Leitura bíblica: Números 6.1-12
O que é ser um nazireu? De
acordo com o significado original, nazireu é alguém separado para Deus. É uma
pessoa que se consagra a Deus voluntariamente. O Senhor Jesus aqui na terra
viveu como um autêntico nazireu. Em todas as ocasiões, as sua atitudes eram
tais quais a de um nazireu, andando conforme os quatro requisitos da lei do
nazireado relatados por Deus a Moisés.
De acordo com Números 6, na consagração
do nazireu, havia quatro requisitos de separação. Em primeiro lugar um nazireu
não deveria comer nem beber nada proveniente da uva; em segundo, um nazireu não
deveria rapar a cabeça. Em terceiro, não poderia ser contaminado por nada que
estivesse morto, principalmente pela morte dos parentes mais próximos. Por
último, em Números 6.9 está registrado que se algum homem morresse subitamente
ao lado de um nazireu, ele ficaria contaminado.
O vinho ou qualquer produto
proveniente da uva, o primeiro item das coisas de que o nazireu deveria
abster-se significa prazer do mundo ou gozo terreno. Ninguém até hoje viveu uma
vida tão separada dessas coisas como o Senhor Jesus. Ele era absolutamente
santificado para Deus.
Um nazireu não poderia rapar a
cabeça e deveria deixar crescer a cabeleira. Que significa isso? O cabelo é
sinal de submissão, de obediência. O nazireu, portanto, precisava ser
totalmente submisso à vontade de Deus. Nesse ponto, podemos ver porque o Senhor
Jesus é um verdadeiro nazireu, a realidade do nazireado. Ele jamais rebelou-se
contra a vontade do Pai. Filipenses 2 diz que Ele subsistindo em forma de Deus
não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes a Si mesmo se esvaziou,
assumindo a forma de servo (v. 6, 7).
O Senhor Jesus sabia o que era
obedecer (Hb 5.8). Por isso, Ele não tinha nenhuma opinião própria, mas
confessou que toda a obra que realizava, era, na verdade o Pai que realizava.
Ele apenas cooperava com o Pai. Em João 14.10 Ele disse:
“As
palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai que permanece em
mim, faz as Suas obras”.
O terceiro item de separação
referia-se às afeições naturais. Certa ocasião, quando estava ensinando a Seus
discípulos, disseram a Jesus que sua mãe e seus irmãos estavam ali querendo
falar-lhe. Ele então lhes respondeu:
“Quem
é minha mãe e meus irmãos? (...) Eis minha mãe e meus irmãos. Portanto, qualquer
que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe”.
Como um nazireu o Senhor deixou
de lado suas afeições naturais. Ele mesmo nos disse: “Quem ama seu pai ou sua
mãe mais do que a mim, não é digno de mim, quem ama seu filho ou sua filha mais
do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10.37). E Ele mesmo foi o primeiro a
praticar o que disse.
Não queremos com isso dizer que
devemos abandonar nossos amados familiares, mas, sim, que não podemos
considerá-los mais do que o nosso Deus. Por fim, o nazireu devia estar apartado
de toda morte espiritual. O Senhor Jesus quando morreu e desceu ao Hades, a
morte não O pôde reter. Antes, Ele venceu a morte porque era cheio de vida, e
até mesmo a própria Vida.
O princípio do nazireado é o da
consagração voluntária. Não é uma questão de ser designado, ordenado ou até
mesmo escolhido pelo Senhor, mas de consagração voluntária, motivada pelo amor
ao Senhor. Todos podemos ser nazireus, apesar das profissões seculares. Há
alguns, no entanto, que constrangidos pelo amor do Senhor, vendo a Sua grande
necessidade, se dispõem a largar a sua profissão por certo tempo: seis meses,
dois ou dez anos. Eles entregam seu tempo para participar das equipes de
evangelização, a fim de resgatar os homens. Onde houver necessidade, eles se
dispõem a ir. Tudo segundo a orientação do Senhor.
O voto de nazireu não é um voto
comum, é um voto especial. É um voto de separar-se totalmente para Deus. Pedro,
em sua primeira epístola, diz que os que de antemão passaram pela provação do
fogo, quando forem julgados perante o tribunal de Cristo, receberão louvor e
glória da parte do Senhor. O galardão deles será entrar no reino milenar para
reinar com Cristo.
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