quinta-feira, 30 de agosto de 2012

PRESERVANDO A SANTIDADE E A FIDELIDADE


Estudo sobre os pré-requisitos da Igreja Vencedora.
Leitura bíblica: Números  5.1-4

I.                   Preservando a santidade
Depois de formado o exército, depois de preparados os que estavam no serviço do tabernáculo e de tudo ter sido arranjado adequadamente, havia a necessidade de resolver algumas questões antes que o exército se pusesse em marcha. Os leprosos, os que padeciam fluxo e os que foram contaminados por algum cadáver deviam ser lançados para fora do arraial. Esses três tipos de pessoas eram imundas.

A.    Lançando os Imundos Fora do Arraial

O santuário de Deus é santo. Por isso, tanto o Seu exército como os que servem (os levitas) devem também ser santos. O que é imundo em nosso meio deve ser posto “fora do arraial”. Não podemos permitir aos imundos participar do serviço nem do exército.
Se o imundo participa do serviço, o serviço se torna imundo e apresentará problemas. Se fizer parte do exército, este não poderá vencer as batalhas. Portanto, devemos limpar toda imundícia da vida corporativa do exército, removendo os que estão contaminados. Eles não devem habitar no meio dos filhos de Israel nem fazer parte do exército ou participar do serviço.

No serviço levítico vemos quão santo era o tabernáculo: nem mesmo os levitas podiam olhar para os móveis, e os sacerdotes em geral não podiam ver a arca. Esse era um lugar santo; a lepra, os fluxos e a morte não podiam contaminar o tabernáculo. Tampouco podemos permitir que tais coisas existam na vida corporativa do “exército”.
Como pode um leproso sair à guerra? Como pode alguém com fluxo lutar pelo interesse de Deus? Tais pessoas, segundo Deus, não podem sair à guerra, pois certamente serão derrotadas. Todos os imundos, por mais cruel que isso possa nos parecer, tinham de ser lançados fora do arraial. O arraial era a habitação do Senhor naquela época e corresponde à igreja hoje.

Assim, ser lançado fora do arraial significa ser lançado fora da igreja. Deus é santo, e Ele requer que Sua habitação seja santa, e que nós também sejamos santos.

B.    Tratando Toda a Imundícia

De acordo com o conceito geral, pecado grave é prostituição, homicídio etc. Somos muito sensíveis a tais coisas. Mas a lepra, o fluxo e a morte, em geral, são para nós algo menos sério. Mas não é assim aos olhos de Deus. Para Deus essas coisas são ainda piores que os pecados morais.

A prostituição, por exemplo, prejudica duas pessoas. O mesmo ocorre com o homicídio. Mas a lepra contagia todas as pessoas. O fluxo contamina todas as pessoas. A morte, no aspecto espiritual, semelhantemente se espalha a todos. Tudo isso é grave. Por isso é que antes do exército se por em marcha, há a necessidade de resolver esses problemas.
Diferentemente de Levítico, que enfatiza os aspectos individuais, o tratamento de Deus a estas questões em Números 5.1-4 é corporativo e visa preservar a santidade do povo de Deus. Consideremos agora separadamente a questão da lepra, dos fluxos e da morte.

1.       Tratando a Lepra

A lepra na Bíblia refere-se principalmente a duas coisas: rebelião e ganância. Levítico 13 e 14 apresentam a lepra em cinco aspectos. O primeiro tipo ocorre na superfície da pele. É algo bastante sensível e fácil de descobrir. Uma vez descoberta, deve ser tratada para não progredir.

O segundo é mais sério: é a lepra que ocorre debaixo da pele. É algo mais oculto, lepra mais profunda que já penetrou na carne.

A lepra no cabelo e na barba é o terceiro tipo. O cabelo e a barba simbolizam a glória e a dignidade do homem. Um homem com lepra no cabelo perde sua glória e alguém com lepra na barba perde a dignidade. A parte principal da cabeça são os pensamentos, portanto, ter lepra na cabeça significa que a lepra penetrou nos pensamentos. Isso é bastante sério. A mente está cheia de lepra.

O quarto tipo é a lepra nas vestes. As vestem tem a ver com a conduta. Ter lepra nas vestes 
significa que a conduta daquela pessoa tornou-se leprosa e já é visível.

O último tipo e o mais grave é a lepra na casa. A casa tipifica a igreja. A lepra na casa indica que a lepra individual se alastrou por toda a igreja, que agora se encontra numa situação grave. Constatando que há realmente lepra, o sacerdote ordenará que se arranquem as pedras contaminadas, e fará raspar a casa por dentro e por fora. Então a argamassa raspada será lançada fora da cidade. Depois tomarão outras pedras e as porão no lugar das primeiras, tomar-se-á outra argamassa e se rebocará a casa.

Arrancar as pedras contaminadas significa remover as pessoas leprosas; as suas vagas serão preenchidas por outros que não sejam leprosos. Assim, feita a purificação, todos poderão voltar a reunir-se na mesma casa.

a.     O Exemplo de Arão e Miriã    

Para entender melhor a questão da “lepra” consideremos o caso de Arão e Miriã registrado em Números 12. Miriã e Arão eram os irmãos mais velhos de Moisés. Miriã até mesmo cuidou de Moisés quando jovem e por isso provavelmente julgava que ele lhe devesse alguma obediência. Arão, por sua vez, como irmão mais velho possivelmente alimentava dentro dele um coração rebelde.

