ADORANDO OS CAMINHOS DE DEUS
Se realmente temos a intenção
de sermos adoradores de Deus, então deveremos chegar à conclusão de que
simplesmente conhecer a Deus como nosso Pai e a nós como Seus filhos é
absolutamente insuficiente.
Precisamos conhecer a Deus como
Deus e a nós mesmos como Seus escravos. Só quando essa revelação for-nos dada,
poderemos adorá-Lo verdadeiramente. Não poderemos prostrar-nos diante Dele até
que o conheçamos como Deus. Só então perceberemos que somos Seus subordinados.
É essa percepção que gera adoração.
Mas não termina aí. Essa visão
de Deus não apenas nos faz curvar-nos diante Dele; ela nos leva a reconhecer e
a aceitar Seus caminhos. A Bíblia nos mostra que apenas por revelação podemos
conhecer a Deus. Também nos mostra que apenas quando estamos sujeitos a Ele,
começamos a conhecer Seus caminhos.
Que são os caminhos de Deus?
Seus caminhos são Seus métodos para fazer aquilo que Ele decidiu fazer. E, em
relação a nós, eles são Seus tratamentos para conosco, por intermédio dos quais
Ele realiza Seu propósito em nossas vidas. Seus caminhos são mais elevados que
os nossos, e não dão lugar à nossa escolha. Ele trata com uma pessoa de certa
maneira e com outra pessoa de outra maneira, agindo sempre do modo que Lhe
parece melhor.
Seus caminhos são o modo pelo qual Ele próprio, para Seu
bom-prazer, cumpre aquilo que desejou realizar.
A realidade é que o homem é
incapaz de aceitar os caminhos de Deus a menos que haja uma revelação de Deus
para ele. O homem natural continua perguntando: “Por que Deus amou Jacó e não
Esaú?” Temos a tendência de desprezar Jacó e tentar defender Esaú. Esaú,
pensamos, era um bom homem, extremamente bom. Jacó é que era mau, muito mau.
Jacó era suplantador, um enganador.
Todavia Deus disse: “Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú”. E nós ainda insistimos a
perguntar: “Por que, por que?
Questionar por que Deus amou a
Jacó e não a Esaú, prova que não vimos a Deus como Deus. Aqueles que viram, não
questionam esse fato. Eles simplesmente dizem: “Deus é Deus; Ele faz o que faz
porque Deus é quem Ele é. Ninguém precisa dizer a Ele como deve agir”. “Quem
foi o Seu conselheiro?”
Os caminhos de Deus são a
expressão da Sua escolha, são a manifestação do Seu desejo. O que Ele
determinou fazer, Ele faz de modo a garantir Seu objetivo. Portanto, Seus
tratamentos providenciais para o homem variam de acordo com o propósito que Ele
tem em vista para cada vida.
Como já salientamos, quando alguém por meio de
revelação vê realmente que Deus é Deus, e que o homem é homem, ele não pode
fazer outra coisa além de prostrar-se e adorar. Mas, por favor, tenham em mente
que avançar até esse ponto ainda não é o suficiente. Essa é uma posição muito
abstrata. É necessário avançar um passo além.
Não devemos apenas adorá-Lo,
mas também adorar os Seus caminhos. Curvarmo-nos diante Dele em adoração por
aquilo que Ele é em si mesmo, e também aceitarmos com adoração todos os
caminhos que Ele escolheu para nos guiar e todas as coisas que Ele quer trazer
à nossa vida. Devemos aprender a andar passo a passo; e se andarmos diante de
Deus aprenderemos a adorar Seus caminhos.
Espiritualmente, todo o nosso
futuro apóia-se no fato de aceitarmos com adoração todos os Seus tratamentos
para conosco. Devemos chegar ao ponto de adorá-Lo por tudo aquilo que Lhe
agrada dar e por tudo aquilo que Lhe agrada tirar.
Irmãos e irmãs, devemos aprender
a reconhecer os caminhos de Deus. Nós, cristãos, precisamos conhecer Seus
caminhos. Precisamos reconhecer Sua obra, e também reconhecer a maneira como
Ele opera. Devemos aprender a adorá-Lo por aquilo que Ele é em Si mesmo, e
também aprender, com coração de adoradores, a aceitar Suas maneiras de
trabalhar.
Deus ordena todas as situações
que vêm a nós a fim de que possamos render-Lhe a adoração que Ele deseja. Às
vezes Ele faz nosso caminho tão próspero que temos de reconhecer que foi Ele
sozinho quem fez isso, e toda a glória vai para Ele. Somos muitas vezes
incapazes de adorar a Deus porque em nossas provações pensamos que Ele
esqueceu-se de nós.
Somos perturbados por causa das nossas dificuldades
domésticas; ficamos doentes e esperamos um longo tempo pela cura; estivemos
desempregados e ainda não conseguimos encontrar emprego; os nossos familiares recusam-se
a crer no Senhor; as mesmas velhas situações embaraçosas permanecem.
Assim, concluímos que Deus não
tomou conhecimento de nossas provações e abandonou-nos a nossos próprios
recursos. Como podemos adorá-Lo? Nossos
lábios estão silenciosos. Mas chega o dia em que vemos a Deus e entendemos que
Ele nunca nos esqueceu. Nesse dia os lábios silenciosos são abertos e com a
cabeça inclinada reconhecemos que tudo o que nos aconteceu cooperou para nosso
bem. Vemos a graça de Deus em tudo, e adoramos os Seus caminhos.
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