segunda-feira, 26 de setembro de 2011

SANTOS E IRREPREENSÍVEIS DIANTE DELE EM AMOR

“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”
                                                                                                                              Efésios 1:4

Em sua epístola aos efésios, o apóstolo Paulo tem o cuidado de dizer-nos que “em Cristo” Deus nos separou; nos escolheu, da humanidade,  para sermos herdeiros de grandes bênçãos; e tudo isso no Senhor Jesus Cristo e por intermédio d’Ele. A melhor prova a respeito da passagem que estamos examinando se acha no capítulo 17 do Evangelho Segundo João, onde temos o que comumente se conhece como a oração sacerdotal do nosso Senhor. Ali vemos Jesus fazer declarações concernentes a Si mesmo, declarações como estas: “... lhe deste poder sobre toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste” (versículo 2).

O ensino aí é que o Pai deu essas pessoas ao Filho. Vejamos também o versículo 6: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste: eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra”. Essas pessoas – pessoas cristãs, que incluem todos nós que cremos em Cristo - pertenciam a Deus antes de pertencerem ao Filho. Primariamente, a nossa posição não depende de nada do que fazemos; nem primariamente da ação do Filho. A ação primária é a de Deus o Pai, que escolheu para Si um povo, de toda a humanidade, antes da fundação do mundo, e depois o presenteou, deu esse povo que Ele escolhera ao Filho, para que o Filho o redimisse e fizesse tudo quanto era necessário para reconciliá-lo com Ele. Esse é o ensino dado pessoalmente por Jesus Cristo.

Ele veio a este mundo e realizou a obra que Lhe competia realizar em favor de todas as pessoas que Lhe foram dadas pelo Pai. Assim, Ele prossegue e diz: “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (versículo 9). Mas é de vital importância que nos lembremos de que tudo isso é feito “n’Ele”. O apóstolo repete continuamente a verdade segundo a qual não há absolutamente nada que seja dado aos cristãos independentemente do Senhor Jesus Cristo; não há nenhuma relação com Deus que seja verdadeira e salvadora, exceto a que é no Filho de Deus e por meio d’Ele. “Há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (I Timóteo 2:5).

Tendo estabelecido estas verdades, podemos passar agora ao restante desta grande declaração: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. Aqui vemos que cada frase, quase cada palavra, requer a mais cuidadosa e séria consideração. Cada uma das declarações está carregada de verdade, de verdade vital, de verdade da máxima importância. Portanto, passar às pressas por estas grandes e momentosas declarações é tolice; é real e verdadeiramente pecaminoso.     

É nos dito que fomos escolhidos “para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”. Aqui, de novo, o apóstolo nos propicia uma das mais extraordinárias sinopses do evangelho todo. Ele quer dizer que é o propósito de Deus em Cristo para o Seu povo desfazer, remover e retificar completamente os efeitos do pecado e da queda do homem. O objetivo de Deus na salvação é retificar completamente os resultados e as conseqüências daquele evento terrível e sumamente desastroso. Isso está claro nas Escrituras.

O apóstolo Paulo diz em Efésios 5:27, que o propósito supremo de Cristo para a igreja é, não somente que ela seja santa, mas também esteja “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”. A igreja deve ser irrepreensível (ou sem culpa), como também pura; ela deve ser perfeita por fora e por dentro. Deus é absoluta luz e glória e perfeição; Ele é absolutamente puro, sem sequer qualquer suspeita da presença de uma liga redutora ou de qualquer mistura; o que é dito em Tiago 1:17 é que Ele é o “Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. E o assombroso que nos é dito é que Deus nos escolheu em Cristo para nos tornarmos como Ele. Esse é o propósito de Deus para nós; esse é o nosso destino, sermos semelhantes a Deus, “santos e irrepreensíveis”.

Pois bem, devemos passar à segunda expressão, “santos e irrepreensíveis diante dele”. Noutras palavras, diante dele, no sentido em que Paulo usa a expressão, significa que o objetivo e propósito da nossa vocação e eleição é que andemos com Deus; não somente que entremos numa consciente comunhão com Deus, mas que andemos e permaneçamos nessa comunhão, ou, como João o expressa, que andemos na luz com Deus.

“Eu sou o Deus Todo-poderoso, anda em minha presença e sê perfeito”. Foi um convite que Deus fez a Abraão. Naturalmente, para fazer isso o homem tem que ser perfeito porque Deus é perfeito. “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3.3). Andar diante de Deus e ser perfeito estão inevitavelmente juntos por causa da natureza de Deus. 

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