fé, mas não crescido. Ao invés de construir sobre a base estabelecida pelos apóstolos, eles ainda estavam brincando com os tijolos.

“Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal”.

“Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atos que conduzem à morte, da fé em Deus, da instrução a respeito do batismo, da imposição das mãos, da ressurreição dos mortos e juízo eterno. Assim faremos, se Deus o permitir”  (Hb 5.12-14 e 6.1-3).

Espiritualmente, a imaturidade é algo que não podemos permitir. Deus quer que ultrapassemos as questões elementares da fé e nos estabeleçamos em uma maturidade duradoura e responsável. Ele espera que cresçamos na fé. Deixando de lado os princípios elementares, diz a carta aos Hebreus: Dediquem-se à maturidade.

“Precisamos deixar os ABCs da fé”. Em outras palavras, precisamos parar de brincar com os tijolos e de beber leite, deixarmos as coisas que caracterizam a infância e vivermos um estilo de vida adulto.

Deixe-me fazer algumas perguntas delicadas. Você está pesquisando a Palavra de Deus? Está realmente estudando a Palavra de Deus por si próprio? Está engajado em um ministério de oração sério e assíduo? Pode suportar mais pressão, hoje, do que há três anos? O seu gráfico de crescimento está mais elevado do que há um, dois ou cinco anos atrás?   

Como podemos saber se estamos crescendo? Externamente, temos vários sinais físicos de crescimento e envelhecimento. Mas, quando se trata de maturidade espiritual, precisamos de outro tipo de gráfico de crescimento. Pedro, em sua primeira carta, nos oferece uma série de itens para nos ajudar a conhecer se estamos progredindo em nossa vida espiritual.

“Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes. Não retribuam mal com mal, nem insulto com insulto; ao contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem benção por herança. Pois, quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde sua língua do mal e os seus lábios da falsidade. Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus ouvidos atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal” (I Pe 3.8-12).

Como filhos de Deus em busca da maturidade, estejamos comprometidos com a harmonia e o espírito de unidade. Vamos nos engajar nos interesses mútuos das vidas de outras pessoas. Que possamos desenvolver amizades marcadas pela afeição, pelo amor genuíno e demonstrativo. Sejamos misericordiosos e compassivos com as outras pessoas ao invés de nós mesmos. Finalmente, perdoemos, controlemos nossa língua e teremos pureza e paz.
Que nós possamos cuidar da segurança da maturidade de nossa vida cristã. Para isso recomendamos que retornem várias vezes à lista de checagem de Deus!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


ADMINISTRAÇÃO SÁBIA DOS RECURSOS

“Você será bom administrador quando souber pelo que é responsável, e o que é esperado de você”.

Toda tarefa para administração vem com uma expectativa. A pessoa que faz de você um administrador de algo, tem uma expectativa de qualidade em relação a você. Em razão dos recursos que lhe foram confiados ele espera que certas coisas aconteçam na sua administração dos referidos recursos.

Deus nos deu responsabilidade neste planeta e tem certos padrões que espera que nós apoiemos. O padrão qualitativo mais importante que Deus espera de nós é integridade, e quando administramos de acordo com seus padrões de expectativa os recursos que Ele nos confiou, todos lucram, não só alguns.

A responsabilidade de um administrador tem início em sua vida pessoal. Tudo começa e termina em sua casa quando ninguém está assistindo. A nossa habilidade de administração determina quanto do mais que Deus tem para nós tem de ser retido. Deus nos dá muito mais dele quanto pudermos merecer-lhe a confiança. Jesus revelou que tudo vai depender da nossa administração dos recursos colocados em nossa responsabilidade.

“Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito” (Lc 16.10).

A administração eficiente permite que Deus aumente o mais. Sendo assim, a administração é a chave de uma vida financeira abençoada e equilibrada. Se um cristão não pode administrar sua própria conta bancária, como Deus pode confiar a ele a conta bancária de uma empresa que movimenta milhões?

Jesus quer que você concentre sua atenção nos recursos que estão em suas mãos hoje e comece a administrá-los de forma justa e inteligente. Para isso, reconheça as falhas de sua administração dos recursos disponíveis e mude sua forma de pensar sobre responsabilidade. A pessoa mais importante para ser mudada é você mesmo.

O Espírito De Irresponsabilidade

A razão de termos tantos conflitos e experiências negativas no mundo de hoje é estar ele repleto de pessoas infectadas pelo espírito da irresponsabilidade. A palavra irresponsabilidade significa “não responsável para com a autoridade”. Muitas pessoas no mundo de hoje não aceitam que ninguém lhes diga o que fazer. Elas querem fazer o que têm vontade de fazer, sempre de acordo com seus caprichos e desejos.

Muitas pessoas não querem ser responsáveis para com quem quer que seja, inclusive em relação à casa de Deus. Quando o pecado é confrontado no púlpito, a mensagem é, freqüentemente, transferida a quem está sentado no banco mais próximo. Poucos querem ouvir uma repreensão pastoral. Muitos cristãos que carregam a Bíblia e esquentam bancos de igreja estão vivendo uma vida suja; não aceitam ninguém que os reprove ou corrija. Este é o espírito de irresponsabilidade.

