segunda-feira, 17 de junho de 2013


A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA CERTA

Seria impossível exagerar na ênfase à importância da doutrina certa na vida do cristão. Pensar corretamente acerca de todas as questões espirituais é imperativo, se pretendemos viver corretamente. Como os homens não colhem uvas dos espinheiros, nem figos dos abrolhos, assim o bom caráter não se desenvolve do ensino errôneo.

A palavra doutrina significa simplesmente crenças sustentadas e ensinadas. A tarefa sagrada de todos os cristãos, tanto como crentes quanto como mestres de crenças religiosas, consiste em assegurar-se de que estas crenças correspondem exatamente à verdade. Uma perfeita harmonia entre as crenças e os fatos constitui a legitimidade da doutrina. Não podemos permitir-nos menos que isso.

Os apóstolos não somente ensinavam a verdade, mas também pelejavam por sua pureza contra toda e qualquer pessoa que a corrompesse. As epístolas paulinas resistem a todos os esforços dos falsos mestres para introduzirem excentricidades doutrinárias. As epístolas de João apresentam uma contundente condenação dos mestres que importunavam a igreja negando a encarnação e lançando dúvidas sobre a doutrina da Trindade; e Judas, em sua breve mas poderosa epístola, manifestou seu total desprezo aos maus mestres que queriam desviar os santos.

Cada geração de cristãos deve examinar suas crenças, pois ainda que a verdade seja imutável, as mentes dos homens são vasos porosos dos quais a verdade pode escoar-se e nas quais o erro pode infiltrar-se, diluindo a verdade que contêm. O coração humano é herético por natureza, e corre para o erro com a mesma naturalidade com que um jardim vira mato.

O jardim negligenciado logo será dominado pelas ervas daninhas; o coração que deixa de cultivar a verdade e de arrancar o erro, em pouco tempo será um deserto teológico; a igreja ou denominação que cresce descuidada no caminho da verdade, não demorará a ver-se perdida e atolada em alguma areia movediça da qual não há como fugir.

Quando as Sagradas Escrituras são rejeitadas como a autoridade final quanto à crença religiosa, alguma coisa será encontrada para tomar-lhe o lugar. Historicamente essa “alguma coisa” será a razão ou o sentimento; e se for o sentimento, o humanismo prevaleceu. Às vezes houve uma mistura dos dois, como se pode ver atualmente nas igrejas evangélicas.

Estas não renunciam inteiramente à Bíblia e tampouco creem nela completamente; o resultado é um obscuro corpo de crenças que lembra mais um nevoeiro, corpo nebuloso em que qualquer coisa pode ser verdadeira, mas não se deve confiar em alguma coisa como certamente verdadeira. De algumas fontes anteriormente inatacáveis estão vindo agora vagos pronunciamentos que consistem de uma mistura de Escritura, ciência e sentimento humano que não faz jus a nenhum dos seus ingredientes, porque cada qual se presta para anular os outros.

Alguns mestres conservadores estão reconsiderando o evolucionismo e reavaliando várias doutrinas bíblicas, ou até mesmo a inspiração divina. Pouco a pouco os cristãos conservadores estão sofrendo uma lavagem cerebral. A prova disso é que grupos cada vez maiores de cristãos vão ficando com vergonha de serem achados ao lado da verdade. Eles dizem que creem, mas as suas crenças foram diluídas a tal ponto que é impossível defini-las claramente.

As crenças bem definidas sempre foram acompanhadas de energia moral. Os grandes santos sempre foram dogmáticos. Precisamos voltar agora mesmo a um pacífico dogmatismo, capaz de sorrir ao mesmo tempo que se mantém inflexível e firme na Palavra de Deus que vive e permanece para sempre.  

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