segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


PROFECIA PARA OS TEMPOS DO FIM

A melhor definição do ministério do profeta é: “O profeta é alguém que fala por Deus”. No entanto, é preciso saber que, antes de querer falar por Deus, o profeta precisa ser um homem de Deus e ser governado pela visão do propósito imutável de Deus.

Como homem de Deus ele é propriedade de Deus, e, por isso, não tem opinião própria ou ponto de vista pessoal quando ministra em nome de seu Possuidor; é alguém que não busca seu próprio benefício, mas sempre o do Senhor. Isto é manifestado de muitas maneiras práticas. Por exemplo, por amor ao seu Senhor, os profetas aceitam passar por tribulações, como as que Paulo experimentou, a fim de cumprir o ministério que lhes foi entregue.

Paulo foi fiel a Deus por toda a sua vida e Deus podia expressar-se completamente por meio dele. Isto era resultado de Paulo ser totalmente governado por sua visão (At 26.19). Ele recebeu de Deus a visão de Sua economia, a visão sobre a igreja como o Corpo vivo e orgânico de Cristo, e a registrou em suas cartas. Graças a isso, hoje também podemos ser governados por essa visão. Se desejarmos falar pelo Senhor, precisamos dessa visão como base.

A Bíblia revela-nos que o grande interesse de Deus é edificar a Sua igreja, e o principal instrumento que Ele usa para isso é o profetizar. Por outro lado, em cada época, Deus estabelece uma maneira, um caminho prático para alcançar esse objetivo. Podemos chamar esse caminho de “o mover de Deus”.

Encontramos uma excelente ilustração do mover de Deus em Ezequiel 1, na figura da roda. Aquela roda anda apenas para a frente, sempre avançando e nunca retrocedendo. Isso significa que se não acompanharmos o mover de Deus ficaremos para trás, pois Deus está constantemente prosseguindo. Se amamos ao Senhor, não podemos ficar passivos, indiferentes, como se não tivéssemos responsabilidade na edificação da igreja.

Precisamos, sim, dispor-nos totalmente, permitindo a Deus aperfeiçoar-nos e capacitar-nos a servi-Lo. Ainda estamos na era da graça e Deus continua esperando que nos arrependamos e decidamos prosseguir com Ele. Deus nos quer como participantes de seu propósito eterno. O que Deus nos tem falado a respeito dos profetas visa encorajar-nos a participar do Seu mover.

Não há neste universo privilégio maior do que cooperar com Deus na Sua obra única e definitiva: Sua igreja.

No livro de Apocalipse encontramos menção a cristãos vencedores, aqueles que serão guardados da hora da provação (a grande tribulação) que virá sobre o mundo todo (Ap 3.10). Sem dúvida, todos os cristãos querem ser vencedores, mas quantos têm buscado efetivamente ser um vencedor? O verdadeiro vencedor é aquele que dia-a-dia é vencido por Cristo, é subjugado por Ele; vencedor é quem permite ao Senhor transformá-lo passo a passo.

Para isso, precisamos negar a nós mesmos e tomar a cruz; precisamos também de um contato vivo e constante com a Palavra de Deus. Quantos, no entanto, têm realmente se enchido abundantemente da Palavra do Senhor? A Bíblia diz que a Palavra de Cristo tem de habitar ricamente em nós (Cl 3.16). Mas temos permitido isso?

Se almejamos ser úteis para Deus, devemos “mergulhar” na Palavra e estudá-la cuidadosamente, não para aumentar nosso conhecimento, mas para conhecer o Deus vivo que ela revela, para conhecer Seu coração, para conhecer Sua economia. Por meio da leitura da Bíblia e de bons livros espirituais, espontaneamente nosso coração será tomado de encargo pelo propósito de Deus.

Dessa maneira, o Senhor poderá nos encher de fervor por Sua obra.   

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


CRESCER. CEDO OU TARDE TEREMOS DE FAZÊ-LO.

Como determinar o momento em que podemos considerar que já crescemos? Quando aparecerem os primeiros cabelos brancos? Não, isto significa que estamos envelhecendo, não ficando mais sábios. Tenho conhecido pessoas com seus cabelos grisalhos e ainda imaturas. Os sinais da idade não significam necessariamente que estamos demonstrando sinais de maturidade.

