segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A PRIMEIRA RESSURREIÇÃO


Os vencedores desfrutarão a “melhor ressurreição”. O versículo 6 de Apocalipse capítulo 20 fala:

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição. Sobre estes não tem poder a segunda morte”.  

A palavra grega traduzida como “primeira” é a mesma palavra traduzida como “melhor” em Lucas 15.22, ali, o pai falou quando o filho pródigo retornou: “trazei depressa a melhor roupa; vesti-o”. Consequentemente a primeira ressurreição no versículo 6 pode, na verdade, ser traduzida para “a melhor ressurreição”. Os vencedores desfrutarão essa ressurreição.

Essa será uma ressurreição comparável a um galardão, uma recompensa aos vencedores. Note que Apocalipse 20.6 diz:

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição”.

Aqui nota-se que essa é uma ressurreição especial, diferente que será desfrutada pelos vencedores, tais como o filho varão em 12.5 e os mártires tardios em 15.2, mas também os vivos arrebatados, tais como as primícias em 14.1-5.

A primeira ressurreição será a ressurreição do galardão. Lucas 14.14 diz:
“E serás bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensar-te; a tua recompensa, porém, tu a receberá na ressurreição dos justos”

Essa ressurreição é a ressurreição com um galardão.

Nem todos os santos mortos serão ressuscitados ao mesmo tempo. Pelo menos, as duas testemunhas no capítulo 11 serão ressuscitadas separadamente dos outros. Três dias e meio após sua morte, serão ressuscitadas (11.11). Além disso, o filho varão, que será arrebatado antes da quinta trombeta, será ressuscitado antes da maioria dos crentes, que serão ressuscitados na sétima trombeta.

Alguns interpretes da Bíblia costumam usar 1 Coríntios 15 e 1 Tessalonicenses 4 para afirmar que todos as crentes mortos serão ressuscitados quando o Senhor voltar. Esse é um ponto de vista pouco acurado. Alguns detalhes sobre o assunto merecem nossa atenção.

Por exemplo: o filho varão será ressuscitado antes da grande tribulação, mas a maioria dos santos mortos será ressuscitada próximo ao fim da grande tribulação. Outro fato merece estudo: A ressurreição dos vencedores tardios, os quais estarão em pé no “mar de vidro”, pode acontecer numa ocasião diferente. Certamente não serão ressuscitados com o filho varão, pois eles serão martirizados durante a grande tribulação.

É duvidoso afirmar que sejam ressuscitados juntamente com a maioria dos santos mortos. Haverá, portanto, três ou quatro diferentes ressurreições de crentes:
1)     A ressurreição do filho varão
2)   A ressurreição das duas testemunhas
3)   A ressurreição dos vencedores
4)   A ressurreição da maioria dos crentes mortos

Não devemos ficar contentes meramente em estar na ressurreição geral dos crentes; antes, devemos aspirar a estar na melhor ressurreição. Essa deve ser a mais elevada benção – herdar o reino manifestado na terra e até mesmo reis dentro dele.

Para sermos corretos e analisarmos o assunto ressurreição em todos os seus aspectos, precisamos admitir que não somente os crentes irão ressuscitar, a Bíblia diz que os incrédulos também serão ressuscitados. Vejamos o que diz João 5.29:

“Os que fizerem o bem sairão para a ressurreição da vida, e os que praticaram o mal, para a ressurreição do juízo”

A ressurreição da vida é a dos santos salvos, antes do Milênio, e a ressurreição do juízo é a dos não salvos que irá acontecer após o Milênio. Os crentes mortos serão ressuscitados para desfrutar a vida eterna por ocasião da volta do Senhor Jesus. Assim, a ressurreição deles é chamada de “a ressurreição da vida”. Entretanto, todos os incrédulos mortos serão ressuscitados depois dos mil anos, para serem julgados no grande trono branco (Ap 20.11-15). Portanto, sua ressurreição é chamada de “a ressurreição do juízo”.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

AS SETENTA SEMANAS NA VISÃO DO PROFETA DANIEL


O livro de Daniel tem por tema central a revelação do destino do governo humano na economia de Deus. Desde Ninrode, em Gênesis, até o anticristo em Apocalipse, a história da humanidade relacionada com o povo de Israel, está relatada em Daniel.

O conteúdo das visões e revelações proféticas, contidas no livro do profeta Daniel, constituem uma fonte inesgotável de conhecimento da parte de Deus para o Seu povo. Não pretendemos enfocá-lo em sua totalidade, mas vamos nos ater ao capítulo 9. Daniel 9 contém o mistério das setenta semanas que revelam as coisas que haveriam de acontecer ao povo de Israel após a ordem da reedificação da cidade de Jerusalém.

