segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A SALVAÇÃO DE DEUS NÃO É UMA RECOMPENSA

O homem não é salvo por obras. Ninguém pode argumentar contra isso. Mas o homem é muito petulante. Por ter o seu coração obscurecido e cheio de pecado, por ser a sua carne má e cheia da lei, embora ele reconheça a fé, ele pressupõe que deva também adicionar obras. Muitos não vêem que é depois de ser salvo pela fé que alguém tem as obras.

A salvação nada tem a ver com obras. Não estou dizendo que não precisamos das obras. Nós damos atenção à obra. Contudo, essa não é a condição para a salvação. A salvação é um problema totalmente diferente. Não devemos esquecer que a Bíblia diz que se dermos mesmo uma pequena atenção a obras, a graça de Deus é anulada. Gálatas 2.21 diz: “Não anulo a graça de Deus, pois se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu em vão”. Uma vez que é graça, ele deve provir somente da fé e não das obras.

Prosseguindo no tema, vamos ao que diz em Romanos 4.4-5: “Ora, àquele que faz qualquer obra, o salário não é considerado como favor, e sim, como dívida. Mas ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica ao ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”. Agora está claro. Se um homem pode ser salvo por suas obras, então a salvação torna-se uma recompensa. Não é mais a graça, mas torna-se algo que a pessoa merece.

Se a salvação é algo que alguém merece, então não é mais gratuito. A palavra gratuitamente na Bíblia (Rm 3.24) significa, na língua original, sem motivo. Em outras palavras, não existe razão para isso. Somos como o filho pródigo. Após tomarmos nossa herança, desperdiçamo-la com más companhias. Hoje estamos de volta à casa do Pai. A veste que usamos, os anéis, sandálias e o novilho cevado que comemos não são o que merecemos. Já gastamos o que nos era nosso por direito. Não merecemos o anel, não merecemos a veste, não merecemos comer o novilho cevado, e não merecemos usar as sandálias.

Que é, então, graça? Quando os que não merecem ser salvos são salvos, isso é graça. Graça é o que aqueles que não deviam obter, obtiveram. Aquilo que o filho mais novo levou da primeira vez não era graça. Ele já o gastou. O que ele recebeu da segunda vez foi totalmente graça. Sua própria porção foi gasta há muito tempo. Quando ele desfruta outra comida em casa, que não é aquela que ele merecia ter, isso é graça do Pai.

Portanto, se alguém trabalhou, a questão salarial passa a existir, e não é mais graça. A graça entra em conflito com o que alguém merece. Como, então, opera a fé? Quando não é obra ou labor, mas somente a fé no Deus que justifica o pecador, essa fé é imputada como justiça. Esta é a relação entre fé e graça. Se é pelas obras, então não é graça. Se é pela graça, então existe somente a fé. Crer é aceitar o que Deus realizou e não o quanto eu tenha feito.

Portanto, não apenas devemos dizer que a salvação é proveniente da fé, mas dizer que a salvação é proveniente unicamente da fé. Romanos 3.23-24 diz: 

“Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, e são justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus”

O texto nos diz que o Senhor Jesus se tornou um lugar de propiciação e que Deus justificou os que crêem Nele.
Não há maneira de nos vangloriarmos. Não há possibilidade de nos gabarmos, isso porque o versículo 27 continua: “Das obras? Não, pelo contrário, pela lei da fé”. Como o homem pode ficar livre de se gabar e como a jactância pode ser removida? Pelo principio da fé. Se alguém estiver no principio da fé, então ele não estará no principio das obras.

Agradeçamos a Deus porque temos o principio da fé. Portanto, não podemos gabar-nos. Podemos somente louvar e agradecer.

  

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