quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS


A Bíblia é a revelação de Deus. Se quisermos entender qualquer aspecto principal desta revelação, precisamos atentar para os princípios governantes estabelecidos e revelados na Bíblia. 

O princípio governante da Bíblia como um todo é que Deus, na eternidade passada, teve um propósito, um plano, que era expressar a Si mesmo com Sua autoridade. Esse plano, o propósito eterno de Deus, é totalmente revelado nos dois primeiros capítulos de Gênesis e nos dois últimos capítulos de Apocalipse.

Em Gênesis 1 e 2 vemos que o homem é o centro do universo criado por Deus. Embora Deus tenha criado os céus e a terra e milhões de outros itens, o item central é o homem. Deus fez o homem de uma maneira muito específica, formando-o da terra (Gn 2.7) e o fez à Sua própria imagem (Gn 1.26). 

Portanto, o homem, uma entidade única, carrega duas coisas: a terra e a imagem de Deus. Em substância o homem é terreno, mas em expressão ele é divino. Nessa entidade única – o homem – vemos um princípio maravilhoso – uma criatura levando a substância terrena e a imagem divina. Quando o homem expressou a imagem de Deus e exercitou Sua autoridade e domínio, Deus descansou. Essa era a situação bem no começo na narrativa bíblica.

Quando vamos para o fim da Bíblia, vemos a consumação: o novo céu e a nova terra com a Nova Jerusalém. No novo céu e nova terra, a terra será mais útil que o céu, porque a Nova Jerusalém estará na terra. Se lermos cuidadosamente Apocalipse, veremos que a Nova Jerusalém não é um edifício físico, mas sim uma composição viva, composta por pessoas vivas, tais como os doze apóstolos do Cordeiro e as doze tribos de Israel (Ap 21.12, 14).

A cidade chamada Nova Jerusalém terá a aparência de Deus e irá expressá-Lo plenamente. Mais ainda, o trono de Deus estará naquela cidade e a autoridade de Deus será plenamente exercida ali. Esse é o reino eterno de Deus. Portanto, na Nova Jerusalém Deus terá descanso pleno e obterá Seu sábado eterno. Esse é o princípio governante de toda a Bíblia.

Se quisermos conhecer a Bíblia, precisamos ter uma visão global da mesma. Perceba, então, que o universo é composto por três períodos. O primeiro período foi o tempo antes de Adão, ao qual chamamos de era pré-adâmica. 

Como sabemos, antes de Adão ter sido criado, o universo já existia. Ninguém pode dizer quão longo foi aquele período. O segundo período do universo se estende de Gênesis 1:2 até o fim do milênio vindouro, isto é, da criação de Adão ao fim do próximo milênio. Esse período é muito curto, talvez não seja muito mais do que sete mil anos. 

Embora possamos pensar que isso seja muito tempo, aos olhos de Deus sete mil anos equivalem a sete dias, pois para Ele mil anos são como um dia (2 Pe 3.8). Depois desse segundo período, haverá o terceiro período do universo – o novo céu e a nova terra com a Nova Jerusalém. Esse período durará por toda a eternidade. Para conhecer a Bíblia plenamente, precisamos entender esses três períodos do universo.

O primeiro período do universo foi o período do caos. Deus criou, Satanás destruiu e Deus veio para julgá-lo. Em Gênesis 1.2 temos o começo da recriação de Deus. Estritamente falando, somente o versículo 1 de Gênesis se refere à criação, pois o versículo 2 é o começo da recriação de Deus. 

A recriação de Deus somente restaurou o universo caído a uma condição adequada à criação e existência do homem. O homem, na verdade, não foi uma recriação, mas uma criação. Tendo Ele cumprido o seu plano ao criar o homem à Sua imagem e semelhança, deu início a um período de realização. A segunda vinda do Senhor Jesus não irá encerrar tal período, porque o velho céu e a velha terra ainda continuarão por mais mil anos depois da volta do Senhor. 

Esses mil anos serão a continuação do período da realização. Portanto, a realização, por parte de Deus, do Seu propósito começou com a criação do homem e será completada no final do próximo milênio.

Depois do período de realização, virão o novo céu e nova terra com a Nova Jerusalém. Esse período, que podemos chamar de sábado eterno, será um sábado interminável. Nosso Pai, nosso Salvador e todos os redimidos estarão lá. Esse é o nosso destino, nosso futuro. Nosso futuro é o sábado eterno onde nosso Pai, nosso Salvador e todos nós descansaremos pela eternidade.

 Este é um resumo simplificado do propósito eterno de Deus. Creia e viva esperando esse tempo de eternidade sem fim!   

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

PREGAR O EVANGELHO DO REINO



“E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim.” (Mt 24:14).

No evangelho de Mateus 24:14 temos a revelação de que precisamos pregar o evangelho do reino em toda a terra habitada para que venha o fim. O evangelho da graça é aquele pelo qual fomos salvos. Ele visa introduzir-nos na graça e seu enfoque é que: basta crermos para receber tudo o que o Senhor fez por nós; nada precisamos fazer. Nós que estávamos nas trevas e não sabíamos da nossa condição, fomos iluminados. 

O Senhor, como uma grande luz, nos iluminou e vimos a luz (cf. Mt 4:16). Vimos que estávamos imersos em nossos pecados e, ao nos arrependermos, nossos pecados foram perdoados, e o sangue derramado pelo Senhor Jesus nos lavou.

Já não somos pecadores, mas justos. Nossa posição foi mudada: já não estamos nas trevas, mas numa posição santa, para recebermos a vida divina. Fomos regenerados e reconciliados com Deus. Louvado seja o Senhor! Tudo isso foi algo feito pelo Senhor; bastou-nos crer e tudo isso chegou a nós. Esse é o evangelho da graça.

Mas precisamos ainda pregar o evangelho do reino. O reino, por um lado, é uma questão de vida. Entramos nele nascendo de novo (Jo 3:3-5). O povo do reino precisa ser um povo regenerado com a vida divina e estar na realidade do reino dos céus, para crescer e amadurecer em vida. Por outro lado, o reino é questão de autoridade. É a esfera de governo na qual Deus nos rege e nos governa.

Muitos cristãos consideram que, uma vez obtida a redenção judicial e obtida a vida divina para não perecerem eternamente, já podem ficar satisfeitos. Isso, porém, não é suficiente; ainda há o reino. A realidade do reino dos céus hoje está na igreja, porque ela tem as chaves do reino (Mt 16:19). Somente quando a igreja é gerada surge a realidade do reino. 

Viver a realidade do reino é viver a vida da igreja. Por isso, na vida da igreja podemos obter a salvação completa: já fomos salvos no espírito, estamos sendo salvos na alma e seremos salvos no corpo (I Ts 5:23; I Co 15:53).

A salvação da nossa alma é de nossa responsabilidade hoje. A alma, o velho homem e o mundo devem ser todos crucificados para nós (Mt 16:24; Rm 6:6; Gl 6:14), assim como o pecado já foi crucificado (Rm 8:3). O que o Senhor fez por nós é para que vivamos na igreja, a realidade do reino dos céus, buscando crescimento e amadurecimento de vida.

