segunda-feira, 26 de novembro de 2012


OS PROFETAS AINDA SÃO INDISPENSÁVEIS

“A pregação é indispensável ao Cristianismo. Sem a pregação, perde-se parte necessária de sua autenticidade. Pois o Cristianismo é, em sua essência, uma religião da Palavra de Deus” - John R. W. Stott.

O tipo errado de pregadores, compelido por motivos errados, criou o tipo errado de cristãos mediante a pregação da mensagem errada. Esse é o quadro da igreja atual. Diante disso, que tipo de pregadores precisamos hoje na igreja?

 A igreja de hoje precisa de pregadores como Jeremias e João Batista. É interessante notar o quanto esses dois homens têm em comum e quanto podemos aprender com eles. Nascidos para ser sacerdotes, ambos foram chamados para ser profetas. Se dependesse de mim, preferiria ser sacerdote a profeta. Afinal, o trabalho do sacerdote judaico era rotina.

Tinha apenas de estudar os livros de Moisés e seguir os regulamentos e programas ordenados por Deus. Havia poucas ocorrências inesperadas no altar e poucas possibilidades de entrar em atrito com o povo. Apenas fazia o que estava determinado e guiava-se pelos livros. Mas não era assim com o profeta! Ele nunca sabia qual seria o seu ministério de um dia para o outro. Não somente tinha de entender a Palavra de Deus, como também tinha de entender o povo e a época em que vivia.

Precisava saber como aplicar a Palavra imutável a tempos mutáveis. O sacerdote podia cumprir sua tarefa sem jamais prestar atenção às notícias do dia, mas não o profeta. Este tinha de saber o que estava acontecendo! O sacerdote possuía segurança; o profeta era vulnerável. O sacerdote podia calar-se; o profeta tinha de entregar a mensagem de Deus, quisesse o povo ouvi-la ou não.

É preciso coragem para ser profeta. Tanto Jeremias como João Batista, ao declararem a verdade de Deus, enfrentavam com ousadia homens poderosos e congregações hostis; e ambos foram mortos por terem sido fiéis a essa verdade. Do ponto de vista humano, foram um fracasso.

O ministério dos sacerdotes não era primariamente um ministério da Palavra, apesar de terem a obrigação de ensinar ao povo as leis de Deus. Os sacerdotes conduziam um ministério de “preceitos”. Tinham apenas de seguir os regulamentos escritos nos livros e tomar cuidado para que a cerimônia não se transformasse em ritual. Infelizmente, isso acontecia com demasiada freqüência!

Os sacerdotes do Antigo Testamento lidavam principalmente com a parte “exterior” da religião: os sacrifícios, as purificações, as dietas e os dias especiais. Mas os profetas tinham de lidar com a parte “interior”. Tinham de tentar mudar o coração humano pecaminoso, o que não é fácil. Havia muita religião popular nos dias de Jeremias e João Batista, mas ela não alcançava o coração do povo.

O profeta tinha de ser radical e atingir a raiz dos problemas. Foi por isso que João Batista clamou: “Já está posto o machado à raiz das árvores” (Mt 3.10); e foi por isso que Jeremias denunciou os falsos profetas que aplicavam bálsamo quando deveriam ter realizado uma cirurgia (Jr 6.13-14). Se Jeremias e João Batista tivessem sido sacerdotes e não profetas, é possível que os líderes os tivessem aceitado; mas, sendo os seus ministérios proféticos, os líderes se lhes opuseram e depois os eliminaram.

O principal dever do sacerdote era preservar o passado e proteger a situação do momento. Mas o dever do profeta era interpretar o presente à luz do passado e então dar uma orientação que ajudasse garantir o futuro. João Batista e Jeremias desafiaram a situação do momento. Ousaram anunciar que Deus estava produzindo abalos e preparava-se para fazer mudanças! As pessoas que desejavam uma religião confortável não reagem de bom grado a esse tipo de mensagem.

Ao ler a profecia de Jeremias do princípio ao fim, podemos listar algumas imagens do seu ministério, que nos ajudarão a melhor compreender o tipo de ministério de que a igreja precisa mas nem sempre deseja. Eis o que era Jeremias:

Um destruidor, um construtor e um plantador“Olha que hoje te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares, e também para edificares e para plantares” (Jr 1.10).