A partir da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, Deus determinou “setenta semanas” sobre o povo de Israel:

 “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas” (Dn 9:24-25).  

A ordem para a reconstrução a que se refere a profecia foi dada por Artaxerxes I, e essa história é narrada no livro de Neemias. A partir dessa ordem haveria setenta semanas de sete anos, isto é, quatrocentos e noventa anos, determinados sobre Israel. A duração desde a ordem até o final da edificação de Jerusalém seria de sete semanas, ou seja, quarenta e nove anos. Esse período foi descrito assim: “As praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (v. 25b).

A palavra profética continua: “Depois das sessenta e duas semanas será morto o Ungido, e já não estará” (v. 26ª). A morte do Ungido é a crucificação do Senhor Jesus. Da conclusão da reedificação de Jerusalém até a crucificação de Cristo passaram-se sessenta e duas semanas de sete anos. Nesse ponto se interrompe a profecia sobre a história do povo de Israel. Portanto, das setenta semanas já se cumpriram até aqui sessenta e nove. A interrupção da profecia marca o momento em que a Igreja do Senhor começou a ser edificada. Esse período é a era da igreja, que já dura mais de dois mil anos. Essa “inserção” durará até um pouco antes da segunda vinda do Senhor, quando então se iniciará a contagem de tempo da última semana, que irá concluir a história de Israel.

O Pensamento Central

O pensamento central de Daniel é o Cristo glorioso, revelado no capítulo 10. Esse Cristo é o personagem central da economia de Deus: “Segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef 3:11). Na segunda vinda de Cristo, Ele destruirá a grande imagem e finalizará a história de Israel. Nesse livro Cristo é a centralidade e a universalidade da economia de Deus.
Cristo, como centro da economia de Deus, cumpriu, está cumprindo e cumprirá todas as etapas necessárias para que o propósito eterno de Deus seja concluído. Essas etapas são as principais:

a.     Por fim à Velha Criação

No final das sessenta semanas o Ungido foi morto. Na Sua morte na cruz Cristo pôs fim à velha criação: “Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6:6).

b.     Gerar a Igreja

Mediante a Sua morte e ressurreição, Cristo gerou a igreja, fazendo germinar a nova criação: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (II Co 5:17). A era da Igreja durará até meados da última semana, quando então se dará a vinda do Senhor Jesus.

c.     Destruir o Governo Terreno

Na Sua segunda vinda, Cristo virá como a pedra que esmiuçará a grande imagem humana, a qual representa a totalidade de todo governo humano. Essa pedra, no entanto, não será Cristo somente, mas Cristo e os santos vencedores. Essa pedra se tornará uma grande montanha que encherá toda a terra, introduzindo assim o reino eterno de Deus: “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos... O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho e fiel a interpretação” (Dan 2: 44-45).

d.    Estabelecer o Reino Eterno de Deus

Quando Cristo voltar, estabelecerá o reino eterno de Deus. Apocalipse 11:15 diz: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.”

No capítulo 9, de 24 a 27 Daniel registrou uma das mais abrangentes profecias encontradas nas Escrituras. Esta revelação deve ser colocada ao lado de outras profecias, sobre os gentios, previamente delineadas em Daniel. A cronologia e a seqüência dos eventos no tempo dos “gentios”, como as 70 semanas, acham seu clímax na segunda vinda de Cristo, para estabelecer o Milênio sobre a terra.

Daniel foi informado sobre como Israel se relacionaria cronologicamente a esse mesmo período da cronologia gentílica. O anjo Gabriel declarou: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo (judeus) e sobre a tua santa cidade (Jerusalém), para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para fazer justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos” (v 24).

O anjo apresentou a profecia como um todo e falou de um período que ele denominou “70 semanas”. A maioria dos eruditos concorda que as unidades de tempo são anos; em outras palavras, 70 semanas perfazem 490 anos. Os eruditos conservadores geralmente concordam que o número sete está relacionado, com freqüência, a uma grande obra de Deus.

Outra decisão importante na interpretação desta passagem é a questão do início dos 490 anos. Isso é descrito em Daniel 9.25: “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se edificarão, mas em tempos angustiosos”.