A plena salvação de Deus é a salvação orgânica. Para obtermos a redenção judicial, isto é, a obra realizada pelo Senhor na cruz, nada foi necessário fazer, exceto crer. Mas a salvação orgânica precisa ser experimentada pessoalmente pelo esforço de cada um de nós, cristãos. Essa salvação completa pode ser representada pela parábola das dez virgens: todas elas tinham azeite nas lâmpadas, porém, apenas cinco tinham azeite também nas vasilhas.

Entendemos que as lâmpadas representam nosso espírito humano e as vasilhas, a nossa alma; o azeite representa o Espírito Santo. As cinco virgens sábias estavam cheias do Espírito também na alma. As cinco virgens néscias não estavam cheias do Espírito. Quando o noivo voltou, somente as prudentes entraram para as bodas. Isso quer dizer que, quando o Senhor voltar, aqueles de nós que ainda não tiverem o Espírito saturando todo o seu ser não poderão entrar nas bodas do Cordeiro; antes, serão lançados nas trevas exteriores onde, segundo disse Jesus, haverá pranto e ranger de dentes. Isto, porque, quando o Senhor voltar já não haverá tempo para eles crescerem em vida e serem saturados do Espírito. (Leia toda a parábola das dez virgens).

As cinco virgens prudentes representam todos aqueles que negaram a si mesmos e perderam a sua vida da alma nesta era; Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á (Mt 16:24-25). Esses são os que lidaram continuamente com a sua própria pessoa, permitindo que o Espírito saturasse a sua alma.

Isso mostra a salvação da alma, que é a salvação orgânica. Por meio desse metabolismo espiritual, as “células novas” entram e as “antigas” são eliminadas. Assim, somos renovados continuamente em nossa mente (Rm 12:2); I Co 2:16). A renovação da mente é algo difícil porque estamos acostumados a usar a mentalidade caída do velho homem. Colocar a mente no espírito não é fácil (Rm 8:6). Mas, louvado seja o Senhor, pois Ele é realmente longânimo e paciente e sempre está nos corrigindo. Se aceitarmos a Sua correção, certamente teremos a renovação da mente e a nossa pessoa será transformada, conformada à imagem do Senhor (Rm 8:29). 

Esse é o evangelho do reino dos céus que nós precisamos pregar em toda a terra habitada. Há muitos filhos de Deus que já receberam o evangelho da graça e foram regenerados e salvos. Agora, eles precisam ouvir e receber também o evangelho do reino. É nossa responsabilidade introduzi-los na realidade do reino dos céus, de modo que vivam a vida adequada da igreja. 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

UM PROFISSIONAL A SERVIÇO DO REI


“Neemias não só chorou e orou. Ele também se preparou, pensou, planejou e agiu”.

Ele vivia tranqüilo, executando diligentemente seu serviço na corte real. Havia subido de cargo e tornara-se o homem em quem o rei confiava totalmente – 0 copeiro que escolhia e preparava o vinho do rei para certificar-se de que este não havia sido envenenado (pois as intrigas caracterizavam a corte da Pérsia). O emprego tinha riscos, mas também privilégios; responsabilidades, mas também certa liberdade, se considerarmos que ele pertencia a um povo “escravo”. Neemias estava “bem de vida”.

Porém, chegou uma notícia aos ouvidos dele que lhe tirou a paz e o deixou tão triste que ele se sentou e chorou. Ele fez com que um homem inteligente, responsável e capaz chorasse. A notícia era que os que haviam sobrevivido ao cativeiro, e estavam em Jerusalém, passavam por grande sofrimento e humilhação. O muro da cidade havia sido derrubado, e suas portas destruídas pelo fogo (Ne 1.3).

Por que Neemias sentiu tanta tristeza por pessoas que moravam em outro país, longe dele e distantes do conforto do palácio real? Por que tanto choro? Porque esse era seu povo; e a cidade que estava em ruínas, a cidade de Deus, a cidade santa. O lugar para o qual seu povo e os povos vizinhos deveriam levantar os olhos e dizer: “Ali é onde Deus mora no meio do seu povo”. Jerusalém – a glória de Deus.

E hoje, como Deus vive entre os povos da terra? O que é a glória de Deus entre as nações? Somos nós, seus filhos e suas filhas. É a nossa união, a igreja que representa Cristo no mundo. Porém, será que nós, quando ouvimos sobre a situação da igreja no nosso país, no mundo, nos sentamos e choramos? Passamos dias lamentando e jejuando como Neemias? Onde está o nosso choro, a nossa preocupação com a glória de Deus?

Neemias não apenas chorou e orou. Ao buscar a Deus, ele atentou para o chamado do Senhor para a vida dele. Neemias, cujo nome significa “o Senhor consola”, percebeu que Deus tinha um propósito ao lhe conceder dons de administração e liderança, e também uma posição de privilégio como funcionário na corte real. Ele entendeu que havia chegado um momento importante na sua vida, em que Deus o chamava para servi-lo, para deixar a situação de conforto e de segurança em que estava e ir para outro país, a fim de trabalhar, servir, levar consolo a outros.

Neemias não só chorou e orou. Ele também se preparou, pensou, planejou e agiu. No momento propício ele apresentou ao rei Artaxerxes um plano completo da obra missionária que desejava executar. Pediu permissão para sair do emprego atual (Ne 2.5), visto para poder viajar (Ne 2.7), oferta de materiais necessários para a obra (Ne 2.8), e foi para Jerusalém com a benção do rei da Pérsia liderar a obra de reconstrução do muro da cidade de Deus.

Um profissional a serviço do Rei na obra missionária, que se preocupou com a glória de Deus entre as nações. Neemias usou todo o conhecimento, os dons e as capacidades que Deus lhe tinha concedido para levar outros a conhecer, servir e glorificar a Deus.

Quer ser um profissional a serviço do Rei? Ore ao Deus dos céus como Neemias orou (Ne 2.4) e responda ao Rei (Ne 2.5).  

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A MÃO DISCIPLINADORA DE DEUS


“Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (I Co 11:32).

Já vimos anteriormente que a disciplina de Deus visa salvar-nos da condenação no futuro. Deus nos disciplina para que não caiamos na condenação que o mundo receberá. Portanto, a disciplina de Deus preserva a nossa salvação eterna.

A maneira como Deus faz as coisas é totalmente diferente da nossa maneira. Nós achamos que se dissermos às pessoas que elas estão salvas, elas ficarão acomodadas e muitos serão levados a uma vida de pecados. Porém, Deus não age assim. Ele proclama claramente, absolutamente, e sem limitação para todos os que crêem Nele, que todo aquele que crê tem a vida eterna e não perecerá:

“As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão” (Jo 10:27-28).

Contudo, Deus tem a Sua maneira de guardar-nos de pecar e de sermos cristãos libertinos e frouxos. Sua disciplina é exercida somente para esse tempo presente e nada diz que a nossa condição de salvos será afetada no futuro. A disciplina está totalmente relacionada com o corpo físico, nada tem a ver com o nosso espírito.