Uma cidade, uma coluna e um muro “Eis que hoje te ponho por cidade fortificada, por coluna de ferro, e por muros de bronze” (Jr 1.18).

Um sacrifício“Eu era como manso cordeiro, que é levado ao matadouro” (Jr 11.19).

Um pastor“Mas, se isto não ouvirdes, a minha alma chorará em segredo, por causa da vossa soberba; chorarão os meus olhos amargamente, e se desfarão em lágrimas, porquanto o rebanho do Senhor foi levado cativo” (Jr 13.17).

Um agitador“Ai de mim, minha mãe! Pois me deste à luz homem de rixa e homem de contendas para toda a terra!” (Jr 15.10).
João Batista podia dizer um forte “Amém!” a cada imagem de Jeremias , mas será que eu posso? Imagino quantos ministros da Palavra podem honestamente dizer que têm tido esse tipo de ministério? Se essas imagens descrevem um ministério profético verdadeiro, não há muitos profetas hoje. Realmente a igreja é uma organização sem profetas.

A maioria das pessoas não quer um profeta por perto porque ele faz com que se sintam desconfortáveis. O profeta chora quando os outros riem, ele usa um jugo que atrapalha o caminho dos outros e derruba enfeites caros das prateleiras. Enquanto os que estão satisfeitos com a situação controlam o conformismo religioso, o profeta arrasa para poder construir, desarraiga para poder plantar.

Enquanto os líderes populares se dobram com o vento, o profeta permanece firme como um muro, de modo a levar a nação para a frente.
 Igreja, clame por profetas!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012


O MINISTÉRIO EXIGE INTEGRIDADE

A Bíblia deixa claro que o ministério exige integridade e que não se deve separar o mensageiro da mensagem. Quando tal coisa acontece, tanto o mensageiro quanto a mensagem perdem a integridade.

Não é suficiente pregar a mensagem correta; precisamos pregar com os motivos certos. “Pois a nossa exortação não procede de... impureza” (1 Ts 2.3). Certa versão da Bíblia diz “de motivos impuros”. Paulo não se fez perito em agradar homens a fim de se tornar um pregador popular, nem explorou o povo a fim de se tornar um pregador rico. O motivo básico do seu ministério era agradar a Deus, e foi isso que lhe deu forças. Ele sabia que Deus testava o seu coração constantemente para ver se os seus motivos eram puros.

Henry David Thoreau escreveu: “Não há cheiro tão mau quanto o que exala da virtude corrompida”. E poucas coisas corrompem a virtude como a ganância, o desejo de ser popular e o sentimento que toma conta do nosso ser ao exercermos poder sobre pessoas que nos oferecem a sua adoração idólatra. Quando nossos motivos são errados, nosso ministério é errado; e as conseqüências são trágicas para nós, para aqueles que nos seguem e para a igreja toda.

Talvez seja impossível alguém sobre a terra ministrar com motivos absolutamente puros mas, pela graça de Deus, podemos tentar. Quando percebermos que estamos resistindo às críticas e cultivando os elogios, saberemos que algo está errado. Quando começamos a acreditar em todas as coisas agradáveis que dizem a nosso respeito, estamos em perigo. Se nosso coração está reto perante Deus, o elogio deve tornar-nos humildes e não vaidosos.

Nos últimos anos, a igreja tem tido celebridades demais e servos de menos, um número demasiado grande de pessoas com muitas medalhas, mas sem  cicatrizes. Observando suas vidas e ouvindo as suas mensagens, jamais saberíamos que o evangelho se refere a um humilde judeu que foi pobre, rejeitado e crucificado; nem tampouco suspeitaríamos que ele disse: “Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o reino de Deus” (Lc 6.20), ou “Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação” (Lc 6.24).

A celebridade religiosa fabrica a mensagem que mais realce a sua popularidade e talvez aumente a sua renda. O servo verdadeiro se preocupa tanto com a sua integridade quanto com a da mensagem.

