segunda-feira, 19 de novembro de 2012


O MINISTÉRIO EXIGE INTEGRIDADE

A Bíblia deixa claro que o ministério exige integridade e que não se deve separar o mensageiro da mensagem. Quando tal coisa acontece, tanto o mensageiro quanto a mensagem perdem a integridade.

Não é suficiente pregar a mensagem correta; precisamos pregar com os motivos certos. “Pois a nossa exortação não procede de... impureza” (1 Ts 2.3). Certa versão da Bíblia diz “de motivos impuros”. Paulo não se fez perito em agradar homens a fim de se tornar um pregador popular, nem explorou o povo a fim de se tornar um pregador rico. O motivo básico do seu ministério era agradar a Deus, e foi isso que lhe deu forças. Ele sabia que Deus testava o seu coração constantemente para ver se os seus motivos eram puros.

Henry David Thoreau escreveu: “Não há cheiro tão mau quanto o que exala da virtude corrompida”. E poucas coisas corrompem a virtude como a ganância, o desejo de ser popular e o sentimento que toma conta do nosso ser ao exercermos poder sobre pessoas que nos oferecem a sua adoração idólatra. Quando nossos motivos são errados, nosso ministério é errado; e as conseqüências são trágicas para nós, para aqueles que nos seguem e para a igreja toda.

Talvez seja impossível alguém sobre a terra ministrar com motivos absolutamente puros mas, pela graça de Deus, podemos tentar. Quando percebermos que estamos resistindo às críticas e cultivando os elogios, saberemos que algo está errado. Quando começamos a acreditar em todas as coisas agradáveis que dizem a nosso respeito, estamos em perigo. Se nosso coração está reto perante Deus, o elogio deve tornar-nos humildes e não vaidosos.

Nos últimos anos, a igreja tem tido celebridades demais e servos de menos, um número demasiado grande de pessoas com muitas medalhas, mas sem  cicatrizes. Observando suas vidas e ouvindo as suas mensagens, jamais saberíamos que o evangelho se refere a um humilde judeu que foi pobre, rejeitado e crucificado; nem tampouco suspeitaríamos que ele disse: “Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o reino de Deus” (Lc 6.20), ou “Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação” (Lc 6.24).

A celebridade religiosa fabrica a mensagem que mais realce a sua popularidade e talvez aumente a sua renda. O servo verdadeiro se preocupa tanto com a sua integridade quanto com a da mensagem.

O apóstolo Paulo estava interessado, também, em que os métodos estivessem corretos. Não há lugar para a “fraude” no ministério do evangelho. A fraude não tem lugar na promoção do evangelho. A fraude e a fé não andam de mãos dadas. Tenho ouvido cristãos sinceros dizer: “Não me preocupo com os métodos, contanto que a mensagem seja correta!” Essas pessoas deviam considerar o fato fundamental de que a mensagem ajuda a determinar o método.

Alguns métodos do ministério evangélico são indignos do evangelho. No seu relacionamento com as pessoas, Paulo era franco e honesto. Não tentava seduzi-las com o evangelho. Se perguntarmos por que os pregadores do evangelho do êxito raramente pregam sobre pecado, arrependimento ou julgamento, provavelmente teremos a seguinte resposta: “Porque sabem que a maioria das pessoas não dá ouvidos a esse tipo de pregação”. Daí porque, eles seduzem as pessoas com seus sermões sobre o êxito, e depois uma equipe tenta fazer um trabalho nos bastidores para que o povo entenda o evangelho.

Não encontro esse tipo de evangelização em lugar algum no ministério de Jesus, no dos seus discípulos ou no da igreja primitiva. Às vezes Jesus usava paralelos interessantes para conseguir a atenção dos seus ouvintes, mas depois fazia com que enfrentassem seus pecados. Obteve a atenção da mulher junto ao poço falando sobre “água viva”, mas depois ela teve de encarar os seus pecados. Jesus estava longe de ser um pregador do êxito. Na realidade, algumas das suas mensagens foram tão condenatórias que os ouvintes desejavam matá-lo!

Sermões que adulam os pecadores jamais os salvam. A pregação do evangelho verdadeiro exalta Deus e condena o pecador; não estimula o seu orgulho. O ego pecaminoso do homem precisa ser esmagado perante um Deus santo; e é isso que a mensagem do evangelho faz. Antes de aceitarmos as boas-novas a respeito de Jesus, precisamos aceitar as más novas sobre nós mesmos.

Outro artifício é oferecer respostas simples a problemas complexos. O pregador que brada “Jesus é a resposta!” está fazendo uma afirmação válida. Mas está beneficiando as pessoas tanto quanto o médico que grita aos pacientes na sala de espera: “Cirurgia é a resposta!” É pura demagogia, mesmo tendo o apoio de um versículo bíblico. A natureza humana decaída deseja crer em mentiras, especialmente nas “mentiras religiosas”, o que facilita o êxito dos demagogos.

James Fenimore Cooper definiu demagogo como “o indivíduo que promove seus próprios interesses simulando uma dedicação profunda aos interesses dos outros”. De todos os demagogos, os religiosos são os mais desprezíveis. Eles sabem como seduzir.
Agimos de conformidade com o que cremos, e nosso comportamento e fé determinam o que viremos a ser. Se crermos na verdade, ela nos santificará (Jo 17.17) e nos libertará (Jo 8.31-32). 

Se crermos em mentiras, aos poucos nos tornaremos uma mentira à medida que perdemos a integridade e começamos a praticar a duplicidade.
É o princípio fundamental que nos tornaremos semelhantes ao deus que adoramos. Se o deus é falso, seremos falsos. “Tornem-se semelhantes a eles (deuses falsos) os que os fazem, e quantos neles confiam” (Salmo 115.8).
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21).


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