segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A VERDADE SE OPÕE À HERESIA

Ao estudarmos as doutrinas da salvação eterna, da eleição, da predestinação, da disciplina e recompensa, podemos ter a sensação de que algumas conclusões são heréticas. Essa sensação nos leva a rejeitá-las de antemão. Nega-mo-nos a analisar os argumentos, pois já julgamos e desprezamos os mesmos. Essa é uma atitude que precisamos evitar.

Por outro lado devemos saber que somente os que compreendem a verdade podem opor-se à heresia. Uma heresia não pode opor-se a outra heresia. No entanto, sabemos que todas as heresias não são heresia pura; elas são a verdade acrescentada de um pequeno erro. Heresia é acrescentar coisas erradas a coisas certas. Adicione um pouco do pensamento do homem ao pensamento de Deus e você terá uma heresia.

Por exemplo: o catolicismo prega a doutrina do purgatório. As pessoas que não conhecem as doutrinas Bíblicas não são capazes de dizer se a doutrina do purgatório está certa ou errada. Aqueles que tem estudado com seriedade a doutrina da disciplina e recompensa poderão perceber que a doutrina do purgatório está absolutamente errada. Você pode dizer que é uma heresia.

Na Bíblia vemos que a disciplina de Deus sobre os cristãos ocorre no milênio, mas os católicos dizem que há um purgar ocorrendo hoje. Eles dizem que se um cristão não viver à altura do padrão na terra hoje, ele não será capaz de ir para o céu. Por conseguinte, ele terá de ser purgado. Portanto, eles dizem que tão logo um cristão morra, ele começa a ser purgado e é purgado até que a obra seja completada. Entretanto, não existe absolutamente tal ensinamento na Bíblia.

A Bíblia nunca diz que assim que um cristão morre, ele será purgado no Hades. A Bíblia nos mostra que haverá a disciplina no reino futuro, mas não há o purgar no Hades hoje.

Os católicos são vítimas de outro grave engano. Eles pensam que se assegurarem, para si mesmos, indulgências enquanto estiverem vivos ou se após morrerem os padres orarem por eles, eles serão aliviados de alguma purificação do purgatório. Contudo, a Bíblia nunca diz algo semelhante a isso. A Bíblia diz somente que aquele que tem misericórdia dos outros obterá misericórdia. A oração dos padres não fará nada pelos mortos. A Bíblia nunca nos ensina a orar pelos mortos.

Outro engano terrível é acreditar que um homem não será salvo até que tenha sido completamente purificado no purgatório. Isso é uma completa reviravolta do ensino da Bíblia. A Bíblia nos mostra que não há outro nome no céu ou na terra além do nome do Senhor Jesus pelo qual devamos ser salvos (Atos 4.12). Somente Ele pode salvar-nos. Fora do Senhor Jesus não há salvação.

Disciplina e punição não são para salvação, mas para santificação. A questão da nossa salvação está determinada bem antes de Deus disciplinar alguém, mas ainda há coisas em que nós não combinamos com Ele. Ainda existem imperfeições e áreas que não estão à altura do padrão. Portanto, existe disciplina nesta era e disciplina no Reino vindouro.

Se conhecermos a verdade bíblica, perceberemos que a doutrina do purgatório anula a graça. Agradeço a Deus que, embora eu seja um pecador imundo, por meio do Senhor Jesus, eu agora estou salvo. Quando eu morrer, não tenho de ser purgado, pois a salvação não depende de mim, mas do Senhor Jesus. Certamente estou salvo. A disciplina é o meio de Deus fazer-nos perfeitos como Ele é perfeito. Ele nos castiga a fim de sermos como Ele, até mesmo para sermos o que Ele é. Deus nos corrige para sermos “participantes da sua santidade” (Hb 12.5-10).  Isso nada tem a ver com nossa salvação. É um assunto dentro de Sua família.  

Finalmente, somente depois de conhecermos isso seremos capazes de lidar com a heresia no protestantismo. Hoje, entre os protestantes, estão sendo difundidos dois tipos de erros. Primeiro, um grupo de teólogos protestantes propõe que desde que um homem é “salvo, salvo para sempre”, e pode fazer qualquer coisa em sua conduta. Uma vez que um cristão é salvo eternamente, eles dizem, ele pode ser mau até morrer e ainda estará no Reino. Ele, entretanto, ocuparia uma posição bem inferior no Reino. Nesse caso, sua maior perda consiste em ocupar uma posição mais baixa no reino.
Esse tipo de ensinamento fará com que o homem seja desleixado e irresponsável. Então, que é graça para eles? Para eles a graça é uma desculpa para desleixo e licenciosidade.

Há outro grupo de protestantes que diz que depois que uma pessoa crê, ainda existe a possibilidade de ela perder a sua salvação. Talvez ela esteja salva e não-salva três ou quatro vezes ao dia. Se esse fosse o caso, o livro da vida seria, sem dúvida, muito confuso. Se um homem é condenado tão logo peque e se vai para o inferno tão logo transgrida, devemos questionar se a salvação é pela graça ou pelas obras. Ambos os grupos são extremistas demais, muito embora ambos tenham certa base bíblica.

A Bíblia nos mostra claramente que quando um homem é salvo, ele está eternamente salvo. A Bíblia também nos revela com clareza que é possível um cristão ser “lançado na Geena” temporariamente. Mas o problema é que alguns irmãos, por um lado, insistem que a salvação é eterna e não há tal coisa de disciplina no Reino, enquanto outros irmãos, por outro lado, insistem que se podemos ser “lançados na Geena”, então a vida eterna é incerta e, portanto, podemos ir para a perdição eterna.

Contudo, se virmos a diferença entre a era do Reino e a eternidade, e a diferença entre a punição temporária do milênio e a punição eterna, estaremos esclarecidos de que um cristão pode receber punição no futuro, mas ao mesmo tempo, saber que Deus tem dado a vida eterna às Suas ovelhas, e elas jamais poderão perdê-la. Esse conhecimento dá-nos a ousadia de dizer que uma vez que fomos salvos, estamos eternamente salvos. Depois que uma pessoa é salva pela graça, ela jamais perecerá novamente.


Dessa forma, nós não somente resolvemos adequadamente o problema do purgatório do catolicismo, como também fizemos uma distinção entre salvação eterna e disciplina. Que o Senhor nos conceda a graça e nos mostre que a questão da salvação eterna está resolvida devido à obra de Jesus de Nazaré, mas a situação de alguém no Reino dos Céus é determinada pela própria pessoa.       

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