RECOMPENSA E DOM

Existem muitos cristãos na igreja, hoje, que não conseguem fazer distinção entre o reino dos céus e a vida eterna. Eles pensam que o reino dos céus é a mesma coisa que a vida eterna e vice versa. Eles confundem a Palavra de Deus, entendendo que a condição para receber o reino é a mesma condição para a conservação da vida eterna. Eles acham que a perda do reino é também a perda da vida eterna.

Entretanto, a distinção entre os dois conceitos é muito clara na Bíblia. Uma pessoa pode perder o reino dos céus, mas ela não perderá a vida eterna, ou seja: Alguém pode perder a recompensa, contudo não perderá o dom. Então que é a recompensa, e que é o dom? 

Nós fomos salvos por causa do dom. Deus nos deu o dom gratuitamente pela Sua graça: “Pela graça sois salvos mediante a fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus”.

A recompensa diz respeito ao relacionamento entre os salvos e o Espírito Santo após o novo nascimento. Esse relacionamento permite-nos obter a recompensa que de outra forma jamais conseguiríamos por nós mesmos. Um cristão é salvo por causa da obra do Senhor Jesus na cruz do calvário. Após ser salvo, ele deve manifestar a vitória de Cristo pelo Espírito Santo dia após dia. Se fizer isso, então, no fim da carreira, ele obterá a glória celestial e a recompensa celestial de Deus.

Portanto, a salvação é o primeiro passo desse caminho, e a recompensa é o último passo. Somente os salvos estão qualificados para obter a recompensa. Quando alguém crê em Cristo, recebe o presente (o dom). Quando alguém segue a Cristo Jesus e faz a vontade de Deus em sua caminhada pós-salvação, recebe a recompensa. O presente é obtido por meio da fé, e é para as pessoas do mundo. A recompensa é obtida por ser fiel e ter boas obras, isso é para os cristãos.

Há um grande engano nas igrejas. Os crentes aprendem, erradamente, que a salvação é a única coisa que podem receber da parte de Deus e que nada há além de ser salvo. A maioria dos crentes desconhece o ensino de Cristo a respeito do reino dos céus e nada sabem a respeito de recompensa. Eles consideram que uma vez que alguém é salvo quando crê, não tem nada mais a fazer e por isso muitos não se preocupam com as obras.

A Bíblia faz distinção entre o trabalho de Deus e o do homem. Uma parte é a salvação dada por Deus; essa é uma obra totalmente realizada por Ele, o homem não contribuiu em nada. No entanto, no que diz respeito à recompensa, as obras do homem salvo podem determinar se ele será ou não recompensado na era vindoura do milênio. Note bem, além da salvação eterna existe uma recompensa, uma glória vindoura, uma coroa e um trono para nós. Se uma pessoa for fiel e obediente a Deus, irá obter esses “galardões”, mas se for infiel e insubmissa, esse cristão perderá a sua recompensa.

Portanto, não dizemos que as obras sejam inúteis. Dizemos, sim, que as obras são inúteis no que se refere à salvação eterna. Deus não pode permitir que o homem seja salvo pela sua própria obra. Deus só decide sobre salvação ou perdição do homem por meio de crer ou não no Seu Filho. Ele também não permitirá ao homem ser recompensado pela sua fé. Deus nunca salvará uma pessoa por ela ter méritos, e Ele nunca recompensará alguém que não tenha mérito.

O homem deve vir diante de Deus totalmente carente e sem mérito para que Ele o salve. Contudo, após a salvação, temos de ser fiéis, e temos de esforçar-nos para produzir boas obras por meio de Seu Filho Jesus Cristo, a fim de obtermos a recompensa.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O TRATAMENTO DE DEUS PARA COM OS PECADOS DOS CRENTES


Temos de distinguir duas coisas na Bíblia: a disciplina de Deus sobre os cristãos nesta era e a salvação deles na eternidade. O livro aos Hebreus registra a questão da disciplina dos crentes, quais os tipos de pessoas que Deus disciplina e qual é a finalidade dessa disciplina.

O MOTIVO E O OBJETIVO DA DISCIPLINA

Hebreus 12:5-6 diz: Será que vocês já esqueceram as palavras de encorajamento que Deus lhes disse, como sendo vocês filhos dele? Pois ele disse: “Preste atenção, meu filho, quando o Senhor o corrige e não desanime quando ele o repreende. Pois o Senhor corrige quem ele ama e castiga quem ele aceita como filho”. Aqui vemos claramente que o motivo da disciplina é o amor de Deus. Aqueles que recebem a disciplina de Deus são os filhos de Deus. Se uma pessoa não for filho de Deus, Ele não irá discipliná-la.

Você nunca encontrará na Bíblia que Deus disciplina um incrédulo. Deus não gasta Seu tempo e energia para disciplinar todas as pessoas desta terra. Ocorre o mesmo conosco. Nós não disciplinamos os filhos de nossos vizinhos, somente disciplinamos nossos próprios filhos. 

Portanto, a esfera da disciplina de Deus limita-se somente aos cristãos, e o motivo da disciplina é o amor. Não é porque odeia o homem, que Deus o disciplina. Ele disciplina o homem por amá-lo. Apocalipse 3:19 diz: 

“Eu corrijo e castigo todos os que amo. Portanto, levem as coisas a sério e se arrependam”.

Hebreus 12:7-8 diz:

“Suportem o sofrimento com paciência como se fosse um castigo dado por um pai, pois o sofrimento de vocês mostra que Deus os está tratando como seus filhos. Será que existe algum filho que nunca foi corrigido pelo pai? Se vocês não são corrigidos como acontece com todos os filhos de Deus, então não são filhos de verdade, mas filhos ilegítimos”. 

Portanto, a esfera da disciplina limita-se somente aos filhos de Deus.

Devemos observar qual o motivo da disciplina. O escritor da epístola aos Hebreus nos diz, pelo Espírito, que: “Os nossos pais humanos nos corrigiam durante pouco tempo, pois achavam que isso era certo, mas Deus nos corrige para o nosso próprio bem, para que participemos da sua santidade” (Hb 12:10). Isso nos mostra o propósito da disciplina. Não é porque o nosso Pai celestial gosta de disciplinar-nos que Ele o faz. Tampouco é porque Ele queira que soframos. Ele nos disciplina a fim de podermos participar da Sua santidade.

Se um cristão vive de uma maneira muito relaxada na terra, sem manifestar a natureza e a santidade de Deus, a mão de Deus recairá pesadamente sobre ele. Deus não gosta de nos açoitar, Seu propósito é ter Sua santidade manifestada em nós.

Há uma grande diferença entre punição e disciplina. A disciplina de Deus sobre Seus filhos não é, de forma alguma, uma punição. Mesmo quando Deus os castiga, esse castigo não é uma punição, mas uma disciplina. A disciplina tem um objetivo definido, que é para que possamos participar da Sua santidade, para que não vivamos nesciamente dia a dia.