Se a ordem refere-se a um decreto político, quatro determinações diferentes são sugeridas:
1 – o decreto de Ciro que permitiu a reconstrução do templo em 538 a.C. (2 Cr 36.20-23; Ed 1.1-4; 6.1-5)
2 – o decreto de Dario que confirma o decreto de Ciro (Ed 6.6-12);
3 – o decreto de Artaxerxes (Ed 7.11-26); e
4 – o decreto de Artaxerxes, registrado em Neemias, que autoriza a reconstrução da cidade (Ne 2.1-8).

De qualquer maneira, a cidade e sua muralha não foram reconstruídas até o tempo de Neemias (445 ou 444 a.C). Os estudiosos diferem quanto à data exata do decreto: se é o último mês de 445 a.C. ou o primeiro de 444 a.C. Embora a diferença persista, a explicação mais plausível é a data de 444 a.C., porque proporciona um cumprimento preciso da profecia e coincide com a reconstrução real da cidade. Esta interpretação oferece a explicação mais literal, sem ignorar detalhes específicos da profecia.

Se 444 a.C. for aceito como o início dos 490 anos, os 483 anos culminariam em 33 d.C. , onde a erudição mais recente colocou a data provável da morte de Cristo. Ficam faltando a última semana (7 anos).      

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O AMOR INCONDICIONAL DE DEUS


Se atentarmos para o capítulo 2 da Carta aos Efésios veremos um manancial de graça: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo – pela graça sois salvos” (vs. 4-5).

Graça é o amor de Deus em ação para com aqueles que não o merecem. E esse amor é manifestado como graça, oferecido a nós na vida e morte de Cristo. Por isso Deus não diz: “Eu te amo porque... Eu te amo visto que; Eu te amo contanto que, ou, Eu te amarei se...; Eu te amarei quando...; Eu te amarei depois de...; Eu te amarei uma vez que...; Eu te amarei supondo que...”

Qualquer afirmação desse tipo faria que o amor divino fosse condicional, significaria que o seu amor seria causado por algo em nós: nossa atratividade, nossa bondade, nossa amabilidade. O inverso significaria que poderia haver algo em nós que faria Deus parar de nos amar.

O amor de Deus para conosco é incondicional; não é um amor que algo bom em nós tenha suscitado em Deus. Ele brota de Deus por causa da sua natureza. O amor divino é uma ação para conosco, não uma reação a nós. O seu amor não depende do que somos, mas do que ele é. Ele ama porque ele é amor.

Nós podemos rejeitar o amor de Deus, mas não podemos fazer com que ele para de nos amar. Podemos rejeitá-lo e, dessa forma, impedir que ele penetre em nós, mas não podemos fazer nada para interromper o seu fluir de dentro de Deus. Graça é o amor incondicional de Deus em Cristo, concedido livremente ao pecador, indigno e imperfeito.

Quero dar ênfase à palavra imperfeito para o bem dos cristãos orientados pelo bom desempenho, que muitas vezes levantam uma importante pergunta: “Mas o que acontecerá se eu fracassar? E se eu cair?”
Fazer a pergunta: “E se eu fracassar ou cair?” é mais uma vez acorrentar o amor incondicional de Deus e mudar a natureza da graça como favor imerecido e inconquistável. Se o nosso fracasso pudesse impedir a graça, tal graça não existiria. Pois a base da graça é a cruz de Cristo, e na cruz todos nós fomos julgados como fracasso total.

Não é uma questão de fracassos eventuais aqui e ali. No que toca à nossa habilidade de transpor o abismo moral, e conquistar a aprovação de um Deus santo, nós somos fracassos totais. Na cruz todos nós fomos examinados e falhamos completamente!

É sobre isso que fala os primeiros capítulos de Romanos. Quer sejamos fazedores do bem, os judeus, que guardam todos os mandamentos, quer sejamos pecadores totais que os quebram a todos, os gentios, não faz diferença. Pois Deus em seu amor providenciou uma nova base para um reto (e justo) relacionamento com ele: o favor livre, imerecido, não conquistável e impagável, graciosamente oferecido a nós. Isso é graça.

E é nossa, se a recebemos. Isso é fé. Portanto, nem se levanta a questão de nosso fracasso ou sucesso. A base da salvação não é realizar, mas receber; não é desempenho perfeito, mas fé confiante.

“E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Romanos 11.6). 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

FINALMENTE LIVRE


“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firme e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gálatas 5.1).