É a consciência do ser humano que lhe permite distinguir entre certo e errado. Quando se permite que um estilo de vida irresponsável se aprofunde, a voz da consciência é progressivamente silenciada. Algumas pessoas fazem coisas incríveis mas não manifestam a menor sensação de culpa ou remorso. Elas estão dando tiros umas nas outras. Maridos estão batendo nas esposas, pais dormem com as suas filhas como se nada de mau ou estranho houvesse acontecido. A consciência neste mundo morreu ao longo do tempo, porque herdamos um espírito de irresponsabilidade.

Também ser irresponsável significa ser “inconstante e mutável”. As pessoas irresponsáveis podem ser inconstantes, irrefletidas, ousadas, infiéis, promíscuas, negligentes e imorais. Elas podem ter um caráter impossível de predizer, incerto e indigno de confiança. E esse problema não é somente um “problema do mundo”; este espírito também é selvagem hoje na igreja cristã.

O JOGO DE CULPA

Pessoas irresponsáveis são peritas em transferir a culpa de suas próprias ações irresponsáveis. Lembre-se da defesa de Adão: “Deus, a mulher que me deste... Tu te lembras? Foste Tu que deste ela a mim, e ela me deu o fruto... vocês dois... Não eu... me fizeram comê-lo! Eu sou inocente, Deus!

Hoje há muita gente especialista em culpar a sociedade ou o governo por seus próprios problemas. Há pessoas que nunca assumem a menor responsabilidade por seu comportamento, suas decisões ou as situações nas quais se encontram. Isso traz de volta a má administração de Adão no Jardim do Éden.

O mundo inteiro, e a igreja em particular, esta sofrendo sob a influência destrutiva de uma humanidade irresponsável. Vivemos numa geração irresponsável, que acredita que o mundo lhe deve algo. As pessoas se recusam a responsabilizar-se pela vida, por suas ações e decisões. Talvez o mundo continue sofrendo de irresponsabilidade crônica, mas a igreja não pode permanecer debaixo deste espírito maligno. 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


O JOGO DA CULPA

Deus disse a Adão que fosse o dominador da Terra. Quando o mesmo falhou nessa responsabilidade, sua primeira reação foi culpar outra pessoa. Então, desde aquele dia, o homem tem sempre transferido a alguém a sua culpa. Todos nós somos afetados por essa herança maldita. Ninguém gosta de assumir a responsabilidade por suas ações, decisões, situações ou circunstâncias. Nós culpamos os outros por nossas situações difíceis.

Mais do que nunca, somos peritos em culpar o passado por nosso presente, em culpar nossos pais por nossos hábitos. Somos especialistas em culpar nossos pregadores por nossa ignorância. Aqueles que não conseguem aprender álgebra culpam o sistema educacional. Muitos, quando tiveram uma oportunidade de aprender, deixaram de freqüentar as aulas para ficar à toa.

Nós amamos culpar a doença (em vez de nosso juízo pobre e nossos hábitos alimentares) por nossos problemas de saúde. Nos alimentamos mal, errada e pobremente durante grande parte de nossa vida, ficamos com pressão alta ou diabetes e culpamos o Diabo por não nos sentirmos bem.

Culpamos nossos filhos por problemas sociais. Dizemos: “A juventude faz isso...” Mas de quem é essa juventude? Se como adultos irresponsáveis produzimos filhos irresponsáveis, como podemos culpá-los pelos problemas em sociedade? Eles são nossos filhos. Assim, se eles são frutos podres, nós somos as árvores podres das quais eles vieram.

Culpamos os cigarros e as companhias de tabaco por nosso câncer. Fiquei chocado ao ouvir uma história no noticiário, na qual uma mulher processou uma companhia de tabaco pelo fato de ela ter contraído câncer por fumar seu produto. Eu não posso entender isso!

Ela decidiu fumar. Ela absorveu todo aquele produto para dentro de seus pulmões e contraiu câncer – tudo sozinha. Ela escolheu tragar produtos cancerígenos quando era adolescente – ela mesma decidiu fazer isso! Nenhuma companhia veio à sua porta, amarrou-a e lhe enfiou um cigarro na boca.

Ela ainda chorou: “O produtor de tabaco fez o cigarro, e agora olhe para mim” É tudo culpa deles!”. Como pode alguém que tem poder de escolha – a capacidade para se recusar a fumar – remover a responsabilidade de si mesma e colocá-la na companhia que fabricou o produto? Pergunte a Adão! 

Que processo irresponsável! E há muitos outros jogos de culpa legais usados hoje, nos quais as ações do queixoso são responsáveis pelo próprio dano.
Eu nunca vi um cigarro caminhar até um sujeito e dizer: “Ei, amigo, me fume”. Esta é uma decisão que a própria pessoa toma. Plantas de tabaco não são o problema. É o espírito de irresponsabilidade que nos leva a transferir nossa experiência negativa para a planta. “Se tão somente pudéssemos nos livrar daquela planta imunda – murmuramos -, então poderíamos resolver o problema da nicotina.” Mas a planta não é responsável pelo problema. O coração humano é que é o problema.

Um viciado pode culpar o traficante, a loja ou a cantina que lhe vendeu o produto para saciar seu vício. No entanto, se esse indivíduo nunca tivesse começado, nunca teria se tornado um dependente.

A irresponsabilidade é a inimiga mais mortal da liberdade.

