quinta-feira, 7 de abril de 2011

PARA ENTENDER A JUSTIFICAÇÃO

Enquanto na redenção judicial foi Cristo quem nos justificou tornando-se Ele mesmo nossa justiça, na ‘salvação orgânica’ a justificação é resultado de recebermos mais da vida justa de Cristo, a qual se manifestará em nós por meio dos atos de justiça por nós praticados. Justiça se contrapõe a pecado. Ter uma conduta injusta é ter uma conduta em pecado.

Efésios 1:13 diz: “Tendo nele também crido, fostes selados pelo Espírito da promessa”. Isso ocorreu no momento de nossa regeneração e estabelece um princípio espiritual: quando agimos no espírito, nossas ações estão de acordo com a justiça de Deus. Por isso somos selados pelo Espírito, isto é, recebemos Sua aprovação. Se vivermos e agirmos pela carne, poderá o Espírito nos selar e aprovar? De modo nenhum. Se agirmos na esfera natural da alma, poderá o Espírito aprovar nossa atitude? Certamente não. Mas quando fizermos algo no espírito, o Espírito confirmará, aprovará e selará nossa ação. Portanto, devemos manter-nos sempre no espírito, o que, espontaneamente, resultará em sermos aprovados pelo Espírito.

Vestes de Justiça

A justiça na Bíblia é representada pelas vestes. Quando Adão pecou, coseu para si uma veste de folhas de figueira para cobrir sua nudez. Fez isso como uma tentativa de justificar-se. Mas sua justiça própria fracassou e não durou muito tempo, pois as folhas murcharam e sua nudez foi novamente exposta. Deus, então, para redimi-lo providenciou uma veste de pele de animais, provavelmente de um cordeiro, e o cobriu. Esta veste preparada por Deus representa Cristo como a justiça do homem.

Nós, que antes éramos pecadores, fomos escolhidos, salvos e redimidos por Deus, e pela regeneração fomos feitos Seus filhos. Fomos, então, transferidos de ambiente; saímos do império das trevas e viemos para o reino de Deus. Por um lado, somos Seus filhos qualificados para ser Seus herdeiros (Rm 8:17) e, por outro, estamos sendo preparados como virgens puras para sermos desposados por Cristo (II Co 11:2).

Para o casamento, há a necessidade de a noiva preparar-se. Somente após essa preparação estará qualificada para entrar na presença do rei. O Salmo 45: 13, 14 apresenta, em figura, alguns detalhes desse fato. Esses versículos registram a história da filha do rei no interior do palácio real com duas vestiduras: uma é recamada de ouro e outra bordada. A primeira veste, recamada de ouro, representa Cristo que se fez nossa justiça. Essa veste nós recebemos assim que O aceitamos como nosso Senhor e Salvador. Receber essa veste não exigiu de nós nenhum esforço, pois foi Cristo que a “teceu” por nós pela redenção.

Mas existe outra veste, a qual nos dá direito de entrar na presença do Rei. Essa veste é bordada, e esse trabalho, feito ponto a ponto, é de nossa responsabilidade. Cada atitude nossa, aprovada pelo Espírito Santo, é como um bordado. Assim, ponto a ponto, nossa veste de justiça estará sendo confeccionada.

Bordar as Vestes Requer Sofrimento

Ser bordado implica sofrimento. Sem dúvida, todos os homens preferem uma vida livre de sofrimentos. Todos fogem dos sofrimentos. Somos como uma criança que foge da vacina pelo simples medo da picada da agulha; porém, mais tarde, quando entende que aquela é a maneira de impedir que ela contraia uma doença, aceita a picada sem medo. Para estarmos na presença do Rei Jesus no dia da Sua vinda, temos de viver no espírito e permitir que Ele nos limpe da vida da alma por meio das provações pelas quais nos permite passar hoje: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo” (I Pe 1:6-7). Isso nos poupará de sofrer os mil anos de disciplina nas trevas exteriores. Para isso, temos de bordar nossas vestes, isto é, ser aprovados e selados pelo espírito em tudo o que fazemos.

Negar a Vida da Alma

O caminho para isso é único: negar a vida da alma (Mt 16:24-25). Não nos basta falar ou saber a respeito, mas é necessário praticar. Negar a vida da alma é não agir conforme nossa própria vontade nem de acordo com a nossa própria emoção ou decisão. Isso, sem dúvida, nos faz sofrer. Mas ao olharmos para o que nos espera, o reino como a recompensa que Cristo nos preparou, veremos que vale a pena negar-nos agora. Se estivermos no espírito, não sentiremos os sofrimentos que nos sobrevêm; aceitaremos as agulhadas.

Finalmente, quando esse vestido estiver totalmente bordado, entraremos com alegria na presença do Senhor Jesus, nosso Rei, em suas recâmaras, juntamente com os demais vencedores, a noiva corporativa. Portanto, hoje precisamos conduzir-nos com atos de justiça. Se não tivermos a veste bordada até aquele dia, não poderemos entrar em Sua presença. Mateus 22 menciona um lugar chamado trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes. Esse lugar está preparado para os que se apresentarem ao Senhor Jesus sem as vestes nupciais. Isso é muito sério.

Cada filho de Deus tem de bordar sua veste nupcial com responsabilidade. Estamos muito próximos do final desta era, e o milênio chegará em breve, no qual Cristo reinará com Seus vencedores. Estaremos qualificados para participar dele? A pergunta, na verdade é: queremos realmente participar? Se queremos ou não, será demonstrado pelo quanto temos permitido que nossa veste seja bordada. O Senhor ainda não voltou porque Ele é longânimo conosco, e está esperando que concluamos a confecção dessa veste. Portanto, aproveitemos o tempo que ainda nos resta e nos esforcemos para bordar nossas vestes com muita atenção e responsabilidade, para não sermos envergonhados na era vindoura e sermos atirados às trevas exteriores.

“Em roupagens bordadas conduzem-na perante o Rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à tua presença. Serão dirigidas com alegria e regozijo; entrarão no palácio do Rei” (Salmo 45:14-15). 

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