A SALVAÇÃO É ETERNA
No
mundo nada sabemos sobre graça e dom. Tudo o que sabemos é barganhar. O dia
todo, nossa mente está ocupada com o quanto devemos trabalhar e com o quanto receberemos
por nosso trabalho. Achamos que para ganhar algo, temos de trabalhar para isso.
Essa é a nossa vida. Durante anos, temos barganhado nossa vida, nosso tempo e
nossa energia. Achamos que se alguém deve pagar determinada quantia, ele
primeiramente precisa ter recebido essa mesma quantia. Se alguém recebeu
determinada quantia, então deve oferecer certas coisas em troca. Nossa vida é
uma vida de barganha.
Por
vivermos dessa maneira, também pensamos que a graça de Deus e a vida eterna, no
que tange a nossa pessoa, estão enquadradas no mesmo princípio de barganha. Quando
ouvimos o evangelho e descobrimos que a salvação é gratuita, ficamos perplexos.
Muitas pessoas ainda não foram libertadas do conceito de que a graça de Deus é
um “empréstimo” para nós. Eles pensam que se não agirem bem, Deus irá pedir de
volta a salvação que deu.
O
ponto de partida do Cristão é a Palavra de Deus. Como mestres da Bíblia,
podemos apenas ser responsáveis por ensinar o que a Bíblia diz. Não podemos ser
responsáveis por ensinar o que a Bíblia deveria dizer. Não temos essa
autoridade. É verdade que alguns cristãos adotam uma postura diferente em
relação à doutrina da salvação. Somente podemos julgá-los pela verdade da
Bíblia. Podemos somente provar que estão errados pela verdade da Bíblia.
Muitos
líderes cristãos crêem que o ensinamento de que a salvação é eterna, ou seja,
não podemos perdê-la, pode tornar uma pessoa irresponsável, displicente e pouco
vigilante. Porém, somente os que não entendem a salvação de Deus podem dizer
que um homem será irresponsável e displicente porque sabe que é eternamente
salvo.
Tais
pessoas ignoram e desconhecem o caminho da salvação de Deus. Eles não sabem
como Deus os salvou. Deus não nos ameaçou de irmos para o inferno a fim de
crermos em Jesus. Ele não “empurra” as pessoas para o céu. O homem pensa que se
não se arrepender dos seus pecados, não mudar um pouco e não fizer obras
louváveis, ele não poderá ser salvo. Por pensar assim, pessoas continuam a
procurar caminhos para serem salvos. É essa a maneira de Deus salvar-nos? Será
que Deus ameaça as pessoas com o tribunal de julgamento e com Sua ira,
forçando-nos a fazer várias coisas, e mantendo em suspense quem não sabe como
será o seu futuro?
Os
que não conhecem Deus irão dizer que essa é uma boa maneira de fazer com que o
coração do homem entre em pânico, trema e fique em suspense, sem saber o que
virá depois. Mas os que entendem a salvação de Deus sabem que isso é uma ameaça
maligna do inferno. Essas não são as boas novas. Deus disse que o julgamento
está consumado. O problema do pecado está solucionado. A maneira da salvação de
Deus não é deixar-nos em suspense ou
amedrontar-nos para que O busquemos. Ele nunca coagiu-nos à santidade, justiça
e santificação. Ele disse que tudo está preparado. Os Seus servos disseram:
“tudo já está preparado” (Lucas 14.17); Deus preparou tudo, agora Ele está
oferecendo essa graça a todos.
No entanto, muitos pregadores acham que o homem
precisa ser amedrontado até tornar-se bom. Por favor, lembre-se de que um homem
pode até desmaiar de medo, mas jamais pode tornar-se bom pelo medo. Tais
pessoas mencionadas acima desconhecem não somente a maneira da salvação de
Deus, como também o conteúdo dessa salvação.
Que é a salvação? Não é simplesmente
Deus resolver nosso problema de pecado por meio de Seu Filho. A salvação não
somente faz com que nossos pecados sejam perdoados, como também nos dá vida
eterna. A salvação de Deus justifica-nos e também nos dá o Filho de Deus,
colocando-O dentro de nós. A salvação não somente faz com que não sejamos
condenados por Deus, mas coloca o Espírito Santo dentro de nós. Não somente nos
capacita a, futuramente, viver para sempre, mas transmite-nos, hoje, a natureza
de Deus. Esse é o conteúdo da salvação. A salvação de Deus acrescenta-nos algo
novo.
Pessoas
como as mencionadas acima não conhecem o resultado da salvação de Deus. Para os
que foram salvos por Deus, existe certamente uma conseqüência, um resultado e
um fim. Depois que um homem é salvo, pode, então, transgredir a lei somente
porque agora está justificado em Cristo? Pode agora livremente transgredir os
Dez Mandamentos do começo ao fim? Pode agora fazer tudo o que quer? Por favor,
leia as palavras de Paulo aos filipenses:
“Quanto
ao zelo, perseguidor da igreja, quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.
Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim,
deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de
Cristo Jesus meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero
como refugo para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tenho justiça própria,
que procede da lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que
procede de Deus, baseada na fé” (Fp 3.6-9).
Paulo tinha justiça pela fé em
Cristo. Ele recebeu justiça pela fé em Deus e não pelas obras da lei. Estava
ele, então, livre para fazer qualquer coisa, ser irresponsável e negligente
simplesmente por causa disso? Por causa de Cristo, ele sofreu a perda de todas
as coisas e as considerava como refugo. Portanto, em todo cristão regenerado,
maduro ou imaturo, existe um desejo de santidade, um amor de Deus e um coração
de agradar a Cristo. Não sei porque é desse modo. Somente sei que esse é o
resultado da salvação de Deus.