segunda-feira, 24 de março de 2014

RESSURREIÇÃO POR CAUSA DE NOSSA JUSTIFICAÇÃO

Já comentamos várias vezes que o Senhor Jesus morreu por nós e por nossos pecados (Rm 5.8; 1 Co 15.3). Também vimos como o Senhor cumpriu a justiça de Deus e, ao mesmo tempo, manifestou a graça de Deus. No entanto, aqui cabe uma pergunta: Como sabemos que a obra redentora do Senhor Jesus foi realizada? Como sabemos que tal obra foi aceita por Deus?

Embora digamos que o Senhor Jesus cumpriu as justas exigências de Deus, que Deus tem a dizer sobre isso? De que modo Deus pode mostrar-nos que Seu Filho realmente cumpriu a obra de redenção e verdadeiramente satisfez Suas exigências?

É verdade que o Senhor Jesus morreu por nós e por nossos pecados e que Sua obra foi realizada. Na cruz, antes de morrer, Ele disse claramente: “Está consumado!” (Jo 19.30). É verdade que Ele consumou a obra de redenção que se propôs fazer na terra. Ele foi capaz de dizer que estava consumado. Todos nós que olhamos para Sua salvação também podemos dizer que ela está consumada.

Mas como sabermos que tal obra de redenção foi aceita e aprovada por Deus? Como sabermos se o nosso Deus está plenamente satisfeito com tal obra? Nós dizemos que a obra de redenção é inteiramente justa, mas Deus também diria que ela é justa? Temos de perceber que não há maneira de saber se Deus está ou não satisfeito baseados somente na cruz do senhor Jesus.

Se houvesse apenas a cruz, se tivéssemos somente a morte do Senhor por nós e, no entanto o sepulcro do Senhor não estivesse vazio, nunca saberíamos o que a morte do Senhor realizou por nós. Ao olhar a obra redentora do Senhor, não há somente o aspecto da cruz, mas também o aspecto da ressurreição.

Qual é, então, o propósito da ressurreição de Cristo? Deus ressuscitou o Senhor Jesus dentre os mortos como uma prova de que a obra de redenção foi cumprida. Agora Ele está satisfeito. A ressurreição do Senhor é o sinal de “tudo bem” de Deus na obra e na morte do Senhor Jesus. Isso significa que esta morte está agora aprovada. O problema do pecado do homem está agora resolvido.

Se o Senhor não tivesse ressuscitado, embora a redenção tivesse sido cumprida, nosso coração seria mantido em suspense. Ainda haveria certa inquietação em nós, pois apesar de sabermos que a redenção tinha sido cumprida, não saberíamos se ela tinha sido aceita. Em que momento percebemos que fomos totalmente redimidos de nossos pecados? Quando vemos que o Senhor Jesus ressuscitou. A ressurreição é a prova. Ela nos mostra que a cruz foi justa e a redenção foi aprovada.

A ressurreição é a prova de que a obra da cruz foi aceita e recebida por Deus. Se a obra da cruz do Senhor não fosse adequada ou correta, Deus não O teria ressuscitado. Ele ressuscitou porque nós fomos justificados!

Que significa para nós o fato de sermos justificados? Significa que Deus reconheceu a redenção feita por meio de Jesus, Seu Filho. Sem justificação, Ele não poderia ressuscitar. Eis porque dizemos que a ressurreição é o recibo passado por Deus pelo sacrifício que o Senhor Jesus ofereceu. Ela prova que Deus reconhece que o pagamento de nossa dívida foi adequado.

A razão de eu ter segurança de que meus pecados foram perdoados e que fui salvo pela fé é que eu creio na ressurreição de Jesus Cristo. Sua ressurreição mostra-nos que a cruz satisfez o coração de Deus. Com a ressurreição, ganhamos a prova do perdão e um veredito de inocentes. Graças ao senhor pela ressurreição!

segunda-feira, 17 de março de 2014

DEUS DESEJA SALVAR OS HOMENS DE FORMA JUSTA

Deus, sem dúvida, deseja dar-nos graça e salvar-nos. Sem dúvida, Ele quer dar-nos Sua vida. Deus é cheio de amor, e Ele está mais do que desejoso de que sejamos salvos. Mas se Deus vai salvar-nos, Ele tem de fazê-lo de modo excelente. Por isso a salvação dos pecadores é um grande problema para Deus.

A grande questão é saber qual o método a ser usado por Ele para que o homem possa ser salvo da maneira justa. Que método há que seja o mais racional? Que método há que se compare com Sua própria dignidade? É simples ser salvo, mas é difícil ser salvo justamente. Eis por que a Bíblia fala muito sobre a justiça de Deus. Ela nos diz repetidamente que Deus salva o homem de maneira compatível com Sua própria justiça. 

