segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A SALVAÇÃO NÃO DEPENDE DO QUE FAZEMOS

“A nossa fé não causa a salvação, nem a nossa esperança, nem o nosso amor, nem as nossas boas obras. A origem da salvação está na vontade soberana de Deus, o Pai; na infinita eficácia do sangue de Jesus – Deus o Filho; e na influência divina do Espírito Santo” C. H. Spurgeon.

A vocação, o chamado, é o ato de Deus pelo qual Ele convoca o pecador e o retira do reino das trevas. A vocação é eficaz porque traz consigo a graça salvadora e operativa, que renova interiormente aqueles que desta forma são chamados e os habilita a reagirem com a conversão – quer dizer, com arrependimento e fé.

A conversão é causada pela regeneração que, por sua vez, é relacionada com a vocação e com o propósito eterno de Deus. Podemos afirmar com toda a convicção que se um homem é salvo, não é porque ele quis ser salvo. Se algum homem é levado a Cristo, não é por algum esforço desse homem, mas a raiz, a causa, o motivo da salvação de qualquer ser humano, e de todos os escolhidos, só se acha no propósito da predestinação divina e na vontade distinta e soberana do Senhor nosso Deus

O homem crê, não se pode negar, porém esse crer é apenas um dos muitos resultados dos implantes da vida divina que Deus faz dentro da alma do homem. Assim, até mesmo a própria vontade de sermos salvos pela graça não é de nós mesmos, mas é dom de Deus. A menos que o Espírito o convença do juízo e constranja a sua vontade, o homem não tem coração para crer em Jesus para a vida eterna.

Se o Espírito Santo, que “opera em nós tanto o querer como o efetuar”, não agisse na vontade e na consciência, a regeneração seria uma impossibilidade absoluta, e, por conseguinte, a salvação também o seria. Conhecer estas verdades pode provocar em nós um sentimento de incapacidade, de impotência. Na verdade isso é bom. A gloriosa verdade é que é precisamente a desesperança do pecador que lhe mostra onde está a esperança.

São justamente as verdades que revelam a nossa desesperança que nos fazem buscar a nossa verdadeira esperança e revelam que há onipotente graça no Pai de misericórdias para fazer por nós o que não podemos fazer por nós mesmos. O propósito é de Deus, o dom é Seu, o meio é Seu, o poder é Seu – essa é exatamente a boa nova da qual necessita a alma pecadora que está desfalecendo.

A uma pessoa que não depende mais de si mesma e que sente o irremediável mal do seu coração, não poderia haver mensagem mais necessária do que aquela que a ensina a ver a livre graça de Deus e confiar nela.

“O Senhor, quando visa salvar pecadores, não pára para perguntar se eles pretendem ser salvos, mas, como um forte e impetuoso vento, a influência divina varre para longe todo e qualquer obstáculo; o coração relutante inclina-se diante do poderoso vendaval da graça, e os pecadores que não estão querendo render-se, Deus os faz render-se”. C. H. Spurgeon.

Deus não pede o seu consentimento; mas o obtém. Ele não indaga; você quer ter isso? Mas o torna desejoso no dia do poder de Deus... O evangelho não carece de nosso consentimento; ele o consegue. O homem pode até dizer “Eu não quero ser salvo”; Cristo diz que ele o será. Ele mesmo disse: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer”.    

Nenhuma doutrina mais destruidora de almas poderia ser tão bem planejada do que a doutrina de que os pecadores podem regenerar-se a si mesmos, arrepender-se e crer simplesmente quando for do agrado deles. Como a verdade das Escrituras e da experiência mostram que o homem não renovado não pode fazer nada de si para assegurar a sua salvação, é essencial que ele seja levado a uma convicção prática dessa verdade. Quando ele é convencido dessa forma, e não antes, ele busca ajuda da única fonte da qual esta pode ser obtida.

Pode ser que você esteja argumentando que não consegue entender essa doutrina. Talvez não, porém lembre-se de que, nossa obrigação é dizer-lhe a verdade, mas não temos a obrigação de dar-lhe poder de entendê-la; e, além disso, este não é um assunto para entender, e sim para crer, porque é revelado na Palavra de Deus. É um dos axiomas da teologia que, se o homem se perder, não se deve culpar a Deus por isso; e é também um axioma da teologia que, se o homem é salvo, a Deus cabe toda a glória disto.


“Cremos que a obra de regeneração, conversão, santificação e fé não é um ato da livre vontade e do poder do homem, mas da poderosa, eficaz e irresistível graça de Deus”- Da “Declaração de Fé e Prática” sustentada pelos membros da Igreja da Rua do Novo Parque. 

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