quinta-feira, 4 de março de 2010

COMUNHÃO - UMA FUNÇÃO DO ESPÍRITO

Comunicamo-nos com o mundo material através do corpo e com o mundo espiritual através do espírito. Esta comunicação com o espiritual não é realizada por intermédio da mente ou emoção, mas através do espírito ou sua faculdade intuitiva.

A fim de cultuar e ter comunhão com Deus, o homem deve possuir uma natureza semelhante a d’Ele. “Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade” (Jo. 4:24). Não pode haver comunicação entre duas naturezas diferentes; por isso, tanto o irregenerado cujo espírito obviamente não foi vivificado e o regenerado que não usa seu espírito para adorar, estão igualmente desqualificados para terem comunhão genuína com Deus.

Pensamentos elevados e sentimentos nobres não introduzem ninguém na realidade espiritual, nem tampouco forjam comunhão pessoal com Deus. Nossa comunhão com Ele é experimentada no lugar mais profundo do nosso ser o qual é mais profundo do que nosso pensamento, sentimento e vontade, a saber, na intuição do nosso espírito.

Um exame minucioso de I Coríntios 2:9 e 3:2 pode fornecer uma visão clara de como o homem comunga com Deus e de como ele pode conhecer as realidades de Deus através da intuição do espírito.

“As coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem penetraram no coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”. O contexto mais amplo deste versículo fala de Deus e das coisas de Deus. O que Ele preparou não pode ser visto ou ouvido pelo corpo exterior do homem, nem concebido por seu coração.

O “coração do homem” inclui, entre outras facetas, o entendimento, mente e intelecto do homem. O pensamento do homem não pode conceber a obra de Deus, pois os pensamentos de Deus são muito mais elevados do que os nossos pensamentos. É evidente, portanto, que aquele que deseja conhecer a Deus e ter comunhão com Ele, não pode depender apenas de seu pensamento.

 “Porque Deus no-las revelou pelo Seu Espírito; pois o Espírito Santo esquadrinha todas as coisas, mesmo as profundezas de Deus” (I Co. 2:10). Este versículo estabelece o fato de que o Espírito Santo esquadrinha tudo e não que nossa mente concebe tudo. Somente o Espírito conhece as profundezas de Deus. Ele conhece aquilo que o homem não conhece.

É dessa forma que Deus pode revelar através do Espírito Santo aquilo que nosso coração nunca concebeu. É uma revelação que não requer ajuda do nosso pensamento.

“Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus” (v. 11, 12).

O espírito do mundo está cortado da comunicação com Deus. É um espírito morto e não pode efetuar comunhão com Ele. O Espírito Santo, por outro lado, compreende as coisas de Deus; portanto, recebendo em nossa intuição aquilo que o Espírito Santo conhece, compreenderemos também as realidades de Deus.

Quando o Espírito Santo revela os assuntos pertencentes a Deus, Ele não o faz em nossa mente ou em qualquer outro órgão, mas no nosso espírito. A mente não é o lugar para se conhecer tais coisas. O cérebro mais inteligente falha no conhecimento da mente de Deus.

Tanto a comunhão de Deus com o homem e a adoração do homem a Deus dependem do seu espírito regenerado. Sem esse componente revitalizado, Deus e o homem estão irremediavelmente separados; nenhum deles pode vir ou ir ao outro. O primeiro passo em direção à comunhão entre Deus e o homem deve ser a vivificação do espírito do homem, que é uma obra do Espírito Santo em nós.  

A seguir o homem deve exercitar continuamente a capacidade de “ouvir” o espírito para que possa captar e entender a mente de Deus por meio do falar espiritual que ocorre por meio da intuição em nosso espírito. O Espírito de Deus comunica-se com o nosso espírito revivido e transmite-nos as ordens e os desejos de nosso Pai celestial.

Logo que temos a revelação do Espírito em nosso espírito estamos aptos a discernir e entender qual seja a nossa participação na obra que Deus quer realizar juntamente conosco. Então, nossa mente esclarecida das intenções do Pai, promove a mobilização de nosso ser através da “vontade” e assim podemos fazer o que Deus ordena.

Esse é o passo a passo do viver em espírito. Deve ser praticado exaustivamente a cada dia e a cada hora em nosso existir. Só então estaremos treinados a andar em espírito e a adorar em espírito e em verdade.

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