Crescer é um objetivo estabelecido para cada membro da família de Deus. Deus diz isto em sua Palavra. O autor de Hebreus fala sobre esse assunto quando escreve sobre a falta de maturidade dos hebreus. Eles haviam envelhecido na fé, mas não crescido. Ao invés de construir sobre a base estabelecida pelos apóstolos, eles ainda estavam brincando com os tijolos.

“Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal”.

“Portanto, deixemos os ensinos elementares a respeito de Cristo e avancemos para a maturidade, sem lançar novamente o fundamento do arrependimento de atos que conduzem à morte, da fé em Deus, da instrução a respeito do batismo, da imposição das mãos, da ressurreição dos mortos e juízo eterno. Assim faremos, se Deus o permitir”  (Hb 5.12-14 e 6.1-3).

Espiritualmente, a imaturidade é algo que não podemos permitir. Deus quer que ultrapassemos as questões elementares da fé e nos estabeleçamos em uma maturidade duradoura e responsável. Ele espera que cresçamos na fé. Deixando de lado os princípios elementares, diz a carta aos Hebreus: Dediquem-se à maturidade.

“Precisamos deixar os ABCs da fé”. Em outras palavras, precisamos parar de brincar com os tijolos e de beber leite, deixarmos as coisas que caracterizam a infância e vivermos um estilo de vida adulto.

Deixe-me fazer algumas perguntas delicadas. Você está pesquisando a Palavra de Deus? Está realmente estudando a Palavra de Deus por si próprio? Está engajado em um ministério de oração sério e assíduo? Pode suportar mais pressão, hoje, do que há três anos? O seu gráfico de crescimento está mais elevado do que há um, dois ou cinco anos atrás?   

Como podemos saber se estamos crescendo? Externamente, temos vários sinais físicos de crescimento e envelhecimento. Mas, quando se trata de maturidade espiritual, precisamos de outro tipo de gráfico de crescimento. Pedro, em sua primeira carta, nos oferece uma série de itens para nos ajudar a conhecer se estamos progredindo em nossa vida espiritual.

“Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes. Não retribuam mal com mal, nem insulto com insulto; ao contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem benção por herança. Pois, quem quiser amar a vida e ver dias felizes, guarde sua língua do mal e os seus lábios da falsidade. Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus ouvidos atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal” (I Pe 3.8-12).

Como filhos de Deus em busca da maturidade, estejamos comprometidos com a harmonia e o espírito de unidade. Vamos nos engajar nos interesses mútuos das vidas de outras pessoas. Que possamos desenvolver amizades marcadas pela afeição, pelo amor genuíno e demonstrativo. Sejamos misericordiosos e compassivos com as outras pessoas ao invés de nós mesmos. Finalmente, perdoemos, controlemos nossa língua e teremos pureza e paz.
Que nós possamos cuidar da segurança da maturidade de nossa vida cristã. Para isso recomendamos que retornem várias vezes à lista de checagem de Deus!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


ADMINISTRAÇÃO SÁBIA DOS RECURSOS

“Você será bom administrador quando souber pelo que é responsável, e o que é esperado de você”.

Toda tarefa para administração vem com uma expectativa. A pessoa que faz de você um administrador de algo, tem uma expectativa de qualidade em relação a você. Em razão dos recursos que lhe foram confiados ele espera que certas coisas aconteçam na sua administração dos referidos recursos.

Deus nos deu responsabilidade neste planeta e tem certos padrões que espera que nós apoiemos. O padrão qualitativo mais importante que Deus espera de nós é integridade, e quando administramos de acordo com seus padrões de expectativa os recursos que Ele nos confiou, todos lucram, não só alguns.

A responsabilidade de um administrador tem início em sua vida pessoal. Tudo começa e termina em sua casa quando ninguém está assistindo. A nossa habilidade de administração determina quanto do mais que Deus tem para nós tem de ser retido. Deus nos dá muito mais dele quanto pudermos merecer-lhe a confiança. Jesus revelou que tudo vai depender da nossa administração dos recursos colocados em nossa responsabilidade.

“Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito” (Lc 16.10).

A administração eficiente permite que Deus aumente o mais. Sendo assim, a administração é a chave de uma vida financeira abençoada e equilibrada. Se um cristão não pode administrar sua própria conta bancária, como Deus pode confiar a ele a conta bancária de uma empresa que movimenta milhões?

Jesus quer que você concentre sua atenção nos recursos que estão em suas mãos hoje e comece a administrá-los de forma justa e inteligente. Para isso, reconheça as falhas de sua administração dos recursos disponíveis e mude sua forma de pensar sobre responsabilidade. A pessoa mais importante para ser mudada é você mesmo.