A liberdade é a descoberta da verdade sobre você. A verdade traz consigo a liberdade. A verdadeira liberdade o tornará livre para se tornar tudo que você foi criado para ser. Ela dá liberdade para você trabalhar dentro das leis da vida. Sob o jugo da escravidão você está debaixo de outra lei. Um chicote é usado para garantir aquela lei. Mas quando você entra em liberdade, você tem que obedecer às leis internas. A pressão está em você, para que você mesmo mantenha essas leis. A liberdade é disciplina auto-imposta.

Se você fosse um escravo no século XIX, haveria uma lista de dez coisas que você teria que fazer diariamente. Quando você se levantasse pela manhã você saberia exatamente o que fazer. Você nem mesmo teria de pensar em seu dia, ou planejá-lo. Todas as suas manhãs seriam cronometradas minuto a minuto – seu opressor faria o planejamento.

Se algum dia você fosse libertado, sua vida iria mudar radicalmente. A primeira mudança é que você não teria mais aquelas dez regras. De repente você seria empurrado a um mundo com milhares de alternativas, e teria de escolher quais seriam as melhores para você. Você teria que viver sem ninguém para assisti-lo. Essa é a verdade para se viver livre.

Você tem que escolher suas próprias leis para viver livremente, e tem que viver com as conseqüências de suas escolhas. A liberdade se responsabiliza por sua vida. Ela projeta seu próprio destino e decide suas próprias conseqüências. Na liberdade não há ninguém para se responsabilizar por suas vitórias ou enganos, a não ser você mesmo.
Em sua primeira carta a Timóteo Paulo escreve:

“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo, tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para os transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores, ímpios e profanos, parricidas e matricidas, homicidas, impuros, sodomitas, raptores de homens, mentirosos, perjuros e para tudo quanto se opõe à sã doutrina, segundo o evangelho da glória do Deus bendito, do qual fui encarregado” (I Tm 1.8-11).

Paulo nos diz que leis sempre serão necessárias para aqueles que agem irresponsavelmente. Quanto menos responsável você é, de mais leis você precisa. Quanto mais responsável você se torna, menos leis são requeridas, porque leis visam empurrá-lo para longe das suas exigências, para a produtividade da liberdade pessoal. As leis de Deus, em última instância, foram prescritas para conduzir os homens à liberdade. Você pensa que Deus ama leis como “Não furtarás”, “Não darás falso testemunho” e “Não cometerás adultério”? Eu acredito que Ele odeia essas leis.

Contudo, teve de estabelecê-las, uma vez que Adão infringiu e roubou o fruto proibido da árvore proibida. A sociedade é hoje tão corrupta que não pode lidar com a liberdade de ter uma lata de atum na prateleira. Alguém a roubará, se ela permanecer desprotegida. Deixe um celular em sua mesa na praia, e alguém virá tirá-lo de você. Por que? Porque as pessoas, como uma regra geral, não conseguem lidar com a liberdade. Sendo assim, Deus impõe a lei.

Pessoas jovens, em nossos dias, são irresponsáveis. Este é o motivo pelo qual precisam de leis, não de negociação, discussão ou compromisso. Elas não lidam bem com a liberdade. Infelizmente, a nossa sociedade autorizou a falta de leis para elas, dando-lhes direito de serem livres da penalidade da lei, e até mesmo da disciplina de seus pais.

Deus está consciente de que nós humanos precisamos de um sinal de “Não ultrapasse”, para nos manter fora da prisão. E os cristãos não são imunes. Se você pensa que cristãos renascidos e cheios do Espírito não quebram alguma vez os Dez mandamentos você realmente desconhece o que está acontecendo diariamente no mundo cristão.

Você ficaria surpreso ao ver quantos cristãos são capazes de roubar um grampeador ou levar para casa um pouco de papel de impressora, simplesmente porque “todo mundo faz isso”. A taxa de divórcio na igreja hoje é tão alta quanto no mundo. Alguns cristãos praticam coisas que são muito semelhantes às praticadas pelos que não professam a fé em Jesus Cristo. Esses cristãos não passam no teste do deserto.

