segunda-feira, 2 de setembro de 2013

DEVEMOS ACEITAR AS PALAVRAS DE CRISTO

Cuidemos de expor o nosso Senhor Jesus Cristo como o Mestre infalível, mediante Sua palavra inspirada. Não entendo a lealdade a Cristo que é acompanhada pela indiferença para com as Suas palavras. Como podemos reverenciar Sua Pessoa, se Suas próprias palavras e as dos Seus apóstolos são tratadas com desrespeito? Se não aceitamos as palavras de Cristo, não podemos aceitar Cristo; a não ser que aceitemos as palavras dos Seus apóstolos, não podemos aceitar Cristo; pois João diz: “Aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro” (I João 4.6) - C.H.Spurgeon .

Nada pode ser mais estranho do que alguém que se diz discípulo de Cristo, ignorar ou até rejeitar os ensinamentos de Cristo. Este é um fenômeno muito comum em nosso meio “evangélico”. Pregar sobre determinadas doutrinas causa desconforto e até animosidade. Muitos pregadores foram rejeitados e considerados heréticos pelos cristãos rasos que nada conhecem, mas se acham capazes de criticar e julgar os servos de Deus. 

Há muitos casos de pessoas que deixam de seguir determinado líder por considerá-lo indigno de ser acatado como tal. Isso aconteceu com o Mestre Jesus: “Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele” ( João 6.66).

A deserção nesse caso foi por causa da doutrina. A verdade era dura demais para eles, não podiam agüentá-la. “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”. Um discípulo verdadeiro senta-se aos pés de seu Mestre e crê no que lhe é dito, mesmo quando não consegue compreender o sentido, ou não vê as razões pelas quais seu Mestre o diz; mas aqueles homens não tinham o espírito essencial de discípulo, e, conseqüentemente, quando seu instrutor começou a desvendar as partes mais profundas do rol da verdade, eles não quiseram ouvir Sua leitura delas.

Eles estariam dispostos a crer quando pudessem entender, porém quando não puderam compreender, giraram nos calcanhares e se foram da escola do Grande Mestre. Além disso, o Senhor Jesus Cristo tinha ensinado a doutrina da soberania de Deus e da necessidade do Espírito de Deus para que os homens fossem levados a Ele, “porque bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que havia de traí-Lo”. E dizia: “por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, e por meu Pai lhe não for concedido”.  

Aqui o nosso Senhor proferiu um bocado da velha e antiquada doutrina da livre graça, doutrina da qual hoje em dia o povo não gosta. Chamam-na de “calvinismo”, e a colocam de lado, entre os velhos dogmas repelidos, dos quais esta época iluminada nada sabe. Que direito eles têm de atribuir ao pregador atual uma doutrina velha como os montes eu não sei.

Mas o nosso Senhor nunca hesitou em arremessar essa verdade no rosto dos Seus inimigos. Disse-lhes Ele: “Vós não credes porque não sois minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito”; “Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou o não trouxer”. Aqui Ele diz claramente que não poderão vir a Ele, a não ser que o Pai lhes dê a graça para virem. Essa doutrina humilhante eles não puderam aceitar, e por isso foram embora.

Quando Noé disse às pessoas que iriam afogar-se caso não corressem para a arca, elas acharam que ele era muito rude. Mas era por amor que Noé advertia as pessoas a seu redor para entrarem na arca. Da mesma forma, os pecadores irão perecer se não encontrarem abrigo no Senhor Jesus Cristo. Deus tem um plano de salvação para pecadores perdidos e destruídos, os quais merecem com justiça a condenação. Corram para o plano de salvação de Deus, ou vocês estarão perdidos para sempre.

A aceitação ou não, da doutrina apresentada pelo Senhor Jesus não muda e nem abala a soberania de Deus. Há algo na natureza das pessoas que faz com que tenham um bom conceito de si próprias. Elas também precisam que os outros as considerem bem. Deus, contudo, não tem tal necessidade. Deus é independente de tudo e de todos. Ele age de acordo com Sua própria vontade. Quando Ele diz: “Eu farei”, o que quer que diga será feito. Deus é soberano e Sua vontade, não a vontade homem, será feita.

Deus não precisa fazer-Se feliz ou aumentar Sua glória. O júbilo de Deus é completo em Si mesmo. Nem mesmo o louvor dos anjos é necessário para Deus. Se tivesse sido o desejo de Deus deixar toda a raça humana perecer, ninguém poderia tê-Lo questionado. Ninguém pode perguntar a Deus por que Ele faz isto ou aquilo. Quando Deus salva as pessoas, não é porque algo o compele a fazê-lo.

Deus salva os pecadores porque Ele quer salvar os pecadores. Eles estão perdidos e não há nada que obrigue Deus a salvá-los. Se Deus de fato os salva, deve ser “segundo o beneplácito de Sua vontade, para louvor da glória de sua graça” (Ef. 1.5-6).  Somos pecadores, decaídos, ímpios e condenados. Não há absolutamente nenhuma beleza em nós que faria com que Deus quisesse ter-nos como Seu povo.


Deus nunca nos amará por causa de nossa beleza. Mas Deus pode amar-nos ainda que não sejamos belos. Ele pode amar-nos apenas por causa de Sua própria graça voltada para nós. Eis a essência do ensinamento de Cristo e dos Seus discípulos. Devemos aceitar, pela fé, tais ensinamentos!

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