O Espírito De Irresponsabilidade

A razão de termos tantos conflitos e experiências negativas no mundo de hoje é estar ele repleto de pessoas infectadas pelo espírito da irresponsabilidade. A palavra irresponsabilidade significa “não responsável para com a autoridade”. Muitas pessoas no mundo de hoje não aceitam que ninguém lhes diga o que fazer. Elas querem fazer o que têm vontade de fazer, sempre de acordo com seus caprichos e desejos.

Muitas pessoas não querem ser responsáveis para com quem quer que seja, inclusive em relação à casa de Deus. Quando o pecado é confrontado no púlpito, a mensagem é, freqüentemente, transferida a quem está sentado no banco mais próximo. Poucos querem ouvir uma repreensão pastoral. Muitos cristãos que carregam a Bíblia e esquentam bancos de igreja estão vivendo uma vida suja; não aceitam ninguém que os reprove ou corrija. Este é o espírito de irresponsabilidade.

É a consciência do ser humano que lhe permite distinguir entre certo e errado. Quando se permite que um estilo de vida irresponsável se aprofunde, a voz da consciência é progressivamente silenciada. Algumas pessoas fazem coisas incríveis mas não manifestam a menor sensação de culpa ou remorso. Elas estão dando tiros umas nas outras. Maridos estão batendo nas esposas, pais dormem com as suas filhas como se nada de mau ou estranho houvesse acontecido. A consciência neste mundo morreu ao longo do tempo, porque herdamos um espírito de irresponsabilidade.

Também ser irresponsável significa ser “inconstante e mutável”. As pessoas irresponsáveis podem ser inconstantes, irrefletidas, ousadas, infiéis, promíscuas, negligentes e imorais. Elas podem ter um caráter impossível de predizer, incerto e indigno de confiança. E esse problema não é somente um “problema do mundo”; este espírito também é selvagem hoje na igreja cristã.

O JOGO DE CULPA

Pessoas irresponsáveis são peritas em transferir a culpa de suas próprias ações irresponsáveis. Lembre-se da defesa de Adão: “Deus, a mulher que me deste... Tu te lembras? Foste Tu que deste ela a mim, e ela me deu o fruto... vocês dois... Não eu... me fizeram comê-lo! Eu sou inocente, Deus!

Hoje há muita gente especialista em culpar a sociedade ou o governo por seus próprios problemas. Há pessoas que nunca assumem a menor responsabilidade por seu comportamento, suas decisões ou as situações nas quais se encontram. Isso traz de volta a má administração de Adão no Jardim do Éden.

O mundo inteiro, e a igreja em particular, esta sofrendo sob a influência destrutiva de uma humanidade irresponsável. Vivemos numa geração irresponsável, que acredita que o mundo lhe deve algo. As pessoas se recusam a responsabilizar-se pela vida, por suas ações e decisões. Talvez o mundo continue sofrendo de irresponsabilidade crônica, mas a igreja não pode permanecer debaixo deste espírito maligno. 

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


O JOGO DA CULPA

Deus disse a Adão que fosse o dominador da Terra. Quando o mesmo falhou nessa responsabilidade, sua primeira reação foi culpar outra pessoa. Então, desde aquele dia, o homem tem sempre transferido a alguém a sua culpa. Todos nós somos afetados por essa herança maldita. Ninguém gosta de assumir a responsabilidade por suas ações, decisões, situações ou circunstâncias. Nós culpamos os outros por nossas situações difíceis.

Mais do que nunca, somos peritos em culpar o passado por nosso presente, em culpar nossos pais por nossos hábitos. Somos especialistas em culpar nossos pregadores por nossa ignorância. Aqueles que não conseguem aprender álgebra culpam o sistema educacional. Muitos, quando tiveram uma oportunidade de aprender, deixaram de freqüentar as aulas para ficar à toa.

Nós amamos culpar a doença (em vez de nosso juízo pobre e nossos hábitos alimentares) por nossos problemas de saúde. Nos alimentamos mal, errada e pobremente durante grande parte de nossa vida, ficamos com pressão alta ou diabetes e culpamos o Diabo por não nos sentirmos bem.

Culpamos nossos filhos por problemas sociais. Dizemos: “A juventude faz isso...” Mas de quem é essa juventude? Se como adultos irresponsáveis produzimos filhos irresponsáveis, como podemos culpá-los pelos problemas em sociedade? Eles são nossos filhos. Assim, se eles são frutos podres, nós somos as árvores podres das quais eles vieram.

