segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A ECONOMIA DE DEUS

         “Embora eu seja o menor dos menores de todos os santos, foi-me concedida esta graça de anunciar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo e esclarecer a todos a administração deste mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que criou todas as coisas” (Ef 2:8-9).

Muitos cristãos já estão familiarizados com a palavra ‘economia’. Essa palavra é popularmente relacionada a assuntos financeiros. Mas ela tem, na verdade, um sentido mais amplo: Na administração de um país, por exemplo, a economia consiste no plano administrativo que o presidente daquele país pretende cumprir e concluir durante o seu período de governo. Esse tipo de economia é composto de vários itens, tais como finanças, segurança, educação, relações exteriores, saúde, e outros.

Deus também tem uma economia – a economia de Deus - que nada mais é que Seu plano de dispensar a Si mesmo para dentro do homem criado por Ele. Embora possa soar estranho dizer economia de Deus, é bom nos inteirarmos do seu significado, que é absolutamente bíblico. A palavra economia aparece algumas vezes no Novo Testamento.

Nas versões da Bíblia existentes em português, os tradutores do grego preferiram traduzir a palavra oikonomia por serviço ou dispensação. Todavia, literalmente, oikonomia(oikos=casa e nomos=lei) significa lei de uma casa ou administração doméstica. Em 1 Timóteo 1:4 oikonomia está traduzida por “serviço” e em Efésios 1:10 e 3:2, pela palavra “dispensação”. A palavra DISPENSAR é a forma verbal de oikonomia, que denota distribuir as riquezas divinas para o povo de Deus, isto é, distribuir a Si próprio como vida para dentro da humanidade. É importante sabermos que tudo o que Deus fez, faz ou fará tem em vista este objetivo.

                                     O Dispensar do Deus Triúno

Já sabemos que o objetivo de Deus é dispensar a Si mesmo para dentro dos homens. Agora precisamos saber como isso acontece. Afinal, como Deus pode ser dispensado para dentro de nós? No capítulo 1 do livro de Efésios vemos que para ocorrer tal dispensar para dentro de nós, há necessidade da participação de toda a Trindade. Os versículos 4, 5 e 6 mostram-nos o dispensar do Pai. A obra do Pai foi principalmente escolher-nos antes da fundação do mundo e predestinar-nos para a filiação, a fim de recebermos toda sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Isso vem comprovar que antes da fundação do mundo Deus já tinha um plano, e para esse fim nos escolheu e predestinou.

Mas, enganado por Satanás, o homem caiu em desobediência, entrando nele o pecado, e, pelo pecado, a morte (Rm 5:12). O homem não era mais um vaso adequado para conter o Deus Santo dentro de si. Havia então a necessidade da obra de redenção, executada pelo sangue de Jesus Cristo, o Filho. Assim, os versículos 6 a 12 falam da obra do Filho para que Deus Pai possa dispensar-nos todas as bênçãos espirituais. Não só isso, os versículos 9 e 10 falam do mistério da vontade de Deus referindo-se à Sua economia que será cumprida na plenitude dos tempos, quando então Cristo encabeçará todas as coisas.

Finalmente, vemos a obra do Espírito Santo nos versículos 12, 13 e 14. A obra do Espírito Santo é selar-nos, confirmando cada ato de justiça praticado por nós. Ele também é o penhor da nossa herança, a qual é nada mais nada menos que todas as riquezas de Deus. Hoje, quanto mais temos contato com o Espírito, mais o Deus Triúno é dispensado a nós. Quando tocamos o Espírito, alcançamos o Filho e também o Pai. Dessa maneira o Deus Triúno é dispensado a nós.

