A QUEM ENVIAREI?
“Depois
disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós? Disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6:8).
Podemos notar claramente na
Bíblia que Deus necessita do homem, de sua cooperação a fim de realizar seu
plano eterno. Nos seis dias da criação, o homem é o centro da obra de Deus.
Depois de criar o homem, Deus descansa; pois sem o homem não pode descansar.
Embora mais tarde o homem caia,
o propósito de Deus para ele não é mudado. Deus ainda deseja tê-lo como
cooperador. A salvação, edificação e a maturidade espiritual do homem nesta
vida são para satisfazer a necessidade de Deus. Pode-se dizer que na obra de
Deus não há ocasião quando o homem não participa. O homem é chamado para operar
juntamente com Deus; Ele trabalha juntamente com o homem.
Ao examinarmos de Gênesis ao
Apocalipse veremos que Deus está sempre procurando, sempre guiando e utilizando
o homem como canal para sua obra. Antes de fazer a obra, primeiro consegue o
homem certo. Se não puder obtê-lo, Ele não poderá fazer a obra.
É evidente, pela história de
Noé e da arca, que durante os dias de Noé o Senhor queria salvar os homens. Mas
se não encontrasse Noé, não tinha jeito de realizar o Seu propósito. Deus
precisava encontrar um Noé – precisava encontrar uma pessoa que tivesse a sua
mente e que com Ele andasse.
Desejoso de ter uma arca, Deus deve encontrar
alguém cujo coração se incline para Ele e que com Ele coopere de modo que possa
usá-lo para construir a arca.
E depois de Deus ter encontrado
em Noé o homem que estava de acordo com Ele, começou a trabalhar. Por isso
dizemos que a menos que o Senhor encontre o homem, não pode trabalhar. Tal é o
andar e o trabalhar do homem com Deus e de Deus com o homem.
A Bíblia está repleta de
exemplos que fortalecem esse argumento. Com o advento do Novo Testamento, vemos
que na vinda do Senhor a cooperação entre o homem e Deus encontra sua expressão
mais pura. Quem é o Senhor Jesus? Ele é Deus feito carne. Porque homem algum no
universo inteiro pode preencher o requisito de Deus para a realização de Sua
obra máxima; a salvação, Deus mesmo vem para ser homem.
Embora o Senhor Jesus seja
muito superior aos homens, durante seus dias na terra Ele sempre agiu como
homem. Embora seja Deus, Filho de Deus, fez tudo na posição do homem. Quando,
por exemplo, Jesus é tentado no deserto, Satanás declara-lhe repetidas vezes
que se for o Filho de Deus ele pode fazer isso ou aquilo. Satanás tentou tirar
Cristo de sua posição de homem e elevá-lo à posição de Deus. Mas a resposta de
nosso Senhor Jesus é:
“Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus” (Mateus 4.4).
Com isso ele quer dizer: “Estou aqui
para ser homem, estou sendo tentado hoje porque sou o Verbo que se tornou carne
de homem; sou Jesus de Nazaré”.
O Senhor Jesus sempre se
apresenta como “o Filho do homem”, indicando plenamente que enquanto na terra
Ele sempre agirá como o “Filho do homem”. Isso mostra o fato de que Deus deve
realizar sua obra por meio de um homem. Mas percebendo que o homem comum não
poderia preencher Sua exigência, Deus enviou seu Filho amado a fim de cumprir
Sua exigência e realizar Sua obra.
“A quem enviarei, e quem há de
ir por nós”? pergunta Deus. O motivo pelo qual muita gente não está sendo
atraída para o reino não é que Deus não deseja que se pregue pó evangelho, nem
porque não tenha intenção de salvar os homens, mas porque não tem o homem ou
homens que possa usar.
Muitos cristãos estão possuídos
de vanglória; muitos cristãos estão envolvidos no divertimento; muitos estão
ocupados demais com suas famílias; muitos são escravos do conforto. Estas
pessoas preocupam-se somente com seus próprios interesses. Não têm desejo de
pregar o evangelho ou fazer a obra de Deus. Muitas pessoas permanecem perdidas
não porque Deus não tenha desejo de salvá-las, mas porque não cooperamos com
Ele...
O
motivo pelo qual a obra de Deus é retardada é que Ele não possui o seu homem. Que
possamos compreender, realmente, que o Senhor deve ter você e a mim antes de
poder realizar o que deseja.
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