segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


O EVANGELHO DO REINO DE DEUS

“Este Evangelho do Reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”. Mt 24.14.

Acredito piamente que estamos vivendo um momento de restauração para a Igreja de Jesus Cristo. A hora da festa das bodas está chegando, quando o Senhor virá buscar sua noiva, a Igreja, para com ela estabelecer uma relação eterna. Enquanto esperamos este grande acontecimento, temos a tarefa de pregar um Evangelho capaz de produzir transformações significativas na vida das pessoas.

Para tanto, é preciso restaurar a natureza da nossa pregação. Ao invés de anunciar um evangelho diluído, anunciar o Evangelho do Reino. Proclamar que o governo de Deus está acontecendo em nossos dias, é tarefa prioritária da Igreja.

O Reino de Deus se manifesta de 3 formas: Geográfica, política e espiritualmente. Entendemos por manifestação geográfica, a extensão territorial do governo de Deus. “E o Senhor será rei sobre toda a Terra; naquele dia, um será o Senhor, e um será o seu nome” (Zc. 14.9). Naquele dia não haverá um milímetro de terra que não esteja sob o controle absoluto do Senhor. Até mesmo aqueles recantos mais obscuros do planeta e lugares até então inexpugnáveis, experimentarão o governo do verdadeiro Leão.

Chamamos de manifestação política, a instalação da teocracia como forma de governo para todas as nações da Terra. “Acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte do Senhor, será estabelecido como o mais alto dos montes e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a Ele todas as nações” (Is. 2.2). Os governantes da terra serão escolhidos pelo próprio Deus e não pelo povo, como tem sido até agora.

Essas manifestações futuras do governo de Deus são esperadas já há muito tempo pelos pais e pelos profetas do Velho Testamento. É a chamada esperança messiânica. Esta esperança ainda queima no coração dos judeus ortodoxos. Talvez seja por isso que ainda não tenham percebido que o seu Messias já veio, pois esperavam por um governo literal e físico, que não aconteceu quando Jesus apareceu neste planeta. Isso não ocorreu porque ainda não era o tempo. O governo de Deus ainda está por vir. O Reino futuro do Messias, sobre todos os lugares e sobre todas as pessoas, é uma esperança que compartilhamos com o povo israelita.   

 Como cristãos cremos, porém, em uma manifestação presente do Reino de Deus. Foi o próprio Senhor quem disse: “O tempo está cumprido, e é chegado o Reino de Deus” (Mc,1.15). A manifestação tão esperada do Reino aconteceu em Jesus. Pode ser que no seu coração aconteça a mesma dúvida que passava nas mentes dos fariseus que, apesar de estarem face a face com o seu Rei insistiam em indagar quando seria instalado o Reino, já que não havia qualquer manifestação geográfica ou política do mesmo.

A estes Jesus respondeu que: “O Reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Hei-lo aqui!” A manifestação presente do Reino divino se faz nos corações daqueles que se rendem diante do senhorio de Jesus.

Por conta de uma interpretação dispensacionalista, temos fragmentado a Escritura, repartindo-a em épocas e povos. Isso tem causado confusão na mente das pessoas despreparadas, que não conseguem discernir o que estão lendo. Esta teologia prega dois Evangelhos: O Evangelho da Graça e o Evangelho do Reino. Alegam que o Evangelho da Graça é para hoje, enquanto que o Evangelho do Reino é para um tempo futuro.

Sinceramente, desconheço esta dupla definição do Evangelho nas Escrituras. Sei, no entanto, que é bem mais fácil conseguir adeptos quando se prega o Evangelho da Graça. Afinal de contas, quem não quer uma graça, não é mesmo? A graça tem a ver com o receber, enquanto que o Reino estabelece o domínio de Deus sobre minha vida e requer compromissos de minha parte para com o Rei. Muitos fazem com o Evangelho o mesmo que muitos de nós fazemos com um sanduíche: come-se o recheio e joga-se o pão fora. 

Queremos as bênçãos, mas não estamos dispostos a assumir nossos deveres de súditos. Gostamos muitíssimo de ler o salmo 23 e nos deleitamos com a ideia de que temos um pastor divino que nunca deixará que nos falte coisíssima alguma. Ficamos a imaginar os pastos verdejantes, as águas tranquilas, a mesa farta e o cálice que transborda. Tudo isso, porém, só será possível se o Senhor for o nosso pastor. Antes de tê-lo como pastor, devo tê-lo como Senhor. Somente assim é que podemos ter acesso a tudo aquilo que o salmo do pastor nos oferece.

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