“E
será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas
as nações. Então virá o fim.” (Mt 24:14).
No evangelho de Mateus 24:14 temos a
revelação de que precisamos pregar o evangelho do reino em toda a terra
habitada para que venha o fim. O evangelho da graça é aquele pelo qual fomos
salvos. Ele visa introduzir-nos na graça e seu enfoque é que: basta crermos
para receber tudo o que o Senhor fez por nós; nada precisamos fazer. Nós que
estávamos nas trevas e não sabíamos da nossa condição, fomos iluminados.
O
Senhor, como uma grande luz, nos iluminou e vimos a luz (cf. Mt 4:16). Vimos
que estávamos imersos em nossos pecados e, ao nos arrependermos, nossos pecados
foram perdoados, e o sangue derramado pelo Senhor Jesus nos lavou.
Já não somos pecadores, mas justos. Nossa
posição foi mudada: já não estamos nas trevas, mas numa posição santa, para
recebermos a vida divina. Fomos regenerados e reconciliados com Deus. Louvado
seja o Senhor! Tudo isso foi algo feito pelo Senhor; bastou-nos crer e tudo
isso chegou a nós. Esse é o evangelho da graça.
Mas precisamos ainda pregar o evangelho
do reino. O reino, por um lado, é uma questão de vida. Entramos nele nascendo
de novo (Jo 3:3-5). O povo do reino precisa ser um povo regenerado com a vida
divina e estar na realidade do reino dos céus, para crescer e amadurecer em
vida. Por outro lado, o reino é questão de autoridade. É a esfera de governo na
qual Deus nos rege e nos governa.
Muitos cristãos consideram que, uma vez
obtida a redenção judicial e obtida a vida divina para não perecerem
eternamente, já podem ficar satisfeitos. Isso, porém, não é suficiente; ainda
há o reino. A realidade do reino dos céus hoje está na igreja, porque ela tem
as chaves do reino (Mt 16:19). Somente quando a igreja é gerada surge a
realidade do reino.
Viver a realidade do reino é viver a vida da igreja. Por
isso, na vida da igreja podemos obter a salvação completa: já fomos salvos no
espírito, estamos sendo salvos na alma e seremos salvos no corpo (I Ts 5:23; I
Co 15:53).
A salvação da nossa alma é de nossa
responsabilidade hoje. A alma, o velho homem e o mundo devem ser todos
crucificados para nós (Mt 16:24; Rm 6:6; Gl 6:14), assim como o pecado já foi
crucificado (Rm 8:3). O que o Senhor fez por nós é para que vivamos na igreja,
a realidade do reino dos céus, buscando crescimento e amadurecimento de vida.
A plena salvação de Deus é a salvação
orgânica. Para obtermos a redenção judicial, isto é, a obra realizada pelo
Senhor na cruz, nada foi necessário fazer, exceto crer. Mas a salvação orgânica
precisa ser experimentada pessoalmente pelo esforço de cada um de nós,
cristãos. Essa salvação completa pode ser representada pela parábola das dez
virgens: todas elas tinham azeite nas lâmpadas, porém, apenas cinco tinham
azeite também nas vasilhas.
Entendemos que as lâmpadas representam
nosso espírito humano e as vasilhas, a nossa alma; o azeite representa o
Espírito Santo. As cinco virgens sábias estavam cheias do Espírito também na
alma. As cinco virgens néscias não estavam cheias do Espírito. Quando o noivo
voltou, somente as prudentes entraram para as bodas. Isso quer dizer que,
quando o Senhor voltar, aqueles de nós que ainda não tiverem o Espírito
saturando todo o seu ser não poderão entrar nas bodas do Cordeiro; antes, serão
lançados nas trevas exteriores onde, segundo disse Jesus, haverá pranto e ranger
de dentes. Isto, porque, quando o Senhor voltar já não haverá tempo para eles
crescerem em vida e serem saturados do Espírito. (Leia toda a parábola das dez
virgens).
As cinco virgens prudentes representam
todos aqueles que negaram a si mesmos e perderam a sua vida da alma nesta era; Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por
minha causa achá-la-á (Mt 16:24-25). Esses são os que lidaram continuamente
com a sua própria pessoa, permitindo que o Espírito saturasse a sua alma.
Isso mostra a salvação da alma, que é a
salvação orgânica. Por meio desse metabolismo espiritual, as “células novas”
entram e as “antigas” são eliminadas. Assim, somos renovados continuamente em nossa
mente (Rm 12:2); I Co 2:16). A renovação da mente é algo difícil porque estamos
acostumados a usar a mentalidade caída do velho homem. Colocar a mente no
espírito não é fácil (Rm 8:6). Mas, louvado seja o Senhor, pois Ele é realmente
longânimo e paciente e sempre está nos corrigindo. Se aceitarmos a Sua
correção, certamente teremos a renovação da mente e a nossa pessoa será
transformada, conformada à imagem do Senhor (Rm 8:29).
Esse é o evangelho do
reino dos céus que nós precisamos pregar em toda a terra habitada. Há muitos
filhos de Deus que já receberam o evangelho da graça e foram regenerados e
salvos. Agora, eles precisam ouvir e receber também o evangelho do reino. É
nossa responsabilidade introduzi-los na realidade do reino dos céus, de modo
que vivam a vida adequada da igreja.
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