segunda-feira, 25 de junho de 2012


O QUE SIGNIFICA ACEITAR CRISTO

Poucas coisas, felizmente poucas, são assuntos de vida ou morte, tal como uma bússola para uma viagem marítima ou um guia para uma viagem através do deserto. Ignorar coisas assim vitais não é só lançar sortes ou correr risco, mas é puro suicídio; ou seja, estar certo ou estar morto.

Nosso relacionamento com Cristo é uma questão de vida ou morte, e num plano muito superior. O homem que conhece a Bíblia sabe que Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores e que os homens são salvos apenas por Ele sem qualquer influência por parte de quaisquer obras meritórias que o homem possa praticar.

Para a pergunta: “O que devo fazer para ser salvo?” devemos aprender a resposta correta. Falhar nesse ponto não envolve apenas arriscar nossas almas, mas garantir o exílio eterno da face de Deus. É aqui que devemos estar certos ou nos perderemos para sempre.

Os cristãos evangélicos fornecem três respostas a esta pergunta: “Creia no Senhor Jesus Cristo”, “Receba Cristo como seu Salvador pessoal” e “Aceite Cristo”. Duas destas respostas são extraídas quase literalmente das Escrituras: 

“Responderam eles: Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e tua casa” (At 16:36) e “Mas a todos os que o receberam, àqueles que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1:12). 

Enquanto a terceira é uma espécie de paráfrase, resumindo as outras duas. Não se trata então de três, mas de uma só.

Por sermos espiritualmente preguiçosos, tendemos a reproduzir o que ouvimos de outros por ser mais fácil. Dessa forma damos continuidade a algo sobre o qual não meditamos de forma profunda e esclarecedora. Assim sendo, a fórmula “Aceite Cristo” tornou-se uma panacéia de aplicação universal, a qual tem sido fatal para muitos.

A dificuldade está em que a atitude “aceite Cristo” é provavelmente errada. Ela mostra Cristo suplicando a nós, em lugar de nós suplicarmos a Ele. Ela faz com que Jesus fique de pé aguardando o veredicto a respeito d’Ele, em vez de nos ajoelharmos com os corações contritos esperando que Ele nos julgue. 

Esta fórmula equivocada pode permitir que pessoas aceitem Cristo mediante um impulso emocional ou mental, sem qualquer dor, sem prejuízo do seu ego, e sem que tenha de mudar os inconvenientes de sua vida normal, ou seja: Tudo pode continuar como sempre esteve.

Para essa maneira ineficaz de tratar de um assunto vital, podemos imaginar alguns paralelos; como se, por exemplo, Israel tivesse “aceito” no Egito o sangue da páscoa, mas continuasse vivendo em cativeiro, ou o filho pródigo “aceitasse” o perdão do pai e continuasse entre os porcos no país distante. 

Não fica claro que se aceitar Cristo deve significar algo. É preciso que haja uma ação moral em harmonia com essa atitude?
Entendemos que “aceitar Cristo” deve representar um esforço sincero por parte do pecador. Vejamos então o que queremos ou devemos indicar ao fazermos uso desta frase. Aceitar Cristo é dar ensejo a uma ligação com a Pessoa de nosso Senhor Jesus. Essa é uma experiência única na vida de qualquer pessoa.

Espera-se que, naquele momento, o crente esteja intelectualmente convencido de que Jesus é tanto Senhor como Cristo; ele decidiu segui-lo a qualquer custo e seu coração está regozijando pela singular doçura de sua companhia. O verdadeiro crente confessa Cristo como o seu Tudo em Todos sem reservas.

Ele crê no Senhor Jesus Cristo, o Cristo abrangente, sem modificação ou reserva, e recebe com alegria tudo o que Ele fez na sua obra de redenção, tudo o que está fazendo agora no céu a favor dos seus, e tudo o que opera neles e através deles.

Aceitar Cristo é conhecer o significado das palavras: “pois segundo Ele é, nós somos neste mundo” (1 Jo 4:17). Nós aceitamos os amigos dele como nossos, seus inimigos como inimigos nossos, seus caminhos como os nossos, sua rejeição como a nossa rejeição, sua cruz como a nossa cruz, sua vida como a nossa vida e seu futuro como o nosso futuro.

Se é isso que queremos dizer quando aconselhamos alguém a aceitar Cristo, será melhor explicar isso ao ouvinte, pois é possível que se envolva em profundas dificuldade espirituais caso não entenda claramente o assunto.
    

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