Após um cristão crer no Senhor Jesus, embora ele nunca vá perder sua salvação eterna, ele pode receber um severo castigo de Deus. Nunca devemos pensar que um cristão pode fazer tudo o que ele queira. A Bíblia nos diz claramente que após um cristão ser salvo, mesmo que esteja derrotado e caído, ele não perecerá eternamente e não irá perder a vida eterna. Entretanto, ele receberá a correção de Deus, hoje, na terra.

Se após um cristão receber, pela fé, a salvação, ele passar a ter um comportamento pecaminoso, dando vazão às suas concupiscências, cometendo pecados, e por causa disso não possuir a santidade de Deus, o Senhor estenderá Sua mão e o disciplinará por meio do seu ambiente, sua família, sua saúde, e seus planos futuros. Ele poderá encontrar dificuldades na sua família. Ele poderá experimentar muita doença e infortúnio em seu ambiente.

O propósito de Deus, ao permitir que essas coisas lhe sobrevenham, não é puni-lo; elas acontecem não para causar-lhe dificuldades, mas para fazê-lo participar da santidade de Deus. Essa é a compreensão adequada do processo da salvação de Deus.

Os crentes coríntios não estavam respeitando a reunião da mesa do Senhor. Eles não respeitavam o Corpo do Senhor, e tratavam a ceia levianamente. Quais foram os resultados de tais coisas? Paulo diz e 1 Coríntios 11:29 e 30: 

“Pois quem come e bebe, sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si. Eis a razão por que há entre vós muitos fracos e doentes, e não poucos que dormem”. 

Eles não deram ao Senhor Jesus o devido respeito. Eles não tiveram o discernimento correto sobre a morte do Senhor e por isso se comportavam de forma inadequada no Corpo de Cristo. Isso resultou em fraqueza, em doença, e mesmo em morte. Após terem pecado, Deus os disciplinou.
O versículo 32 diz: 

“Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo”. 

Há um objetivo na disciplina de Deus. Ela visa salvar-nos da condenação no futuro. Deus nos disciplina para que não caiamos na condenação que o mundo receberá. Em outras palavras, a disciplina preserva nossa salvação.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

APOCALIPSE, UMA PROFECIA PARA O TEMPO DO FIM.


O livro de Apocalipse desperta sentimentos diversos nas pessoas, como medo ou mera curiosidade. Há quem o despreze, enquanto outros, apesar de não entendê-lo, respeitam-no; há os que são atormentados com as figuras de animais e prenúncios de sofrimento, enquanto outros são encorajados com as palavras de amor e consolo desse livro.

Há os que se preocupam com o anticristo, e há os que voltam o coração para Cristo. Sem dúvida, é impossível permanecer indiferente ao livro de Apocalipse. O último livro da Bíblia encerra toda a revelação de Deus e narra o fim de todas as coisas. De maneira muito clara e detalhada, encontramos nesse livro o registro do fim da história da humanidade e do destino de cada pessoa.

Tudo isso está em um livro fechado com sete selos, os quais ninguém pode abrir. No entanto, vemos que nesse tempo do fim os selos estão se abrindo e o Espírito da verdade está nos revelando as coisas que estão ocultas e misteriosas. Estaremos tratando desse livro nas páginas do “Diários do Reino” de forma resumida, mas cremos que o Senhor Jesus nos ajudará a entender o que está escrito nele.

Não pretendemos saciar a curiosidade de ninguém, mas pretendemos ajudar as pessoas a decidirem como enfrentar o fim dos tempos, como se posicionar diante dos fatos que, muito em breve ocorrerão. Nosso presente e nosso futuro dependem de nossa decisão.

A INTERRUPÇÃO DA HISTÓRIA DE ISRAEL

O povo de Israel, apesar de ser o povo escolhido de Deus, rejeitou o Senhor Jesus Cristo, não reconhecendo que Ele era o Messias esperado, conforme está escrito no Evangelho de João: “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1:11). Por causa disso, a porta da salvação foi aberta para os gentios.

Deus havia escolhido Israel dentre todas as nações para ser Sua propriedade particular, uma nação santa que deveria expressá-lo e ser Seu Reino aqui na terra. Mas por terem os judeus rejeitado o Cristo de Deus, essa “função” de ser povo de Deus para expressá-Lo na terra foi transferida para a igreja. Por isso, Deus desviou Sua atenção de Israel para a igreja.  Evidentemente, Deus continua cuidando de Israel, que jamais deixará de ser Seu povo escolhido; no entanto, Sua preocupação está totalmente voltada para a igreja.

Desde a crucificação de Cristo até o final desta era, a história de Israel está suspensa diante de Deus. Neste intervalo, é da igreja a responsabilidade de levar a cabo o propósito eterno de Deus. Para isso, a igreja deve cumprir sua missão de pregar o “evangelho do Reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim” (Mt 24: 14).

Se nós, cristãos, a igreja do Senhor, não estivermos conscientes dessa responsabilidade e continuarmos vivendo para nós mesmos, cuidando apenas de nossos interesses, o Senhor, lamentavelmente, terá de tardar Sua volta. 

Mas se diligentemente pregarmos o evangelho, ensinarmos a verdade e edificarmos o Corpo de Cristo, até que todos os cristãos cheguem à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4: 12, 13), seremos os que não somente esperam, mas principalmente apressam a vinda do dia de Deus (2 Pe 3: 12).

Paz seja contigo! 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A CERTEZA DE NOSSA VOCAÇÃO E ELEIÇÃO


Terminamos estudo “Segura Com Firmeza O Que tens” com uma interrogação: “O que fazer?”.  Temos essa dúvida que precisa ser esclarecida pela Palavra de Deus, por isso vamos ver o que está escrito na 2ª carta de Pedro, capítulo 1 versículos 10 e 11:

“Portanto, meus irmãos, procurem ficar cada vez mais firmes na certeza de que Deus os chamou e escolheu. Se vocês fizerem isso, jamais abandonarão a fé e assim receberão todo o direito de entrar no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.

A Bíblia diz muitas vezes que muitos são chamados, mas poucos são escolhidos. Essa questão é motivo de muitas dúvidas por parte dos cristãos, porém, nós podemos entender que o chamado se refere aos muitos que são salvos porque Deus decidiu dar-lhes de graça a vida eterna, nada tiveram de fazer porque isso é dom de Deus. No entanto lemos também que poucos são escolhidos dando a entender que a escolha tem a ver com o galardão. Portanto, a eleição ou escolha aqui se refere à posição no reino.

Pedro disse: “Porque fazendo isto de modo algum tropeçareis”. “Isto” são as coisas mencionadas nos versículos 5 a 7 da mesma carta e capítulo. São coisas tais como: Fé, virtude, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade e amor. Se fizermos essas coisas, jamais tropeçaremos. Isso é o mesmo que dizer que, se formos mais diligentes, nosso chamamento e eleição serão firmados. O versículo 11 diz que assim nos será dado o direito de entrar no reino de nosso Senhor Jesus Cristo.