 Pessoas de todas as posições sociais e de todas as etnias caem nessa armadilha. Negros culpam brancos por seus problemas, da mesma maneira que brancos culpam negros. O pobre culpa o rico. Cidadãos culpam o governo. O que nos impede de sermos produtivos, se ele permite a livre escolha de seu povo?

Assim, em vez de esperar que o governo arrume um trabalho, por que nós não usamos o cérebro entre nossos ouvidos? Deus deu a cada um cinco bilhões de células no cérebro. Não importa se você vive na favela de um país de terceiro mundo. Ainda que as pessoas que detêm o poder tentem restringir-lhe a produtividade, uma coisa que jamais poderão fazer é roubar-lhe a capacidade de pensar; ou a imaginação produtiva.

Quando você submete a Deus sua mente e seu potencial administrativo, Ele lhe dá habilidades, idéias criativas e conceitos que surpreenderão seus pares. O trabalho do governo não é prover emprego. A bíblia diz que sua função é ter a postos a espada de proteção, para que o íntegro possa ser abençoado, protegido e produtivo (Veja Rm 13.3, 4; I Tm 2.1, 2). Deus espera que estejamos num ambiente onde possamos ser produtivos, sem termos que depender do governo para que nos proporcione o sustento.

O criminoso culpa a sociedade por seu comportamento. O homossexual culpa seus hormônios ou a vida por sua situação. Cidadãos culpam seus representantes pela corrupção da nação. No entanto, se os líderes são corruptos numa república democrática, as pessoas estão em falta, porque votaram neles para assumir o poder. Nós produzimos de acordo com nosso tipo.

Não culpe o líder pelo modo como você o segue; só desista de segui-lo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


PRECISAMOS DE INTERCESSORES COMO MOISÉS

A atual crise de integridade que oprime a igreja nos leva a reconhecer que é preciso haver intercessores que se apeguem a Deus e reivindiquem as suas bênçãos sobre ela. Uma das maiores necessidades da igreja é a oração intercessora. Precisamos de intercessores como Moisés!

Geralmente pensamos em Moisés como libertador e legislador, mas nos esquecemos de que ele também foi um grande guerreiro da oração. De fato, Moisés exemplifica bem o que é interceder em favor dos que pecaram. Encontramos esse exemplo nos capítulos 32 e 33 de Êxodo.

Moisés estivera a sós com Deus no monte Sinai, recebendo a lei que entregaria ao povo. Mas se ausentou por um período demasiadamente longo e Israel se inquietou, como ovelhas sem pastor. O povo de Deus tinha (e ainda tem) dificuldade em esperar e andar pela fé. Eles pediram a Arão que fizesse alguma coisa, de modo que ele fez um bezerro de ouro para representar Deus; e com grande alegria o povo declarou feriado. Finalmente algo estimulante estava acontecendo! Havia algo que podiam ver e fazer!

É claro, Deus viu tudo aquilo e avisou a seu servo Moisés: “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu” (Ex 32.7). Parecia o fim da nação, mas Moisés orou e Deus desviou a sua ira. Quando Moisés chegou ao arraial, viu o povo numa orgia religiosa, dançando ao redor do bezerro de ouro e supostamente adorando ao Deus Jeová. Num ímpeto de ira sagrada, Moisés quebrou as duas tabuas de pedra, destruiu o bezerro e julgou o povo. Subiu depois ao monte Sinai e mais uma vez intercedeu por ele. O resultado foi que Deus puniu os infratores, poupou a nação e concordou em ir com Israel na sua jornada, tudo porque Moisés orou.

Vamos entender o que esse acontecimento significa para a igreja de hoje.
Interceder significa “implorar a alguém um benefício em favor de outra pessoa”. No vocabulário cristão, significa fazer súplicas a Deus em favor dos seus filhos necessitados. Nunca seremos mais parecidos com o Senhor Jesus Cristo do que quando intercedemos por outros, porque é isso que Ele está fazendo nos céus hoje (Hb 7.24-25).

A igreja sempre precisou de intercessores porque Deus opera através da oração. Se nos fossem revelados os mecanismos que movem o mundo, veríamos a quantidade de coisas que acontecem em resposta às orações dos filhos de Deus. Ele afirma com clareza que não podemos realizar nada sem a oração, não importa quão bem sucedidos aparentemente sejamos. “Gostem ou não”, disse Spurgeon, “pedir é a regra do reino”.  

A oração é vital, não somente porque Deus a ordenou, mas também porque Ele estabeleceu que através dela Seu povo deveria crescer em fé e dependência a fim de que somente Deus receba a glória. Os verdadeiros servos de Deus dependem da oração e não se envergonham de admiti-lo; mas as celebridades falam de oração a fim de impressionar os seus seguidores. 

A oração não é o poder que move determinados ministérios; é meramente uma pequena parte do seu equipamento religioso.
Por que precisamos de intercessores? Porque grande parte do povo de Deus está fazendo hoje o que Israel fez nos dias de Moisés: adora um bezerro de ouro. Um bezerro de ouro, não literal. Adoram o “grande deus das riquezas”. Entre outros exemplos menciono que se quisermos que determinados e famosos “cantores cristãos” se apresentem em nossos eventos é preciso que assinemos um contrato e concordemos em pagar uma quantia, geralmente alta, em dinheiro.