Que é a justiça de Deus? A justiça de Deus é o modo de Deus agir. Amor é a natureza de Deus, santidade é a disposição de Deus e glória é o próprio ser de Deus. Justiça, no entanto, é o proceder de Deus, Sua maneira e Seu método. Uma vez que Deus é justo, Ele não pode conceder graça ao homem meramente conforme Ele quer. Ele não pode salvar o homem meramente conforme o desejo do Seu coração.

É verdade que Deus salva o homem porque o ama. Mas Ele deve fazê-lo de um modo que esteja de acordo com Sua própria justiça, Seu próprio proceder, Seu próprio padrão moral, Sua maneira própria, Sua própria dignidade e Sua própria majestade. Sabemos que para Deus é fácil salvar o homem, mas não é fácil para Deus salvá-lo de maneira justa.

Se a questão da justiça não fosse um problema, não haveria dificuldade alguma. Se a justiça não contasse, Deus poderia dizer: “Você pecou? Tudo bem, apenas não cometa o erro novamente”. Deus, assim, poderia ignorar nossos pecados. Ele poderia dispensar-nos e mandar-nos embora. Se Deus não julgasse o pecado do pecador e tratasse seus pecados conforme a lei, mas perdoasse descuidadamente, onde estaria Sua justiça? Aqui reside a dificuldade.

Sem dúvida alguma, Deus é cheio de amor para conosco. Deus quer salvar-nos. Mas Ele também deseja fazê-lo legalmente. O amor de Deus é limitado por Sua justiça. Deus não agiria contrariamente a Si próprio, declarando irresponsavelmente que nossos pecados estão apagados, que tudo está bem e que podemos considerar-nos livres. Se agisse assim, que lei, que justiça e que verdade seriam deixadas no universo? Tudo estaria acabado.

Deus não pode salvar-nos às custas de se envolver em injustiça. Deus quer salvar-nos preservando Sua justiça. Como isso pode ser feito?
Há um livro na Bíblia, o livro de Romanos, que nos diz como Deus trata especificamente com este problema. Vejamos Romanos 3: 25-26, começando com a segunda parte do versículo 25:

“Deus o propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos sob a tolerância de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus”
Enquanto Deus justifica os que creem em Jesus, Ele demonstra ser justo, e o homem deve reconhecê-Lo como sendo justo.

Amor, pecado e justiça não podem coexistir facilmente. O amor é um fato; o pecado também é um fato e a justiça é uma necessidade. Por esses três estarem juntos, Deus deve agir de tal maneira que possa nos salvar e satisfazer Seu coração de amor, ao mesmo tempo preservar a Sua justiça. Cumprir tal obra seria uma obra-prima.

A salvação que Deus nos preparou em Seu Filho Jesus é tal obra-prima. Ele é capaz de nos salvar de nossos pecados e demonstrar Seu amor, e é capaz de fazê-lo da maneira mais justa. Isso Ele faz pela obra redentora do Senhor Jesus.  

Porque Deus ama ao mundo e ao mesmo tempo é justo, Ele teve de enviar o Senhor Jesus até nós. Por ser justo, Ele teve de julgar o pecado. Porque Ele é amor, suportou o pecado do homem sobre si. Devo enfatizar essas duas declarações: Deus deve julgar porque é justo. E Deus sofre o julgamento e a punição devidos ao homem, porque Ele é amor.

Sem julgamento não vemos justiça; com julgamento, não vemos amor. Contudo, o que Ele fez foi suportar o julgamento em nosso lugar. Dessa forma, Ele manifesta tanto Seu amor quanto Sua justiça. Ele estava disposto a pagar preço tão alto como o ter Seu Filho pregado na cruz. Deus não estava disposto a desistir de Sua justiça. Se Deus estivesse disposto a esquecer Sua justiça, a cruz teria sido desnecessária. Por não estar disposto a abandonar Sua justiça, Deus preferiu que Seu Filho morresse.

A cruz cumpre tanto a exigência da justiça, como a exigência do amor. Nossa salvação hoje não é “mercadoria contrabandeada”; não a recebemos de modo fraudulento ou impróprio. Nós não fomos salvos ilegalmente. Fomos salvos de modo claro e definitivo por meio do julgamento de nossos pecados em Cristo Jesus. Nós fomos julgados; então, depois disso, fomos salvos. O amor de Deus está aqui e a justiça de Deus também está aqui.


“Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado” (Romanos 4:7-8).  

segunda-feira, 10 de março de 2014

COMPREENDA O CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

É interessante notar que a primeira atividade governamental consiste em elaborar uma constituição. O processo de edificação de uma nação não pode seguir adiante até que sua constituição esteja terminada e aprovada por todos os líderes envolvidos no processo de elaboração da mesma.

O cerne de todas as nações, os impérios e os reinos é a constituição. Não existe nação ou reino sem ela. Em uma república, a constituição é a aliança que o povo faz consigo mesmo e pela qual escolhe pelo voto um congresso de governantes para preservar a aliança. Em um reino, a constituição é a aliança do rei com seus súditos, a qual contém as aspirações e os desejos do monarca para o seu reino.

Essa é a principal distinção entre um reino e uma república democrática. Nestas, geralmente, a constituição começa com as seguintes palavras: “nós, o povo...” Entretanto, quando lemos a constituição do Reino de Deus, registrada nas Escrituras, ela sempre diz: “Eu, o Senhor, digo...”

Como em qualquer outro sistema governamental, todo reino tem uma constituição. A carta magna de qualquer nação está relacionada à maneira como o governo é organizado, principalmente sobre o modo como o poder soberano é exercido. Em uma república ou democracia, o poder está com o povo. Este elege líderes para representá-lo e, então, manda que essas autoridades criem leis e políticas que beneficiarão os cidadãos.

Em uma democracia, os líderes têm de dar satisfação ao povo. Quando alguém viola a confiança dos eleitores pode ser retirado do cargo e substituído. Por meio de seus líderes eleitos, o povo estabelece sua própria constituição. Em um reino é diferente. Nesse sistema, todo poder reside no rei. Ele é o monarca. Portanto, é aquele que estabelece a constituição para seu reino.

A constituição de um reino registra a vontade, os propósitos e o intento do rei em forma de documento. Ela expressa os desejos pessoais do rei e estabelece princípios sob os quais o reino operará, além de instituir a maneira e as condições pelas quais o rei se relacionará com o povo e vice-versa. A constituição de um reino traz em si a essência da natureza, do caráter e da personalidade do rei.

Registrar a constituição na forma escrita estabelece um padrão que pode ser medido facilmente, além de tornar suas condições e seus termos claros a todos. Por isso, no Reino dos céus temos um livro chamado Bíblia. Ela é a vontade do Rei em forma escrita. É a constituição de seu Reino. As palavras do rei se tornam a lei da terra. Elas não produzem o contrato, pois são o próprio contrato. E por meio deste – dessa constituição – vem a lei. É esse documento que estabelece os termos, as condições, os direitos e os deveres de vida no reino.

A constituição é a vontade e o testamento do rei para seus súditos. Vontade e testamento são duas palavras diferentes, porém relacionadas, e ambas têm importância. A vontade é o que está na mente da pessoa – seus desejos e intentos. O testamento é o documento que registra a vontade da pessoa, descrevendo seus desejos e intentos de forma legal.

Exatamente por isso chamamos a Bíblia de constituição do reino dos céus. Ela está dividida em duas seções conhecidas como o Antigo e Novo Testamento. Portanto, as Sagradas Escrituras compreendem os pensamentos de Deus, documentados, com relação aos seus súditos. A Palavra traz a vontade, o desejo e o intento do Senhor para a raça humana que Ele criou à sua própria imagem.

Portanto, podemos pegar as Sagradas Escrituras e dizer: “Isso é o que o meu Rei me garantiu”. Então, o Rei diz: “De acordo com a minha palavra, seja feito a você”.

A Palavra de Deus, escrita e impressa no livro que chamamos de Bíblia, é o documento mais poderoso que possuímos. Ela é a constituição do Reino dos céus, o testamento da vontade do Rei para seus súditos.
Algumas pessoas religiosas acham que a constituição do Reino dos céus precisa ser alterada ou interpretada para ficar de acordo com os tempos e valores modernos. Ao contrário, a constituição do Reino é um padrão imutável com base no qual devemos medir os valores, a moral, as crenças e as idéias modernas. Sem um padrão confiável, justo e imutável, a sociedade entra em colapso. Podemos ver sinais disso ao nosso redor.  


A constituição de Deus contém os estatutos do Reino. Certa vez, Jesus disse: E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei (Veja Lc 16:17; 23:33). Quem somos nós para achar que temos direito ou autoridade para mudar ou desprezar os estatutos que o Rei dos céus estabeleceu? Os religiosos podem fazer isso sempre que desejarem, porque não estão realmente no Reino. No entanto, os súditos do reino não podem. Nossa constituição declara: “A Palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pe 1.25ª) 

segunda-feira, 3 de março de 2014

JESUS CRISTO É REI E SENHOR DE TUDO

Em um reino genuíno, o senhor é dono de todos os recursos e distribui os mesmos igualmente. Sempre que concede algo a um súdito, nunca é para posse própria, mas para mera administração. A submissão ao senhorio de um rei torna o súdito capaz de receber qualquer coisa (benefício) do rei.

