A SALVAÇÃO NÃO DEPENDE DO QUE
FAZEMOS
“A
nossa fé não causa a salvação, nem a nossa esperança, nem o nosso amor, nem as
nossas boas obras. A origem da salvação está na vontade soberana de Deus, o
Pai; na infinita eficácia do sangue de Jesus – Deus o Filho; e na influência
divina do Espírito Santo” C. H. Spurgeon.
A vocação, o chamado, é o ato
de Deus pelo qual Ele convoca o pecador e o retira do reino das trevas. A
vocação é eficaz porque traz consigo a graça salvadora e operativa, que renova
interiormente aqueles que desta forma são chamados e os habilita a reagirem com
a conversão – quer dizer, com arrependimento e fé.
A conversão é causada pela
regeneração que, por sua vez, é relacionada com a vocação e com o propósito
eterno de Deus. Podemos afirmar com toda a convicção que se um homem é salvo,
não é porque ele quis ser salvo. Se algum homem é levado a Cristo, não é por
algum esforço desse homem, mas a raiz, a causa, o motivo da salvação de
qualquer ser humano, e de todos os escolhidos, só se acha no propósito da
predestinação divina e na vontade distinta e soberana do Senhor nosso Deus
O homem crê, não se pode negar,
porém esse crer é apenas um dos muitos resultados dos implantes da vida divina
que Deus faz dentro da alma do homem. Assim, até mesmo a própria vontade de
sermos salvos pela graça não é de nós mesmos, mas é dom de Deus. A menos que o
Espírito o convença do juízo e constranja a sua vontade, o homem não tem
coração para crer em Jesus para a vida eterna.
Se o Espírito Santo, que “opera em nós tanto o querer como o efetuar”,
não agisse na vontade e na consciência, a regeneração seria uma impossibilidade
absoluta, e, por conseguinte, a salvação também o seria. Conhecer estas
verdades pode provocar em nós um sentimento de incapacidade, de impotência. Na
verdade isso é bom. A gloriosa verdade é que é precisamente a desesperança do
pecador que lhe mostra onde está a esperança.
São justamente as verdades que
revelam a nossa desesperança que nos fazem buscar a nossa verdadeira esperança
e revelam que há onipotente graça no Pai de misericórdias para fazer por nós o
que não podemos fazer por nós mesmos. O propósito é de Deus, o dom é Seu, o
meio é Seu, o poder é Seu – essa é exatamente a boa nova da qual necessita a
alma pecadora que está desfalecendo.
A uma pessoa que não depende
mais de si mesma e que sente o irremediável mal do seu coração, não poderia
haver mensagem mais necessária do que aquela que a ensina a ver a livre graça
de Deus e confiar nela.
“O
Senhor, quando visa salvar pecadores, não pára para perguntar se eles pretendem
ser salvos, mas, como um forte e impetuoso vento, a influência divina varre
para longe todo e qualquer obstáculo; o coração relutante inclina-se diante do
poderoso vendaval da graça, e os pecadores que não estão querendo render-se,
Deus os faz render-se”. C. H. Spurgeon.
Deus não pede o seu
consentimento; mas o obtém. Ele não indaga; você quer ter isso? Mas o torna
desejoso no dia do poder de Deus... O evangelho não carece de nosso
consentimento; ele o consegue. O homem pode até dizer “Eu não quero ser salvo”;
Cristo diz que ele o será. Ele mesmo disse: “Ninguém
pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer”.
Nenhuma doutrina mais
destruidora de almas poderia ser tão bem planejada do que a doutrina de que os pecadores
podem regenerar-se a si mesmos, arrepender-se e crer simplesmente quando for do
agrado deles. Como a verdade das Escrituras e da experiência mostram que o
homem não renovado não pode fazer nada de si para assegurar a sua salvação, é
essencial que ele seja levado a uma convicção prática dessa verdade. Quando ele
é convencido dessa forma, e não antes, ele busca ajuda da única fonte da qual
esta pode ser obtida.
Pode ser que você esteja
argumentando que não consegue entender essa doutrina. Talvez não, porém
lembre-se de que, nossa obrigação é dizer-lhe a verdade, mas não temos a
obrigação de dar-lhe poder de entendê-la; e, além disso, este não é um assunto
para entender, e sim para crer, porque é revelado na Palavra de Deus. É um dos
axiomas da teologia que, se o homem se perder, não se deve culpar a Deus por
isso; e é também um axioma da teologia que, se o homem é salvo, a Deus cabe
toda a glória disto.
“Cremos
que a obra de regeneração, conversão, santificação e fé não é um ato da livre
vontade e do poder do homem, mas da poderosa, eficaz e irresistível graça de
Deus”- Da “Declaração de Fé e Prática” sustentada pelos membros
da Igreja da Rua do Novo Parque.