 Veja bem que aqui não se trata de graça, mas sim de obras. A Bíblia mostra-nos que o reino de Cristo é eterno. Contudo, alguns entrarão nele somente na eternidade futura, enquanto outros entrarão nele no Milênio. O reinado de Cristo começa com o reino milenar.

Apocalipse 11:15 diz: O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos”. Esse versículo nos mostra que o reino de Cristo está ligado à eternidade futura; ele perdura para todo o sempre. Entretanto, ele começa com o toque da sétima trombeta pelo sétimo anjo.

Quando Cristo começar Seu reinado, alguns entrarão no reino (os vencedores). Eles não apenas entrarão, mas lhes será rica e amplamente suprida essa entrada. Portanto, firmar nosso chamamento e eleição é ser rica e amplamente suprido com a entrada nesse reino eterno. Pode-se ver que a salvação foi decidida, mas a entrada no reino ainda não o foi. Uma vez que um cristão creia no Senhor Jesus, ele pode imediatamente louvar o Senhor porque sabe que a questão da vida ou da morte eternas está decidida.

Entretanto, após alguém crer, há experiências adiante dele; ele ainda tem o reino e a glória futura aguardando por ele. Alguns obterão essas coisas: o reino, a coroa, a glória e o galardão; enquanto outros, não irão obtê-las. Alguns entrarão no reino de Cristo; outros não estarão aptos para entrar. Alguns não apenas entrarão, como também serão rica e amplamente supridos com a entrada no reino de Cristo.

Isso não significa que aqueles que não puderem entrar no reino de Cristo, durante o milênio, não sejam salvos. Mas significa que a recompensa e a glória deles serão retiradas. Portanto, precisamos correr e nos esforçar. Se estaremos aptos a reinar com Jesus no futuro, dependerá de como nos esforçamos hoje.

O reino será o tempo no qual Cristo e os cristãos vencedores receberão a glória juntos. O reino milenar é o tempo no qual Deus recompensará Cristo. Naquele tempo, nós também teremos uma porção. Se vamos ser achados dignos de receber a glória juntamente com o Senhor, dependerá totalmente do resultado do nosso andar e do nosso trabalho pessoal. Não existe a questão do mérito no novo céu e nova terra. Mas no reino, somente os que tiverem mérito receberão a glória.

O Senhor sofreu perseguição, dificuldades e humilhação. Se hoje sofrermos perseguição, dificuldades e humilhação, da mesma forma, nós compartilharemos uma porção com Ele no reino vindouro.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

CADA CRISTÃO RECEBERÁ SEGUNDO AS SUAS OBRAS


Continuando a estudar o assunto da disciplina na era vindoura, vamos ler agora 2 Coríntios 5:10:

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo”.

Todos os estudantes da Bíblia sabem que o trono de julgamento de Cristo está nos ares. Portanto, aqueles que estarão diante do trono de julgamento são os que foram arrebatados. E quem pode ser arrebatado? A Bíblia nos diz que somente os cristãos podem ser arrebatados. Os que não são cristãos não poderão.

Se um homem não é salvo, ele não é um filho de Deus, nem sequer está qualificado para ser julgado naquele julgamento, pois aquele será o julgamento de Deus dentro de Sua própria família. Paulo revelou pelo Espírito que, no futuro trono de julgamento de Cristo, estaremos diante da seguinte realidade: Seremos recompensados pelas coisas feitas por meio do corpo, isto é, pelas coisas que tivermos feito enquanto vivemos na terra na qualidade de salvos, sejam elas boas ou más.

Se fizer o bem por meio do corpo, você receberá uma boa recompensa. Se fizer o mal por meio do corpo, você receberá uma má recompensa. A Palavra de Deus nos mostra claramente que no trono de julgamento os que fazem o bem receberão um galardão e os que não fazem o bem perderão o galardão e serão recompensados segundo o mal que fizeram. Há luz suficiente na Bíblia mostrando-nos que se uma pessoa salva não for disciplinada pela sua conduta desleixada nesta era, ou não se arrepender após ser disciplinada, ela não apenas perderá sua recompensa, como também será punida de um modo específico.

Em Mateus 12, o Senhor Jesus menciona especificamente a blasfêmia contra o Espírito Santo. Todos os pecados podem ser perdoados, todas as palavras faladas contra o Filho do Homem podem ser perdoadas; contudo, o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado. Para esse pecado não haverá perdão nesta era, e não haverá perdão na era vindoura (v. 32).

Na Bíblia, a era vindoura sempre se refere ao reino milenar. Na língua original, a palavra para “era” é aion, e não cosmos. Se a palavra fosse cosmos, estaria se referindo à organização do universo. Mas, a palavra “aion” se refere a um intervalo de tempo. Por isso ela foi traduzida como “era”. Hoje a era é a era da graça. A próxima era será a era na qual o Senhor virá para reinar por mil anos. 

Em Mateus 12, você pode perceber que algumas pessoas, por meio da disciplina, são perdoadas nessa era. Alguns são perdoados ao serem salvos, mas seus pecados subseqüentes, caso não venham a se arrepender dos mesmos, não serão perdoados no reino; pelo contrário, elas serão severamente castigadas. Esse é o ensinamento bíblico acerca da punição.

A punição para o cristão nesta era está suficientemente clara. Alguns cristãos que pecam e cujos problemas não forem solucionados diante de Deus hoje, receberão punição no futuro.   

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O PONTO MÁXIMO DA SALVAÇÃO; VIDA ETERNA!


Quando o Senhor Deus planejou dar-nos a salvação Ele providenciou tudo para que essa salvação fosse perfeita e justa. Deus, não apenas encarnou no corpo humano de Jesus de Nazaré, como prosseguiu até a morte Dele para que Sua vida pudesse ser livre da carne e liberada para o Espírito Santo. Consequentemente, Ele já não está mais limitado pelo tempo e pelo espaço. Sua vida pode agora ser dispensada sem reservas para todos os que crêem.

A morte de Cristo na cruz não é meramente para a redenção do pecado, mas é também para liberar a vida divina. Liberar a vida divina é o objetivo principal, enquanto a regeneração é somente uma necessidade remediadora. Há uma passagem na Bíblia com a qual estamos muito familiarizados. João 3:16 diz:

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” 

Quero destacar duas coisas neste versículo.

Primeiramente, esse versículo não diz que Deus ama os pecadores; diz que Deus ama ao mundo. O mundo, aqui, refere-se à humanidade em geral. Tem um sentido mais elevado que meramente pecadores. Não quero dizer com isso que Deus não ama aos pecadores. Mas o propósito de Deus neste versículo, que é dispensar vida eterna, não é outorgado a pecadores. 

Os pecadores estão num nível mais baixo que a exigência mais básica para a humanidade. Há um padrão básico sobre o qual Deus pode dispensar livremente Sua vida, mas um pecador está aquém desse padrão. Portanto, antes que qualquer coisa possa ser feita, Deus deve primeiramente perdoar e tratar com os nossos pecados. A morte de Cristo pagou o resgate pelo pecado. Agora não precisamos mais ser pecadores.