Concordamos com Jesus em que é impossível servir a Deus  e às riquezas (Mt 6.24), e nem mesmo tentamos. Antes, adoramos as riquezas no lugar de Deus e agradecemos a Ele por no-las ter dado! O estilo de vida extravagante de alguns cristãos e líderes é copiado em menor escala em muitos lares e igrejas. Estamos tão acostumados a isso que nem mesmo notamos.

O povo de Israel fez sacrifício de modo que pudessem desfrutar o bezerro de ouro. Doaram suas riquezas e madrugaram para comer, beber e divertir-se (Ex 32.6). Tenho conhecimento de crentes que se queixam de dízimos e ofertas (se sentem roubados), mas não pensam duas vezes antes de gastar fortunas com “férias cristãs” ou na compra de coisas desnecessárias. Pessoas que acham difícil levantar-se cedo para ir a uma aula bíblica não tem dificuldade alguma em fazê-lo quando se trata de divertimento. As pessoas sacrificam-se por coisas que realmente gostam.

Do mesmo modo que a idolatria e a imoralidade do bezerro de ouro, a conivência de Arão nos desgosta. Ele tentou fugir da responsabilidade pelo incidente do bezerro de ouro, mas Moisés sabia que seu irmão era culpado. Arão pode ser comparado aos líderes religiosos que dão às pessoas o que eles desejam e não o que precisam, dirigentes que estão mais preocupados em agradar o povo do que agradar a Deus.

A cooperação de Arão com o povo deve ter feito dele o homem mais popular do arraial (Ex 32.1-6). Por isso, tendo examinado a necessidade de haver intercessores, vemos em Moisés um exemplo do tipo de intercessores de que precisamos hoje!
  

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


OS PROFETAS AINDA SÃO INDISPENSÁVEIS

“A pregação é indispensável ao Cristianismo. Sem a pregação, perde-se parte necessária de sua autenticidade. Pois o Cristianismo é, em sua essência, uma religião da Palavra de Deus” - John R. W. Stott.

O tipo errado de pregadores, compelido por motivos errados, criou o tipo errado de cristãos mediante a pregação da mensagem errada. Esse é o quadro da igreja atual. Diante disso, que tipo de pregadores precisamos hoje na igreja?

 A igreja de hoje precisa de pregadores como Jeremias e João Batista. É interessante notar o quanto esses dois homens têm em comum e quanto podemos aprender com eles. Nascidos para ser sacerdotes, ambos foram chamados para ser profetas. Se dependesse de mim, preferiria ser sacerdote a profeta. Afinal, o trabalho do sacerdote judaico era rotina.

Tinha apenas de estudar os livros de Moisés e seguir os regulamentos e programas ordenados por Deus. Havia poucas ocorrências inesperadas no altar e poucas possibilidades de entrar em atrito com o povo. Apenas fazia o que estava determinado e guiava-se pelos livros. Mas não era assim com o profeta! Ele nunca sabia qual seria o seu ministério de um dia para o outro. Não somente tinha de entender a Palavra de Deus, como também tinha de entender o povo e a época em que vivia.

Precisava saber como aplicar a Palavra imutável a tempos mutáveis. O sacerdote podia cumprir sua tarefa sem jamais prestar atenção às notícias do dia, mas não o profeta. Este tinha de saber o que estava acontecendo! O sacerdote possuía segurança; o profeta era vulnerável. O sacerdote podia calar-se; o profeta tinha de entregar a mensagem de Deus, quisesse o povo ouvi-la ou não.

É preciso coragem para ser profeta. Tanto Jeremias como João Batista, ao declararem a verdade de Deus, enfrentavam com ousadia homens poderosos e congregações hostis; e ambos foram mortos por terem sido fiéis a essa verdade. Do ponto de vista humano, foram um fracasso.

O ministério dos sacerdotes não era primariamente um ministério da Palavra, apesar de terem a obrigação de ensinar ao povo as leis de Deus. Os sacerdotes conduziam um ministério de “preceitos”. Tinham apenas de seguir os regulamentos escritos nos livros e tomar cuidado para que a cerimônia não se transformasse em ritual. Infelizmente, isso acontecia com demasiada freqüência!

Os sacerdotes do Antigo Testamento lidavam principalmente com a parte “exterior” da religião: os sacrifícios, as purificações, as dietas e os dias especiais. Mas os profetas tinham de lidar com a parte “interior”. Tinham de tentar mudar o coração humano pecaminoso, o que não é fácil. Havia muita religião popular nos dias de Jeremias e João Batista, mas ela não alcançava o coração do povo.

O profeta tinha de ser radical e atingir a raiz dos problemas. Foi por isso que João Batista clamou: “Já está posto o machado à raiz das árvores” (Mt 3.10); e foi por isso que Jeremias denunciou os falsos profetas que aplicavam bálsamo quando deveriam ter realizado uma cirurgia (Jr 6.13-14). Se Jeremias e João Batista tivessem sido sacerdotes e não profetas, é possível que os líderes os tivessem aceitado; mas, sendo os seus ministérios proféticos, os líderes se lhes opuseram e depois os eliminaram.