O apóstolo Paulo estava interessado, também, em que os métodos estivessem corretos. Não há lugar para a “fraude” no ministério do evangelho. A fraude não tem lugar na promoção do evangelho. A fraude e a fé não andam de mãos dadas. Tenho ouvido cristãos sinceros dizer: “Não me preocupo com os métodos, contanto que a mensagem seja correta!” Essas pessoas deviam considerar o fato fundamental de que a mensagem ajuda a determinar o método.

Alguns métodos do ministério evangélico são indignos do evangelho. No seu relacionamento com as pessoas, Paulo era franco e honesto. Não tentava seduzi-las com o evangelho. Se perguntarmos por que os pregadores do evangelho do êxito raramente pregam sobre pecado, arrependimento ou julgamento, provavelmente teremos a seguinte resposta: “Porque sabem que a maioria das pessoas não dá ouvidos a esse tipo de pregação”. Daí porque, eles seduzem as pessoas com seus sermões sobre o êxito, e depois uma equipe tenta fazer um trabalho nos bastidores para que o povo entenda o evangelho.

Não encontro esse tipo de evangelização em lugar algum no ministério de Jesus, no dos seus discípulos ou no da igreja primitiva. Às vezes Jesus usava paralelos interessantes para conseguir a atenção dos seus ouvintes, mas depois fazia com que enfrentassem seus pecados. Obteve a atenção da mulher junto ao poço falando sobre “água viva”, mas depois ela teve de encarar os seus pecados. Jesus estava longe de ser um pregador do êxito. Na realidade, algumas das suas mensagens foram tão condenatórias que os ouvintes desejavam matá-lo!

Sermões que adulam os pecadores jamais os salvam. A pregação do evangelho verdadeiro exalta Deus e condena o pecador; não estimula o seu orgulho. O ego pecaminoso do homem precisa ser esmagado perante um Deus santo; e é isso que a mensagem do evangelho faz. Antes de aceitarmos as boas-novas a respeito de Jesus, precisamos aceitar as más novas sobre nós mesmos.

Outro artifício é oferecer respostas simples a problemas complexos. O pregador que brada “Jesus é a resposta!” está fazendo uma afirmação válida. Mas está beneficiando as pessoas tanto quanto o médico que grita aos pacientes na sala de espera: “Cirurgia é a resposta!” É pura demagogia, mesmo tendo o apoio de um versículo bíblico. A natureza humana decaída deseja crer em mentiras, especialmente nas “mentiras religiosas”, o que facilita o êxito dos demagogos.

James Fenimore Cooper definiu demagogo como “o indivíduo que promove seus próprios interesses simulando uma dedicação profunda aos interesses dos outros”. De todos os demagogos, os religiosos são os mais desprezíveis. Eles sabem como seduzir.
Agimos de conformidade com o que cremos, e nosso comportamento e fé determinam o que viremos a ser. Se crermos na verdade, ela nos santificará (Jo 17.17) e nos libertará (Jo 8.31-32). 

Se crermos em mentiras, aos poucos nos tornaremos uma mentira à medida que perdemos a integridade e começamos a praticar a duplicidade.
É o princípio fundamental que nos tornaremos semelhantes ao deus que adoramos. Se o deus é falso, seremos falsos. “Tornem-se semelhantes a eles (deuses falsos) os que os fazem, e quantos neles confiam” (Salmo 115.8).
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21).


segunda-feira, 12 de novembro de 2012


O “EVANGELHO DO ÊXITO”.

O moderno “evangelho do êxito” ajusta-se bem a uma sociedade como a nossa que cultua a saúde, a riqueza e a felicidade. As pessoas que pregam esse evangelho mergulham vez por outra no Antigo Testamento para conseguir textos de prova, mas voluntariosamente rejeitam “todo o desígnio de Deus” (At 20.27).

O evangelho do êxito é uma mensagem barata destinada às pessoas que procuram uma “solução rápida” para as suas vidas, mas não mudança permanente no seu caráter. A.W. Tozer expressou melhor essa idéia: “Parece que muitos cristãos desejam desfrutar a sensação de sentir-se justos, mas não estão dispostos a agüentar a inconveniência de ser corretos”.

Por que estará Deus tão interessado em que preguemos a mensagem correta? Porque acredita na integridade, e um evangelho falso destrói a integridade. Para começar, a mensagem do evangelho está vitalmente relacionada à própria natureza divina. Jesus não apenas salva; ele é o Salvador. Quando mudamos a mensagem de Deus, mudamos o Deus da mensagem.

