FORTES
LIGAÇÕES
Uma fé sadia baseia-se em
relacionamentos
“Consideremo-nos também uns aos
outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de
congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto
mais quando vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.24, 25).
“Juntos” é uma palavra chave na
vida cristã. O Novo Testamento deixa claro que os relacionamentos ocupam um
lugar de destaque na Igreja. Isso significa que a fé sadia é centrada nos
relacionamentos, não nas atividades ou nas tarefas. Ela valoriza o indivíduo
por aquilo que ele é como filho de Deus, não tomando por base aquilo que a
pessoa pode fazer ou com que pode contribuir.
A piedade depende de uma
crescente caminhada com um Deus pessoal, não da aceitação de determinados
códigos de conduta. A fé sadia tem em mente a instrução dos apóstolos:
“Nós sabemos que já passamos da morte para a
vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1
Jo 3.14).
Deus nos tem mostrado que
quanto mais o amarmos, mais buscaremos os outros e manifestaremos seu amor em
nossos relacionamentos. Não ficaremos focados apenas na obediência aos
mandamentos da Palavra, mas também em desenvolver intimidade com os outros.
Compartilhar a fé e amar os outros desenvolve o relacionamento de uma pessoa
com Deus.
Cristãos orientados ao
desempenho concentram-se naquilo que fazem em nome de Deus e naquilo que
consideram recompensa imediata enviada pelo Senhor, em vez de colocarem sua
confiança em Deus. Dessa forma eles terminam confiando totalmente em suas
próprias habilidades para encontrar o favor divino.
Seu desempenho torna-se tudo, e
eles se cercam de pessoas que estejam dispostas a dizer que o seu desempenho é
excepcional. O desempenho é o que determina o valor da pessoa, mas a cada dia
terá que lutar para obter seu senso de valor pessoal.
O Novo Testamento acaba com
todos esses padrões de desempenho, assim como leves brisas conseguem dissipar
fumaças tóxicas. Jesus rejeitou claramente esse padrão na vida daqueles a quem
chamou para segui-lo. Em Mateus 18 lemos que:
“Jesus, chamando uma criança,
colocou-a no meio deles, E disse: Em verdade vos digo que, se não vos
converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no
reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o
maior no reino dos céus” (vs.
2-4).
O que uma criança pode fazer
senão correr para os braços abertos de Deus? O que um menino ou menina pode
fazer senão aceitar a graça, o amor, a força e a ajuda de Deus de coração
aberto? Nada além disso. E Deus não requer nada além disso.
Numa igreja sadia os
relacionamentos crescem e florescem quando as pessoas estão concentradas no
relacionamento número 1, que é sua relação com Deus. Não creio que alguém seja
capaz de construir um relacionamento autêntico com alguém a não ser que,
primeiramente, tenha construído um relacionamento com Deus. A maneira como nos
relacionamos com os outros normalmente espelha a forma como nos relacionamos
com Deus,
Se realmente amarmos a Deus,
cultivaremos uma caminhada interior e pessoal com ele. Gastaremos tempo com ele
todos os dias. Vamos experimentá-lo diariamente no estudo bíblico, na oração e
na adoração. E se não pudermos fazer disso uma prioridade, também não
consideraremos prioritários os outros relacionamentos em nossa vida.
Muitas pessoas insistem que sua
fé e sua caminhada com Deus são coisas particulares, que elas não precisam
discuti-las com ninguém. Embora nosso relacionamento com Jesus possa ser íntimo
e profundamente pessoal, esse assunto é qualquer coisa, menos particular! Vejo
por todo o Novo Testamento passagens que nos levam a relacionamentos abertos. O
Novo Testamento não fala nada sobre o cristianismo do soldado solitário.
Tiago nos instrui claramente: “Confessai,
pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes
curados” (Tg 5.16). A confissão é uma ponte, algo que fortalece uma
relação e abre as câmaras da vergonha que escurecem a alma de uma pessoa, de
modo que ela possa experimentar uma medida maior de liberdade em Cristo.
A confissão a Cristo derruba a
parede da culpa que se ergue cada vez que agimos irresponsavelmente. Também põe
abaixo a parede de culpa que foi levantada entre nós e outros cristãos. Nosso
orgulho amplia essa parede, mas quando humildemente confessamos uns aos outros,
ela cai por terra, permitindo que a intimidade seja restaurada.
A fé do Novo Testamento não é meditação particular que repousa em algum canto de nossa mente. É uma certeza feliz – uma realidade sobre a qual se deve falar na presença de ouvidos atentos.
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