segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O AMOR INCONDICIONAL DE DEUS


Se atentarmos para o capítulo 2 da Carta aos Efésios veremos um manancial de graça: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvos” (vs. 4-5).

Graça é o amor de Deus em ação para com aqueles que não o merecem. E esse amor é manifestado como graça, oferecido a nós na vida e morte de Cristo. Por isso Deus não diz: “Eu te amo porque... Eu te amo visto que; Eu te amo contanto que, ou, Eu te amarei se...; Eu te amarei quando...; Eu te amarei depois de...; Eu te amarei uma vez que...; Eu te amarei supondo que...”

Qualquer afirmação desse tipo faria que o amor divino fosse condicional, significaria que o seu amor seria causado por algo em nós: nossa atratividade, nossa bondade, nossa amabilidade. O inverso significaria que poderia haver algo em nós que faria Deus parar de nos amar.

O amor de Deus para conosco é incondicional; não é um amor que algo bom em nós tenha suscitado em Deus. Ele brota de Deus por causa da sua natureza. O amor divino é uma ação para conosco, não uma reação a nós. O seu amor não depende do que somos, mas do que ele é. Ele ama porque ele é amor.

Nós podemos rejeitar o amor de Deus, mas não podemos fazer com que ele para de nos amar. Podemos rejeitá-lo e, dessa forma, impedir que ele penetre em nós, mas não podemos fazer nada para interromper o seu fluir de dentro de Deus. Graça é o amor incondicional de Deus em Cristo, concedido livremente ao pecador, indigno e imperfeito.

Quero dar ênfase à palavra imperfeito para o bem dos cristãos orientados pelo bom desempenho, que muitas vezes levantam uma importante pergunta: “Mas o que acontecerá se eu fracassar? E se eu cair?”
Fazer a pergunta: “E se eu fracassar ou cair?” é mais uma vez acorrentar o amor incondicional de Deus e mudar a natureza da graça como favor imerecido e inconquistável. Se o nosso fracasso pudesse impedir a graça, tal graça não existiria. Pois a base da graça é a cruz de Cristo, e na cruz todos nós fomos julgados como fracasso total.

Não é uma questão de fracassos eventuais aqui e ali. No que toca à nossa habilidade de transpor o abismo moral, e conquistar a aprovação de um Deus santo, nós somos fracassos totais. Na cruz todos nós fomos examinados e falhamos completamente!

É sobre isso que fala os primeiros capítulos de Romanos. Quer sejamos fazedores do bem, os judeus, que guardam todos os mandamentos, quer sejamos pecadores totais que os quebram a todos, os gentios, não faz diferença. Pois Deus em seu amor providenciou uma nova base para um reto (e justo) relacionamento com ele: o favor livre, imerecido, não conquistável e impagável, graciosamente oferecido a nós. Isso é graça.

E é nossa, se a recebemos. Isso é fé. Portanto, nem se levanta a questão de nosso fracasso ou sucesso. A base da salvação não é realizar, mas receber; não é desempenho perfeito, mas fé confiante.

“E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Romanos 11.6). 

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