segunda-feira, 4 de abril de 2011

A REDENÇÃO JUDICIAL

O evangelho de Deus não é uma doutrina, mas uma pessoa, Jesus Cristo nosso Senhor. Portanto, pregar o evangelho não consiste em convencer as pessoas com uma série de doutrinas e mensagens sobre Cristo, mas é apresentar-lhes o próprio Cristo para que sejam salvas. Que é a salvação? É a entrada de Cristo, o Filho de Deus, no espírito do homem.

Cristo, como o Filho Unigênito de Deus, veio à terra e tornou-se o Filho do homem para salvar a humanidade. Aqui viveu por aproximadamente trinta e três anos e meio e tudo o que Ele fez visava a nossa salvação. Primeiramente levou-nos a Deus, que é luz, tirando-nos das trevas, levando-nos a reconhecer nossos pecados e confessá-los. Levando-nos também ao arrependimento por meio de Sua Palavra para dar-nos entrada no reino dos céus. Isso se realizou em nós quando cremos Nele.

Pela fé, fomos redimidos e perdoados de nossos pecados pelo Seu precioso sangue derramado por nós na cruz e os registros dos nossos pecados foram apagados pelo Espírito Santo. Agora já não somos inimigos de Deus, mas fomos com Ele reconciliados. Cristo se fez nossa justiça e mudou-nos de posição, tirando-nos de uma condição vil e mundana para uma posição santa.

Estes são os passos da redenção judicial, cumpridos pelo Senhor Jesus. E como tudo isso se aplica a nós? Por meio da nossa fé. Crer é nossa única responsabilidade em relação a tão maravilhosa e graciosa redenção!

O Propósito da Redenção Judicial

Por que o Filho do homem teve de cumprir toda essa redenção tão complexa? Tudo isso teve de ser cumprido visando um propósito maravilhoso: regenerar o homem ao entrar em seu espírito como vida, crescer no interior do homem até levá-lo à plena maturidade, a fim de que o homem redimido possa expressá-Lo e representá-Lo no universo. Essa foi a intenção original de Deus ao criar o homem, como está revelado em Gênesis 1 e 2, e é o Seu propósito eterno, Sua economia.

Infelizmente muitos cristãos perderam essa meta ao longo dos séculos de história da fé cristã, satisfazendo-se apenas com o fato de terem sido salvos da perdição eterna. O evangelho de Deus, porém, não é tão limitado. Os passos vistos na redenção judicial são apenas o início de um processo maravilhoso que está se desenvolvendo em nós, ao qual vamos chamar de salvação orgânica. Ela inclui a regeneração, a reconciliação, a justificação, a santificação, a renovação da mente, a transformação, a conformação e, por fim, a glorificação. Todas essas fases da salvação orgânica estão ocorrendo em cada filho de Deus desde o dia em que foram alcançados pela graça da redenção. Em alguns essa salvação orgânica está ocorrendo mais rapidamente, e em outros mais lentamente, dependendo do empenho e da disposição de cada um.

Muitas pessoas estão satisfeitas com a redenção, mas não sabem claramente porque Deus as salvou. Por meio da salvação recebemos Deus, mas por que O recebemos? Seria somente para sermos salvos do lago de fogo? Seria isso suficiente para Deus e para nós? Certamente, não, pois esse não é o propósito eterno de Deus. Precisamos pensar seriamente: no momento de nossa regeneração, ganhamos a Deus, mas quantos de nós Ele tem ganho? Temos de perguntar-nos sempre: “Senhor, quanto de mim o Senhor já ganhou? Quanto tenho permitido que Tu ganhes de mim?”

Vale salientar que o processo da salvação orgânica exige nossa participação ativa e, por isso, somos co-responsáveis em seu desenvolvimento. Por ser orgânica, ela ocorre gradativamente, passo a passo. Podemos compará-la ao metabolismo que ocorre em nosso corpo. Metabolismo é um conjunto de reações internas necessárias ao organismo vivo, para a formação, desenvolvimento e renovação de suas células. Diariamente, novas células se formam, se desenvolvem e substituem as antigas. Para isso o organismo necessita da fonte de energia proveniente dos alimentos ingeridos.

Na salvação orgânica ocorre processo similar. A Palavra de Deus, como nosso alimento espiritual cheio de luz e vida, traz-nos novos elementos para a formação das “células” do novo homem e leva embora tudo o que pertence ao velho homem. É necessário que nos despojemos gradativamente das características do velho homem para que sejamos mantidos em novidade de vida, e é necessário que nos revistamos do novo homem criado segundo Deus, na justiça e santidade da verdade.

“Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça, e retidão procedentes da verdade” (Ef 4: 22-24).

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