O Deus dos pregadores do “êxito” não é o da Bíblia ou da igreja primitiva. É um deus manufaturado, um ídolo. A.W. Tozer lembra-nos: “A essência da idolatria é a consideração de pensamentos a respeito de Deus que são indignos dele”. O evangelho popular do êxito tenta levar-nos a crer que o maior interesse divino é tornar-nos felizes, não fazer-nos santos, e que ele está mais preocupado com a parte física e material do que com a moral e espiritual.
O “deus do êxito” é um menino de recados celestial cuja única responsabilidade é atender a todos os nossos pedidos e assegurar que estamos desfrutando a vida.

À medida que ouço esses pregadores, algumas perguntas vêm-me à mente: Onde, na sua teologia, está o Deus de Abraão, que recebeu a ordem de sacrificar o seu único filho? Onde está o Deus de Isaque, que concordou em ser colocado no altar? Onde está o Deus de Jacó, cujos filhos lhe trouxeram pesar e vergonha? Onde está o Deus de Moisés, o qual ficou fora da Terra Prometida porque despojou a Deus de sua glória?

Onde está o Deus dos apóstolos, que foram presos, chicoteados e finalmente mortos por não se calarem a respeito de Jesus? Onde está o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, que sofreu como ninguém havia sofrido, “ferido de Deus, e oprimido”? (Isaías 53.4).

Não encontro esse Deus na pregação desses homens. Por que? Porque ele não se encaixa na mensagem deles. Eles têm um evangelho sem integridade, uma mensagem truncada, afastada do próprio Deus que dizem representar. Um evangelho parcial não é evangelho em absoluto, pois não pode haver boas-novas quando Deus é deixado de fora.

O evangelho do êxito não somente apresenta uma visão distorcida de Deus, mas também deturpa a doutrina bíblica da Pessoa e obra de Jesus Cristo. Deus tem todo o direito de julgar aqueles que pregam um falso evangelho, porque a mensagem do evangelho custou-lhe o seu Filho! Jesus derramou o seu sangue para cumprir a santa lei divina a fim de que os pecadores perdidos pudessem ser perdoados e reconciliados com Deus.

Jesus não morreu para tornar-nos saudáveis, ricos e felizes. Ele morreu para fazer-nos santos. Transformar o Calvário em cartão de crédito santificado que nos dê o privilégio de uma orgia de compras hedonista é depreciar a coisa de mais alto preço que Deus já fez.  
O objetivo de Deus para cada um de nós, para cada indivíduo, é que sejamos “conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29). Ele deseja tornar-nos semelhantes a Jesus e dá início a esse processo no instante em que nascemos em sua família. À medida que crescemos na vida cristã, “somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3.18).

Mas os pregadores do êxito não vêem na semelhança de Cristo o objetivo da vida cristã. Certamente devem ficar perturbados quando têm de enfrentar o fato de que, de acordo com sua própria mensagem, Jesus não foi um êxito. Ele não foi rico, e passou a vida entre os pobres e os desprezados. Foi um “homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53.3), e não uma celebridade com uma vida extravagante.

Posso estar enganado, mas acredito que, se Jesus estivesse hoje na Terra, ele condenaria a vida exagerada e ostensiva dos pregadores do êxito e seus discípulos. Em sua vida e ministério, em seus ensinamentos e especialmente em sua morte, Jesus Cristo repudia o evangelho do êxito.

Os pregadores do êxito dão-nos uma visão deturpada de Deus, do Salvador, da vida cristã e da igreja. Segundo eles, a igreja de Jesus Cristo é um ajuntamento de pessoas felizes que desfrutam a vida. Segundo a Bíblia, a igreja é um ajuntamento de pessoas sofridas que procuram tornar-se santas na presença de Deus e úteis em um mundo necessitado.

É claro que deve haver louvor e regozijo quando a igreja se reúne para o culto; mas também deve haver compartilhamento de fardos, lenitivo para as ofensas e cura de corações partidos. Mas, de conformidade com o evangelho do êxito, os cristãos não deviam estar sofrendo de modo nenhum!

