quarta-feira, 14 de maio de 2014

                                         FORTES LIGAÇÕES
                    
                    Uma fé sadia baseia-se em relacionamentos

“Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quando vedes que o Dia se aproxima” (Hebreus 10.24, 25).

“Juntos” é uma palavra chave na vida cristã. O Novo Testamento deixa claro que os relacionamentos ocupam um lugar de destaque na Igreja. Isso significa que a fé sadia é centrada nos relacionamentos, não nas atividades ou nas tarefas. Ela valoriza o indivíduo por aquilo que ele é como filho de Deus, não tomando por base aquilo que a pessoa pode fazer ou com que pode contribuir.

A piedade depende de uma crescente caminhada com um Deus pessoal, não da aceitação de determinados códigos de conduta. A fé sadia tem em mente a instrução dos apóstolos:

 “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte” (1 Jo 3.14).

Deus nos tem mostrado que quanto mais o amarmos, mais buscaremos os outros e manifestaremos seu amor em nossos relacionamentos. Não ficaremos focados apenas na obediência aos mandamentos da Palavra, mas também em desenvolver intimidade com os outros. Compartilhar a fé e amar os outros desenvolve o relacionamento de uma pessoa com Deus.

Cristãos orientados ao desempenho concentram-se naquilo que fazem em nome de Deus e naquilo que consideram recompensa imediata enviada pelo Senhor, em vez de colocarem sua confiança em Deus. Dessa forma eles terminam confiando totalmente em suas próprias habilidades para encontrar o favor divino.

Seu desempenho torna-se tudo, e eles se cercam de pessoas que estejam dispostas a dizer que o seu desempenho é excepcional. O desempenho é o que determina o valor da pessoa, mas a cada dia terá que lutar para obter seu senso de valor pessoal.

O Novo Testamento acaba com todos esses padrões de desempenho, assim como leves brisas conseguem dissipar fumaças tóxicas. Jesus rejeitou claramente esse padrão na vida daqueles a quem chamou para segui-lo. Em Mateus 18 lemos que:

“Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles, E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (vs. 2-4).

O que uma criança pode fazer senão correr para os braços abertos de Deus? O que um menino ou menina pode fazer senão aceitar a graça, o amor, a força e a ajuda de Deus de coração aberto? Nada além disso. E Deus não requer nada além disso.

Numa igreja sadia os relacionamentos crescem e florescem quando as pessoas estão concentradas no relacionamento número 1, que é sua relação com Deus. Não creio que alguém seja capaz de construir um relacionamento autêntico com alguém a não ser que, primeiramente, tenha construído um relacionamento com Deus. A maneira como nos relacionamos com os outros normalmente espelha a forma como nos relacionamos com Deus,

Se realmente amarmos a Deus, cultivaremos uma caminhada interior e pessoal com ele. Gastaremos tempo com ele todos os dias. Vamos experimentá-lo diariamente no estudo bíblico, na oração e na adoração. E se não pudermos fazer disso uma prioridade, também não consideraremos prioritários os outros relacionamentos em nossa vida.

Muitas pessoas insistem que sua fé e sua caminhada com Deus são coisas particulares, que elas não precisam discuti-las com ninguém. Embora nosso relacionamento com Jesus possa ser íntimo e profundamente pessoal, esse assunto é qualquer coisa, menos particular! Vejo por todo o Novo Testamento passagens que nos levam a relacionamentos abertos. O Novo Testamento não fala nada sobre o cristianismo do soldado solitário.   

Tiago nos instrui claramente: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados” (Tg 5.16). A confissão é uma ponte, algo que fortalece uma relação e abre as câmaras da vergonha que escurecem a alma de uma pessoa, de modo que ela possa experimentar uma medida maior de liberdade em Cristo.

A confissão a Cristo derruba a parede da culpa que se ergue cada vez que agimos irresponsavelmente. Também põe abaixo a parede de culpa que foi levantada entre nós e outros cristãos. Nosso orgulho amplia essa parede, mas quando humildemente confessamos uns aos outros, ela cai por terra, permitindo que a intimidade seja restaurada.   

A fé do Novo Testamento não é meditação particular que repousa em algum canto de nossa mente. É uma certeza feliz – uma realidade sobre a qual se deve falar na presença de ouvidos atentos.

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