O GOVERNO DA IGREJA
Se
pretendemos, como cristãos, prosseguir com o Senhor e cooperar com o
cumprimento de Sua vontade eterna, precisamos não somente saber, mas ver a
autoridade suprema de Deus e reconhecer as autoridades estabelecidas por Ele.
A Bíblia nos fornece exemplos
marcantes de obediência e desobediência a Deus. Portanto, firmados nestes
exemplos, é que vamos tentar aprofundar o nosso entendimento sobre a questão do
governo da Igreja, a fim de recebermos mais visão sobre o estabelecimento do
governo divino da terra.
A AUTORIDADE
Deus é
a autoridade máxima do universo. Por ser o Criador do universo e de tudo o que
nele há, cada item ou criatura deve estar sujeito a Ele. Ao observarmos ou ao
considerarmos o universo, percebemos que há uma ordem reinante. Tomemos como
exemplo o sistema solar: entre tantos planetas, satélites e estrelas, com
diferentes órbitas cruzando o espaço, há um equilíbrio tal que não permite que
nenhum deles entre em choque e possa desencadear uma destruição.
Essa ordem existe porque há uma autoridade
que a estabeleceu e que a sustenta. Sabemos disso pela revelação de Deus: “Nestes últimos dias nos falou pelo Filho a
quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.
Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando
todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação
dos pecados, assentou-se à direita da Majestade nas alturas” (Hb 1.2-3).
O planeta terra é um entre
todos os planetas criados por Deus e essa é a nossa “casa” pela qual temos
responsabilidade. Digo isso porque a Bíblia diz que no sexto dia da criação, a
Trindade decidiu criar o homem a fim de delegar ao mesmo a Sua autoridade:
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;
tenha ele domínio sobre os peixes do
mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e
sobre todos os répteis que rastejam pela terra”... (Gn 1.26-28).
Vimos que, após criar o ser humano, Deus
delegou-lhe autoridade sobre toda a criação. Dentro do homem há o espírito
humano, um órgão criado para receber e conter o próprio Deus, como tão bem nos
ensina o Novo Testamento (Jo 3.5-7, 20.22; Rm 8.9-16). Desta forma, habitando
dentro do homem, Deus poderia exercer Sua autoridade por intermédio dele.
Assim
que Adão e Eva foram criados, Deus colocou-os no jardim do Éden, e responsabilizou-os
a guardar e cultivar esse jardim. Cultivar significa promover o crescimento da
vida, ou seja, regar, podar, afofar a terra; enfim, cultivar é incentivar o
desenvolvimento da vida.
Guardar é proteger, preservar a vida. Havia muitos
fatores externos que eram negativos e poderiam prejudicar o crescimento e por
isso deviam ser impedidos de entrar no jardim. Isso é uma questão de
autoridade.
O princípio da autoridade foi estabelecido
desde a criação do homem e a carta aos Romanos 13.1-3 nos revela que devemos
estar sujeitos às autoridades: “Todo
homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que
não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De
modo que aquele que se opõe à autoridade, resiste à ordenação de Deus; e os que
resistem trarão sobre si mesmos condenação...” Portanto, devemos
sujeitar-nos às autoridades.
Por exemplo: O governante ordena que se pague
impostos e devemos fazê-lo quer simpatizemos ou não com o presidente, governo
etc.
A
Autoridade de Deus na Igreja
Na Igreja também vemos a autoridade de Deus. A Igreja não é um prédio ou um templo,
mas ela é composta pelas pessoas redimidas por Deus e regeneradas pelo Espírito
Santo. E dentre os santos desta Igreja, Deus delega a Sua autoridade a algumas
pessoas para administrá-la.
Tais pessoas estabelecidas como autoridade são os
bispos e diáconos: “Atendei por vós e
por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
pastoreardes a igreja de Deus, a qual Ele comprou com seu próprio sangue” (At
20.28).
Ser bispo significa exercer a função de supervisionar o rebanho de Deus
atentando para as necessidades de todos os santos, dispensando-lhes o
suprimento necessário para o crescimento de todos.
Como a autoridade maior em cada igreja está
com os pastores (bispos), todos nós devemos aprender a nos sujeitar a eles,
cientes de que são autoridades delegadas pelo próprio Deus. Em I
Tessalonicenses 5.12 diz: “Agora vos
rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós, e os que
vos presidem no Senhor e vos admoestam”.
Paulo diz em sua primeira carta a
Timóteo 5.17: “Devem ser considerados
merecedores dobrados honorários os presbíteros (bispos) que presidem bem, com
especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino”. Devemos respeitar
as autoridades instituídas por Deus na igreja e isso nos guardará de tropeços.
Vemos hoje uma crise de autoridade nas
igrejas. Membros rebeldes que se recusam a
submeter-se à autoridade pastoral e que
se levantam contra essas autoridades sem o mínimo temor. Não devemos ignorar as
palavras de advertência do apóstolo que diz: “Especialmente aqueles que, segundo a carne, andam em imundas paixões e
menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar
autoridades superiores...” (II Pe 2.10-11).
Tais pessoas se identificam com
Satanás, o rebelde, o que menosprezava a autoridade superior; o qual já teve
muita autoridade, conferida a ele por Deus, mas por cobiçar, por ambicionar ser
como Deus, ele rebelou-se contra o Senhor, por isso, foi julgado e destituído
de sua posição.
Nessas poucas passagens da Bíblia
conseguimos ver, resumidamente, a questão da autoridade. No mundo vemos as
autoridades designadas por Deus: governo, família, e o quanto é importante a
submissão a tais instituições. Na igreja, a casa de Deus, há autoridade
delegada aos bispos (pastores) e honrar esta autoridade preserva a unidade do
povo de Deus e cumpre Seu propósito eterno.
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