O GRANDE DESAFIO DESTE SÉCULO
Vista da perspectiva da
eternidade, a maior necessidade da época atual pode ser perfeitamente a de que
a Igreja seja tirada do seu longo cativeiro babilônico e que o nome de Deus
seja nela glorificado, como no passado.
Não devemos, porém, pensar na Igreja
como um corpo anônimo ou uma abstração mística. Nós cristãos somos a Igreja, e
aquilo que fazemos é o que a Igreja está fazendo. A questão é, portanto,
pessoal, para cada um de nós. Qualquer avanço na Igreja terá de partir do
indivíduo.
O que nós, crentes comuns,
poderemos fazer para trazer de volta a glória que se foi? Há algum segredo que
possamos aprender? Há alguma fórmula para um avivamento pessoal que possa ser
aplicada à presente situação, à nossa situação? A resposta é SIM.
O segredo já está desvendado, o
crente pode sabê-lo facilmente. É simplesmente o antigo e sempre novo conselho:
Conheça a Deus. Para recuperar o tempo
perdido, a Igreja precisa ver o céu aberto e ter uma visão transformadora de
Deus.
Mas o Deus que devemos ver não
é o “deus” utilitário, tão popular hoje, cujo principal atrativo é sua
capacidade de fazer com que os homens sejam bem-sucedidos em suas diversas
ocupações, e por essa razão está sendo adulado e lisonjeado por todo aquele que
deseja um favor.
Temos de aprender a conhecer o
Deus que é Majestade nos céus, Pai onipotente, Criador do céu e de terra, o
único Deus sábio, nosso Salvador. É Ele que se assenta sobre o círculo da
terra, que estende os céus como uma cortina e os desdobra como uma tenda para
Sua habitação; que chama as hostes de estrelas pelos seus nomes, pela grandeza
de Seu poder; que vê as obras do homem como vaidade; que não se fia nos
príncipes e não busca nos reis o conselho.
Não se pode ter conhecimento de
tal Ser apenas pelo estudo. Este conhecimento vem por uma sabedoria
desconhecida do homem natural, pois é espiritualmente que se discerne. Conhecer
a Deus é, a um tempo, a coisa mais fácil e a mais difícil sobre a terra. É
fácil porque o conhecimento do Deus santo é um dom gratuito dado aos homens
prontos para recebê-lo. Mas, tal conhecimento é difícil porque existem condições
a serem satisfeitas e a natureza obstinada do homem não as aceita com
facilidade.
A primeira condição é que
abandonemos o pecado. A crença num Deus santo que não pode ser conhecido pelos
homens perversos não é novidade para a religião cristã. As palavras de Jesus confirmam
este critério: “Bem-aventurados os limpos
de coração, porque verão a Deus”.
Em segundo lugar, devemos
reconhecer que morremos para o pecado e estamos vivos para Deus em Cristo Jesus;
Seguindo-se a isso uma completa abertura da nossa personalidade, tornando-nos
receptivos à entrada do Espírito Santo. Teremos então de praticar a
autodisciplina que o andar no espírito requer, e mortificar a concupiscência da
carne.
Talvez tenhamos também de nos
separar do textualismo sem vida que prevalece entre as igrejas evangélicas, e
protestar contra o caráter frívolo de muitas coisas que passam por cristianismo
entre nós. Com isso talvez percamos amigos e ganhemos uma reputação de sermos
“santinhos”; mas, homem algum que estivesse preocupado com as opiniões dos
outros seria digno do Reino de Deus.
Devemos manter a majestade de
Deus em pleno destaque em todos os nossos cultos públicos. Não só as nossas
orações particulares devem louvar a Deus, mas o nosso testemunho, o nosso
cântico, a nossa pregação e aquilo que escrevemos deverá centralizar-se na Pessoa
do nosso santo Senhor; exaltando continuamente a grandeza da Sua dignidade e
poder.
Há um homem glorificado à destra da Majestade nos céus,
representando-nos fielmente ali. E nós, que permanecemos por um tempo entre os
homens, devemos ter o cuidado de representá-lo fielmente aqui.
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