PRECISAMOS
DE INTERCESSORES COMO MOISÉS
A
atual crise de integridade que oprime a igreja nos leva a reconhecer que é
preciso haver intercessores que se apeguem a Deus e reivindiquem as suas
bênçãos sobre ela. Uma das maiores necessidades da igreja é a oração
intercessora. Precisamos de intercessores como Moisés!
Geralmente
pensamos em Moisés como libertador e legislador, mas nos esquecemos de que ele
também foi um grande guerreiro da oração. De fato, Moisés exemplifica bem o que
é interceder em favor dos que pecaram. Encontramos esse exemplo nos capítulos
32 e 33 de Êxodo.
Moisés
estivera a sós com Deus no monte Sinai, recebendo a lei que entregaria ao povo.
Mas se ausentou por um período demasiadamente longo e Israel se inquietou, como
ovelhas sem pastor. O povo de Deus tinha (e ainda tem) dificuldade em esperar e
andar pela fé. Eles pediram a Arão que fizesse alguma coisa, de modo que ele
fez um bezerro de ouro para representar Deus; e com grande alegria o povo
declarou feriado. Finalmente algo estimulante estava acontecendo! Havia algo
que podiam ver e fazer!
É
claro, Deus viu tudo aquilo e avisou a seu servo Moisés: “Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se
corrompeu” (Ex 32.7). Parecia o fim da nação, mas Moisés orou e Deus desviou
a sua ira. Quando Moisés chegou ao arraial, viu o povo numa orgia religiosa,
dançando ao redor do bezerro de ouro e supostamente adorando ao Deus Jeová. Num
ímpeto de ira sagrada, Moisés quebrou as duas tabuas de pedra, destruiu o
bezerro e julgou o povo. Subiu depois ao monte Sinai e mais uma vez intercedeu
por ele. O resultado foi que Deus puniu os infratores, poupou a nação e
concordou em ir com Israel na sua jornada, tudo porque Moisés orou.
Vamos
entender o que esse acontecimento significa para a igreja de hoje.
Interceder significa “implorar a alguém um
benefício em favor de outra pessoa”. No vocabulário cristão, significa fazer
súplicas a Deus em favor dos seus filhos necessitados. Nunca seremos mais
parecidos com o Senhor Jesus Cristo do que quando intercedemos por outros,
porque é isso que Ele está fazendo nos céus hoje (Hb 7.24-25).
A
igreja sempre precisou de intercessores porque Deus opera através da oração. Se
nos fossem revelados os mecanismos que movem o mundo, veríamos a quantidade de
coisas que acontecem em resposta às orações dos filhos de Deus. Ele afirma com
clareza que não podemos realizar nada sem a oração, não importa quão bem
sucedidos aparentemente sejamos. “Gostem ou não”, disse Spurgeon, “pedir é a
regra do reino”.
A
oração é vital, não somente porque Deus a ordenou, mas também porque Ele
estabeleceu que através dela Seu povo deveria crescer em fé e dependência a fim
de que somente Deus receba a glória. Os verdadeiros servos de Deus dependem da
oração e não se envergonham de admiti-lo; mas as celebridades falam de oração a
fim de impressionar os seus seguidores.
A oração não é o poder que move
determinados ministérios; é meramente uma pequena parte do seu equipamento
religioso.
Por
que precisamos de intercessores? Porque grande parte do povo de Deus está
fazendo hoje o que Israel fez nos dias de Moisés: adora um bezerro de ouro. Um
bezerro de ouro, não literal. Adoram o “grande deus das riquezas”. Entre outros
exemplos menciono que se quisermos que determinados e famosos “cantores
cristãos” se apresentem em nossos eventos é preciso que assinemos um contrato e
concordemos em pagar uma quantia, geralmente alta, em dinheiro.
Concordamos
com Jesus em que é impossível servir a Deus e às riquezas (Mt 6.24), e nem mesmo tentamos.
Antes, adoramos as riquezas no lugar de
Deus e agradecemos a Ele por no-las ter dado! O estilo de vida extravagante
de alguns cristãos e líderes é copiado em menor escala em muitos lares e
igrejas. Estamos tão acostumados a isso que nem mesmo notamos.
O
povo de Israel fez sacrifício de modo que pudessem desfrutar o bezerro de ouro.
Doaram suas riquezas e madrugaram para comer, beber e divertir-se (Ex 32.6).
Tenho conhecimento de crentes que se queixam de dízimos e ofertas (se sentem roubados),
mas não pensam duas vezes antes de gastar fortunas com “férias cristãs” ou na
compra de coisas desnecessárias. Pessoas que acham difícil levantar-se cedo
para ir a uma aula bíblica não tem dificuldade alguma em fazê-lo quando se
trata de divertimento. As pessoas sacrificam-se por coisas que realmente
gostam.
Do
mesmo modo que a idolatria e a imoralidade do bezerro de ouro, a conivência de
Arão nos desgosta. Ele tentou fugir da responsabilidade pelo incidente do
bezerro de ouro, mas Moisés sabia que seu irmão era culpado. Arão pode ser
comparado aos líderes religiosos que dão às pessoas o que eles desejam e não o
que precisam, dirigentes que estão mais preocupados em agradar o povo do que agradar
a Deus.
A
cooperação de Arão com o povo deve ter feito dele o homem mais popular do
arraial (Ex 32.1-6). Por isso, tendo examinado a necessidade de haver
intercessores, vemos em Moisés um exemplo do tipo de intercessores de que
precisamos hoje!
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