O principal dever do sacerdote era preservar o passado e proteger a situação do momento. Mas o dever do profeta era interpretar o presente à luz do passado e então dar uma orientação que ajudasse garantir o futuro. João Batista e Jeremias desafiaram a situação do momento. Ousaram anunciar que Deus estava produzindo abalos e preparava-se para fazer mudanças! As pessoas que desejavam uma religião confortável não reagem de bom grado a esse tipo de mensagem.

Ao ler a profecia de Jeremias do princípio ao fim, podemos listar algumas imagens do seu ministério, que nos ajudarão a melhor compreender o tipo de ministério de que a igreja precisa mas nem sempre deseja. Eis o que era Jeremias:

Um destruidor, um construtor e um plantador“Olha que hoje te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares, e também para edificares e para plantares” (Jr 1.10).

Uma cidade, uma coluna e um muro “Eis que hoje te ponho por cidade fortificada, por coluna de ferro, e por muros de bronze” (Jr 1.18).

Um sacrifício“Eu era como manso cordeiro, que é levado ao matadouro” (Jr 11.19).

Um pastor“Mas, se isto não ouvirdes, a minha alma chorará em segredo, por causa da vossa soberba; chorarão os meus olhos amargamente, e se desfarão em lágrimas, porquanto o rebanho do Senhor foi levado cativo” (Jr 13.17).

Um agitador“Ai de mim, minha mãe! Pois me deste à luz homem de rixa e homem de contendas para toda a terra!” (Jr 15.10).
João Batista podia dizer um forte “Amém!” a cada imagem de Jeremias , mas será que eu posso? Imagino quantos ministros da Palavra podem honestamente dizer que têm tido esse tipo de ministério? Se essas imagens descrevem um ministério profético verdadeiro, não há muitos profetas hoje. Realmente a igreja é uma organização sem profetas.

A maioria das pessoas não quer um profeta por perto porque ele faz com que se sintam desconfortáveis. O profeta chora quando os outros riem, ele usa um jugo que atrapalha o caminho dos outros e derruba enfeites caros das prateleiras. Enquanto os que estão satisfeitos com a situação controlam o conformismo religioso, o profeta arrasa para poder construir, desarraiga para poder plantar.

Enquanto os líderes populares se dobram com o vento, o profeta permanece firme como um muro, de modo a levar a nação para a frente.
 Igreja, clame por profetas!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012


O MINISTÉRIO EXIGE INTEGRIDADE

A Bíblia deixa claro que o ministério exige integridade e que não se deve separar o mensageiro da mensagem. Quando tal coisa acontece, tanto o mensageiro quanto a mensagem perdem a integridade.

Não é suficiente pregar a mensagem correta; precisamos pregar com os motivos certos. “Pois a nossa exortação não procede de... impureza” (1 Ts 2.3). Certa versão da Bíblia diz “de motivos impuros”. Paulo não se fez perito em agradar homens a fim de se tornar um pregador popular, nem explorou o povo a fim de se tornar um pregador rico. O motivo básico do seu ministério era agradar a Deus, e foi isso que lhe deu forças. Ele sabia que Deus testava o seu coração constantemente para ver se os seus motivos eram puros.

Henry David Thoreau escreveu: “Não há cheiro tão mau quanto o que exala da virtude corrompida”. E poucas coisas corrompem a virtude como a ganância, o desejo de ser popular e o sentimento que toma conta do nosso ser ao exercermos poder sobre pessoas que nos oferecem a sua adoração idólatra. Quando nossos motivos são errados, nosso ministério é errado; e as conseqüências são trágicas para nós, para aqueles que nos seguem e para a igreja toda.

Talvez seja impossível alguém sobre a terra ministrar com motivos absolutamente puros mas, pela graça de Deus, podemos tentar. Quando percebermos que estamos resistindo às críticas e cultivando os elogios, saberemos que algo está errado. Quando começamos a acreditar em todas as coisas agradáveis que dizem a nosso respeito, estamos em perigo. Se nosso coração está reto perante Deus, o elogio deve tornar-nos humildes e não vaidosos.

Nos últimos anos, a igreja tem tido celebridades demais e servos de menos, um número demasiado grande de pessoas com muitas medalhas, mas sem  cicatrizes. Observando suas vidas e ouvindo as suas mensagens, jamais saberíamos que o evangelho se refere a um humilde judeu que foi pobre, rejeitado e crucificado; nem tampouco suspeitaríamos que ele disse: “Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o reino de Deus” (Lc 6.20), ou “Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação” (Lc 6.24).

A celebridade religiosa fabrica a mensagem que mais realce a sua popularidade e talvez aumente a sua renda. O servo verdadeiro se preocupa tanto com a sua integridade quanto com a da mensagem.

O apóstolo Paulo estava interessado, também, em que os métodos estivessem corretos. Não há lugar para a “fraude” no ministério do evangelho. A fraude não tem lugar na promoção do evangelho. A fraude e a fé não andam de mãos dadas. Tenho ouvido cristãos sinceros dizer: “Não me preocupo com os métodos, contanto que a mensagem seja correta!” Essas pessoas deviam considerar o fato fundamental de que a mensagem ajuda a determinar o método.

