quinta-feira, 29 de setembro de 2011

SANTOS E IRREPREENSÍVEIS EM AMOR

Para que fossemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”

Não há dúvida de que a essência da santidade é o amor. Na Epístola aos Romanos Paulo afirma que “o cumprimento da lei é o amor” (13.10). Só concebemos fielmente a santidade quando o fazemos em termos do amor. O amor é o oposto da inimizade, o oposto do ódio, o oposto da contenda.

O apóstolo está dizendo que, como resultado do fato de Deus ter nos escolhido, o que acontece é que o pecado é removido, o obstáculo entre nós e Deus é removido, e assim podemos comparecer perante Ele. E não somente isso, mas comparecemos à presença de Deus “em amor”. Só pensar em comparecer à presença de Deus como nosso juiz é algo terrível! A grandiosa realização feita a nosso favor, em nossa salvação, é que comparecemos perante Deus “em amor”.

Esse é o maior resultado da anulação dos efeitos da Queda. Como vimos, a condição do homem é por natureza exatamente o oposto desta santidade e amor. É inimizade contra Deus; sua mente não se sujeita à lei de Deus, e na verdade não pode sujeitar-se. O homem decaído tem um grande impedimento quando se trata de aceitar o Deus das escrituras. Tem facilidade em aceitar o deus da filosofia, um deus que eles idealizaram em suas mentes. Tiram de Deus, como Ele é revelado nas Escrituras, tudo o que não lhes agrada. Não acreditam na ira, não acreditam no juízo, não acreditam na justiça ou no ensino sobre o derramamento do sangue de Cristo, e na morte na cruz.

A mente “carnal” é inimizade contra Deus (Rm 8.7). Quando o homem caiu, começou a odiar a Deus e, como resultado da Queda, o homem se opõe a Deus e está em inimizade contra Ele. Contudo, como resultado da salvação em Cristo, o homem comparece perante Deus “em amor”. Gostamos da vida cristã? Queremos ser mais parecidos com Cristo, cada dia? Se respondermos sim, é porque o amamos.

Realmente, a lei de Deus nos chama para amarmos. O nosso Senhor ensinou isto em certa ocasião, quando foi interrogado por alguns homens que tentavam apanhá-Lo mediante perguntas. Perguntaram-Lhe: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos? Sua resposta foi que o primeiro de todos os mandamentos é: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças: este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes”. (Mc 12.28-31). Todo o objetivo da lei de Deus é primeiro o amor, sua relação com Deus, e depois sua relação com o seu semelhante. É tudo uma questão de amor.

Portanto, devemos ser “santos e irrepreensíveis diante dele em amor”, amando a Deus, amando nossos semelhantes, amando a lei de Deus, tendo prazer nela, e não meramente nos conformando mecanicamente com um padrão moral. O ensino do apóstolo Paulo é que o fim e objetivo supremo da nossa escolha por parte de Deus, da nossa eleição, é que nos tornemos pessoas com aquele caráter. Naturalmente, não alcançaremos essa perfeição nesta existência, neste mundo; essa é a nossa meta suprema.

A vontade de Deus quanto a nós é a perfeição absoluta, e nós, cristãos, finalmente estaremos diante d’Ele “sem defeitos e inculpáveis”, “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante”. Então, não haverá quem possa lançar acusação contra nós. Seremos semelhantes ao nosso Senhor. Mas não nos esqueçamos de que, embora só atinjamos perfeitamente o alvo no mundo vindouro, o processo já começou neste mundo. O princípio está em nós, aqui e agora; a semente já foi implantada em nós.

O autor da Epístola aos Hebreus expressa esta verdade no capítulo 3 onde escreve: “Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial...” (Versículo 1). O cristão é participante da vocação celestial. Fomos santificados, o que significa que somos santos, e mesmo aqui e agora este princípio de santidade está em nós. Já somos “participantes da natureza divina”, e a natureza divina é santa. Esta santidade essencial está em nós, e crescerá e se desenvolverá até que finalmente estejamos em condições de perfeição absoluta, na presença de Deus. Este, diz-nos o apóstolo,é o objetivo supremo da escolha que Deus fez de nós.

Lembrem-se também de que nós estamos “em Cristo”. O que nos faz cristãos é que estamos em Cristo; não somente porque fomos perdoados, embora isso seja essencial. E se estamos “em Cristo”, só temos que ser santos porque Ele é “santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores” (Hebreus 7.26). À luz disso tudo, há certas deduções essenciais que são da máxima importância. Primária e essencialmente, salvação significa estar na relação correta com Deus – nada menos que isso. Não se deve pensar na salvação em termos da felicidade nem em termos das leis, nem da moralidade. Não se deve pensar nela, unicamente em termos do perdão.

Salvação significa estar em uma correta relação com Deus. É preciso que seja assim porque a essência do pecado é a separação de Deus.   

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