A igreja é uma família que se reúne para encorajamento, nutrição espiritual e disciplina. É um exército que se agrupa a fim de se preparar para a batalha e a fim de ouvir as ordens de Deus. É um rebanho que procura a proteção de Deus em um mundo perigoso, uma noiva que expressa devoção ao noivo celestial, um grupo de servos que procuram conhecer a vontade do seu Mestre.

Reuni-mo-nos não para fugir da vida, mas para nos equipar e estimular mutuamente a fim de estarmos preparados para enfrentar a vida cotidiana com seus fardos e batalhas. É verdade que temos nossas horas de felicidade, mas não é esse o nosso alvo principal. Nossos objetivos são a santidade, a obediência e a prestação de serviço; a felicidade é apenas um subproduto.

  Quando a igreja prega a mensagem errada, provoca divisão e o ministério perde a integridade. Não podemos separar a mensagem daquilo que Deus é, do que Deus fez no Calvário, do que Deus está fazendo no mundo hoje e fará no futuro.
Quando uma pessoa fabrica o seu próprio evangelho, logo passa a praticá-lo, e então começa a perder a integridade!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012


O Tempo Anterior À Segunda Vinda Comparado aos Dias de Noé

Mateus 24.36-42

Apesar de o tempo da vinda de Cristo ser reconhecido como prestes a acontecer, ele não é apresentado com tal clareza que alguém possa determinar o dia e a hora. Especulações desnecessárias a respeito da época da Sua vinda seriam evitadas se esse texto fosse considerado literalmente. Jesus disse:

“A respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (v. 36).

Jesus se refere ao fato de que nem Ele poderia cogitar em estabelecer uma data para tal evento. Ele apenas indica que o tempo anterior à segunda vinda é comparado aos dias que antecederam o Dilúvio. Em ambos os casos, existem vários sinais da chegada do fim.

Há de se notar que esses acontecimentos são em relação à segunda vinda de Cristo, no final da Grande Tribulação, não ao arrebatamento da igreja vencedora, o qual não tem sinais específicos e é sempre eminente até que ocorra.

Muitas profecias devem se cumprir antes da segunda vinda de Cristo para estabelecer o Milênio. À medida que a Grande tribulação se desenvolver e os que entendem as profecias do fim dos tempos perceberem que aproximadamente três anos e meio se passaram, eles indubitavelmente saberão e esperarão a vinda de Jesus, mesmo que as profecias não sejam especificamente detalhadas para lhes permitir saber o dia e a hora.
Jesus então comparou o período do Dilúvio, na época de Noé, ao tempo de sua segunda vinda. Ele afirmou:

“...e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do Homem. Então, dois estarão no campo, um será tomado, e deixado o outro; duas estarão trabalhando num moinho, uma será tomada, e deixada a outra. Portanto vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24.39, 42).

Pelo fato desse evento ser semelhante ao Arrebatamento, em que alguns serão levados e outros deixados, os pós-tribulacionistas quase universalmente citam esse versículo como prova de que este acontecimento ocorrerá como parte da segunda vinda de Cristo, após a Grande Tribulação. No entanto, uma leitura cuidadosa da passagem produz exatamente o resultado oposto.

No rapto da Igreja, os arrebatados são os salvos vencedores; os que ficarem passarão pelo terrível período que inclui a Grande Tribulação. Na volta de Cristo, no final da mesma,  os que ficarem vivos serão separados como o pastor separa as suas ovelhas. Uns ficarão ao lado esquerdo e outros à Sua direita. O grupo da esquerda será lançado no lago de fogo e o grupo da direita entrará no Milênio. Uns serão deixados de fora e outros serão levados para dentro do reino milenar.

Os acontecimentos para os que estiverem vivos no momento da segunda vinda de Cristo para estabelecer o Milênio serão semelhantes aos dias de Noé:

“Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24.42)

Apesar de a passagem referir-se ao retorno de Jesus e não ao período anterior ao Arrebatamento, obviamente, se os que estiverem vivos antes da manifestação gloriosa de Cristo e são capazes de ver os sinais da sua segunda vinda, indicando sua aproximação, deverão estar vigiando, quanto mais os que esperam o Arrebatamento, que não tem sinais deveriam viver na constante expectativa do retorno iminente de Jesus para sua igreja.