OS DONS DA GRAÇA
Quando fomos salvos, quando
recebemos a vida eterna por meio de Jesus Cristo, também recebemos uma porção
inicial da graça. A intenção de Deus, no entanto, é que essa graça cresça
constantemente. A isso, o apóstolo João chamou de “graça sobre graça”. Qual é o
caminho indicado na Bíblia para que isso ocorra? O caminho é colocarmos em
prática, é exercitarmos os dons.
Lembre-se que junto com a
graça, recebemos também os dons. Estes dons, à medida que são usados,
multiplicam-se e trazem-nos mais graça, e mais graça traz mais dons e assim por
diante. O resultado disso é que a igreja é edificada e nós nos tornamos
vencedores.
Estamos na era da graça,
vivendo sob a aliança da graça, a aliança perpétua que Deus fez conosco em
Cristo Jesus. Nesta era temos recebido graça sobre graça, como nos diz João
1.16. Por isso, precisamos aprofundar-nos na revelação divina a respeito da
graça para perceber quão prática ela é. Deus deseja que a graça aumente em nós
até a plenitude. Fomos salvos pela graça para servir a Deus, e a graça que nos
é dada é para que O sirvamos.
Quando estamos envolvidos com
Deus e a Sua graça, exercitando os dons espirituais que Ele nos deu, não temos
tempo nem lugar para cogitarmos de coisas pecaminosas. Todo o nosso ser –
corpo, alma e espírito – estará ocupado pela graça. Quando exercitamos nossos
dons recebemos mais graça, e à medida que a graça cresce em nós, mais nossa
mente é transformada e nossa disposição é santificada. Mais dom, mais graça e
mais graça, mais dom.
Em grego estas duas palavras
vêm de uma mesma raiz: graça é charis e dom é charisma. Isso comprova
ainda mais a íntima ligação entre graça e dons.
Lemos e Romanos 12.6-8: “Temos
diferentes dons, segundo a graça que nos é dada. Se é profecia, seja ela
segundo a medida da fé. Se é ministério seja em ministrar; se é ensinar haja
dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte,
faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exerce misericórdia,
com alegria”.
Os dons mencionados aqui não
são miraculosos nem sobrenaturais, mas são dons normais, ou seja, dons
concedidos indistintamente a todos os irmãos. São necessários continuamente na
vida da igreja. Eles nos parecem, à primeira vista, virtudes que todo cristão
deve esforçar-se por alcançar e praticar. Mas, na verdade, são dons da graça
que todos nós possuímos quando recebemos a vida de Deus e que devemos
exercitar: profetizar, ministrar, ensinar, exortar, ofertar, liderar, exercer
misericórdia, amar sem hipocrisia com cordialidade, ser fervoroso de espírito,
regozijar-se na esperança, compartilhar as necessidades dos santos e praticar a
hospitalidade (vs. 9-13).
Quando estes dons são
exercitados por todos os santos na igreja, temos a vida normal da igreja. Até
mesmo varrer o local de reuniões, preparar refeições para os irmãos ou servir
no ministério de literatura também são exemplos de dons normais que devem ser
exercitados na vida normal da igreja. Embora estes dons possam não parecer
importantes, eles são fundamentais na edificação do Corpo de Cristo.
Em geral, os dons são associados
à idéia de falar em línguas estranhas ou a curas miraculosas. Contudo, é
interessante notar que o apóstolo Paulo coloca o dom de falar línguas no fim de
sua relação em 1 Coríntios 12.(vs. 8-10). Ele nos incentiva a buscar os
melhores dons (v. 31). No capítulo 14 desse livro, Paulo enfatiza várias vezes
que os melhores dons são aqueles que edificam a igreja, e que profetizar, no
sentido de ser porta-voz de Deus, é o melhor dom para isso (vs. 1, 3-5, 12, 17,
26).
A seqüência de dons no capítulo
doze de 1 Coríntios é a seguinte: palavra de sabedoria, palavra do
conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, profecia, discernimento
de espíritos, variedade de línguas e interpretação de línguas. Que dom buscar?
Devemos procurar progredir buscando os dons espirituais que promovam a
edificação da igreja. Devemos buscar os primeiros da relação de 1 Coríntios 12,
isto é, procurar a palavra de sabedoria ou de conhecimento, e não estabelecer
como nossa meta os últimos da relação, como dom de línguas ou de interpretação
de línguas.
Palavra de sabedoria é o dom da
percepção da revelação do que está sob a letra da Bíblia; é a capacidade de ter
a visão das coisas de Deus, de ter revelação de Sua vontade e propósito.
Palavra de conhecimento é o dom de poder ministrar esta revelação, como um
mestre da Bíblia. Estes dons, por estarem relacionados à Palavra de Deus e ao
Seu propósito, levam à edificação da igreja e dos cristãos.
Paulo orienta os irmãos que a
melhor ocasião para exercitarmos nossos dons é a reunião da igreja. Ao
utilizarmos os dons, a graça nos é suprida abundantemente e a igreja é
edificada. Quanto mais pregarmos e ensinarmos a Palavra de Deus, quanto mais
louvarmos a Deus, quanto mais exercitarmos a hospitalidade, quanto mais formos
liberais em dar e ofertar, quanto mais exercermos misericórdia, quanto mais
exercitarmos a fé, quanto mais falarmos por Deus, mais “graça sobre graça” será
derramada sobre nós.
0 comentários:
Postar um comentário