Mas receber perdão de pecados simplesmente restaura-nos de volta ao estado antes da queda de Adão. Ele, então, era um homem, e sua vida era meramente uma vida humana. Todo o pecador que é perdoado por Deus, torna-se alguém no mesmo nível de Adão antes da queda. 

O que Deus deseja fazer por nós, é dar-nos Seu Filho unigênito para que possamos receber vida eterna.

Qual o significado de vida eterna? Simplesmente significa uma vida de eternidade. A vida do homem é transitória; ela não sobreviverá na eternidade. Somente a vida do Filho de Deus é que pode subsistir ali. Se alguém puser sua vida natural na eternidade, ela irá murchar imediatamente. Não subsistirá! Ela passará da mesma maneira que quando você coloca um peixe fora da água. A vida humana somente pode conduzir o homem por uma existência temporária nesta terra. Ela não poderá sustentá-lo por toda a eternidade. Somente uma vida eterna pode sobreviver na eternidade.

Como obter essa vida? É muito simples. Deus deu e nós a recebemos; isso é tudo. Simplesmente receba e aceite sem dúvida ou temor, aquilo que Deus deu. Quanto mais simples você for, melhor. A Bíblia diz que tudo o que temos de fazer é crer. É pela fé e não por sentimento. Quando Deus disse que deu, Ele deu. Isso nada tem a ver com sentimento ou manifestação emocional. Creia e receberás mesmo não tendo nenhuma sensação gloriosa a esse respeito.

Portanto, não olhe para as circunstancias. Simplesmente sigo os fatos. Deus já realizou todas as coisas em Cristo. Ele morreu, foi ressuscitado e tornou-se o Espírito que dá vida; Ele agora está pronto para entrar em nós. Tudo o que precisamos fazer é crer. Deus já fez todo o trabalho difícil. Depois que Cristo entra em nós para tornar-se nossa vida, haverá uma mudança marcante em todos os aspectos. Essa mudança jamais poderá ser realizada pela restrição da lei, pela educação moral ou por imposição de aperfeiçoamento e disciplina. Essa mudança acontecerá pela ação da vida maravilhosa e poderosa de Cristo que estará sempre operando em nós.      

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

SEGURA COM FIRMEZA O QUE TENS!

Ao estudarmos a Palavra de Deus encontramos algumas referências a respeito dos galardões, e constatamos que parece haver um número fixo de coroas. Apocalipse 3:11 diz: “Venho logo. Segura com firmeza o que tens, para que ninguém tome a tua coroa”.

Alguns cristãos que não compreendem a Bíblia, não sabem qual a diferença entre uma recompensa e um dom. Tampouco sabem a diferença entre a coroa e a salvação de Deus. Eles acham que a salvação pode ser tirada deles. Note bem que a palavra “tome”, aqui, não se refere à salvação, mas à coroa. Daí entendemos que alguém pode estar salvo e, no entanto, poderá perder a coroa.

Se uma pessoa salva não segurar com firmeza o que tem, se não guardar as palavras da perseverança do Senhor Jesus, e se negar o nome do Senhor Jesus perderá a sua coroa. Se você for frouxo, e não segurar com firmeza perderá sua coroa. Alguma outra pessoa poderá tirá-la de você.

Apocalipse 2:10 tem uma palavra semelhante a essa: “Sê fiel até a morte, e te darei a coroa da vida”. Aqui Jesus não diz que nos dará a vida, mas que nos dará a “coroa da vida”. A vida de Deus é obtida pela fé; ela não é obtida pela fidelidade. Se uma pessoa não tiver fé, ela não poderá ter a vida divina. Mas se uma pessoa for infiel depois de ter obtido a vida divina, ela perderá a “coroa da vida”. Resumindo; Se um cristão não tiver as obras adequadas após ter sido salvo, isto é, em sua carreira como cristão nesse mundo, embora não vá perder a vida eterna, ele, contudo, perderá a coroa.   

EDIFICAR COM OURO, PRATA E PEDRAS PRECIOSAS

A passagem mais clara na Bíblia acerca da recompensa é I Coríntios 3:14 e 15: “Se aquilo que alguém construir em cima do alicerce (Cristo) resistir ao fogo, então o construtor receberá a recompensa. Mas, se o trabalho de alguém for destruído pelo fogo, então esse construtor perderá a recompensa. Porém ele mesmo será salvo, como se tivesse passado pelo fogo para se salvar”. Isso nos mostra claramente o que um cristão não pode perder e, também, o que ele pode perder.

Uma vez que uma pessoa seja salva, pela graça do Pai, certamente está salva para sempre. Contudo, se tal pessoa receberá ou não um galardão, não será decidido hoje. A salvação eterna de um cristão já está determinada, mas a recompensa futura é uma questão ainda pendente. Ela será decidida pela maneira como alguém edifica sobre o fundamento do Senhor Jesus.

A nossa salvação eterna é uma obra realizada por Deus e por Seu Cristo, sendo assim, a nossa salvação eterna independe de como edificamos. Ela depende apenas de como o Senhor edifica. Então, por ser uma obra perfeita, certamente estamos salvos. Entretanto, se receberemos ou não a recompensa, ou se sofreremos perda, depende da nossa própria obra de edificação. Se alguém edifica com ouro, prata e pedras preciosas, coisas com valor eterno, sobre o fundamento do Senhor Jesus, este certamente receberá um galardão. Contudo, se ele edifica com madeira, feno e palha, não receberá um galardão diante de Deus. Ele pode ter muito diante dos homens, contudo não terá muito diante de Deus. Isso nos mostra que é possível que um homem perca seu galardão e tenha sua obra queimada.

Permitam-me repetir isto: Graças a Deus que a questão da nossa salvação eterna foi decidida há mais de dois mil anos. Quando o Filho de Deus foi levado à cruz, a nossa salvação foi decidida. Mas, se vamos receber ou não a recompensa, depende de como nos conduzimos. A verdade do evangelho é muito equilibrada. O conceder a salvação depende totalmente do Senhor Jesus, porém, se alguém receberá uma recompensa ou não, depende da sua própria obra de edificação.

O homem deve crer e também trabalhar. Esse trabalho não é propriamente dele, mas é aquilo que o Espírito Santo tem trabalhado nele. Vimos aqui que é possível sermos reprovados para o Reino e privados da nossa coroa. Chegamos à conclusão de que a nossa posição no Reino não está definida; ela está sujeita a mudanças, portanto, não está assegurada.

Que fazer?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O GRANDE DEUS ENTRETENIMENTO


De A.W.Tozer – Tozer era pastor de uma igreja da Aliança Cristã e Missionária no Canadá, até seu falecimento nos anos 60. Ele é conhecido como um dos mais famosos pregadores deste século e como “um profeta” da nossa geração.

Há muitos anos um filósofo alemão disse alguma coisa no sentido de que, quanto mais um homem tem no coração, menos precisará de fora; a excessiva necessidade de apoio externo é prova de falência do homem interior.