Do ponto de vista do Reino, a confissão mais importante que podemos fazer na vida é: “Jesus Cristo é Senhor”. O apóstolo Paulo que foi um embaixador do Reino declarou isso explicitamente em sua carta aos cristãos de Roma:

Se, com tua boca, confessares a Jesus como Senhor e, em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. (Rm 10.9).  

Ao usar o termo salvo, Paulo se referia a sermos redimidos, recuperados, resgatados e restaurados da alienação causada por nossa rebelião contra Deus, de volta a um relacionamento correto com Ele. A afirmação chave nesse processo é nosso reconhecimento de que Jesus é Senhor de tudo, incluindo nossa vida.

Esse relacionamento com um senhorio nos dá uma idéia do que seria viver sob o governo de um Senhor. Quando dizemos: “Jesus é Senhor”, reconhecemos a autoridade dele sobre nós, bem como nossa responsabilidade em obedecer-lhe. Não existe senhorio sem obediência. Se Ele é Senhor, não podemos dizer: “Senhor, mas...”, ou “Senhor exceto...”, e tampouco “Senhor, espere.” Se Ele é Senhor, tudo que podemos dizer é: “Sim, Senhor”.

O próprio Jesus afirmou essa verdade ao longo de seu ministério público:
Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. (Lucas 9.23).

Se Jesus é Senhor, deve ter prioridade em nossa vida. Nosso amor e nossa lealdade por Ele devem estar acima de qualquer outro. Não podemos ser discípulos e dizer: “Senhor, primeiro deixe-me...” Ele tem de ser o primeiro em tudo. Do contrário, não será realmente Senhor de nossa vida, independente do que dissermos. Jesus declarou:

Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? (Lucas 6.46).

Não podemos chamá-lo de Senhor e, então, arranjar desculpas para não lhe obedecer. Não podemos declarar que Ele é nosso dono e seguir adiante fazendo o que bem desejarmos. No reino dos céus não há súditos de fim de semana. Não podemos seguir a Cristo em um período e depois afastar-nos com base em nossa preferência.

 Se Jesus é Senhor, não é possível viver para Ele no domingo e para nós mesmos no restante da semana. Ou Ele é Senhor de tudo ou não é Senhor de maneira nenhuma. O senhorio de Cristo é algo que tem de existir 24 horas por dia, sete dias por semana. Não há outra opção.

Viver sob o governo de um senhor também significa desistir de todos os conceitos de propriedade pessoal. Isso não quer dizer que tenhamos de vender a casa ou o carro, ou distribuir todos os nossos bens; mas sim aprender a não ter uma visão de posse em relação a essas coisas.

O Rei dos céus é um Senhor Justo e benevolente, que nos permite graciosamente utilizar e apropriar-nos plenamente de suas riquezas, de seus recursos e de todas as coisas boas. Esse é um de nossos direitos como súditos do Reino de Deus. Podemos desfrutar tudo sem medida, desde que nos lembremos de quem é o Dono delas.

No momento em que passamos a pensar que nossos bens nos pertencem, arrumamos problemas. Se desejarmos ter posse de algo, fazemos de nós mesmos um senhor. Isso retira a comunhão com a vontade e o caráter do Rei, porque em seu Reino só pode haver um Senhor.

Quando abrimos mão de nosso senso de propriedade, reconhecemos Deus como o dono e nós como mordomos, e não nos preocupamos em obter sucesso, porque agora dependemos do Altíssimo para garantir nosso bem-estar. E Ele é um Senhor benevolente e generoso, o dono de recursos infinitos.

Se formos apenas mordomos e não proprietários, podemos contribuir livremente assim como o Senhor nos deu livremente, sabendo que Ele, que não tem limitações, pode devolver-nos aquilo que damos aos outros. Sua maior reputação como Rei e Senhor está baseada no modo como Ele cuida de seus súditos, tendo cuidado especial com aqueles que refletem o seu caráter e contribuem com o seu Reino.


O maior sinal de que realmente cremos que Jesus é Senhor está no quanto estamos dispostos a doar. A prova de que aprendemos a viver sob o governo do Senhor é se conseguimos contribuir livremente sem hesitação, remorso ou temor, dizendo a Deus com um espírito jubiloso: “Tudo pertence a ti Senhor!”