Culpamos os cigarros e as companhias de tabaco por nosso câncer. Fiquei chocado ao ouvir uma história no noticiário, na qual uma mulher processou uma companhia de tabaco pelo fato de ela ter contraído câncer por fumar seu produto. Eu não posso entender isso!

Ela decidiu fumar. Ela absorveu todo aquele produto para dentro de seus pulmões e contraiu câncer – tudo sozinha. Ela escolheu tragar produtos cancerígenos quando era adolescente – ela mesma decidiu fazer isso! Nenhuma companhia veio à sua porta, amarrou-a e lhe enfiou um cigarro na boca.

Ela ainda chorou: “O produtor de tabaco fez o cigarro, e agora olhe para mim” É tudo culpa deles!”. Como pode alguém que tem poder de escolha – a capacidade para se recusar a fumar – remover a responsabilidade de si mesma e colocá-la na companhia que fabricou o produto? Pergunte a Adão! 

Que processo irresponsável! E há muitos outros jogos de culpa legais usados hoje, nos quais as ações do queixoso são responsáveis pelo próprio dano.
Eu nunca vi um cigarro caminhar até um sujeito e dizer: “Ei, amigo, me fume”. Esta é uma decisão que a própria pessoa toma. Plantas de tabaco não são o problema. É o espírito de irresponsabilidade que nos leva a transferir nossa experiência negativa para a planta. “Se tão somente pudéssemos nos livrar daquela planta imunda – murmuramos -, então poderíamos resolver o problema da nicotina.” Mas a planta não é responsável pelo problema. O coração humano é que é o problema.

Um viciado pode culpar o traficante, a loja ou a cantina que lhe vendeu o produto para saciar seu vício. No entanto, se esse indivíduo nunca tivesse começado, nunca teria se tornado um dependente.

A irresponsabilidade é a inimiga mais mortal da liberdade.

 Pessoas de todas as posições sociais e de todas as etnias caem nessa armadilha. Negros culpam brancos por seus problemas, da mesma maneira que brancos culpam negros. O pobre culpa o rico. Cidadãos culpam o governo. O que nos impede de sermos produtivos, se ele permite a livre escolha de seu povo?

Assim, em vez de esperar que o governo arrume um trabalho, por que nós não usamos o cérebro entre nossos ouvidos? Deus deu a cada um cinco bilhões de células no cérebro. Não importa se você vive na favela de um país de terceiro mundo. Ainda que as pessoas que detêm o poder tentem restringir-lhe a produtividade, uma coisa que jamais poderão fazer é roubar-lhe a capacidade de pensar; ou a imaginação produtiva.

Quando você submete a Deus sua mente e seu potencial administrativo, Ele lhe dá habilidades, idéias criativas e conceitos que surpreenderão seus pares. O trabalho do governo não é prover emprego. A bíblia diz que sua função é ter a postos a espada de proteção, para que o íntegro possa ser abençoado, protegido e produtivo (Veja Rm 13.3, 4; I Tm 2.1, 2). Deus espera que estejamos num ambiente onde possamos ser produtivos, sem termos que depender do governo para que nos proporcione o sustento.

O criminoso culpa a sociedade por seu comportamento. O homossexual culpa seus hormônios ou a vida por sua situação. Cidadãos culpam seus representantes pela corrupção da nação. No entanto, se os líderes são corruptos numa república democrática, as pessoas estão em falta, porque votaram neles para assumir o poder. Nós produzimos de acordo com nosso tipo.

Não culpe o líder pelo modo como você o segue; só desista de segui-lo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012


PRECISAMOS DE INTERCESSORES COMO MOISÉS

A atual crise de integridade que oprime a igreja nos leva a reconhecer que é preciso haver intercessores que se apeguem a Deus e reivindiquem as suas bênçãos sobre ela. Uma das maiores necessidades da igreja é a oração intercessora. Precisamos de intercessores como Moisés!

Geralmente pensamos em Moisés como libertador e legislador, mas nos esquecemos de que ele também foi um grande guerreiro da oração. De fato, Moisés exemplifica bem o que é interceder em favor dos que pecaram. Encontramos esse exemplo nos capítulos 32 e 33 de Êxodo.