Enfim, tanto Miriã como Arão estavam ocultamente insatisfeitos com Moisés. O que fez finalmente transparecer a lepra deles foi o fato de Moisés ter casado com uma mulher etíope. Isso foi realmente algo ilícito da parte de Moisés, que era líder do povo de Israel. Mas se notarmos bem, quando Miriã e Arão trataram com Moisés, eles não tocaram nessa questão. Antes, se rebelaram, falando contra ele (Nm 12.2).

Moisés, porém, não argumentou com eles, antes, esperou que o Senhor viesse resolver a questão. E o Senhor chamando os três lhes falou:

“Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o Senhor, em visão a ele me faço conhecer, ou falo com ele em sonhos. Não é assim com meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente, e não por enigmas; pois ele vê a forma do Senhor; como, pois, não temeste falar contra o meu servo, contra Moisés?” (vs. 6-8).

Depois que Deus falou, Sua ira se acendeu contra eles; e Ele retirou-se. Miriã, então, se achou leprosa. Arão, ao ver aquilo, temeu e se arrependeu. Então Moisés rogou ao Senhor por Miriã e o Senhor teve misericórdia dela. Depois de ficar detida fora do arraial por sete dias, Miriã foi curada. Porém por causa dela todo o exército de Israel foi retardado por sete dias em sua marcha.

Isso nos mostra que quando ocorre esse tipo de “lepra” (a rebeldia) na igreja o mover de Deus é temporariamente impedido. O caso de Miriã e Arão nos adverte a não difamar ou murmurar contra aqueles a quem o Senhor institui como autoridade na igreja. Mesmo tendo Moisés errado ao casar com a mulher etíope, Miriã e Arão deveriam ter deixado que Deus cuidasse do assunto. Não deveriam ter tomado isso como pretexto para se rebelarem. Tais situações freqüentemente também ocorrem na igreja.

Isso é a lepra que se manifesta. A rebelião, se não resolvida, se transforma em lepra. Se nos rebelarmos devemos arrepender-nos, caso contrário, a lepra se manifestará em nós. Não cabe a nós como igreja tratar com os que foram ungidos pelo Senhor. Antes, cabe a Deus fazê-lo.

2.      Tratando os Fluxos

Os fluxos são coisas que fluem de dentro do homem, do seu corpo. Há fluxos normais, necessários à vida, e fluxos anormais. O homem considera aceitável o fluxo natural, e rejeita o anormal. Deus, entretanto, considera todo fluxo como imundícia, pois procede do homem natural. Para Deus, tudo o que procede do homem natural é imundo.

Muitos cristãos sevem a Deus por meios naturais. Não servem segundo a Sua determinação, mas fazem tudo de acordo com a opinião, os métodos, e os sentimentos naturais. Tais coisas naturais quando introduzidas no serviço santo e no exército, acabam prejudicando todo o serviço. Por isso precisam ser lançados fora do arraial. Aparentemente os fluxos não são tão graves como a lepra, mas ainda assim é imundícia aos olhos de Deus.

Não devemos introduzir o que é natural no serviço. Alguns se julgam capazes de falar. Tais irmãos, no entanto, deviam verificar de onde vem a palavra que proferem: se de Deus ou de sua habilidade natural. Miriã e Arão também consideravam-se aptos para falar por Deus. Eles disseram:

“Porventura tem falado o Senhor somente por Moisés?” (Nm 12.2)

Sim, talvez eles soubessem falar algo, mas a palavra de Moisés vinha da boca do Senhor. Essa era a diferença. Devemos acautelar-nos!

Que o Senhor venha transformar-nos assim como fez com Jacó, um exemplo típico de homem natural. Por toda a sua vida ele apenas usou métodos naturais para obter o que queria. Mas Jacó amava a Deus e por isso Deus o transformou, tornando-o “príncipe de Deus”. Jacó foi transformado por meio de muitos tratamentos.

Por isso se, após várias tentativas de tratamento de Deus, ainda continuarmos naturais, não teremos serventia para Ele e seremos lançados fora do arraial. Se somos pessoas com “fluxo” estamos imundas. Precisamos banhar-nos e lavar nossas vestes “em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (I Co 6.11). Seremos lavados, seremos santificados e seremos justificados!

3.      Tratando a Morte

Deus abomina a morte. Como povo santo de Deus precisamos nos purificar da imundícia da morte. Essa questão foi tratada muitas vezes em Levítico. Mas, agora, novamente, o Senhor nos faz lembrar dessa questão para que nos mantenhamos afastados da morte.
A morte é algo que devemos temer. Quando permitimos que  palavras de morte entrem em nossos ouvidos e em nossa mente, morremos: perdemos o interesse pelas coisas espirituais, pela oração, pela palavra e pelas reuniões. Alguns irmãos em nosso meio têm sido contaminados.

Antes tinham sempre um espírito forte nas reuniões, cantando e liberando o espírito, mas após tocar na morte passaram a ter um ar crítico e a agir friamente. É difícil tocar nesse assunto, mas creio que o Senhor quer nos advertir. Deus jamais permitirá que coisas da morte permaneçam no serviço ou no Seu exército.

A morte prejudica grandemente a igreja. Restaurar um santo contaminado pela morte não é tão difícil. Mas restaurar uma igreja contaminada pela morte requer tempo considerável. Quando as palavras negativas vêm a nós devemos rejeitá-las.

Não sejamos contaminados. Um cadáver é imundo aos olhos de Deus. Somos nazireus, não podemos tocar cadáveres. Por isso temos de orar para que o Senhor tenha misericórdia de nós. Vamos invocar o Seu nome. Vamos usar o Espírito a fim de sermos purificados e não sermos lançados fora do arraial. Vamos eliminar a morte de nosso meio!

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