Alguns métodos do ministério evangélico são indignos do evangelho. No seu relacionamento com as pessoas, Paulo era franco e honesto. Não tentava seduzi-las com o evangelho. Se perguntarmos por que os pregadores do evangelho do êxito raramente pregam sobre pecado, arrependimento ou julgamento, provavelmente teremos a seguinte resposta: “Porque sabem que a maioria das pessoas não dá ouvidos a esse tipo de pregação”. Daí porque, eles seduzem as pessoas com seus sermões sobre o êxito, e depois uma equipe tenta fazer um trabalho nos bastidores para que o povo entenda o evangelho.

Não encontro esse tipo de evangelização em lugar algum no ministério de Jesus, no dos seus discípulos ou no da igreja primitiva. Às vezes Jesus usava paralelos interessantes para conseguir a atenção dos seus ouvintes, mas depois fazia com que enfrentassem seus pecados. Obteve a atenção da mulher junto ao poço falando sobre “água viva”, mas depois ela teve de encarar os seus pecados. Jesus estava longe de ser um pregador do êxito. Na realidade, algumas das suas mensagens foram tão condenatórias que os ouvintes desejavam matá-lo!

Sermões que adulam os pecadores jamais os salvam. A pregação do evangelho verdadeiro exalta Deus e condena o pecador; não estimula o seu orgulho. O ego pecaminoso do homem precisa ser esmagado perante um Deus santo; e é isso que a mensagem do evangelho faz. Antes de aceitarmos as boas-novas a respeito de Jesus, precisamos aceitar as más novas sobre nós mesmos.

Outro artifício é oferecer respostas simples a problemas complexos. O pregador que brada “Jesus é a resposta!” está fazendo uma afirmação válida. Mas está beneficiando as pessoas tanto quanto o médico que grita aos pacientes na sala de espera: “Cirurgia é a resposta!” É pura demagogia, mesmo tendo o apoio de um versículo bíblico. A natureza humana decaída deseja crer em mentiras, especialmente nas “mentiras religiosas”, o que facilita o êxito dos demagogos.

James Fenimore Cooper definiu demagogo como “o indivíduo que promove seus próprios interesses simulando uma dedicação profunda aos interesses dos outros”. De todos os demagogos, os religiosos são os mais desprezíveis. Eles sabem como seduzir.
Agimos de conformidade com o que cremos, e nosso comportamento e fé determinam o que viremos a ser. Se crermos na verdade, ela nos santificará (Jo 17.17) e nos libertará (Jo 8.31-32). 

Se crermos em mentiras, aos poucos nos tornaremos uma mentira à medida que perdemos a integridade e começamos a praticar a duplicidade.
É o princípio fundamental que nos tornaremos semelhantes ao deus que adoramos. Se o deus é falso, seremos falsos. “Tornem-se semelhantes a eles (deuses falsos) os que os fazem, e quantos neles confiam” (Salmo 115.8).
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21).


segunda-feira, 12 de novembro de 2012


O “EVANGELHO DO ÊXITO”.

O moderno “evangelho do êxito” ajusta-se bem a uma sociedade como a nossa que cultua a saúde, a riqueza e a felicidade. As pessoas que pregam esse evangelho mergulham vez por outra no Antigo Testamento para conseguir textos de prova, mas voluntariosamente rejeitam “todo o desígnio de Deus” (At 20.27).

O evangelho do êxito é uma mensagem barata destinada às pessoas que procuram uma “solução rápida” para as suas vidas, mas não mudança permanente no seu caráter. A.W. Tozer expressou melhor essa idéia: “Parece que muitos cristãos desejam desfrutar a sensação de sentir-se justos, mas não estão dispostos a agüentar a inconveniência de ser corretos”.

Por que estará Deus tão interessado em que preguemos a mensagem correta? Porque acredita na integridade, e um evangelho falso destrói a integridade. Para começar, a mensagem do evangelho está vitalmente relacionada à própria natureza divina. Jesus não apenas salva; ele é o Salvador. Quando mudamos a mensagem de Deus, mudamos o Deus da mensagem.

O Deus dos pregadores do “êxito” não é o da Bíblia ou da igreja primitiva. É um deus manufaturado, um ídolo. A.W. Tozer lembra-nos: “A essência da idolatria é a consideração de pensamentos a respeito de Deus que são indignos dele”. O evangelho popular do êxito tenta levar-nos a crer que o maior interesse divino é tornar-nos felizes, não fazer-nos santos, e que ele está mais preocupado com a parte física e material do que com a moral e espiritual.
O “deus do êxito” é um menino de recados celestial cuja única responsabilidade é atender a todos os nossos pedidos e assegurar que estamos desfrutando a vida.

À medida que ouço esses pregadores, algumas perguntas vêm-me à mente: Onde, na sua teologia, está o Deus de Abraão, que recebeu a ordem de sacrificar o seu único filho? Onde está o Deus de Isaque, que concordou em ser colocado no altar? Onde está o Deus de Jacó, cujos filhos lhe trouxeram pesar e vergonha? Onde está o Deus de Moisés, o qual ficou fora da Terra Prometida porque despojou a Deus de sua glória?

Onde está o Deus dos apóstolos, que foram presos, chicoteados e finalmente mortos por não se calarem a respeito de Jesus? Onde está o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, que sofreu como ninguém havia sofrido, “ferido de Deus, e oprimido”? (Isaías 53.4).