Se isso é verdade (e eu creio que é), então o desordenado apego atual a toda forma de entretenimento é prova de que a vida interior do homem moderno está em sério declínio. O homem comum não tem nenhum núcleo central de segurança moral, nenhum manancial em seu peito, nenhuma força interior para colocá-lo acima da necessidade de repetidas injeções psicológicas para dar-lhe coragem para continuar vivendo. Tornou-se um parasita no mundo, extraindo vida do seu ambiente, incapaz de viver um só dia sem o estímulo que a sociedade lhe fornece.

Schleiermacher afirmava que o sentimento de dependência está na raiz de todo culto religioso, e que por mais alto que a vida espiritual possa subir, sempre tem que começar com um profundo senso de uma grande necessidade que somente Deus poderia satisfazer. Se este senso de necessidade e um sentimento de dependência estão na raiz da religião natural, não é difícil ver por que o grande deus Entretenimento é tão ardentemente cultuado por tanta gente. Pois há milhões que não podem viver sem diversão. A vida para eles é simplesmente intolerável. Buscam, ansiosos, o bendito alívio dado por entretenimentos profissionais e outras formas de narcóticos psicológicos como um viciado em drogas busca sua injeção diária de heroína. Sem essas coisas eles não poderiam reunir coragem para encarar a existência.

Ninguém que seja dotado de sentimentos humanos normais fará objeção aos prazeres simples da vida, nem às formas inofensivas de entretenimento que podem ajudar a relaxar os nervos e revigorar a mente exausta de fadiga. Essas coisas, se usadas com discrição, podem ser uma benção ao longo do caminho. Isso é uma coisa. A exagerada dedicação ao entretenimento como atividade da maior importância para a qual e pela qual os homens vivem, é definitivamente outra coisa, muito diferente.

O abuso numa coisa inofensiva é a essência do pecado. O incremento do aspecto das diversões da vida humana em tão fantásticas proporções é um mau presságio, uma ameaça às almas dos homens modernos. Estruturou-se, chegando a constituir um empreendimento comercial multimilionário com maior poder sobre as mentes humanas e sobre o caráter humano do que qualquer outra influência educacional na terra. E o que é ominoso é que o seu poder é quase exclusivamente mau, deteriorando a vida interior, expelindo os pensamentos de alcance eterno que encheriam a alma dos homens, se tão-somente fossem dignos de abrigá-los. E a coisa toda desenvolveu-se dando numa verdadeira religião que retém os seus devotos com estranho fascínio, e, incidentalmente, uma religião contra a qual agora é perigoso falar.

Por séculos a igreja se manteve solidamente contra toda forma de entretenimento mundano, reconhecendo-o pelo que era – um meio de desperdiçar o tempo, um refúgio contra a perturbadora voz da consciência, um esquema para desviar a atenção da responsabilidade moral. Por isso a igreja sofreu rotundos abusos dos filhos deste mundo. Mas ultimamente ela cansou dos abusos e parou de lutar. Parece ter decidido que, se ela não consegue vencer o grande deus entretenimento, pode muito bem juntar suas forças às dele e fazer o uso que puder dos poderes dele. Assim, hoje temos o espantoso espetáculo de milhões de reais derramados sobre o trabalho profano de providenciar entretenimento terreno para os filhos do Céu, assim  chamados. Em muitos lugares o entretenimento religioso está eliminando rapidamente as coisas sérias de Deus. Muitas igrejas nestes dias têm-se transformado em pouco mais que pobres teatros onde “produtores” de quinta classe mascateiam as suas mercadorias falsificadas com total aprovação de líderes evangélicos conservadores que podem até citar um texto sagrado em defesa da sua delinqüência. E raramente alguém ousa levantar a voz contra isso.

O grande deus entretenimento diverte os seus devotos principalmente lhes contando estórias. O gosto por estórias, característico da meninice, depressa tomou conta das mentes dos santos retardados dos nossos dias, tanto que não poucas pessoas pelejam para construir um confortável modo de vida contando lorotas, servindo-as com vários disfarces ao povo da igreja. O que é natural e bonito numa criança pode ser chocante quando persiste no adulto, e mais chocante quando aparece no santuário e procura passar por religião verdadeira.

Não é uma coisa esquisita e um espanto que, com a sombra da destruição atômica pendendo sobre o mundo e com a vinda de Cristo estando próxima, os seguidores professos do Senhor se entreguem a divertimentos religiosos? Que numa hora em que há tão desesperada necessidade de santos amadurecidos, numerosos crentes voltem para a criancice espiritual e clamem por brinquedos religiosos?

"Lembra-te, Senhor, do que nos tem sucedido; considera, e olha para o nosso opróbrio... Caiu a coroa da nossa cabeça; ai de nós porque pecamos! Por isso caiu doente o nosso coração; por isso se escureceram os nossos olhos.” Amém. Amém.




quinta-feira, 17 de novembro de 2011

SANTOS E IRREPREENSÍVEIS DIANTE DELE EM AMOR


“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”
Efésios 1:4

Em sua epístola aos efésios, o apóstolo Paulo tem o cuidado de dizer-nos que “em Cristo” Deus nos separou; nos escolheu, da humanidade,  para sermos herdeiros de grandes bênçãos; e tudo isso no Senhor Jesus Cristo e por intermédio d’Ele. A melhor prova a respeito da passagem que estamos examinando se acha no capítulo 17 do Evangelho Segundo João, onde temos o que comumente se conhece como a oração sacerdotal do nosso Senhor. Ali vemos Jesus fazer declarações concernentes a Si mesmo, declarações como estas: “... lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste” (versículo 2).

O ensino aí é que o Pai deu essas pessoas ao Filho. Vejamos também o versículo 6: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste: eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra”. Essas pessoas – pessoas cristãs, que incluem todos nós que cremos em Cristo -  pertenciam a Deus antes de pertencerem ao Filho. Primariamente, a nossa posição não depende de nada do que fazemos; nem primariamente da ação do Filho. A ação primária é a de Deus o Pai, que escolheu para Si um povo, de toda a humanidade, antes da fundação do mundo, e depois o presenteou, deu esse povo que Ele escolhera ao Filho, para que o Filho o redimisse e fizesse tudo quanto era necessário para reconciliá-lo com Ele. Esse é o ensino dado pessoalmente por Jesus Cristo.

Ele veio a este mundo e realizou a obra que Lhe competia realizar em favor de todas as pessoas que Lhe foram dadas pelo Pai. Assim, Ele prossegue e diz: “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (versículo 9). Mas é de vital importância que nos lembremos de que tudo isso é feito “n’Ele”. O apóstolo repete continuamente a verdade segundo a qual não há absolutamente nada que seja dado aos cristãos independentemente do Senhor Jesus Cristo; não há nenhuma relação com Deus que seja verdadeira e salvadora, exceto a que é no Filho de Deus e por meio d’Ele. “Há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (I Timóteo 2:5).