Deus quer que todos os homens vivam livremente, acima da lei, limitados pelo mais elevado conjunto de princípios. A razão disso é que Jesus veio para todos os homens – a fim de salvar a todos. A verdadeira liberdade requer lei, porque liberdade sem lei é anarquia. A verdadeira liberdade opera com leis interiores, baseadas nos princípios de Deus. Em essência, então, autocontrole e autodisciplina são atributos da verdadeira liberdade, porque disciplina é lei auto-imposta. Isso é liberdade.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A LIBERDADE REQUER MAIS RESPONSABILIDADE QUE A ESCRAVIDÃO


Deus sempre afirmou que Israel seria invencível. O povo de Israel sempre avançou confiado nessa certeza. Foi assim que os muros de Jericó vieram abaixo. Após essa vitória poderosa, o próximo objetivo militar era a pequena cidade de Ai. O que eles não sabiam é que dentro de seus arraiais havia um homem que desobedecera ao comando de Deus, conforme está registrado em Josué 6.18:

Tão somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o arraial de Israel e o confundais”

Jericó foi uma vitória surpreendente. Israel mandou sair os espiões para determinar o número de tropas que levariam para destruir Ai. Quando foram para o ataque, eles fugiram diante dos homens de Ai. Diz a Bíblia que os homens de Ai feriram uns trinta e seis israelitas (Js 7.45).

Deus garantiu a Israel no deserto que ganhariam toda guerra na Terra Prometida. Prometeu que estaria com eles e que conquistariam a terra. No entanto, agora, por causa de um homem por nome de Acã, a nação inteira teria que pagar o preço. Um homem quebrou a lei. Contudo, a Bíblia diz:

...Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou das coisas condenadas. A ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel (Js 7.1).

Josué ficou completamente confuso sobre aquela situação, e caiu sobre o seu rosto diante de Deus. “O que está errado?” – perguntou. Deus lhe respondeu que alguém havia quebrado a sua lei da proibição de Jericó. Deus ordenou que Josué convocasse todos os israelitas à sua presença:

Aquele que for achado com a coisa condenada será queimado, ele e tudo quanto tiver, porquanto violou a aliança do Senhor e fez loucura em Israel” (Js 7.14-15).

Acã foi descoberto e ficou totalmente queimado, mas antes disso, trinta homens morreram por causa da sua atitude irresponsável. Josué disse a Acã: 

“Por que nos conturbaste? O Senhor hoje te conturbará. E todo o Israel o apedrejou; e, depois de apedrejá-lo, queimou-os a fogo (Js 7.25).  

Um homem chamado Acã roubou e escondeu o que Deus instruíra Israel a não tocar. E em razão de sua ação individual a nação inteira foi responsabilizada. Em liberdade, tudo o que você faz afeta outras pessoas. Se você negligencia a respeito do seu ministério, em seu compromisso, em sua promessa aos outros ou em seu negócio, isso deixa de ser uma coisa pessoal. Você pode dizer: “Não vou aparecer esta noite”; “Não vou poder cumprir o combinado”. Em questão de liberdade, quando você não aparece ou falha, alguém se machuca.

A verdadeira liberdade não presume o direito de agir sem consideração aos efeitos que decisões pessoais possam ter sobre a liberdade dos outros. A verdadeira liberdade protege a liberdade dos outros e age responsavelmente em prol dos outros.

Você sabe de alguém que está administrando pecaminosamente a sua vida, vá pessoalmente a ele. Assuma a responsabilidade. Diga-lhe: “Ouça uma coisa, por favor: Tenho estado preocupado com você. Você tem vivido mal, tem cometido erros e injustiças, e eu quero que pare com isso, porque está prejudicando sua família, a comunidade, a igreja e as pessoas”. É hora de começar a ser responsável. É hora de ser responsável!

Você é responsável por se levantar e trabalhar em liberdade. É sua responsabilidade permanecer no trabalho, uma vez que você chega lá. Tem que fazer seu próprio orçamento e optar por não gastar dinheiro em guloseimas, quando há coisas mais importantes para pagar.

Você é uma pessoa em liberdade que consegue se alimentar com moderação. Você não deseja que Deus controle sua dieta? Sim. Eu detesto bufês, porque eles realmente testam minha responsabilidade. Quando ando diante daquela quantidade de comida, não há ninguém para me parar, e meu estômago grita: “Galinha com arroz, torta de morango!” É então que a realidade da liberdade de apetite realmente pode ser exercitada. A vontade é comer muito, mas seu cérebro diz: “Pare!”

Você não gostaria que Deus lhe dissesse o que comer, e o fizesse parar quando fosse suficiente? “Pronto, meu filho. Tu não comerás mais!” Isso não seria ótimo? Você teria um corpinho admirável. No entanto, Deus espera que você exerça a sua liberdade de escolha.

Autocontrole é um atributo da verdadeira liberdade com responsabilidade. Não se deixe abater pelos fracassos: “Maior é aquele que está em você do que aquele que está no mundo”. Você pode fazer todas as coisas por Cristo que o fortalece. Chegue lá fora e lute – tome aquela terra!”