Moisés estivera a sós com Deus no monte Sinai, recebendo a lei que entregaria ao povo. Mas se ausentou por um período demasiadamente longo e Israel se inquietou, como ovelhas sem pastor. O povo de Deus tinha (e ainda tem) dificuldade em esperar e andar pela fé. Eles pediram a Arão que fizesse alguma coisa, de modo que ele fez um bezerro de ouro para representar Deus; e com grande alegria o povo declarou feriado. Finalmente algo estimulante estava acontecendo! Havia algo que podiam ver e fazer!

É claro, Deus viu tudo aquilo e avisou a seu servo Moisés: “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu” (Ex 32.7). Parecia o fim da nação, mas Moisés orou e Deus desviou a sua ira. Quando Moisés chegou ao arraial, viu o povo numa orgia religiosa, dançando ao redor do bezerro de ouro e supostamente adorando ao Deus Jeová. Num ímpeto de ira sagrada, Moisés quebrou as duas tabuas de pedra, destruiu o bezerro e julgou o povo. Subiu depois ao monte Sinai e mais uma vez intercedeu por ele. O resultado foi que Deus puniu os infratores, poupou a nação e concordou em ir com Israel na sua jornada, tudo porque Moisés orou.

Vamos entender o que esse acontecimento significa para a igreja de hoje.
Interceder significa “implorar a alguém um benefício em favor de outra pessoa”. No vocabulário cristão, significa fazer súplicas a Deus em favor dos seus filhos necessitados. Nunca seremos mais parecidos com o Senhor Jesus Cristo do que quando intercedemos por outros, porque é isso que Ele está fazendo nos céus hoje (Hb 7.24-25).

A igreja sempre precisou de intercessores porque Deus opera através da oração. Se nos fossem revelados os mecanismos que movem o mundo, veríamos a quantidade de coisas que acontecem em resposta às orações dos filhos de Deus. Ele afirma com clareza que não podemos realizar nada sem a oração, não importa quão bem sucedidos aparentemente sejamos. “Gostem ou não”, disse Spurgeon, “pedir é a regra do reino”.  

A oração é vital, não somente porque Deus a ordenou, mas também porque Ele estabeleceu que através dela Seu povo deveria crescer em fé e dependência a fim de que somente Deus receba a glória. Os verdadeiros servos de Deus dependem da oração e não se envergonham de admiti-lo; mas as celebridades falam de oração a fim de impressionar os seus seguidores. 

A oração não é o poder que move determinados ministérios; é meramente uma pequena parte do seu equipamento religioso.
Por que precisamos de intercessores? Porque grande parte do povo de Deus está fazendo hoje o que Israel fez nos dias de Moisés: adora um bezerro de ouro. Um bezerro de ouro, não literal. Adoram o “grande deus das riquezas”. Entre outros exemplos menciono que se quisermos que determinados e famosos “cantores cristãos” se apresentem em nossos eventos é preciso que assinemos um contrato e concordemos em pagar uma quantia, geralmente alta, em dinheiro.

Concordamos com Jesus em que é impossível servir a Deus  e às riquezas (Mt 6.24), e nem mesmo tentamos. Antes, adoramos as riquezas no lugar de Deus e agradecemos a Ele por no-las ter dado! O estilo de vida extravagante de alguns cristãos e líderes é copiado em menor escala em muitos lares e igrejas. Estamos tão acostumados a isso que nem mesmo notamos.

O povo de Israel fez sacrifício de modo que pudessem desfrutar o bezerro de ouro. Doaram suas riquezas e madrugaram para comer, beber e divertir-se (Ex 32.6). Tenho conhecimento de crentes que se queixam de dízimos e ofertas (se sentem roubados), mas não pensam duas vezes antes de gastar fortunas com “férias cristãs” ou na compra de coisas desnecessárias. Pessoas que acham difícil levantar-se cedo para ir a uma aula bíblica não tem dificuldade alguma em fazê-lo quando se trata de divertimento. As pessoas sacrificam-se por coisas que realmente gostam.

Do mesmo modo que a idolatria e a imoralidade do bezerro de ouro, a conivência de Arão nos desgosta. Ele tentou fugir da responsabilidade pelo incidente do bezerro de ouro, mas Moisés sabia que seu irmão era culpado. Arão pode ser comparado aos líderes religiosos que dão às pessoas o que eles desejam e não o que precisam, dirigentes que estão mais preocupados em agradar o povo do que agradar a Deus.

A cooperação de Arão com o povo deve ter feito dele o homem mais popular do arraial (Ex 32.1-6). Por isso, tendo examinado a necessidade de haver intercessores, vemos em Moisés um exemplo do tipo de intercessores de que precisamos hoje!