segunda-feira, 13 de maio de 2013


O SENHORIO DO HOMEM JESUS É BÁSICO

Paira sobre a igreja atual a constante tentação de substituir o Cristo do Novo Testamento por outro. Toda a tendência da religião moderna é para essa substituição.

Para evitar isso, temos de apegar-nos com firmeza ao conceito de Cristo como está exposto clara e simplesmente nas Escrituras da verdade. Seguir o conselho de Paulo quando diz: Ainda que um anjo do céu pregue algo que seja menos que o Cristo dos apóstolos, seja considerado anátema e, por isso, rejeitado veementemente.

A poderosa e revolucionária mensagem da Igreja Primitiva era que um homem chamado Jesus, que fora crucificado, agora havia ressuscitado dos mortos e havia sido exaltado à destra de Deus. “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo”.

Menos de trezentos anos após o Pentecostes, os defensores da fé redigiram um manifesto sintetizando os ensinos do Novo Testamento referentes à natureza de Cristo. Este manifesto declara que Cristo é “Deus da substância de Seu Pai, gerado antes de todas as eras; homem da substância da Sua mãe, nascido no mundo; perfeito Deus e perfeito homem, tendo uma alma racional e carne humana; igual ao Seu Pai, no tocante à sua divindade; menos que o Pai no tocante à Sua humanidade.

Mesmo entre os que reconhecem a divindade de Cristo, muitas vezes há o erro de não se reconhecer a Sua humanidade. Somos rápidos em afirmar com segurança que quando Ele andou pela terra, era Deus com os homens, mas omitimos a verdade igualmente importante, de que onde Ele está assentado agora, em Seu trono, Ele é homem com Deus.

O ensino do Novo Testamento é que agora, neste exato momento, há um homem na glória, que compareceu à presença de Deus por nós. Ele é um homem tão certamente como o foi Adão ou Moisés ou Paulo. É um homem glorificado, mas a Sua glorificação não O desumanizou. Ele é hoje um homem real da raça da humanidade, levando nossos traços e dimensões, homem visível e audível que qualquer outro homem o reconheceria imediatamente como um de nós.

Mais do que isso, porém, Ele é o herdeiro de todas as coisas, o Senhor de todos os mundos, a cabeça da igreja e o primogênito da nova criação. É o caminho para Deus, a vida do crente, a esperança de Israel e o sumo sacerdote de todo o verdadeiro adorador. Ele tem em Suas mãos as chaves da morte e do inferno, e se levanta como o advogado e o fiador de todo aquele que n’Ele crê verdadeiramente.

Este é, em resumo, o Cristo que pregamos aos pecadores como seu único meio de fuga da ira vindoura. Nele repousam as mais nobres esperanças e sonhos dos homens. Todos os anseios pela imortalidade que surgem e se inflamam no coração humano se cumprirão n’Ele – ou nunca terão cumprimento. Não há outro caminho (João 14.6): “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”.

A salvação vem, não por aceitar a “obra consumada” ou “por decidir-se por Cristo”. Vem pela fé no Senhor Jesus Cristo, o Senhor completo, vivo, vitorioso, que, como Deus e homem, empreendeu a nossa luta e a ganhou, aceitou como Sua a nossa dívida e pagou-a, tomou sobre Si os nossos pecados e morreu por causa deles, e ressuscitou para nos tornar livres. Este é o Cristo verdadeiro, e menos que isso de nada valerá.

Mas há entre nós algo que é menos, não obstante, e faremos bem em identificá-lo. Trata-se de uma ficção poética, um produto da imaginação romântica e da fantasia religiosa sentimental. É um Jesus gentil, do mundo dos sonhos, tímido, meigo, quase efeminado, e maravilhosamente adaptável a qualquer sociedade em que se ache.

É patrocinado por mil e uma celebridades e recomendado por psiquiatras como um modelo de personalidade bem integrada. Ele é usado como um meio para quase todos os fins carnais, mas nunca é reconhecido como senhor. Estes cristãos irreais seguem um Cristo irreal. Querem Seu auxílio, mas não querem a Sua interferência. Eles o bajulam, mas nunca Lhe obedecem.

O argumento dos apóstolos é que o homem Jesus foi feito mais elevado que os anjos, mais elevado que Moisés e Arão, mais elevado que qualquer criatura, na terra ou no céu. E esta posição exaltada Ele a alcançou como homem. Como Deus Ele já estava infinitamente acima de todos os outros seres.

Os primeiros cristãos criam que Jesus de Nazaré, um homem que eles conheciam, tinha sido elevado a posição de senhorio sobre o universo. Ele continuava sendo seu amigo, continuava sendo um deles, mas os tinha deixado por um pouco para comparecer à presença de Deus em favor deles. E a prova disso era a presença do Espírito Santo entre eles.

Uma importante causa da fraqueza moral da igreja hoje é uma cristologia inadequada. Pensamos em Cristo como Deus, mas não o entendemos como homem glorificado. Para reconquistar o poder da Igreja Primitiva, temos de crer no que aqueles cristãos criam. Eles criam que tinham um homem aprovado por Deus a representá-los no céu.












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