Não encontro esse Deus na pregação desses homens. Por que? Porque ele não se encaixa na mensagem deles. Eles têm um evangelho sem integridade, uma mensagem truncada, afastada do próprio Deus que dizem representar. Um evangelho parcial não é evangelho em absoluto, pois não pode haver boas-novas quando Deus é deixado de fora.

O evangelho do êxito não somente apresenta uma visão distorcida de Deus, mas também deturpa a doutrina bíblica da Pessoa e obra de Jesus Cristo. Deus tem todo o direito de julgar aqueles que pregam um falso evangelho, porque a mensagem do evangelho custou-lhe o seu Filho! Jesus derramou o seu sangue para cumprir a santa lei divina a fim de que os pecadores perdidos pudessem ser perdoados e reconciliados com Deus.

Jesus não morreu para tornar-nos saudáveis, ricos e felizes. Ele morreu para fazer-nos santos. Transformar o Calvário em cartão de crédito santificado que nos dê o privilégio de uma orgia de compras hedonista é depreciar a coisa de mais alto preço que Deus já fez.  
O objetivo de Deus para cada um de nós, para cada indivíduo, é que sejamos “conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29). Ele deseja tornar-nos semelhantes a Jesus e dá início a esse processo no instante em que nascemos em sua família. À medida que crescemos na vida cristã, “somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3.18).

Mas os pregadores do êxito não vêem na semelhança de Cristo o objetivo da vida cristã. Certamente devem ficar perturbados quando têm de enfrentar o fato de que, de acordo com sua própria mensagem, Jesus não foi um êxito. Ele não foi rico, e passou a vida entre os pobres e os desprezados. Foi um “homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3), e não uma celebridade com uma vida extravagante.

Posso estar enganado, mas acredito que, se Jesus estivesse hoje na Terra, ele condenaria a vida exagerada e ostensiva dos pregadores do êxito e seus discípulos. Em sua vida e ministério, em seus ensinamentos e especialmente em sua morte, Jesus Cristo repudia o evangelho do êxito.

Os pregadores do êxito dão-nos uma visão deturpada de Deus, do Salvador, da vida cristã e da igreja. Segundo eles, a igreja de Jesus Cristo é um ajuntamento de pessoas felizes que desfrutam a vida. Segundo a Bíblia, a igreja é um ajuntamento de pessoas sofridas que procuram tornar-se santas na presença de Deus e úteis em um mundo necessitado.

É claro que deve haver louvor e regozijo quando a igreja se reúne para o culto; mas também deve haver compartilhamento de fardos, lenitivo para as ofensas e cura de corações partidos. Mas, de conformidade com o evangelho do êxito, os cristãos não deviam estar sofrendo de modo nenhum!

A igreja é uma família que se reúne para encorajamento, nutrição espiritual e disciplina. É um exército que se agrupa a fim de se preparar para a batalha e a fim de ouvir as ordens de Deus. É um rebanho que procura a proteção de Deus em um mundo perigoso, uma noiva que expressa devoção ao noivo celestial, um grupo de servos que procuram conhecer a vontade do seu Mestre.

Reuni-mo-nos não para fugir da vida, mas para nos equipar e estimular mutuamente a fim de estarmos preparados para enfrentar a vida cotidiana com seus fardos e batalhas. É verdade que temos nossas horas de felicidade, mas não é esse o nosso alvo principal. Nossos objetivos são a santidade, a obediência e a prestação de serviço; a felicidade é apenas um subproduto.

  Quando a igreja prega a mensagem errada, provoca divisão e o ministério perde a integridade. Não podemos separar a mensagem daquilo que Deus é, do que Deus fez no Calvário, do que Deus está fazendo no mundo hoje e fará no futuro.
Quando uma pessoa fabrica o seu próprio evangelho, logo passa a praticá-lo, e então começa a perder a integridade!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012


O Tempo Anterior À Segunda Vinda Comparado aos Dias de Noé

Mateus 24.36-42

Apesar de o tempo da vinda de Cristo ser reconhecido como prestes a acontecer, ele não é apresentado com tal clareza que alguém possa determinar o dia e a hora. Especulações desnecessárias a respeito da época da Sua vinda seriam evitadas se esse texto fosse considerado literalmente. Jesus disse:

“A respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (v. 36).

Jesus se refere ao fato de que nem Ele poderia cogitar em estabelecer uma data para tal evento. Ele apenas indica que o tempo anterior à segunda vinda é comparado aos dias que antecederam o Dilúvio. Em ambos os casos, existem vários sinais da chegada do fim.

Há de se notar que esses acontecimentos são em relação à segunda vinda de Cristo, no final da Grande Tribulação, não ao arrebatamento da igreja vencedora, o qual não tem sinais específicos e é sempre eminente até que ocorra.

Muitas profecias devem se cumprir antes da segunda vinda de Cristo para estabelecer o Milênio. À medida que a Grande tribulação se desenvolver e os que entendem as profecias do fim dos tempos perceberem que aproximadamente três anos e meio se passaram, eles indubitavelmente saberão e esperarão a vinda de Jesus, mesmo que as profecias não sejam especificamente detalhadas para lhes permitir saber o dia e a hora.
Jesus então comparou o período do Dilúvio, na época de Noé, ao tempo de sua segunda vinda. Ele afirmou:

“...e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem. Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra. Portanto vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24.39, 42).

