segunda-feira, 20 de maio de 2013



O CHAMAMENTO DE CRISTO

Ser chamado para seguir a Cristo é uma elevada honra; na verdade, mais elevada que qualquer honra que os homens possam dar uns aos outros.

Se todas as nações da terra se unissem formando uma grande federação e chamassem um homem para chefiá-la, esse homem teria honra superior a todo e qualquer homem que já viveu. Contudo, o mais humilde homem que ouve o chamamento para seguir a Cristo tem honra superior à daquele homem; pois as nações da terra só poderiam dar essa honra dentro dos limites de seu potencial, ao passo que a honra de Cristo é absolutamente suprema. Deus lhe deu um nome que está acima de todo nome.

Sendo esta a verdade, e sabendo disso as pessoas familiarizadas com as coisas lá do alto, vemos que os métodos, que muitas vezes são empregados, para convencer os homens a seguirem a Cristo nos parecem extremamente ilógicos, se não francamente errados.

Há cristãos conservadores que comumente oferecem Cristo à humanidade como uma panacéia para curar os seus males, uma saída para os seus problemas, um meio fácil e rápido para a obtenção dos seus objetivos pessoais. A mensagem é apresentada de maneira que deixa o ouvinte com a impressão de que se lhe pede que renuncie muito para ganhar mais. E isso não é bom, por melhor que seja a intenção.

O que fazem é precisamente o que faz um bom vendedor quando apresenta a excelência da sua mercadoria comparando-a com a do seu competidor mais combativo. O Freguês escolhe a melhor das duas, pois quem não o faria? Mas existe um ponto que transparece em toda técnica de venda: a idéia de lucro egoísta está presente na transação toda.

Jesus Cristo é um homem que veio salvar homens. Nele a natureza divina uniu-se à nossa natureza humana, e onde quer que exista natureza humana, ali está a matéria prima da qual Ele produz seguidores e santos. Nosso senhor não discrimina classes sociais, altas ou baixas, ricos ou pobres, velhos ou jovens, homem ou mulher: todos são seres humanos, e todos são semelhantes a Ele. Seu convite dirige-se à humanidade toda.

No tempo do Novo Testamento, pessoas de muitos e diferentes níveis sociais ouviram Seu chamado e atenderam: Pedro o pescador; Levi o funcionário público; Lucas o médico, Paulo o erudito; Maria a possessa; Lídia a comerciante; Sérgio Paulo o estadista. Umas poucas personalidades de vulto e muitas pessoas comuns vieram a Jesus. Vieram e o Senhor as recebeu todas do mesmo modo e nos mesmos termos.

De qualquer profissão ou ocupação, os homens e as mulheres podem vir, se quiserem. É simples a regra: Se a ocupação é boa, continue nela, se desejar; se é má, abandone-a logo e procure outra. Se o chamado inclui desligamento de todos os interesses comuns para dedicação integral à obra do Evangelho, nenhuma ocupação ou profissão, seja boa ou nobre quanto for, deverá impedir-nos de obedecer ao chamado.

Uma coisa é certa: a vocação de Cristo é sempre uma promoção. Se Cristo chamasse um rei, para deixar seu trono e pregar o Evangelho a alguma tribo de aborígines, esse rei seria elevado a uma posição superior a tudo quanto conhecera. Qualquer movimento em direção a Cristo é ascensão, e qualquer rumo que nos afaste dEle é ir para baixo.

Perante Deus e os anjos, é grande honra seguir a Cristo, o que não o é perante os homens. O Cristo que agora o mundo finge honrar, outrora foi rejeitado e crucificado pelo mesmo mundo. O grande santo só recebe honra depois de sua morte. Raramente é reconhecido como tal enquanto vive na terra. As homenagens e os aplausos do mundo chegam tarde demais, quando ele já não pode ouvi-los; e talvez seja melhor assim. Não muitos são bastante livres do egoísmo para suportar as honras sem prejudicar suas almas.

Naqueles primeiros dias na Galiléia, os seguidores de Cristo ouviram o Seu chamamento, abandonaram a antiga vida, ligaram-se a Ele, começaram a obedecer Seus ensinamentos e se juntaram ao Seu grupo de discípulos. Esta entrega total foi a confirmação de sua fé. Nada menos que isso o seria.

E não é diferente hoje. Cristo nos chama para deixarmos a velha vida e começar a nova. É preciso que não haja vácuo nenhum, nenhum lugar neutro no qual o mundo possa identificar-nos. Pedro a aquecer-se ao pé da fogueira do mundo e procurando parecer despreocupado é um exemplo da espécie de discipulado pela metade com o qual muitos estão satisfeitos.

O mártir, saltando para a arena e exigindo que o lancem aos leões junto com os seus sofredores irmãos na fé, é um exemplo da única espécie de dedicação que Deus aprova. 

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