segunda-feira, 1 de março de 2010

O SENTIMENTO DELICADO DA INTUIÇÃO

“Para que possamos viver pelo espírito precisamos nos mover de acordo com o sentimento delicado da intuição e depender da sua capacitação para realizarmos as tarefas reveladas”.

Quando nos referimos à “intuição” estamos utilizando uma palavra da língua portuguesa que significa: “Conhecimento imediato e claro, sem recorrer ao raciocínio”; conhecimento claro, direto, imediato e espontâneo da verdade.

O homem espiritual continua tendo sua alma e corpo; de outro modo ele seria reduzido de homem a espírito. Não, o significado de ser um homem espiritual é que ele está sob o controle do seu espírito, o qual se tornou o órgão mais elevado de todo o seu ser. Não nos enganemos neste ponto. Um homem espiritual retém sua alma e corpo; o ser espiritual não aniquila estes órgãos nem suas respectivas funções, porque estes fazem do homem o que ele é.

De modo que, embora o homem espiritual não viva por eles, certamente ele também não os aniquila. Ao invés disso, eles foram renovados por meio da morte e ressurreição e estão perfeitamente unidos ao espírito e se tornaram instrumentos da sua expressão. Por isso a emoção, mente e vontade permanecem num homem espiritual, mas estão sujeitas inteiramente à direção da intuição.

A emoção de um homem espiritual está completamente sob o controle do seu espírito, não reivindicando mais um curso independente como antes fazia. Ela não bloqueia o espírito nem resiste seu mover, porque não insiste em sua própria atenção e sentimento. A emoção agora se regozija apenas naquilo que o espírito tem prazer, ama somente aquilo que o espírito guia, e sente apenas o que o espírito permite. Ela tornou-se sua vida: quando o espírito se move a emoção responde.

A mente do homem espiritual, da mesma forma, coopera com o espírito, não divagando mais como fazia antes. Ela não se opõe à revelação do espírito levantando seu raciocínio e argumento, nem tampouco perturba a paz do espírito com muitos pensamentos confusos e não se rebela contra o espírito se vangloriando na sua própria sabedoria.

Pelo contrário, a mente coopera plenamente com a intuição no progresso da jornada espiritual. Se o espírito expõe qualquer revelação, a mente discerne seu significado. Ela dá assistência ao espírito nos conflitos, caso ele tenha que lutar. Se o Espírito Santo deseja ensinar alguma verdade, a mente ajuda o espírito a entender. Todavia o espírito tem autoridade para interromper um pensamento da mente e também para iniciá-lo.

O homem espiritual também retém sua vontade, mas ela não é mais independente de Deus; sua decisão agora é segundo os ditames do espírito, pois abandonou o ego como seu centro. A vontade não insiste em seu desejo como antes. Consequentemente ela está preparada para obedecer a Deus. Não é mais inflexível e obstinada, mas está totalmente submissa; daí não querer mais resistir a Deus ou lutar contra Ele.

Ela foi domada no tocante à sua natureza selvagem. Hoje quando o espírito recebe revelação e apreende o desejo de Deus, a vontade decide segui-lo. Ela permanece na porta do espírito como um mensageiro, aguardando sua ordem.

O corpo de um homem espiritual também está sujeito ao espírito. Ele foi purificado pelo sangue precioso e suas lascívias e paixões foram tratadas pela cruz. Agora ele pode servir como um servo obediente à ordem do espírito, quando tal ordem é comunicada ao corpo pelo espírito através da alma. O corpo deixou de atrair a alma para as paixões, pecados e lascívias como fazia anteriormente. Agora o corpo responde prontamente a todos os direcionamentos do espírito. O espírito de um homem espiritual se tornou forte e o corpo está sob seu domínio.

Conclusão: um homem espiritual é aquele que pertence ao espírito; o homem em seu todo é governado pelo homem interior; todos os órgãos do seu ser estão completamente sujeitos a ele.

Seu espírito é que caracteriza sua vida como singular; tudo procede do seu espírito, e ele mesmo presta obediência absoluta a ele. Nenhuma palavra é pronunciada, nem ato algum é realizado segundo ele mesmo; pelo contrário, ele recusa sempre seu poder natural a fim de extrair poder do espírito. Numa palavra, um homem espiritual é aquele que vive pelo espírito. 

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