Pelo fato desse evento ser semelhante ao Arrebatamento, em que alguns serão levados e outros deixados, os pós-tribulacionistas quase universalmente citam esse versículo como prova de que este acontecimento ocorrerá como parte da segunda vinda de Cristo, após a Grande Tribulação. No entanto, uma leitura cuidadosa da passagem produz exatamente o resultado oposto.

No rapto da Igreja, os arrebatados são os salvos vencedores; os que ficarem passarão pelo terrível período que inclui a Grande Tribulação. Na volta de Cristo, no final da mesma,  os que ficarem vivos serão separados como o pastor separa as suas ovelhas. Uns ficarão ao lado esquerdo e outros à Sua direita. O grupo da esquerda será lançado no lago de fogo e o grupo da direita entrará no Milênio. Uns serão deixados de fora e outros serão levados para dentro do reino milenar.

Os acontecimentos para os que estiverem vivos no momento da segunda vinda de Cristo para estabelecer o Milênio serão semelhantes aos dias de Noé:

“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24.42)

Apesar de a passagem referir-se ao retorno de Jesus e não ao período anterior ao Arrebatamento, obviamente, se os que estiverem vivos antes da manifestação gloriosa de Cristo e são capazes de ver os sinais da sua segunda vinda, indicando sua aproximação, deverão estar vigiando, quanto mais os que esperam o Arrebatamento, que não tem sinais deveriam viver na constante expectativa do retorno iminente de Jesus para sua igreja.





segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO


Os vencedores desfrutarão a “melhor ressurreição”. O versículo 6 de Apocalipse capítulo 20 fala:

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição. Sobre estes não tem poder a segunda morte”.  

A palavra grega traduzida como “primeira” é a mesma palavra traduzida como “melhor” em Lucas 15.22, ali, o pai falou quando o filho pródigo retornou: “trazei depressa a melhor roupa; vesti-o”. Consequentemente a primeira ressurreição no versículo 6 pode, na verdade, ser traduzida para “a melhor ressurreição”. Os vencedores desfrutarão essa ressurreição.

Essa será uma ressurreição comparável a um galardão, uma recompensa aos vencedores. Note que Apocalipse 20.6 diz:

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição”.

Aqui nota-se que essa é uma ressurreição especial, diferente que será desfrutada pelos vencedores, tais como o filho varão em 12.5 e os mártires tardios em 15.2, mas também os vivos arrebatados, tais como as primícias em 14.1-5.

A primeira ressurreição será a ressurreição do galardão. Lucas 14.14 diz:
“E serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberá na ressurreição dos justos”

Essa ressurreição é a ressurreição com um galardão.

Nem todos os santos mortos serão ressuscitados ao mesmo tempo. Pelo menos, as duas testemunhas no capítulo 11 serão ressuscitadas separadamente dos outros. Três dias e meio após sua morte, serão ressuscitadas (11.11). Além disso, o filho varão, que será arrebatado antes da quinta trombeta, será ressuscitado antes da maioria dos crentes, que serão ressuscitados na sétima trombeta.

Alguns interpretes da Bíblia costumam usar 1 Coríntios 15 e 1 Tessalonicenses 4 para afirmar que todos as crentes mortos serão ressuscitados quando o Senhor voltar. Esse é um ponto de vista pouco acurado. Alguns detalhes sobre o assunto merecem nossa atenção.

Por exemplo: o filho varão será ressuscitado antes da grande tribulação, mas a maioria dos santos mortos será ressuscitada próximo ao fim da grande tribulação. Outro fato merece estudo: A ressurreição dos vencedores tardios, os quais estarão em pé no “mar de vidro”, pode acontecer numa ocasião diferente. Certamente não serão ressuscitados com o filho varão, pois eles serão martirizados durante a grande tribulação.

É duvidoso afirmar que sejam ressuscitados juntamente com a maioria dos santos mortos. Haverá, portanto, três ou quatro diferentes ressurreições de crentes:
1)     A ressurreição do filho varão
2)   A ressurreição das duas testemunhas
3)   A ressurreição dos vencedores
4)   A ressurreição da maioria dos crentes mortos

Não devemos ficar contentes meramente em estar na ressurreição geral dos crentes; antes, devemos aspirar a estar na melhor ressurreição. Essa deve ser a mais elevada benção – herdar o reino manifestado na terra e até mesmo reis dentro dele.

Para sermos corretos e analisarmos o assunto ressurreição em todos os seus aspectos, precisamos admitir que não somente os crentes irão ressuscitar, a Bíblia diz que os incrédulos também serão ressuscitados. Vejamos o que diz João 5.29:

“Os que fizerem o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que praticaram o mal, para a ressurreição do juízo”

A ressurreição da vida é a dos santos salvos, antes do Milênio, e a ressurreição do juízo é a dos não salvos que irá acontecer após o Milênio. Os crentes mortos serão ressuscitados para desfrutar a vida eterna por ocasião da volta do Senhor Jesus. Assim, a ressurreição deles é chamada de “a ressurreição da vida”. Entretanto, todos os incrédulos mortos serão ressuscitados depois dos mil anos, para serem julgados no grande trono branco (Ap 20.11-15). Portanto, sua ressurreição é chamada de “a ressurreição do juízo”.