segunda-feira, 15 de abril de 2013


A SOBERANIA DE DEUS

A soberania de Deus é um atributo pelo qual Ele domina sobre toda a criação. Para ser soberano, Deus tem de ser onisciente, onipotente e absolutamente livre. As razões para isso são as seguintes:
Se houvesse uma parcela de conhecimento, por menor que fosse, desconhecida de Deus, Seu domínio iria falhar nesse ponto. Para ser Senhor de toda a criação, Ele tem de possuir todo o conhecimento. Se um pequeno, infinitesimal grau de poder faltasse a Deus, essa falta acabaria com o Seu reino; esse único átomo de poder extraviado pertenceria a outro, e Deus seria um governante limitado, e não soberano.

A concepção de liberdade sem limites exige um esforço vigoroso da mente. O nosso conceito de liberdade foi formado num mundo em que não existe a liberdade absoluta, e onde cada objeto natural depende de muitos outros objetos, sendo que essa dependência limita nossa liberdade.

Ser livre como um pássaro, não é ser livre. Os naturalistas sabem que as aves supostamente livres vivem numa gaiola de temor, fome e instinto; sendo limitadas pelas condições climáticas, suprimentos de alimento no local, animais predadores, e a mais estranha das algemas: a compulsão de permanecer dentro do pequeno território onde vive. A ave mais livre, como toda coisa criada, está presa a uma rede de necessidades. Só Deus é livre.

Deus é totalmente livre porque ninguém e nada poderão impedi-Lo, compeli-Lo ou fazê-Lo parar. Ele pode sempre fazer a que Lhe agrada, em todo lugar e eternamente. Para ser assim livre, deve possuir também autoridade universal. Sabemos pelas Escrituras que Seu poder não tem limites, e também podemos deduzir isso de outros dos Seus atributos. Mas, que dizer de Sua autoridade?

Um problema criado pela doutrina da soberania está ligado com a vontade do homem. Se Deus rege a Seu universo soberanamente, como pode o homem exercer seu livre-arbítrio? E se não tem liberdade de escolha, como pode ser responsável pela sua conduta? Não seria ele apenas um boneco cujas ações são determinadas por um Deus, atrás do palco, que puxa as cordas conforme quer?

A tentativa de responder a essas questões dividiu a igreja em dois campos que respondem pelo nome de dois distintos teólogos, Jacobus Arminius e João Calvino. A maioria dos cristãos se contenta em oscilar entre esses dois campos: ou negam a soberania de Deus, ou negam o livre- arbítrio do homem. No entanto é possível reconciliar essas duas posições sem violentarmos uma ou outra, embora o esforço seguinte possa parecer deficiente aos partidários de um ou de outro campo.

O meu ponto de vista é o seguinte: Deus soberanamente decretou liberdade ao homem para exercer escolha moral, e desde o princípio o homem tem cumprido esse decreto escolhendo entre o bem e o mal. Quando escolhe o mal, não anula a vontade soberana de Deus, mas a cumpre, pois Deus não determinou qual seria a escolha do homem, e sim que ele teria liberdade de escolha. A vontade do homem é livre porque Deus é soberano. Um Deus menos soberano não poderia outorgar às Suas criaturas a liberdade moral. Teria medo de fazê-lo.

A liberdade do homem e a soberania de Deus não se contradizem. O propósito soberano de Deus mantém firme o seu curso através da história. Deus se move, imperturbável e sem obstáculos em direção ao cumprimento de Seus objetivos eternos em Cristo Jesus, os quais foram definidos antes da fundação do mundo.

Sabemos que Deus cumprirá cada promessa feita aos profetas; sabemos que os pecadores serão um dia eliminados da terra; sabemos que os remidos entrarão no gozo do Senhor e que os justos resplandecerão no reino de seu Pai; sabemos que a perfeição de Deus ainda virá a ser aclamada universalmente, que toda a inteligência criada reconhecerá Jesus Cristo como Senhor, para a glória de Deus Pai, e que a presente ordem imperfeita desaparecerá, e um novo céu e uma nova terra serão estabelecidos eternamente.

Se reduzirmos tudo a termos individuais, chegamos a algumas conclusões de vital importância a altamente pessoais. No violento conflito moral que agora se processa atingindo a todos, quem estiver do lado de Deus está do lado vencedor e não poderá perder; quem estiver do outro lado está do lado perdedor e não poderá vencer. Não há chance nem acaso.

Há liberdade de escolha quanto ao lado em que lutaremos, mas não poderemos modificar os resultados da escolha, uma vez feita. Pela misericórdia de Deus podemos nos arrepender duma escolha errada e alterar as suas conseqüências, fazendo nova e acertada escolha. Além disso nós não podemos ir.

Toda a questão da escolha moral se concentra em Jesus Cristo. Ele definiu claramente: “Quem não é por mim e contra mim”, e “Ninguém vem ao Pai senão por Mim”. Temos de decidir se obedeceremos ao evangelho ou nos afastaremos dele, incrédulos, rejeitando a sua autoridade. A escolha é nossa, mas as conseqüências já foram determinadas pela vontade soberana de Deus, e dela não poderemos apelar.   

0 comentários:

Postar um comentário