segunda-feira, 14 de abril de 2014

OS DONS DA GRAÇA

Quando fomos salvos, quando recebemos a vida eterna por meio de Jesus Cristo, também recebemos uma porção inicial da graça. A intenção de Deus, no entanto, é que essa graça cresça constantemente. A isso, o apóstolo João chamou de “graça sobre graça”. Qual é o caminho indicado na Bíblia para que isso ocorra? O caminho é colocarmos em prática, é exercitarmos os dons.

Lembre-se que junto com a graça, recebemos também os dons. Estes dons, à medida que são usados, multiplicam-se e trazem-nos mais graça, e mais graça traz mais dons e assim por diante. O resultado disso é que a igreja é edificada e nós nos tornamos vencedores.

Estamos na era da graça, vivendo sob a aliança da graça, a aliança perpétua que Deus fez conosco em Cristo Jesus. Nesta era temos recebido graça sobre graça, como nos diz João 1.16. Por isso, precisamos aprofundar-nos na revelação divina a respeito da graça para perceber quão prática ela é. Deus deseja que a graça aumente em nós até a plenitude. Fomos salvos pela graça para servir a Deus, e a graça que nos é dada é para que O sirvamos.

Quando estamos envolvidos com Deus e a Sua graça, exercitando os dons espirituais que Ele nos deu, não temos tempo nem lugar para cogitarmos de coisas pecaminosas. Todo o nosso ser – corpo, alma e espírito – estará ocupado pela graça. Quando exercitamos nossos dons recebemos mais graça, e à medida que a graça cresce em nós, mais nossa mente é transformada e nossa disposição é santificada. Mais dom, mais graça e mais graça, mais dom.

Em grego estas duas palavras vêm de uma mesma raiz: graça é charis e dom é charisma. Isso comprova ainda mais a íntima ligação entre graça e dons.

Lemos e Romanos 12.6-8: “Temos diferentes dons, segundo a graça que nos é dada. Se é profecia, seja ela segundo a medida da fé. Se é ministério seja em ministrar; se é ensinar haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exerce misericórdia, com alegria”.

Os dons mencionados aqui não são miraculosos nem sobrenaturais, mas são dons normais, ou seja, dons concedidos indistintamente a todos os irmãos. São necessários continuamente na vida da igreja. Eles nos parecem, à primeira vista, virtudes que todo cristão deve esforçar-se por alcançar e praticar. Mas, na verdade, são dons da graça que todos nós possuímos quando recebemos a vida de Deus e que devemos exercitar: profetizar, ministrar, ensinar, exortar, ofertar, liderar, exercer misericórdia, amar sem hipocrisia com cordialidade, ser fervoroso de espírito, regozijar-se na esperança, compartilhar as necessidades dos santos e praticar a hospitalidade (vs. 9-13).  

Quando estes dons são exercitados por todos os santos na igreja, temos a vida normal da igreja. Até mesmo varrer o local de reuniões, preparar refeições para os irmãos ou servir no ministério de literatura também são exemplos de dons normais que devem ser exercitados na vida normal da igreja. Embora estes dons possam não parecer importantes, eles são fundamentais na edificação do Corpo de Cristo.

Em geral, os dons são associados à idéia de falar em línguas estranhas ou a curas miraculosas. Contudo, é interessante notar que o apóstolo Paulo coloca o dom de falar línguas no fim de sua relação em 1 Coríntios 12.(vs. 8-10). Ele nos incentiva a buscar os melhores dons (v. 31). No capítulo 14 desse livro, Paulo enfatiza várias vezes que os melhores dons são aqueles que edificam a igreja, e que profetizar, no sentido de ser porta-voz de Deus, é o melhor dom para isso (vs. 1, 3-5, 12, 17, 26).

A seqüência de dons no capítulo doze de 1 Coríntios é a seguinte: palavra de sabedoria, palavra do conhecimento, fé, dons de curar, operações de milagres, profecia, discernimento de espíritos, variedade de línguas e interpretação de línguas. Que dom buscar? Devemos procurar progredir buscando os dons espirituais que promovam a edificação da igreja. Devemos buscar os primeiros da relação de 1 Coríntios 12, isto é, procurar a palavra de sabedoria ou de conhecimento, e não estabelecer como nossa meta os últimos da relação, como dom de línguas ou de interpretação de línguas.

Palavra de sabedoria é o dom da percepção da revelação do que está sob a letra da Bíblia; é a capacidade de ter a visão das coisas de Deus, de ter revelação de Sua vontade e propósito. Palavra de conhecimento é o dom de poder ministrar esta revelação, como um mestre da Bíblia. Estes dons, por estarem relacionados à Palavra de Deus e ao Seu propósito, levam à edificação da igreja e dos cristãos.

Paulo orienta os irmãos que a melhor ocasião para exercitarmos nossos dons é a reunião da igreja. Ao utilizarmos os dons, a graça nos é suprida abundantemente e a igreja é edificada. Quanto mais pregarmos e ensinarmos a Palavra de Deus, quanto mais louvarmos a Deus, quanto mais exercitarmos a hospitalidade, quanto mais formos liberais em dar e ofertar, quanto mais exercermos misericórdia, quanto mais exercitarmos a fé, quanto mais falarmos por Deus, mais “graça sobre graça” será derramada sobre nós.
  


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