Antigamente, as grandes casas eram administradas por mordomos ou ecônomos (do grego oikonomos). Eles eram encarregados de dispensar todas as riquezas do dono da casa, para suprir as necessidades de toda a família. Do mesmo modo, Deus tem uma grande casa e há necessidade de mordomos ou ecônomos para distribuir Suas riquezas divinas aos da casa. Paulo era um ecônomo, conforme ele mesmo diz em Efésios 3:2: “Certamente vocês ouviram a respeito da dispensação (economato) da graça de Deus a mim confiada para distribuir a vós outros”, e em Colossenses 1:24, 25: “Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja; da qual me tornei ministro de acordo com a dispensação (economato) da parte de Deus, que me foi confiada de apresentar-lhes plenamente a palavra de Deus.”

O resultado deste dispensar de Deus por meio de seus ecônomos ou mordomos é a produção da igreja. Este é o mistério da vontade de Deus (Ef 1:9), desde os séculos, oculto: “e esclarecer a todos a administração deste mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus que criou todas as coisas” (Ef 3: 8-9). Paulo segue dizendo que foi assim que o mistério de Deus foi revelado aos santos apóstolos e profetas (Ef 3:5). No versículo 10 ele diz que “pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torna conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais.”

Precisamos ver isso com clareza: o ensinamento saudável dos ecônomos produz a economia de Deus na fé. Por intermédio de Seus ecônomos, Deus é dispensado para dentro dos santos. Agora sabemos que Deus tem uma vontade que estava oculta. Se ninguém a revelasse, continuaria sendo um mistério e ninguém poderia conhecê-la. Agora, todavia, ela está acessível a nós por meio da revelação que é o dispensar da parte dos ecônomos, isto é, a igreja, para levar a cabo o mistério da vontade de Deus. Daí conclui-se que o ensinamento dos apóstolos é o modo de Deus para produzir Sua economia na fé. O ensinamento saudável dos apóstolos produz a economia de Deus na fé. Por meio das palavras desses Seus ecônomos, Deus é dispensado para dentro dos santos.

Que significa a economia de Deus na fé? Precisamos aclarar sucintamente esse assunto. Quando ouvimos a sã Palavra de Deus, a fé é produzida em nosso interior. Quanto mais palavras recebemos mais cresce a nossa fé. Daí podermos concluir que: Nossa fé cresce pelo contínuo dispensar das sãs palavras de Deus. A economia de Deus é muito grande e profunda. Não existe um meio de praticá-la na totalidade num repente; apesar disso, à medida que a nossa fé vai crescendo por meio da palavra de Deus, a qual procede do fundamento dos apóstolos, a economia de Deus pode ir sendo realizada pouco a pouco. É assim que ocorre nosso crescimento de vida espiritual, até chegar ao ponto em que todas as riquezas de Deus sejam depositadas em nossa fé. É assim que a economia de Deus é trabalhada totalmente dentro da nossa fé, até ser parte da nossa constituição.   

Graças ao Senhor que, por Sua misericórdia, Ele nos está revelando que a economia de Deus pode crescer dentro da nossa fé. E, à medida que a fé cresce, mais graça e paz teremos. Em II Pedro 1:2 Diz: “Graça e paz vos sejam multiplicadas, no pleno conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor.” Quanto mais conhecemos a Deus, mais a fé cresce e graça e paz nos são multiplicadas. Precisamos conhecer mais a Deus! Não devemos satisfazer-nos somente com a salvação! Precisamos prosseguir e também ajudar aos que foram salvos a conhecer a Deus, qual o Seu plano e como Ele o realizará, para que assim eles também possam cumprir a economia de Deus.

Hoje, na era da igreja, nós estamos aprendendo a viver dentro da economia de Deus, por isso, não aceitaremos o suborno das coisas temporárias, antes aspiraremos o reino de Deus, à nossa pátria definitiva, a cidade que tem fundamentos, a qual é o resultado do dispensar do Deus Triúno e é o cumprimento da economia de Deus. Pela fé cremos que o universo foi formado pela palavra de Deus. É dessa maneira que descobriremos a maravilhosa economia de Deus na Sua criação.

1 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o esclarecimento, nós evangélicos precisamos transmitir conhecimentos ricos como esse que Deus te abençoe amado.

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