DEUS DESEJA SALVAR OS HOMENS DE
FORMA JUSTA
Deus, sem dúvida, deseja
dar-nos graça e salvar-nos. Sem dúvida, Ele quer dar-nos Sua vida. Deus é cheio
de amor, e Ele está mais do que desejoso de que sejamos salvos. Mas se Deus vai
salvar-nos, Ele tem de fazê-lo de modo excelente. Por isso a salvação dos
pecadores é um grande problema para Deus.
A grande questão é saber qual o
método a ser usado por Ele para que o homem possa ser salvo da maneira justa.
Que método há que seja o mais racional? Que método há que se compare com Sua
própria dignidade? É simples ser salvo, mas é difícil ser salvo justamente. Eis
por que a Bíblia fala muito sobre a justiça de Deus. Ela nos diz repetidamente
que Deus salva o homem de maneira compatível com Sua própria justiça.
Que é a justiça de Deus? A
justiça de Deus é o modo de Deus agir. Amor é a natureza de Deus, santidade é a
disposição de Deus e glória é o próprio ser de Deus. Justiça, no entanto, é o
proceder de Deus, Sua maneira e Seu método. Uma vez que Deus é justo, Ele não pode
conceder graça ao homem meramente conforme Ele quer. Ele não pode salvar o
homem meramente conforme o desejo do Seu coração.
É verdade que Deus salva o
homem porque o ama. Mas Ele deve fazê-lo de um modo que esteja de acordo com
Sua própria justiça, Seu próprio proceder, Seu próprio padrão moral, Sua
maneira própria, Sua própria dignidade e Sua própria majestade. Sabemos que
para Deus é fácil salvar o homem, mas não é fácil para Deus salvá-lo de maneira
justa.
Se a questão da justiça não
fosse um problema, não haveria dificuldade alguma. Se a justiça não contasse,
Deus poderia dizer: “Você pecou? Tudo bem, apenas não cometa o erro novamente”.
Deus, assim, poderia ignorar nossos pecados. Ele poderia dispensar-nos e
mandar-nos embora. Se Deus não julgasse o pecado do pecador e tratasse seus
pecados conforme a lei, mas perdoasse descuidadamente, onde estaria Sua
justiça? Aqui reside a dificuldade.
Sem dúvida alguma, Deus é cheio
de amor para conosco. Deus quer salvar-nos. Mas Ele também deseja fazê-lo
legalmente. O amor de Deus é limitado por Sua justiça. Deus não agiria
contrariamente a Si próprio, declarando irresponsavelmente que nossos pecados
estão apagados, que tudo está bem e que podemos considerar-nos livres. Se
agisse assim, que lei, que justiça e que verdade seriam deixadas no universo?
Tudo estaria acabado.
Deus não pode salvar-nos às
custas de se envolver em injustiça. Deus quer salvar-nos preservando Sua
justiça. Como isso pode ser feito?
Há um livro na Bíblia, o livro
de Romanos, que nos diz como Deus trata especificamente com este problema.
Vejamos Romanos 3: 25-26, começando com a segunda parte do versículo 25:
“Deus
o propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça
pela remissão dos pecados dantes cometidos sob a tolerância de Deus; para
demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e
justificador daquele que tem fé em Jesus”.
Enquanto Deus justifica os
que creem em Jesus, Ele demonstra ser justo, e o homem deve reconhecê-Lo como
sendo justo.
Amor, pecado e justiça não
podem coexistir facilmente. O amor é um fato; o pecado também é um fato e a
justiça é uma necessidade. Por esses três estarem juntos, Deus deve agir de tal
maneira que possa nos salvar e satisfazer Seu coração de amor, ao mesmo tempo
preservar a Sua justiça. Cumprir tal obra seria uma obra-prima.
A salvação que Deus nos
preparou em Seu Filho Jesus é tal obra-prima. Ele é capaz de nos salvar de
nossos pecados e demonstrar Seu amor, e é capaz de fazê-lo da maneira mais
justa. Isso Ele faz pela obra redentora do Senhor Jesus.
Porque Deus ama ao mundo e ao
mesmo tempo é justo, Ele teve de enviar o Senhor Jesus até nós. Por ser justo,
Ele teve de julgar o pecado. Porque Ele é amor, suportou o pecado do homem
sobre si. Devo enfatizar essas duas declarações: Deus deve julgar porque é
justo. E Deus sofre o julgamento e a punição devidos ao homem, porque Ele é
amor.
Sem julgamento não vemos
justiça; com julgamento, não vemos amor. Contudo, o que Ele fez foi suportar o
julgamento em nosso lugar. Dessa forma, Ele manifesta tanto Seu amor quanto Sua
justiça. Ele estava disposto a pagar preço tão alto como o ter Seu Filho
pregado na cruz. Deus não estava disposto a desistir de Sua justiça. Se Deus
estivesse disposto a esquecer Sua justiça, a cruz teria sido desnecessária. Por
não estar disposto a abandonar Sua justiça, Deus preferiu que Seu Filho
morresse.
A cruz cumpre tanto a exigência
da justiça, como a exigência do amor. Nossa salvação hoje não é “mercadoria
contrabandeada”; não a recebemos de modo fraudulento ou impróprio. Nós não
fomos salvos ilegalmente. Fomos salvos de modo claro e definitivo por meio do
julgamento de nossos pecados em Cristo Jesus. Nós fomos julgados; então, depois
disso, fomos salvos. O amor de Deus está aqui e a justiça de Deus também está
aqui.
“Bem-aventurados aqueles cujas
maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a
quem o Senhor não imputa o pecado” (Romanos 4:7-8).
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