Tendo estabelecido estas verdades, podemos passar agora ao restante desta grande declaração: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. Aqui vemos que cada frase, quase cada palavra, requer a mais cuidadosa e séria consideração. Cada uma das declarações está carregada de verdade, de verdade vital, de verdade da máxima importância. Portanto, passar às pressas por estas grandes e momentosas declarações é tolice; é real e verdadeiramente pecaminoso.      

É nos dito que fomos escolhidos “para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. Aqui, de novo, o apóstolo nos propicia uma das mais extraordinárias sinopses do evangelho todo. Ele quer dizer que é o propósito de Deus em Cristo para o Seu povo desfazer, remover e retificar completamente os efeitos do pecado e da queda do homem. O objetivo de Deus na salvação é retificar completamente os resultados e as conseqüências daquele evento terrível e sumamente desastroso. Isso está claro nas Escrituras.

O apóstolo Paulo diz em Efésios 5:27, que o propósito supremo de Cristo para a igreja é, não somente que ela seja santa, mas também esteja “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”. A igreja deve ser irrepreensível (ou sem culpa), como também pura; ela deve ser perfeita por fora e por dentro. Deus é absoluta luz e glória e perfeição; Ele é absolutamente puro, sem sequer qualquer suspeita da presença de uma liga redutora ou de qualquer mistura; o que é dito em Tiago 1:17 é que Ele é o “Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. E o assombroso que nos é dito é que Deus nos escolheu em Cristo para nos tornarmos como Ele. Esse é o propósito de Deus para nós; esse é o nosso destino, sermos semelhantes a Deus, “santos e irrepreensíveis”.

Pois bem, devemos passar à segunda expressão, “santos e irrepreensíveis diante dele” . Noutras palavras, diante dele, no sentido em que Paulo usa a expressão, significa que o objetivo e propósito da nossa vocação e eleição é que andemos com Deus; não somente que entremos numa consciente comunhão com Deus, mas que andemos e permaneçamos nessa comunhão, ou, como João o expressa, que andemos na luz com Deus.

“Eu sou o Deus Todo-poderoso, anda em minha presença e sê perfeito”. Foi um convite que Deus fez a Abraão. Naturalmente, para fazer isso o homem tem que ser perfeito porque Deus é perfeito. “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3.3). Andar diante de Deus e ser perfeito estão inevitavelmente juntos por causa da natureza de Deus.

SANTOS E IRREPREENSÍVEIS EM AMOR

Para que fossemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”

Não há dúvida de que a essência da santidade é o amor. Na Epístola aos Romanos Paulo afirma que “o cumprimento da lei é o amor” (13.10). Só concebemos fielmente a santidade quando o fazemos em termos do amor. O amor é o oposto da inimizade, o oposto do ódio, o oposto da contenda.

O apóstolo está dizendo que, como resultado do fato de Deus ter nos escolhido, o que acontece é que o pecado é removido, o obstáculo entre nós e Deus é removido, e assim podemos comparecer perante Ele. E não somente isso, mas comparecemos à presença de Deus “em amor”. Só pensar em comparecer à presença de Deus como nosso juiz é algo terrível! A grandiosa realização feita a nosso favor, em nossa salvação, é que comparecemos perante Deus “em amor”.

Esse é o maior resultado da anulação dos efeitos da Queda. Como vimos, a condição do homem é por natureza exatamente o oposto desta santidade e amor. É inimizade contra Deus; sua mente não se sujeita à lei de Deus, e na verdade não pode sujeitar-se. O homem decaído tem um grande impedimento quando se trata de aceitar o Deus das escrituras. Tem facilidade em aceitar o deus da filosofia, um deus que eles idealizaram em suas mentes. Tiram de Deus, como Ele é revelado nas Escrituras, tudo o que não lhes agrada. Não acreditam na ira, não acreditam no juízo, não acreditam na justiça ou no ensino sobre o derramamento do sangue de Cristo, e na morte na cruz.

A mente “carnal” é inimizade contra Deus (Rm 8.7). Quando o homem caiu, começou a odiar a Deus e, como resultado da Queda, o homem se opõe a Deus e está em inimizade contra Ele. Contudo, como resultado da salvação em Cristo, o homem comparece perante Deus “em amor”. Gostamos da vida cristã? Queremos ser mais parecidos com Cristo, cada dia? Se respondermos sim, é porque o amamos.

Realmente, a lei de Deus nos chama para amarmos. O nosso Senhor ensinou isto em certa ocasião, quando foi interrogado por alguns homens que tentavam apanhá-Lo mediante perguntas. Perguntaram-Lhe: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Sua resposta foi que o primeiro de todos os mandamentos é: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças: este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes”. (Mc 12.28-31). Todo o objetivo da lei de Deus é primeiro o amor, sua relação com Deus, e depois sua relação com o seu semelhante. É tudo uma questão de amor.

Portanto, devemos ser “santos e irrepreensíveis diante dele em amor”, amando a Deus, amando nossos semelhantes, amando a lei de Deus, tendo prazer nela, e não meramente nos conformando mecanicamente com um padrão moral. O ensino do apóstolo Paulo é que o fim e objetivo supremo da nossa escolha por parte de Deus, da nossa eleição, é que nos tornemos pessoas com aquele caráter. Naturalmente, não alcançaremos essa perfeição nesta existência, neste mundo; essa é a nossa meta suprema.

A vontade de Deus quanto a nós é a perfeição absoluta, e nós, cristãos, finalmente estaremos diante d’Ele “sem defeitos e inculpáveis”, “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”. Então, não haverá quem possa lançar acusação contra nós. Seremos semelhantes ao nosso Senhor. Mas não nos esqueçamos de que, embora só atinjamos perfeitamente o alvo no mundo vindouro, o processo já começou neste mundo. O princípio está em nós, aqui e agora; a semente já foi implantada em nós.

O autor da Epístola aos Hebreus expressa esta verdade no capítulo 3 onde escreve: “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial...” (Versículo 1). O cristão é participante da vocação celestial. Fomos santificados, o que significa que somos santos, e mesmo aqui e agora este princípio de santidade está em nós. Já somos “participantes da natureza divina”, e a natureza divina é santa. Esta santidade essencial está em nós, e crescerá e se desenvolverá até que finalmente estejamos em condições de perfeição absoluta, na presença de Deus. Este, diz-nos o apóstolo,é o objetivo supremo da escolha que Deus fez de nós.

Lembrem-se também de que nós estamos “em Cristo”. O que nos faz cristãos é que estamos em Cristo; não somente porque fomos perdoados, embora isso seja essencial. E se estamos “em Cristo”, só temos que ser santos porque Ele é “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores” (Hebreus 7.26). À luz disso tudo, há certas deduções essenciais que são da máxima importância. Primária e essencialmente, salvação significa estar na relação correta com Deus – nada menos que isso. Não se deve pensar na salvação em termos da felicidade nem em termos das leis, nem da moralidade. Não se deve pensar nela, unicamente em termos do perdão.

Salvação significa estar em uma correta relação com Deus. É preciso que seja assim porque a essência do pecado é a separação de Deus.